terça-feira, 14 de março de 2017
UM LUGAR POR AÍ (92)
A VERGONHA MAIOR EM MEROS 28 MINUTOS
ESTÁ MAIS DO QUE PROVADO - VOTAR EM BLOCO E FUGIR É SINAL DA EXISTÊNCIA DE ALGUÉM NO COMANDO IMPONDO E QUANDO NINGUEM OUSA CONTESTAR: EXISTE UM CHEFETE POR DETRÁS DISSO TUDO
Começo meu escrito de hoje, com o único tema que poderia fazê-lo num dia como o de hoje. Diante do ocorrido ontem, a vergonha de todos os vereadores da atual legislatura da Câmara de Vereadores se acovardarem, promovendo algo surreal, bem ao estilo da dita Bauru Springfield, a terra onde tudo é bem possível, dita acertadamente como “Sem Limites” (tudo é amplamente permitido, mas só para alguns). De todas as falas e escritos vistos, lidos e ouvidos, fico com esse, curto e grosso:
“Que vergonha, as duas sessões (ordinária e extra) tiveram apenas 21 minutos e o recorde negativo tem um motivo, escapar da mobilização convocada pelos jovens contra o PL das festas clandestinas que, é claro, foi aprovado por unanimidade. Em 8 anos que trabalhei na Câmara nunca tive o desprazer de presenciar um vexame dessa natureza, FABRICIO GENARO, ex-assessor parlamentar e militante 24h do dia das causas e movimentos sociais.
Senhores e senhoras, imaginemos a cena sendo montada nos seus bastidores:
1 - um amplo acordão entre todos os 17 vereadores e nenhum mijou fora do penico, nenhum OUSOU discordar do que foi montado, todos de cabeça baixa (de vergonha pelo que fizeram, claro), porém resolutos, foram lá e fizeram o serviço sujo, fugiram do pau, do debate, do confronto, algo mais do que um mero teatro;
2 - o presidente da Câmara, Sandro Bussola, um que um dia saiu das hostes populares, da periferia desta cidade, foi militante e defensor de causas ditas minoritárias (e todas as demais), hoje se prestando a um papel desses, o de ler os nomes dos vereadores como se estivesse num páreo de corrida no jóquei, estilo vapt-vupt e, nome após nome, todos dispensando o uso da palavra. Observem que da fala dele, nem foi preciso olhar e conferir se o nome lido iria se pronunciar. Tudo foi numa sequência absurda, estilo manada, onde ninguém não decide, manada cumpre. Sem o mínimo de decência:
3 - uma sessão começando às 14h e, no final, duas ocorrendo em tempo record, a normal e a extraordinária e tudo sendo encerrado exatamente às 14h28, sendo ali colocado um ponto final. Depois, a outra bazófia, a vergonha maior. A debandada pela porta dos fundos ou o esconderijo em seus gabinetes até tudo se acalmar. Os vereadores, cientes de que o feito realizado por eles não condizia com a normalidade democrática fugiram ao final do grande feito;
4 - quem teria sido o mentor disso tudo? Quem foi o idealizador dessa pantomina tão bem realizada e em tão curto espaço de tempo? Não acredito em muitas mentes pensando nessa ação, mas sim em algumas, as condutoras e depois, claro, como estamos diante de uma Legislatura onde a maioria atuará exatamente como foi visto ontem, dizendo amém e votando o que esses poucos decidem, a decrepitude total, o descrédito logo de cara, numa das primeiras sessões e, por fim,
5 - com que cara esses vereadores explicarão para seus eleitores, para a cidade, para todos os que quiserem olhar cara a cara, olhos nos olhos e buscar uma mísera resposta para o ocorrido? Como se safarão de não se dizerem conduzidos como manada?
Diante de tudo, nada mais a acrescentar. Bauru e a Câmara viveram ontem um dos seus dias mais tristes, melancólicos e, também, talvez o mais ELUCIDATIVO que tive a presença de constatar ao logo dessa minha periclitante existência. Não sobra pedra sobre pedra. Não existe mais em quem se escorar. Quem eu posso querer procurar para buscar um auxílio, uma propositura, um diálogo plausível, um troca de informações, uma opinião isenta de interesses? Dentre esses 17, não sobrou nenhum. Vai ser a pior Legislatura que Bauru já teve notícia.
Dizem ainda existir uma saída, a do prefeito Gazzeta rejeitar e propor algo mais oxigenante. Não creio e ele não fará nada. Primeiro porque não quer se indispor com uma Câmara tão cordial e como se viu, tão cordata, votando em bloco, envergonhada, mas fazendo o serviço como lhe é imposto. Depois, porque não possui coragem para tanto. E por fim, vai dizer que não tem nada a ver com isso, tirará o seu da reta e já sabe, daqui por diante, por lá, existem uns que devem ser procurados e eles farão o convencimento junto aos demais, sendo tudo decidido em bloco, coletivamente. Não se faz necessário acordo coletivo quando um manda maisque os demais. Basta convencer a este e pronto.
Encerro escrevendo do tal projeto das Festas Clandestinas. Muita HIPOCRISIA imperou em toda essa inócua discussão. Evidente, o interesse de que festa é para lugar dito apropriado, legalizado e sem CNPJ, nem festa de aniversário de pobre poderá mais acontecer. Em condomínio fechados tudo liberado e sem nenhum tipo de ação coercitiva, pois lá é outro território, outro poder de mando, passando distante de vigília da PM e afins. Já em bairros, festas populares estão com seus dias contados. “Mas as festas de República estão pela hora da morte”, diriam alguns. Mas o que não está, digo eu. Até a ação dos vereadores está pela hora da morte e precisamos, o povo, fazer algo para conter o avanço da baboseira discutida como séria por esses engravatados sem nexo. Se o motivo era festa de república com cobrança de ingresso não foram específicos e jogaram tudo no mesmo balaio. Fraqueza sem fim e, tenho claro, alguém está vencendo a queda de braço interna lá nas decisões e impondo o retrocesso como norma e, como poucos possuem coragem para abrir o bico, a vergonha está mais do que estabelecida. Não se fazia preciso nada disso e sim, somente cumprir lei já existente. Mas quiseram fechar mais a porteira, lacrar mais as liberdades individuais, impor o medo como padrão, demonstrar força desde já. São uns boçais e lidar com gente assim não é fácil. A participação popular se faz cada dia mais necessária, pois essa Câmara não existe. Envergonha não só essa cidade, mas qualquer pessoa sensata.
E depois alguns reclamaram do uso do slogan pelo bloco Bauru Sem Tomate é MiXto, o "A casa da Eny ainda é aqui". Diria que o chefe disso tudo é aquele enrustido monstrengo ainda fixado lá na rodoviária de Bauru, figura estranha, com objetivos não muito esclarecidos e pronto para te dar o abraço de urso. Recomendo manter distância, dos vereadores e de seu líder, dizem ser bolsonarista juramentado. Optaram por essa Bauru, agora nos ardemos todos.
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