quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (139)


ELIANA E FÁBIO SÃO OS MAIORES VENDEDORES DE “CHITA” EM BAURU E REGIÃO
A história do comércio central de Bauru reserva alguns capítulos com algo carregado de uma baita emoção. Conto a história desse casal, que na verdade são amigos e sócios (e só) e, assim, de um dia para o outro se transformaram em donos de um estabelecimentos comercial, após muitos anos atuando como comerciários. O estabelecimento é a famosa Casa São Jorge, especializada em tecidos, desde os mais nobres, como os mais populares. Propriedade de um dos primeiros imigrantes vindos lá do Oriente Médio para Bauru, o sr Jorge Elias Salomão, falecido décadas atrás, aos 89 anos, mascate e depois comerciante de tecidos. Sua casa deitou fama na cidade. Ele envelheceu e seus filhos foram se encaminhando para outros ofícios. Ao invés de fecharem a loja ou vender, eles se reuniram e a decisão foi a mais sensata de todas. Tudo ficaria para seus dois funcionários. Foi uma venda com uma facilitação de compra, dessas feitas como se fosse de pai para filho. Eles não tem do que reclamar e hoje, alegres, não só sobrevivem, como ampliaram o negócio.

ELIANA GARRUCHO, 47 anos e FÁBIO GONÇALVES, 46 anos são esses dois ex-funcionários. A Casa São Jorge continua incrustada ali na rua Azarias Leite, coração do comércio local, entre a Batista e a 1º de Agosto. Eles, mesmo não sendo os naturais herdeiros do velho Salomão, foram quem praticamente herdaram o negócio. Atuaram ao lado do velho comerciante até onde ele conseguiu permanecer atrás do balcão e continuam por ali. A loja teve seus altos e baixos, mas está estabilizada e cheia de gente, principalmente por esses dias que antecedem o Carnaval, pois falou em panos coloridos, é com eles mesmos. Entendem disso como o diabo entende da cruz. Logo na entrada, uma armação com bobinas de chita, um dos tecidos mais baratos da loja (em média R$ 4,50 o metro dobrado) chama a atenção de quem passa na rua. Adentrando o local, além deles, mais 4 funcionários, ou seja, o negócio deu uma expandida. Nem por isso eles deixaram de pegar no pesado. ”Continuamos trabalhando igual empregados”, me diz Eliana, sob a aprovação do Fábio. Sim, isso qualquer um que por lá circule percebe logo de cara. Eles fazem de tudo, conseguem o escanteio, batem o mesmo e ainda correm para fazer o gol. Uma dupla entrosada, batendo um bolão e sabendo tudo sobre o tema: tecidos. Dessas lojas todas revendendo produtos carnavalescos por esses dias, ressalto essa, com os tais panos coloridos para fantasias diversas e uma turma que te atende com um carinho tirado lá do fundo do baú. Do baú do seu Salomão.

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