quarta-feira, 30 de novembro de 2016
BAURU POR AÍ (133)
O PROJETO PARA COLOCAR FIM NAS TAIS FESTAS CLANDESTINAS (E TAMBÉM POPULARES) EM BAURU Estive ontem na Câmara observando e querendo entender melhor do motivador dos que apresentaram o projeto de lei instituindo a proibição de festas em residências, repúblicas e lugares públicos, mas conduzidas por particulares. Entendo essa proibição como algo dos mais perigosos, bem dentro da atual conjuntura, onde tudo fazem para cercear mais e mais os direitos de muitos em detrimento de uns poucos.
Sentado ao meu lado um advogado e pelo que fiquei sabendo, ele foi o autor do texto quer os dois vereadores estavam defendendo da Tribuna da Câmara (mais o que faltou a sessão, que dizem ser o mentor de criação do tal projeto). Ouvi as justificativas apresentadas pelo vereador Paulo Eduardo (que um dia se disse socialista) e achei um tanto forçado ele fazer um relato que foi buscar ajuda junto aos Consegs, a Polícia Militar, órgãos públicos, como Ministério Público e mesmo a Prefeitura Municipal (faltou só dizer que procurou também as tais Forças Vivas). Falou com todos, ouviu suas justificativas e depois, na tribuna disse defender o interesse dos estudantes, mas ali a grande desconexão: não ouviu os estudantes, nem os trabalhadores que fazem festas em suas casas, vilas diversas.
Para a Polícia Militar, entendo assim, muito simples trabalhar com tudo controlado e submetido à sua prévia autorização. Eliminam uma boa parte do seu trabalho, pelo qual são regiamente pagos para executar. Ciente de onde acontecem festas, existiria a possibilidade das autorizadas serem somente aquelas consideradas com menos tipo de problemas. Ou seja, atuariam somente no “mamão no mel”. Mais que isso, teriam pleno controle da cidade e mapeamento completo de tudo o que ocorre de festas nos mais variados locais da cidade, desde um mero pagode que alguém faça e convide um grupo musical, até as tais festas de repúblicas, algo ocorrendo na cidade desde que me conheço por gente. Estamos em pleno século XXI e deveríamos avançar em algo novo, pleno atendimento das reivindicações populares, avanços e o que vemos são recuos. Os bancos fecham suas agências para atendimento fora do expediente às 18h e antes cerravam suas portas às 22h. Pelo que estou entendendo, ao invés de novas conquistas, estamos a perder as que duramente conquistamos.
Proibir o estudante de fazer festas nesse rico período de suas vidas é algo vindo contrário à própria concepção humana. Agrupamento de jovens são alegres, desprendidos e sempre agiram dessa forma. Não se reservam a consumir somente em lugares autorizados, como as tais boates e casas noturnas. Nem todos possuem condições para fazê-lo dessa forma e reunir pessoas em casa é algo que vejo acontecer desde que o homem é homem. Que me diriam os tais legisladores dos antigos saraus? Estariam também impedidos? Quem como eu já passou dos 50 anos, tem grata lembrança das brincadeiras dançantes, todas realizadas nas áreas das residências lá pelos idos dos 70. Pelo visto, algo dessa natureza estaria devidamente proibido.
Ao meu lado lá na Câmara vejo uma pessoa confabular com o advogado criador do draconiano texto e lhe faz per4guntas, todas com a resposta na ponta da língua: “E quando ao lado de residência com idosos, esses barulhos não podem passar de certo horário? Residência foi feita para simples moradia, nada mais, querer transformá-las em lugares de festa é pernicioso para a cidade. Isso tudo são antros de barulho, confusão e até mesmo de drogas”. Todos os argumentos não justificam a criação da lei proibitiva e colocando fim em todo tipo de festa. Já existe uma lei com as limitações de horários. Basta, na base do consenso, estudando caso por caso, resolver problema por problema. Já querer resolver tudo, juntando as boas festas e as onde os decibéis passam dos limites é algo pernicioso e perigoso. Hoje se abre um precedente aqui, amanhã outro ali e quando ao tentar corrigir algo, a percepção ode que tudo está dominado, mãos totalmente atados e todos vivendo como manada, conduzidos ao bel prazer por leis que não levam em conta princípios básicos comunitários de convivência.
Falta bom senso, essa a minha percepção. Tudo foi feito de cima para baixo e para beneficiar uns poucos, os donos de casa noturna e a ação policial, mais facilitada com a aprovação. Por sorte nessa legislatura ainda temos um vereador com os olhos voltados para os interesses mais comuns, os ditos populares, periféricos, dos trabalhadores, estudantes e afins. Por ação dele, foi conseguido o adiamento na votação e o melhor de tudo, o convite para os maiores interessados, estudantes e festeiros de uma forma geral, participarem do processo. Ficou mais palatável, sensato, justo e honesto.
OBS.: Todas as fotos são de autoria da assessoria parlamentar do vereador Roque Ferreira PSOL.
ALFINETADA (152)
MEUS TEXTOS N'O ALFINETE DE PIRAJUÍ, COMEÇO DE 2005
Edição 304 – nº 230 – Ano Novo com as frases de 2004 – 31.12.2004 Edição 305 – nº 231 – Um Prefeito Merecedor de Nota Dez – 08.01.2005 Edição 306 – nº 232 – Getúlio Imaizumi: Uma História Ligada à Ferrovia – 15.01.2005 Edição 307 – nº 233 – Uma História Sem Começo, Meio e Fim – 22.01.2005 Edição 308 – nº 234 – Gente do Lado de Cá 7: Henrique, o Engenheiro que virou Suco – 29.01.2005
terça-feira, 29 de novembro de 2016
ALGO DA INTERNET (122)
ONDE SE UNEM FIDEL CASTRO, MESTRE CIBORG E UM COMUNISTA BAURUENSE
Recebi via e-mail um lindo e sentido texto de despedida ao grande líder Fidel Castro. Eis na íntegra:
“UMA PARTE DE MIM SE FOI
Sempre me causa uma enorme tristeza quando um ídolo meu, um herói, alguém a me inspirar por toda uma vida despede-se do mundo para eternizar-se na história.
Mas hoje, com a morte do Comandante Fidel Castro, uma parte de mim se foi também, porque é algo além da tristeza, sempre dizia que durante a minha vida, a sensação de perder uma parte do meu ser, de morrer por um instante, seria o de perder duas pessoas, uma meu Mestre Ciborg e a outra o Comandante Fidel Castro.
Queria escrever um mundo de palavras sobre ele neste momento, mas não consigo, lágrimas estão caindo como nunca mais achei que cairiam nessa vida após tantas turbulências que nos calejam de muitas coisas.
Viver é para morrer com honra, sem conceder em nada de nosso ideal, assim são os raros heróis, assim foi Comandante Fidel Castro.
Viva para sempre nos ideais Comandante!!!
Camarada Insurgente Marcos Paulo, Comunista em Ação”, 27/novembro/2016.
Vou ao banco hoje junto do irmão Edson Aquino e quem trombo na saída da agência do Banco do Brasil na praça Rui Barbosa? Exatamente com CIBORG. Ele vem com suas novidades. Arrendou sua famosa e antológica Escola de Corpos Sadios (como a denomino, ninguém marombado), ali na rua Primeiro de Agosto, entre a Araújo e a Antonio Alves, no sobrado mais edificante do centro do cidade. Por décadas ele ali ensinou para gerações de dedicados alunos, a maioria saindo de lá após um período de rígido e intensivo acompanhamento com o mesmo carinho para com sua pessoa. Ele transmite amor, confiança, seriedade e dignidade. Ou seja, um professor na acepção da palavra. Dessas que não mente, não te engana, não te engambela. Se precisar dizer algo, diz e te encaminha, te conduz, te acompanha. Este um dos tantos motivos do amigo Marcos Paulo ter ele como seu melhor mestre. Pois bem, Ciborg repassou o ponto, arrendou para a também atleta e ex-secretária de Esportes de Bauru, a Polyanna e seu marido. Não deixou de praticar exercícios, caminhadas diárias e de viver da forma ais adequada possível. Um desses personagens irresistíveis de Bauru.
Paramos no Café Barres, tomamos nosso café e por lá nos juntamos ao Adilson Talon, que por instantes parou seus afazeres e foi ter com o intenso grupo. Quando já na calçada, aparece Jorge Santos, policial hoje na reserva e com uma novidade alvissareira, envergando uma camisa da polícia suíça: “Estou escrevendo como você dos personagens Lado B, os meus ligados à polícia, muitos deles esquecidos e com suas histórias praticamente na memória de cada um. Ou as reúno ou serão esquecidas. Junto também peças, com doações vindas de todos os lados e penso em criar um espaço onde possa expor tudo. A ITE está em conversação comigo e penso em outros espaços públicos”. A ideia do Lado B de Bauru segue por caminhos diversos e variados, agora um só com personagens da polícia bauruense. Tentei falei para o Jorge, disso de caminharmos por caminhos divergentes, mas nem por isso, devemos deixar de parar, conversar e com o devido respeito. Lembrei também dos acervos de Jaime Prado, de Gabriel Ruiz Pelegrina, de Vivaldo Pitta (in memoriam), de Luciano Dias Pires e tantos outros memorialistas espalhados por todos os cantos dessa cidade.
Quando só, lhe falei do texto do Marcos. Ciborg, tirou seu óculos escuros, me puxou pra junto de si e me deu um forte abraço. Depois me explicou da emoção que lhe causei. Diz ter um carinho mais do que especial pelo Marcos Paulo, um que esteve junto dele, praticamente sendo cria de sua academia. Por ter conquistado a absoluta confiança de alguém como o Marcos, um convicto comunista, mesmo nunca tendo lhe escondido o fato de ser um policial militar da reserva e também católico praticante. O fato dessa hoje quase não tolerada junção o deixa orgulhoso, pois me diz: ”Todos somos seres humanos, devemos conversar muito, dialogar, passar ensinamentos. Marcos e todos que foram meus alunos sabem da seriedade com que trabalho, com que passo tudo o que sei. Parei porque tinha que parar, descansar, mas quem me conhece sabe continuar envolvido com muitas ações sociais, dessas que não preciso dizer quais são, pois as faço sem buscar reconhecimento por isso. Faço porque acho que isso me faz um bem danado. Isso do Marcos me reconhecer dessa forma é para mim mais importante do que qualquer diploma e láureas. Ganhei o dia e é o que conta”.
Despedimos-nos todos na calçada no Empório Barres, cada um seguindo por (des)caminhos diferentes. As histórias contadas e ouvidas por cada um dos ali presentes são dessas de calar fundo, servindo para tudo o mais daqui por diante. Servem magistralmente para o bom entendimento entre os diferentes, os que mesmo em campos opostos precisam, devem, necessitam se compreender. Perder isso é de uma brutal falta de inteligência. Fico feliz como pinto no lixo por ver que meus dois diletos amigos, Marcão e Ciborg entendem e praticam isso, mas só com os ainda dialogando dentro de palatáveis possibilidades.
OBS.: Esse texto servindo para algum tipo de aproximação entre os hoje divergentes, já terei objetivo mais que cumprido. Se isso não ocorrer, mas for ao menos lido e sacarem da existência de gente com essa disponibilidade, também estarei satisfeito.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
COMENDO PELAS BEIRADAS (29)
OS CONCURSOS NÃO ADMITEM MAIS NINGUÉM NO BRASIL – MEU FILHO ME REVELA ALGO MAIS DESSES SOMBRIOS TEMPOS Amanheço ontem na estrada. Às 6h30 já estávamos na rodovia Bauru/Marília, eu e filho, o levando para prestar Concurso junto ao CREMESP. Seu segundo concurso em vida, estudou muito e está na ponta dos cascos. Fomos conversando sobre as dificuldades do Português (não do nosso descobridor, mas de nossa língua). Ele me mostra um roteiro com as maiores dificuldades que temos e já quero tirar uma cópia e ter esse rico manual para meu uso. Muita coisa não me entra mais na cabeça e quando demonstro preocupação com o uso indevido de algo, ele me acalma: “Pai, o principal hoje é se fazer entender, não ligue para escrever sempre certo. Nem Drummond, nem nenhum outro segue rigorosamente isso. Continue escrevendo do jeito que sempre fez e nada mudará.”. Já nem sei se vou mais tirar cópia do tal manual, pois com tanta coisa para me preocupar, imagina ter que ainda seguir regrinhas para escrevinhamentos. No meu caso não daria muito certo.
Viajar com o filho é desbravador por causa disso. Ele hoje lê muito mais que eu. Enxergo-me nele, pois devorava tudo com sua idade e tínhamos bons jornais, além d’O Pasquim e sem internet, facebook, livros eram ais saborosos. Ele encontra meio de sair das redes sociais e ler e isso me encanta. Falamos disso tudo. No meio de tantas conversas lhe faço a pergunta que não quer calar: “Filho, enfim, quantas vagas tem esse concurso que vai fazer?”. Ele me olha como se fosse o cara mais ignorante desse mundo (acho que o sou mesmo) e revela algo que não sabia até então: “Pai, nenhum concurso hoje em dia tem mais vaga alguma, nós continuamos prestando, sonhando com passar e um dia assumir, mas todos hoje são meramente listas de espera. Nenhuma empresa pública ou similar está contratando, mesmo tendo necessidade. Elas estão na defensiva, os concursos continuam e quem passa fica esperando um dia eles acharem uma brecha, aguardam instruções superiores dos tais que hoje nos governam.”.
Chegamos a Marília, imenso campus da UNIMAR e lá outra constatação. Aquela universidade hoje já não possui a mesma quantidade de alunos de antanho. Muitos prédios estão desocupados e juntam teias de aranha. Num deles, a saída foi alugar para a Paschoalotto, a mesma que atuam em Bauru e lá dois mil cobradores atuam junto aos estudantes. Olho para os lados e muita gente no tal concurso. Quanta esperança de conseguirem um emprego. Fico a observar a carinha de alguns deles, vejo esperança ali contida e para não passar mal, desvio o olhar e penso em outra coisa. O filho adentra sua sala e desço para rever Marília. Vou conhecer uma linda feira dominical ali na principal avenida da cidade, a Sampaio Vidal, onde de um lado da linha de trem que corta o centro da cidade, uma longa feira, como todas as que conhecemos e do outro, uma famosa por lá, a FERRO VELHO, mais organizada do que a nossa do Rolo (lá tem até sanitários disponíveis para a população).
Lá pelas 12h30 volto para UNIMAR, voltamos para Bauru e ele todo contente, pois diz ter ido muito bem. E daí voltamos pensando exatamente nisso. “Pai, aqui em Marília todos os inscritos de uma grande região, muitos de Bauru e pelo que comentávamos entre nós, para cada unidade da CREMESP, de nada adiantará passar abaixo do 4º ou no máximo 5º lugar. Mesmo esses, pouquíssimas possibilidades, os demais todos, praticamente sem nenhuma chance”, me diz. Chegamos a Bauru e vamos almoçar, quase 14h. Começo a pensar enquanto mastigo e tento digerir o que coloco no prato: “O que posso fazer por ele para o próximo ano?”. No meu caso, contumaz criador de caso, tive que inventar meus empregos, no dele, nem sei por onde começar. 2017 bate à nossa porta e isso me apoquenta. Será que a saída será mesmo o aeroporto? Veremos.
Desabafos do HPA
FEIRA FERRO VELHO - MARÍLIA SP Centro de Marília SP, prolongamento da avenida Sampaio Vidal e de um lado uma feira normal, como temos em todas as cidades e do outro, uma nos moldes da nossa Feira do Rolo. Lá com outro nome, FERRO VELHO e ocorrendo na horizontal, ladeando a linda do trem e até com sanitários instalados pela Prefeitura para não deixar o povo em maus lençóis. Achei a feira deles maior e mais organizada que a nossa. Cada uma com sua especifidade e pelo que vi lá, acredito dê para incrementar um pouco mais a de Bauru. Do alto de uma passarela (propícia para fotos) tiro muitas fotos em posição privilegiada. É o que sei fazer em cidades por ode aporto, ir conhecendo algo mais do que rola pelas suas entranhas.
HOMENAGEM MAIS DO QUE JUSTA, 500 ANOS DE PURA ESBÓRNIA... Foi agorinha de pouco. Estava lá para ver a votação (sobrestada por 4 sessões) ocorrida na Câmara dos Vereadores de Bauru dos que querem acabar com festas em repúblicas, residencias, redutos populares e afins, só ocorrendo na cidade em lugares previamente autorizados, ou seja, festa no mafuá nunca mais se aprovarem a lei. Bem, isso era uma coisa, mas vejo acontecendo lá algo e me coloco na fila do gargarejo para os devidos e efusivos aplausos: uma moção de aplauso para o Armazém Bar pelos seus 500 ANOS de funcionamento na cidade de Bauru. Claro que bati muita palma, gritei o nome dos dois e fiz questão de pedir uma foto junto deles no final do evento. Esses dois, o Paulo Armazen Penatti e a Valéria De Carvalho Costa, mais os filhos ali presentes são merecedores de todos nossos aplausos. Hilário, na apresentação feita pelo Nivaldo José, ele se enrolar na leitura de um dos nomes de banda famosa que já se apresentou por lá. Das duas uma, ou ele lendo o que estava escrito e não acreditando, fez questão de ler outra coisa ou ele não conhece mesmo os roqueiros do VELHAS VIRGENS. Fez parte da festa. Ao Paulo e a Valéria aquele abraço mais do que arroxado, sentido e com todo amor e carinho. Vocês são a casa mais mais mais de Bauru. Por sorte estava lá e pude bater palmas para vocês.
domingo, 27 de novembro de 2016
DICAS (154)
NADA MELHOR DO QUE COMEÇAR A FALAR DE CARNAVAL PELA PERIFERIA BAURUENSE O Carnaval de 2017 será no final de fevereiro, faltando pouco mais de três meses para os desfiles. Alguns ensaios já estão ocorrendo e barracões (ou algo parecido) já se movimentam. A grande novidade mesmo vindo pela aí envolve a Cartola e uma verdadeira revolução lá pelas hostes do Parque Vista Alegre. Não tenho detalhes, só o zum zum zum e assim, prefiro me abster de comentar. Espiei também a festa de lançamento do bloco carnavalesco Estação Primeira, iniciativa do Tobias Terceiro, Junior Elero, Jorge Santtanna, Claudio Goya e tantos outros. Foi no espaço religioso do padre Beto. Gostei da percussão de uma meninada afinada, batendo muito em algo que promete. Estão chegando para somar e cheios de gás.
Fiquei pouco, junto do amigo Gilberto Truijo, incomodado, pois queria muito presenciar algo inédito em Bauru, o lançamento do samba enredo de uma escola já estabelecida, a Azulão do Morro lá do Jaraguá, comandada pela Cidinha e seu marido e nesse ano dando voz a uma nova carnavalesca, primeira mulher na cidade com essa incumbência. Só por isso, a escola já seria merecedora de grande pioneirismo, mas eles foram adiante e ela, Cristiane Ludgero, um que foi também destaque na escola em anos anteriores, trata-se de uma valente e desprendida transexual, nome social já conquistado e assumindo uma posição de grande destaque.
Fui conferir e a festa lá pelos lados do Jaraguá não ocorre em barracão, mas na rua, tudo montado defronte a casa da matriarca da escola, a Cidinha. Deve ter sido uma trabalheira a tarde toda e até tentaram montar lá um palco, uma vez que, mesmo com a devida antecedência não conseguiram o Caminhão Palco da Secretaria Municipal de Cultura, já cedido para outro evento. Lá estavam dois servidores municipais com uma perua e com um som instalado na calçada, um grupo tocava samba e carnaval para animar aos que chegavam. E quem lá estava? A comunidade. Olhando para os lados deu para sentir a força da comunidade e do apoio que dão para a Azulão. Não vi ninguém mais de outras escolas e um sambista lá marcou presença, desses que sabendo existir samba pela cidade, vai e marca presença: o eterno Rei Momo de Bauru, Edson Roberto Luciano, o Halligalli (http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=Rei+Momo). Valorizo muito esses que, como Halligalli descem e sobem a ladeira, desbravam essa cidade em busca daquele som de batuque a envolver esses loucos por samba.
Falemos da Azulão e de sua festa. Na fachada um grande painel já com algo sobre o enredo de 2017: “O Azulão vira jogo e vira o jogo: a sorte está lançada!”, tudo cria da cabeça da Cristiane Ludgero, uma vivenciando a escola o ano todo, nas suas alegrias e tristezas. Ela me mostrou os esboços feitos e todas as alas já previamente estudadas, roteiro revisado por nada menos que Dora Girelli e aprovado com louvor. Ela se esmerou na preparação, nos detalhes, nos desenhos, no que iria escrever e mais que isso, Cristiane não possui computador em casa, possui um mero celular como esses que temos em mãos e tudo foi ali montado, desde as pesquisas para ir encontrando as palavras certas, o histórico, as cores. Acreditem, tudo foi feito daquela sua peça, objeto inseparável, de utilidade mais que comprovada. Não sou dos que entendem Carnaval em toda sua essência, mas gosto demais da conta quando vejo uma dedicação além do real, do palpável, aquilo que ouso denominar de “tirar leite de pedra”. Cristiane tirou leite de pedra e estava ali falando ao microfone de seu trabalho. Falou pouco e muito do que fez ainda não foi conhecido, mas em breve estará por aí e ela ingressando de vez o seleto grupo dos carnavalescos bauruenses.
Vi Cidinha falar de sua paixão pela escola, depois Cristiane falar do seu trabalho e por fim, Valdemir Cavalheiro, cria do lugar, outro a vivenciar a escola o ano todo, desses que já fez de tudo por lá. O samba escolhido esse ano é dele e tem uma história que não sei se deveria contar, mas conto, não como fofoca, mas em algo para engrandecer o ocorrido,o detalhe a valorizar a conquista. Cristiane me disse que tiveram várias letras concorrendo e tinha falado com quase todos antecipadamente, mas na versão apresentada, algo com religião no meio, sem aquela pitada que o Carnaval necessita. Daí viu o samba do Valdemir e, justamente com ele tinha conversado tão pouco sobre sua ideia na avenida, veio dali o que melhor se enquadrava a tudo o que havia pensado. O samba dele vingou e foi cantado por ele e outro interprete, algo a demonstrar a afinidade com a coisa Carnaval. Poderia escrever mais da belezura que é ver o samba brotar na avenida num bairro periférico de Bauru, de ver as pessoas mais simples dobrando a esquina e vindo se juntar ao amontoado ali na rua. Gostei muito de ver a renovação da bateria, primeiro com um menino lindo batucando um tamborim a todo instante e de gente experiente no meio da garotada. Encerro o que vi reproduzindo o samba do Valdemir, publicado em primeira mão, talvez o primeiro de nossas escolas que tem a letra divulgada para o próximo Carnaval(outro pioneirismo do Azulão):
“PODEM APLAUDIR, A NOITE É NOSSA/ O SHOW VAI COMEÇAR, PODEM APOSTAR QUE EU VOU QUEBRAR A BANCA/ JOGAR ATE O SOL RAIAR NO TABULEIRO DA VIDA/ NUM JOGO DE PURA EMOÇÃO./ LANCEI A SORTE NAS ASAS DO MEU AZULÃO/ OLHA O JOGO COMPANHEIRO, CORINGA NÃO PODE FALTAR/ NO CARTEADO PISCANDO TEM ZAP NO OLHAR/ GIRA ROLETA GIRA , DEIXA ELA GIRAR/ E VAI GIRAR EM NOITE DE ESPLENDOR DE AZUL E BRANCO/ A DESFILAR É HORA .../ É HORA DA VIRADA MEU AMOR/ FELIZ DA VIDA EU TÔ QUE TÔ/ VOU EXALTAR MEU PAVILHÃO NESSA AVENIDA/ BATER NO PEITO E CANTAR BEM FORTE/ O ORGULHO DE SER AZULÃO/ ALÔ ALÔ ARQUIBANCADA/ ALÔ GALERA ALÔ GERAL/ UMA ESTRATÉGIA E UMA JOGADA UM XEQUE MATE NESSE CARNAVAL/ CARTAS RUNAS E TARÔ O O O O/ QUE O I CHING REVELOU O FUTURO/ MOSTRA PRA VOCÊ CONSULTANDO OS BÚZIOS/ PRA VER SE VAI DAR SORTE OU AZAR .../ JOGOS OLÍMPICOS UNINDO NAÇÕES SOMOS CAMPEÕES ...”.
OBS.: Adoro ir presenciar Carnaval pelas beiradas da cidade e se me convidarem vou em outros tantos ensaios. Sou facinho, facinho...
sábado, 26 de novembro de 2016
DIAÁRIO DE CUBA (81)
VAMOS LEMBRAR FIDEL CASTRO, SEMPRE MUITO BEM...*
* Eu não preciso dizer nada sobre sobre Fidel, essas pessoas já o fizeram. Me representam.
1.) O VERDADEIRO HOMEM GLOBAL – Gilberto Maringoni “Não há personagem na História mundial dos últimos 150 anos - absolutamente não há! - cuja morte tenha sido mais anunciada, prevista, apostada e desejada do que Fidel Alejandro Castro Ruz. Hoje, jornais e TVs estão retirando o pó de textos, fotos e arquivos, acumulados desde os primeiros meses da Revolução, no distante ano de 1959. São montes de obituários pesquisados, prontos, diagramados, editados e até agora engavetados. Sua morte é alardeada desde a invasão da Baía dos Porcos, da crise dos mísseis, de tentativas de sabotagens, de atentados e urdiduras tramadas pela CIA, pela malta de gusanos da Flórida e por ensandecidos direitistas de todo o mundo. "Fidel morreu", ouvi em Roma, em 1990. "Fidel morreu", falou-se em Santiago, em 1993. "Fidel morreu", confidenciou-me Teodoro Petkoff, um dos muitos trânsfugas que se bandearam para a direita, em Caracas, há doze anos. Em todos os boatos, havia um complemento: "Mas eles lá estão apavorados, pois com a morte dele, a Ilha acaba". Fidel morreu. Nada disso acontece. Cuba seguirá. Mais triste, mas seguirá.
Os artigos na chamada grande mídia serão tão copiosos quanto cínicos. Medíocres colocarão a alcunha "ditador" antes de seu nome. Alguns colunistas mais honestos prestarão honras ao maior estadista da segunda metade do século XX para cá. Fidel morreu, como você e eu morreremos. É inútil escrever muito mais sobre o personagem, além do que gente mais capaz que eu está fazendo. Estive por duas vezes em reuniões com o Comandante, mas seria muita pretensão relatar aqui impressões pessoais. Fidel é ateu. Ele não está em outra vida, não está rindo ou comentando nada em lugar nenhum. O filho de dona Lina Ruz e de don Angel Castro segue vivo na memória, na vida e nas lutas de dezenas, de centenas de milhões de seres humanos que sua vida de alguma maneira tocou. Segue até mesmo na existência dos canalhas, golpistas, pilantras e picaretas de todo tipo que hoje saúdam a passagem do rapaz que saiu de um lugarejo chamado Birán para ser eterno. Fidel não saiu da vida para entrar na História. Sempre esteve nas duas.”.
2.) Sobre a morte de Fidel – TATIANA CALMON “Uns comemoram
Uns choram
O fato é que ele fez valer os 90 anos vividos
Mudou a história, mudou geografia e ousou sonhar e lutar por um mundo melhor. Mais ainda, plantou sonhos e coragem em milhões .
Morrer todos vamos. Quem ri e quem chora. Quem lamenta e quem comemora. Como sera a nossa hora? #hastasiemprecomandante”.
3.) Fidel – SILVIO SELVA
“Desde 1.961, quando se deu o malfadado ataque a Baía dos Porcos, foram 638 tentativas conhecidas de assassinatos, o que rendeu a Fidel, inclusive, um galardão no Guiness, Livro dos Recordes.
Charutos envenenados, bolas de basebol e sapatos explosivos, franco atiradores e até invasão pura e simples.
E engraçado, tido como muitos como um cruel ditador, grande parte dessas tentativas foi frustrada com a participação ostensiva de populares”.
4.) Fidel – por Eduardo Galeano - Tradução: Eric Nepomuceno “Seus inimigos dizem que foi rei sem coroa e que confundia a unidade com a unanimidade.
E nisso seus inimigos têm razão. Seus inimigos dizem que, se Napoleão tivesse tido um jornal como o Granma, nenhum francês ficaria sabendo do desastre de Waterloo. E nisso seus inimigos têm razão. Seus inimigos dizem que exerceu o poder falando muito e escutando pouco, porque estava mais acostumado aos ecos que às vozes. E nisso seus inimigos têm razão.
Mas seus inimigos não dizem que não foi para posar para a História que abriu o peito para as balas quando veio a invasão, que enfrentou os furacões de igual pra igual, de furacão a furacão, que sobreviveu a 637 atentados, que sua contagiosa energia foi decisiva para transformar uma colônia em pátria e que não foi nem por feitiço de mandinga nem por milagre de Deus que essa nova pátria conseguiu sobreviver a dez presidentes dos Estados Unidos, que já estavam com o guardanapo no pescoço para almoçá-la de faca e garfo. E seus inimigos não dizem que Cuba é um raro país que não compete na Copa Mundial do Capacho.
E não dizem que essa revolução, crescida no castigo, é o que pôde ser e não o quis ser. Nem dizem que em grande medida o muro entre o desejo e a realidade foi se fazendo mais alto e mais largo graças ao bloqueio imperial, que afogou o desenvolvimento da democracia a la cubana, obrigou a militarização da sociedade e outorgou à burocracia, que para cada solução tem um problema, os argumentos que necessitava para se justificar e perpetuar.
E não dizem que apesar de todos os pesares, apesar das agressões de fora e das arbitrariedades de dentro, essa ilha sofrida mas obstinadamente alegre gerou a sociedade latino-americana menos injusta. E seus inimigos não dizem que essa façanha foi obra do sacrifício de seu povo, mas também foi obra da pertinaz vontade e do antiquado sentido de honra desse cavalheiro que sempre se bateu pelos perdedores, como um certo Dom Quixote, seu famoso colega dos campos de batalha.”. (Do livro “Espelhos, uma história quase universal”)
5.) FIDEL FIEL A SEUS IDEAIS – Zé Canella “Hoje o mundo perdeu um líder , um mito , odiado por uns e amado por tantos outros, avaliação essa que a história fará .Com seus erros e acertos ,revolucionário , polêmico , firme , corajoso , focado , determinado e acima de tudo persistente .Tenho poucas divergências e muitas convergências com suas ideias e jamais posso deixar de admirar um " Gestor " de um país embargado ( isolado pelo resto do mundo ! ) que conseguiu : erradicar o analfabetismo , fazer 60% da população ter nível universitário com ensino público , transporte gratuito e de qualidade para todos , saúde exemplar em todas as áreas e para todos , pesquisas e desenvolvimentos na área de saúde para o mundo todo , diminuiu a criminalidade próxima a zero , apoiou o esporte e os esportistas para que que chegassem em alto nível com o incentivo e verbas públicas , criou classes sociais igualitárias e mais justas e etcccccccc.... ficaria aqui escrevendo por muito tempo as tantas outras coisas que ele fez para o seu povo e para o mundo do seu jeito e com suas convicções .....
E ainda pensava assim : Ele (Jesus Cristo) foi o primeiro comunista. Repartiu o pão, repartiu os peixes e transformou a água em vinho. Um revolucionário pode perder tudo: a família, a liberdade, até a vida. Menos a moral. Hoje milhões de crianças dormirão na rua, nenhuma delas é cubana. Quem trai o pobre, trai a Cristo. La norma básica de mis pasos es y será siempre suma cautela y absoluta discreción Chega já dessa ilusão de que os problemas do mundo podem ser resolvidos com armas nucleares! As bombas poderão até matar os famintos, os enfermos e os ignorantes, mas não podem matar a fome, as enfermidades e a ignorância. Deixo aqui minha tristeza, meu salve e minha gratidão pelo que ele fez para que meus conceitos de vida fossem diferenciados ...”.
6.) FIDEL,por Sumara Ruiz
"..Aqueles que comemoram a morte de Fidel são os mesmos que colocaram uma facção criminosa no poder.
São os mesmos que votaram em Aécio e nem querem saber de quem é a cocaína no HELICÓPTERO dos Perrelas...
São os mesmos que não estão nem aí com a sonegação de impostos da Globo, do Neymar...
Acham lindo a parcialidade do Moro...
Gritaram " somos todos CUnha".
Se acham honestos mas muitos recebem salário trabalhando para caluniarem a esquerda e criar cortina de fumaça para a direita e são muito amigos dos ladrões de verbas de hospitais públicos, merenda escolar...de advogados que recebem ordens do PCC...amigos de fichas sujas etc. Resumindo...contra Dilma, Lula, Fidel... só tem canalhas.
Vai com Deus Fidel.”.
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
FRASES (149)
PORQUE NÃO MERGULHO DE CABEÇA NO CAPITALISMO – MELHOR FICAR DE FORA DISSO TUDO – QUATRO HISTÓRIAS DO ARCO DA VELHA Reúno umas poucas histórias, todas escabrosas e envolvendo meandros pouco conhecidos do capitalismo bauruense. Daí, ao tomar conhecimento de alguns poucos detalhes, o melhor mesmo é continuar vivendo e tentando flanar diante dessa lama toda, sem grandes penetrações (ui!), uma vez todos aqui estarmos instalados e sem grandes possibilidades de fuga. Pra que vou querer fazer parte disso tudo? Deixem-me viver longe dessas aberrações todas. Vamos às historietas, todas verdadeiras (ou tudo não passa de mero devaneio) e envolvendo algo bauruense:
Primeira: Um negócio das arábias, todos começam assim e os olhos crescem, lotando as burras com muito capital. Esse fez um baita negocião com um cara lá do norte do país (não cito o ramo para não o identificarem), ganharia os tubos, vendeu seu negócio pro cara. No dia marcado o cara veio até Bauru e ele lhe repassou com escritura no cartório tudo em nome do novo dono. Recebeu ali mesmo o valor só que nada depositado em conta e sim em espécie, numa mala. Isso uma sexta, final do expediente e daí, única saída levar tudo para casa. Levou e ao chegar lá, sua casa já estava ocupada, sua família sendo seviciada e os caras ali exigindo mais. O horror estabelecido. Eles queriam muito mais, insistiram. Todos permaneceram alguns dias em poder dos visitantes e toda a grana foi enfim levada, nem chegou a esquentar banco algum na cidade. Do jeito que entrou por uma porta, saiu por outra. Reclamou, tudo foi devidamente investigado e nada foi comprovado. Perdeu o que tinha e ficou a lamber os beiços.
Segunda: Outro muito esperto fazia negócios do arco da velha, alguns pagou (os que não tinha mesmo jeito), outros não e o princípio era um só: muito lucro. Uma vez lá pelos lados do Mato Grosso ludibriou um de forma grandiosa, passou-lhe a perna e ficou com tudo, a parte dele e a do outro, quantia vultuosa. Voltou para cá e tocava sua vida da melhor forma possível. Num outro grande negócio recebeu uns interessados de fora, vieram consultar as possibilidades de comprar um lote do que vendia e quando o negócio estava praticamente fechado, esses lhe entregaram uma pasta de fotos e lá todos os seus, filhos, mulher, escola deles, roteiro completo de toda sua família. Uma escopeta foi colocada na mesa e lhe dito: “Sabe aquela dívida do Mato Grosso, viemos receber e passaremos aqui amanhã. Se nos denunciar, não vai escapar ninguém, você me pega, mas não aos outros. Escolha o que quer fazer, somos matadores profissionais e competentes no que fazemos”. Dia seguinte aquela antiga dívida foi quitada sem maiores consequências.
Terceira: Um mercado de vila, sucesso no local, casa sempre cheia, tinha até redes grandes de mercado interessadas no seu empreendimento. Juntou muito, trabalho suado e com o juntado comprou uma fazenda lá pelas bandas matrogrossenses, com gado. Engordou o rebanho, cada vez maior. Quando estavam no ponto de serem vendidos apareceram os primeiros interessados. Tornaram-se íntimos, próximos, coisa de aproximadamente um mês de acompanhamento, até o momento da compra. Diziam-se de um grande frigorífico, tudo certo, gente com referências, dessas que você põe a mão no fogo: pessoas ilibadas. O negócio foi fechado numa entrada de final de semana e alguns cheques foram ali sacramentados. O primeiro a ser descontado alguns dias depois. No final de semana muitos caminhões foram chegando na fazenda e levaram tudo, como combinado, limpa total. Enfim, vendeu tudo, lucro absoluto. Chegou o dia de descontar o primeiro cheque e daí a surpresa, tudo foi armação. Tudo foi feito para encontrar o paradeiro dos tais donos de frigorífico, mas nada foi conseguido. A perda foi imensa, um recomeçar quase do zero, fazenda sendo entregue na bacia das almas e mais anos e anos de muita labuta para tentar equilibrar o perdido.
Quarta: O negócio de petróleo é altamente lucrativo e esse se dá em uma cidade bem próxima daqui. Uma empresa compra regularmente boa parte da produção de álcool de várias usinas e as repassa para postos variados, espalhados país afora. Um toma lá dá cá dos mais lucrativos, pois nesse país e em todos os onde o capital prevalece, o atravessador é quem sempre ganha mais. Na verdade o grande negócio entre esses, na imensa maioria das vezes foi falar mal de governos mais à esquerda, “os piores ladrões da história do país”. Do seu negócio, tudo dentro da mais absoluta normalidade e o convencional é a compra da produção fechada, se dois mil litros, metade vem com nota, outra sem. E a mesma nota vai rodando tantas vezes se fizer necessário, até passar numa fiscalização e daí outra é emitida. Fazem isso e levam e trazem combustível por essas estradas como se fosse a coisa mais normal desse mundo. O donos dos postos agem da mesma forma, tudo num confiável conluio e dessa forma impostos não são recolhidos e daí, o grande mal desse país, como fazem questão de apregoar é o tal Impostômetro colocado lá defronte a FIESP, cobrando as burras dos pobres capitalistas e não o Sonegômetro, praticado pela imensa maioria dos mesmos ilibados senhores, donos de quase tudo nesse grotão varonil. Uma indigesta festa.
Histórias iguais a essa existem aos borbotões na história dessa e de todas nossas alvissareiras cidades. Nesse meio acontece de tudo, a ponto de um ilibado juiz aposentado certa feita me dizer numa roda: “Aqui em Bauru todas as fortunas foram construídas de uma forma, ou algo de errado ocorreu na trajetória ou foi por ganho na loteria. Só que tem uma coisa, por enquanto, ninguém por aqui ganhou na loteria”. Reparem na última ilustração, a tira da Mafalda e me digam se é ou não mais conveniente abdicar de participação nesse imodesto banquete? Grandes negócios, incomensuráveis preocupações. Vivo das e nas rebarbas.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
FRASES DE UM LIVRO LIDO (109)
VOCÊ JÁ PENSOU EM ESCREVER SUAS PRÓPRIAS MEMÓRIAS? VAI DESCREVER A “COTÊ PODRÊRA”? ENTENDA DISSO LENDO ESSE TEXTO
Escrever de si mesmo requer contar tudo, eis aí a grande dificuldade de quem decide escrever um livro de memórias. Se fazer isso de si mesmo é uma grande dificuldade, imagina ao fazê-lo dos outros. Os problemas são imensos, alguns incomensuráveis. De que vale uma biografia pela metade? Já que é para contar, por que não tudo? Paulo Coelho, com tudo o que existe de contraditório em seus escritos foi corajoso e quando autorizou Fernando Morais a escrever sobre si, deixou o campo livre e determinou ao famoso escritor encarregado da missão: conte tudo. E isso foi feito, inclusive com os relatos de um período quando teve vários parceiros do mesmo sexo. Abriu a “caixa preta”. Isso dá credibilidade a coisa e o livro fez o maior sucesso.
Escrever de si mesmo e já com certa idade tem outro problema, o da memória da pessoa. Essa pode falhar e nos lapsos nem tudo é relatado. Um livro digno de sempre ser lembrado quando se fala disso é o “Confesso que vivi”, do chileno Pablo Neruda. Na abertura ele abre o jogo: “Essas memórias ou lembranças são intermitentes e, por momentos, me escapam porque a vida é exatamente assim. A intermitência do sonho nos permite suportar os dias de trabalho. Muitas de minhas lembranças se toldaram ao evoca-las, viraram pó coo um cristal irremediavelmente ferido. As memórias do memorialista não são as memórias do poeta. Aquele viveu talvez menos, porém fotografou muito mais e nos diverte com a perfeição dos detalhes; este nos entrega uma galeria de fantasmas sacudidos pelo fogo e a sombra de sua época. Talvez não tenha vivido em mim mesmo, talvez tenha vivido a vida dos outros. Do que deixei escrito nestas páginas se desprenderão sempre – como nos arvoredos de outono e como nos tempos das vinhas – as folhas amarelas que vão morrer e as uvas que reviverão no vinho sagrado. Minha vida é uma vida feita de todas as vidas do poeta”.
Na mesma linha e com uma escrita bem mais ousada, irreverente e audaz está Rita Lee, essa com uma autobiografia recém lançada na praça, a “Rita Lee – Uma Autobiografia” (Globo Livros, 296 páginas, R$ 44,90). Vejam o que ela mesmo escreve sobre a propositura dela mesmo escrevinhar tudo: “Numa autobiografia que se preze, contar o côté podrêra de próprio punho é coisa de quem, como eu, não se importa em perder o que resta de sua reputação. Se eu quisesse babação de ovo, bastava contratar um ghost-writer para escrever uma autorizada”. Recheada de muita ironia ela coloca os devidos pingos nos iis. Dizer cobras e lagartos de si mesmo é para os fortes. Rita o é e ponto, sempre foi, porém poucos possuem coragem para tanto. Adorei isso de relatar o “cotê podrêra”. Quem se habilita a fazer o mesmo relatando de si mesmo tudo o que já fez em uma vida inteira de cagadas, mijadas e excrementos fora do penico e do vaso sanitário? Vamos, quem? Não vejo ninguém aí levantando a mão, nem mesmo esse aqui nos escrevinhamentos de minha lavra.
Nirlando Beirão, um jornalista que admiro muito escreveu num belo texto sobre o assunto, o “Vida sem Filtro”, para o Caderno QI, da revista Carta Capital (edição 927, 16/11/2016) o seguinte: “Autobiografias tendem a ser momentos de extática autocontemplação, de exaltação escarrada de suas próprias façanhas, sejam elas verdadeiras ou fictícias, um esforço considerável em ascender – quase sempre no outono de uma vida eventualmente opaca – a algum degrau da posteridade. Por isso tendem a ser – mesmo que os ghost-writer tenha alguma competência – mortalmente chatas”. Dai, vale o escrito: “Não se faz uma omelete sem quebrar alguns ovos”. Aos 69 anos, Rita Lee se renova e corajosamente mostra o caminho das pedras, ser verdadeira em tudo o que se faz é mesmo a melhor saída. Enfim, se você fez isso tudo em vida, pelo menos assuma, uai! Contar tudo é mesmo algo pra tirar o sono de qualquer um.
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (97)
UM CARA QUE BATEU ASAS, JOÃO FILARDI: CADÊ O GAJO???
Pela manhã dei uma pequena trégua em tudo o que tenho feito ultimamente e fui revolver papéis velhos aqui pelos lados do mafuá. Encontrei algo e com eles nas mãos, inevitáveis perguntas: Por que pessoas em destaque num certo período numa cidade, batem asas e somem, desaparecem permanecendo décadas outras sem dar notícia. Explico. Lá pelos idos dos anos 80/90, gostava demais da conta de escutar um som de um cara que sumiu de Bauru logo a seguir. Trata-se do músico JOÃO FILARDI. Pelo que soube na época, cansou de Bauru e foi de mala e cuia para o Rio de Janeiro. Cheguei a ouvir de algum amigo, muito tempo depois que era dono de uma loja de rações para animais. Será possível? Da música para o comércio canino? Sim, nessa vida tudo é possível quando a questão é a sobrevivência.
Falo mais de João Filardi. Tenho por costume guardar papéis velhos, recortes de jornais e desta feita reencontro em lugar incerto e não sabido (escapou de várias enchentes por aqui) nos confins mafuentos uma velha seção do JC, idos de 1993, a Porta Retrato, que toda semana saia publicada no JC Cultura (ele já existia). A de nº 53 foi com o Filardi e aqui a reproduzo. Nessa época já estava morando no Rio de Janeiro. Ali no pequeno currículo publicado junto ao texto a informação de outro achado, o de suas antigas publicações, primeiro pelo Diário de Bauru e depois, também pelo Jornal da Cidade, a crônica “Sapo Cururu na Beira do Rio”. Escritos sem pé nem cabeça, sem assunto definido, sem ninguém pressionando para que saísse dessa ou daquela maneira. E sempre saia coisa boa, algo muito em falta nos tempos atuais, onde a maioria dos textos publicados por esse todos os demais jornais é sempre algo sisudo, sério por demais. A seriedade, como sabemos, estraga tudo nessa vida. Só são felizes os ainda não sérios, sem querer levar essa vida louca a sério. Não enlouquecem nunca.
Pois bem, tenho recortado e colado aqui num velho caderno, já bem amarelados, quase todos os Porta Retratos, seção que gostava muito e também, acredito que todos os “Sapo Cururu...”, publicados pelo JC. Dei uma relida neles e até gostaria de propor para o pessoal lá do jornal, para tentarem algo assim, com sabor de rebeldia, como o Feza faz algumas vezes aos domingos nos seus textos. Isso faz falta nos jornais de hoje. Se eles quisessem, tem uma turma louca para incrementar e demonizar (melhor, democratizar, exorcizar o JC Cultura, mergulhando suas páginas no sal grosso) aquelas páginas ditas culturais. Iria aumentar a leitura, pelo menos entre os loucos de pedra, como eu, que hoje querem ler cada vez menos jornais, quase todos muito iguais. E por que não tentar agir diferente para sair da tal crise? Eis uma proposta de saída pela tangente, por uma vicinal (como é bom trafegar por vicinais).
Escrevi isso tudo só para perguntar do paradeiro do João Filardi. Cadê o gajo? Estaria ainda cantando? Ele vem ainda de vez em quando por aqui? E se vem, por que não montar um espetáculo com o dito cujo e aproveitar para uma baita de uma reunião conspiratória contra os alicerces estabelecidos e ainda vigentes por essas bandas? Primeiro vamos todos e todas focar nossos radares e localizar o cara. Depois, se tudo estiver bem (toc toc toc), atualizar as informações e falar dele, discutir dessas pessoas que batem asas (como é bom bater asas). Quem sabe algo dele que alevante a voz e atualize as coisas pra gente. Comecemos por esse sumido e depois falemos de tantos outros.
OBS.: Em tempos cada vez mais duros, empobrecidos pela bestialidade golpista,amenidades ajudam a aplacar a incontida ira.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
COMENTÁRIO QUALQUER (157)
HOJE TÔ ESTUDANDO TANTO QUE ACREDITO TER ENXAROPADO!
E ainda não terminei, tem mais. Noite longa...
NÃO DEIXE UMA MENTIRA CONTINUAR SENDO PROPAGADA COMO VERDADE ABSOLUTA
Simples, quando alguém diante de ti vier com aquele papinho cerca lourenço de que o PT quebrou o país, mas não possui fundamentação nenhuma, só o papo furado, demonstre ali na lata o contrário. Não se deixe levar por informações repassadas por gente do Aécio, do Malafaia, do Feliciano, do Bolsonaro, dos golpistas de plantão. Veja como se faz a reação, com fundamentos: https://www.facebook.com/desmascarandoglobo/videos/1877880935777312/
NUM MURO DE PARATY O GRITO VALENDO PARA TODOS OS LUGARES - "NI UNA MENOS"
Gisele é uma garota argentina, trucidada pelas mãos e membros de algozes truculentos daquele país. A luta de lá é a luta daqui, pois o mesmo que ocorre lá, ocorre também nas ruas brasileiras e de muitas outras cidades latinas. Algum argentino deixou essa marca registrada num muro qualquer em Paraty e com a divulgação das fotos, uma necessária reprodução contra o crime que ainda continuam fazendo com todas as mulheres. O registro e o alerta vale para tudo, todas e todos se manterem em alerta e denunciar sempre.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (93)
OUVI O ROQUE FALAR HOJE NA TRIBUNA DA CÂMARA Tô aqui no mafuá estudando a tarde toda e dei uma paradinha para escutar assim de soslaio partes da sessão da Câmara dos Vereadores. Prestei a atenção nas falas do Vereador Roque Ferreira, nessa quase despedida que faz desse mandato. Como está chegando ao fim, missão mais do que cumprida junto a quem o elegeu, ele se mostra ainda mais aguerrido, palavras mais duras, fortes, incisivas, brados feitos em alto e bom som. Na defesa do seu projeto sobre o transporte urbano falou grosso, algo até mais incisivo, citando a tal da "canalhice" de postergarem a votação para o última sessão do ano e, consequentemente, a sua no Legislativo. Embromação explícita, declarada e perdulária. Ouvi-lo, mesmo aqui de longe me fez sentir uma dor aguda dentro do peito, pontada dessas irreparáveis, pois tenho a mais absoluta certeza de que não teremos nenhum vereador na próxima Legislatura a fazer a defesa do povão e dos trabalhadores. Curti cada palavra, cada centímetro dito e quanto mais ouvia, mais aquilo me maravilhava. Por fim, voltou à tribuna para fazer uma linda defesa do PT - Partido dos Trabalhadores, onde militou quase uma vida inteira. E o fez com a maior tranquilidade desse mundo, cara limpa e com convicção. Não ouvi o começo da coisa, mas acredito que cansou de ouvir a baboseira de sempre de uns atacando o PT por todos os males desse mundo. Os nos piores agrupamentos políticos e se dizendo impolutos. Isso cansa. Pegou o microfone e num aparte, lavou a alma de uma militância que ainda acredita na força de algo feito com fé, na transformação advinda de um agrupamento que um dia foi transformador. Citou um militante do PT ali presente nas tribunas (que não sei quem é) e também sua esposa, Tatiana Calmon, e ao fazê-lo deixou claro que, para se falar de corrupção é necessário não possuir telhado de vidro e a imensa maioria dos que acusam hoje o PT o possuem, mas fingem que o buraco da corrupção não passa pelos partidos onde militam. Citou o caso dos trens urbanos paulista e do metrô. Não pensem ter ele acusado (ao fazer não a defesa do PT, mas colocar tudo no seu devido lugar) só o PSDB e Alckmin, pois foi mais longe. Disse textualmente que o Governo Paulista é o grande culpado, o a envolver esse e outros tantos escândalos não é só tucano, sendo também do PV, do PMDB, do DEM, do PSB e de tantos outros, portanto de muitos dos vereadores ali presentes e de muitos os que adoram apontar o dedo para o PT quando falam em corrupção. Escrevo isso tudo porque Roque é único e nos fará uma baita de uma falta, incomensurável. Ouvindo sua fala, feita sempre de forma veemente, sei o quanto a classe trabalhadora estará acéfala de alguém a fazer sua defesa na próxima legislatura e com a minha tristeza, sei ser ela extensiva para tantos outros, que assim como eu tiveram o prazer de ouvi-lo hoje ou lá pessoalmente, ou pela TV e rádio Câmara. Quero curtir cada momento, pois bem sei o que nos espera daqui por diante. Curto e escrevo, numa espécie de justa homenagem para esse abnegado e digno representante do povo, um que soube dignificar na acepção da palavra o que vem a ser de fato e de direito uma vereança. Essas duas intervenções de hoje são uma amostra clara de como age esse tal de Roque Ferreira, postura altiva, nobre, alvissareira. Me curvo a ele e o cumprimento mais uma vez, em forma de reverência, por tudo o que pode fazer por gente como esse que vos escreve. Podíamos ter feito mais para tentar mantê-lo na Câmara, mas agora é tarde e como acabo de ler algo do grande jornalista esportivo José Trajano, numa entrevista para Mino Carta, no programa Jogo de Cartas da revista Carta Capital: "A esquerda agride-se demais.Há diferenças enormes, filosóficas, políticas, pessoais. De modo geral, os dirigentes partidários são arrogantes. Todos se acham os donos da verdade, ninguém dá um passo à frente. Seria importante que os partidos de esquerda se entendessem, mas acho quase impossível". Não foi só aqui com Roque que a coisa não deu certo, foi também com o Freixo no Rio, com o Haddad em São Paulo e com tantos outros. Todos teriam que ceder para continuar tendo a oportunidade de termos gente mais decente ocupando postos em defesa de algo mais palatável. Isso é para outra conversa, longa por demais e o que deixo aqui como mensagem ao ouvir Roque pelo rádio é a sensação irremediável de que a própria Câmara em si perdeu mais do que se imagina sem alguém como esse cabra danado, de barba e cabelo esbranquiçado, briguento e cheio de muita convicção por lá. Quero curtir cada fala em todas as próximas sessões, pois talvez não tenhamos mais e nem sei quem vai conseguir chegar lá mais na frente e seguir por esses caminhos de resistência e luta como vejo em sua atuação. Tô triste e tô alegre, alegre por ser seu amigo, mas triste demais por saber que depois dessas próximas três sessões, o Roque vai usar outras tribunas e microfones, mas não as da Câmara dos Vereadores de Bauru. Baita abracito pra ele.
OBS.: Desculpe os erros costumeiros e vezeiros, pois escrevi de uma só escarrada e não quero me dar ao trabalho de corrigir nada. Deu pra entender tudo, não? Se deu, estou satisfeito.
HPA - Bauru SP, segunda, 23h25, 20 de novembro de 2016.
BAURU POR AÍ (132)
DAS DIFICULDADES DE ATENDIMENTO, UM SENTIDO DESABAFO SOBRE A SAÚDE EM BAURU* * Relatos como esse abaixo são normais nos vários atendimentos feitos pela via estadual ou municipal em Bauru e refletem algo preocupante. Como estamos à beira de uma troca de comando no município na Saúde, eis algo para ser lido, compreendido e rapidamente corrigido. Juntei as muitas falar de uma mesma pessoa, em algo relatado a mim e agora publico sem a identificação de autoria:
"A minha vaga saiu no Hospital Estadual, só que não tem leito. A única coisa que fico triste é que muitas pessoas trabalham nesse ramo por falta de opção e coragem de ir procurar outra coisa para fazer. Estou aguardando aqui um leito pra ser internada. A cada hora que passa perco a função renal, o lúpus está acabando comigo pelas inúmeras dores e o diabete. Todos os remédios de uso do lúpus, insuficiência renal e diabete tive que comprar. Infelizmente nossa Saúde está uma humilhação, uma atrás da outra e no UPA do Redentor resolveram não atender, pois alegam que vão lavar a unidade, deixando outras ainda mais lotadas. Tudo que estou passando seja com família, amigos não é o teu caso vou deixar pra Deus tomar conta. Não tenho mais forças para brigar, questionar. Vou meu amigo manter o silêncio. O fato ocorreu, eu preciso comprar sabe aqueles gravadores que nem parece. Pois assim terei como mostrar pra mídia que somos tratados como animais. Gratidão amigo peço apenas oração, pois quanto mais demoro pra fazer a cirurgia da hemodiálise, menos tempo tenho de salvar esse rim e é só transplante. Obrigado.
A saúde em nossa cidade anda uma verdadeira vergonha. A falta de pessoas preparadas para trabalhar com as pessoas chegou ao caso humilhante vivenciado por mim. Procurei a unidade básica do Redentor/Geisel. Para minha surpresa fizeram uma ficha com pouco caso e pediram que deitasse em algum leito. Teve troca de dois médicos e em nenhum momento fui examinada. As enfermeiras passam pelos pacientes como se prestassem um favor. Como não estava conseguindo atendimento na nefrologia do Hospital Estadual, paguei as consultas no INEB, Instituto de Nefrologia. Com um preço de 350 reais a consulta, paguei os exames, desde a ultrassom e alguns medicamentos que não tem mais na rede publica. Fui perguntar pra medica plantonista da sexta feira, a mesma colheu meu exame de sangue e de urina sem me dar uma resposta. Quando fui perguntar, sobre o resultado, a enfermeira que não quis me deixar falar, veio para cima de mim querendo me agredir.
No outro dia, no plantão dela a tarde, chegou e me disse que eu não deveria estar lá. Minha família foi junto com meu esposo e as enfermeiras esconderam a planilha com minha situação. A noite eu fui pro upa do Mary Dota e estou aguardando ser chamada no Estadual. A cada hora que passa menos chances tenho. É isso que estou vivendo. A enfermeira do UPA do Mary Dotta disse que se eu quiser ser atendida devo procurar a Defensoria Pública, já que lúpus, insuficiência renal crônica e diabetes não são nada, essas as palavras dela. Vou publicar na minha pagina.
Já estou de volta para casa, mas a luta continua , infelizmente estou lutando com meus 11% de funcionamento renal, mas tem coisas que acontecem na vida da gente que nos faz parar e refletir e o que tenho mais feito: o que fazer com esses 11 por cento, ah, amigo tenho muita coisa, escrever um diário, fazer um ensaio de fotos, viajar, ler, alimentar melhor, ouvir musicas boas e acima de tudo fazer o bem, mas acho que sobra espaço para escrever sobre atualidade, fazer um curso e ainda outra graduação. Bom é bastante coisa, mas mesmo assim acredito que dá tempo, tem dias que ficarei tão chata, mas a culpa será dos remédios. Acredito que estarei perto de anjos, mas viver é a missão, desistir jamais, a vida ainda vale umas boas risadas. Um enorme abraço e gratidão e um abençoado domingo com sua esposa e amigos.".