sexta-feira, 24 de março de 2017

COMENDO PELAS BEIRADAS (37)


DO QUE OUVI SOBRE FISCALIZAÇÃO DE ALIMENTOS: DEIXEM CONTINUAR SABOREANDO O QUEIJO CASEIRO DA LOIRA
Tenho diletos amigos e considerados atuando nas hostes da Prefeitura Municipal de Bauru. Não vejo problema nenhum em profissionais de diferentes quilates atuarem ali. Eu mesmo já o fiz no único período onde atuei dentro do serviço público, de 2005 a 2008, segunda administração de Tuga Angerami. Deste período, guardo boas lembranças e gente da qual admiro e sempre que os revejo, produtivos e saborosas conversas.

Ouço hoje pelas ondas da rádio Unesp FM, no seu noticiário da hora do almoço, entre 11h30 e meio dia, uma entrevista do Pedro Norberto com o médico veterinário, Mário Ramos, hoje no cargo de Diretor do Departamento de Saúde Coletiva dentro da Secretaria Municipal de Saúde (Clicando no link, a entrevista completa: http://www.radio.unesp.br/noticia/1215) e um dessses considerados. Uma bela entrevista, esclarecedora em muitos aspectos, ainda mais depois dessa questão da carne com papelão e afins. Boa por um lado, ruim por outro. Contextualizo o que escrevo. Momento oportuno para tirar dúvidas, esclarecer outras e promover a boa discussão em cima do tema da saúde alimentar.

Vamos ao fatos. Dos esclarecimentos nada a contextualizar. Só de algumas coisinhas reafirmadas pelo Mário como as mais acertadas para o momento vivido e diante de uma neura bem atual, a de que tudo o que é feito artesanalmente, em pequena quantidade nos cafundós e entranhas do país não deve ser consumido e o melhor é ficar com a pulga atrás da orelha e a população só consumir o que tiver carimbo de órgão com competências para tanto ou firma legalmente estabelecida. Mas quem tem mesmo? Estariam todos habilitadíssimos para tanto? Discutível.

Extraio uma fala do Mario e amplio a discussão. No exemplo do queijo caseiro, muitas vezes revendido em diversos lugares e feitos por pequenos sitiantes, alguém com vaquinhas em sua pequena propriedade e coisa e tal. Mario afirma categoricamente que se deve evitar tal consumo, pois onde existe um carimbo de órgão fiscalizador e regulador a cobrança pode ser feita e, do contrário, não. Ouso discordar. Compro um maravilhoso queijo de uma loira maravilhosa, verdureira e a atender mercados variados na cidade e junto das verduras, queijos divinais feitos por ela, verdadeira iguaria e manjar dos deuses.

Segundo o Mário, consumindo produtos como os feitos pela loira verdureira e queijeira, estaria aumentando o risco de consumir bactérias e contrair doenças, de difícil identificação e, dessa forma, seremos todos consumidos pouco a pouco e se adoentando antes do tempo. Primeiro, se passar a viver com a neura tomando conta de mim, não como mais nada, depois não irei abdicar do queijinho divinal só para consumir um desses carimbado por frigoríficos com inspeção duvidosa (quem fiscaliza quem neste país?).

Continuo dando crédito para a loira e seu queijo mais que especial. Depois, confesso, gosto de uma carninha de porco, galinha criada nos arrebaldes de Bauru e região, além de um peixinho pescado in natura e sem carimbação de nenhuma espécie. Correr riscos faz parte da vida moderna, principalmente no seio capitalista onde vivemos, império do tudo pode. Daí, não levo tão a sério esse negócio, até porque, ao terminar a entrevista com o Mário, mudo de estação e vou ouvir o noticiário da Auri-Verde e lá sou avisado que a própria Prefeitura Municipal de Bauru, onde Mário é também fiscalizador, ocorrem irregularidades. Ouço isso: “O prefeito Clodoaldo Gazzetta determinou a abertura de uma Rigorosa Sindicância para apurar a denúncia de distribuição de bolo com validade vencida em uma unidade escolar da Rede Pública. A denúncia ocorreu nesta quarta-feira dia 22, nas redes sociais, e a medida adotada pelo prefeito se deve ao fato da merenda escolar ser gerida pelo município.”.

Na sequência, o locutor Rafael Antonio, diz até da possibilidade da interdição da cozinha responsável pela Merenda Escolar de todas as escolas municipais de Bauru. Minha modesta conclusão: Como posso abdicar de continuar comendo o queijo me vendido pela loira, tão branquinho e saboroso, se até a merenda da própria Prefeitura, debaixo de rigorosa fiscalização passa por deslizes mais do que danosos? Resumo da ópera: O Mauro é muito gente boa, mas precisa contemporizar com o que se produz nos arredores de Bauru e também, precisamos todos fazer o que sempre fizemos até então, ou seja, continuar comendo a carninha lá do açougue do Gaspa, o queijo da loira, o rabicó abatido em Tibiriçá, a batatinha plantada lá no horto de Aimorés, a galinha da sítio do Zé Balaustra do Rasi e os ovos do Moisés nas feiras diárias. Quero viver sem neuras, por favor,, deixem-me envenenar sem a influências dos carimbos malucos.

Um comentário:

  1. COMENTÁrios via facebook:

    Antonio Luiz Ferreira Ramos esse queijo da LOIRA e limpinho e saboroso e ja comprei varias vezes e na banca do moises eu compro ovos de codorna ja temperado

    Henrique Perazzi de Aquino Eu também e daí me diga: por que deveria deixar de fazê-lo para comprar algo com um carimbo que nem sei ao certo a procedência, sendo que o queijinho e os ovinhos seis muito bem?



    Edilene Sousa Concordo com você Henrique Perazzi de Aquino

    Antonio Luiz Ferreira Ramos temos que fazer uma passeata logo professor

    Reginaldo Tech O Dr. Mário está errado. Apesar de ser um excelentw profissional e já ter sido secretário de saúde de Bauru, ele conhece os carimbos que mostram que os produtos cheios de conservantes são bons.. mas desconhece o que são os produtos orgânicos.

    Henrique Perazzi de Aquino Sim, Mário é uma grande figura humana e taçvez a entrevista não tenha focado sobre orgânicos, mas a crítica feita não foi sobre ele, mas sobre isso da maioria hoje ficar focando nesses legalizados e insistir em desprezar, não só os orgânicos, mas os que fazem as coisas de forma mais simples. Gosto muito desses.

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