quarta-feira, 22 de agosto de 2018
UM LUGAR POR AÍ (111)
JUNTANDO ESCRITOS – VALIOSAS LEMBRANÇAS
01) ISAÍAS E LULA – NÃO ME ESQUEÇO JAMAIS Eu tenho a mais absoluta certeza de que meu falecido amigo Isaías Daibem estaria neste crucial momento do país engajadíssimo na campanha pelo LULA LIVRE. Tomo a liberdade de postar uma antiga foto dele ao lado do ex-presidente na galeria dos que estão a defendê-lo. Foi um dos que o abrigou diversas vezes em sua casa nas vindas para Bauru. Isaías foi vereador em Bauru, militou não somente no PT, mas em outras agremiações políticas, sempre do campo progressista. Esteve engajado numa trincheira de luta que grande valia no passado, a da igreja católica de esquerda, algo hoje dito de forma distorcida como comunista. Valoroso, ele e toda sua família, pois sei muito bem que não só ele estaria envolvido com muitas lutas, mas sua esposa, a querida professora, mestra Ana Maria Lombardi Daibem, como seus dois filhos Celio Daibem e Daniel Daibem. Não cito a filha, pois não a tenho no facebook. Uma unida família, sempre altaneiros em prol da luta pelas boas causas neste país. Muita saudade tenho dele e de como, com seu jeito e maneira de tocar as coisas políticas, nos dava diárias lições de como enfrentar as agruras todas que vivenciávamos pela frente. Os Daibem são todos de muita fibra, resistência e luta.
02.) QUERO ESCREVER DE MAYSA BLAY...
Aqui em Bauru SP, poucos conhecem Maysa Blay. Eu e a esposa Ana Bia Andrade somos um desses. Ana nunca esteve com ela pessoalmente, eu estive uma só vez, mas ela me conquistou pelas suas atitudes e o modo como tocava sua vida, sem medo de ser feliz. Conto algo aqui. A Ana herdou do seu falecido pai um apartamento ali perto do Largo do Machado, rua Gago Coutinho, do lado do metrô, coração da cidade do Rio de Janeiro. Era onde seu pai morou, lugar que vivia entulhado de livros, um paraíso na face da terra. Para mim, o lugar onde mais existiam livros por metro quadrado na face da Terra. Ele faleceu, os livros tiveram de deixar o lugar e foram espalhados mundão afora. Muitos estão conosco, outros se perderam pela aí. Ana veio trabalhar em Bauru, na Unesp, professora de Design e me conheceu. Gostou do lugar, de parcela de gente daqui, se enturmou e diante de tudo o que vê acontecendo com o seu Rio (é tijucana do Grajaú/Andaraí) acabou virando caipira interiorana. Para consolidar sua permanência em Bauru teria que vender alguns imóveis no Rio e um deles foi esse apartamento. Inenarráveis os momentos ali vividos por ela junto do pai e meus naquele paraíso cercado de livros por todos os lados. Recordações que nunca mais me sairão da mente, além das fotos que revejo com o maior carinho do mundo.
O apartamento foi colocado á venda e fiquei uns dias morando nele, vazio, num colchonete, recebendo interessados. Num dia me aparece indicada por uma imobiliária da região essa senhora, judia, pequenina, cabelo enroladinho, grisalha e junto da filha, para quem compraria o imóvel. Vem, assunta, circula, faz perguntas e me diz ter gostado muito ("dentre os vários que vi, esse realmente vale a pena", disse). Quando volta, outra pessoa a leva ao apartamento, eu já havia voltado para Bauru. Realmente eles gostam do apartamento e em poucos dias o compram. Até aí nada de anormal, ou tudo normal. O fato foi que isso tudo me possibilitou conhecer um pouco mais dela. Nem sei como, mas em poucos dias já éramos amigos e um curtindo os posts do outro. Ela sempre foi contra o impedimento de Dilma, a prisão de Lula e defendia os interesses populares. Ela sempre foi do meu time e nos escritos ficou estabelecido que dali por diante, algo ocorreria muito além da venda/compra do imóvel: seria nossa amigona do peito. Que baita mulher, deu para perceber logo de cara. Ela e Ana se entenderam pelas conversações via internéticas e se admiravam mutuamente, eu idem. Tínhamos a mais absoluta certeza: como é salutar conhecer pessoas assim iguais a ela.
Que finesse no trato com tudo. Adorei uma passagem da venda, quando ela visitando o apartamento percebe a sacanagem dos corretores e pede para uma amiga que havia ficado com a chave para mostrar aos interessados e sorrateiramente pede a essa: "Conhece de fato a dona? Pois me dê o fone dela, não quero mais tratar com esses sacanas e sim diretamente com ela". Assim foi feito e assim pudemos conhecê-la. Foi amor à primeira vista. Ana e eu nos encantamos com ela. Que baita mulher, exemplo de vida e de resistência. Funcionária pública, servidora do INPI, dessas vestindo a camisa do lugar onde está, fez e aconteceu na defesa do serviço público de qualidade e na sua manutenção como exponencial e essencial para a continuidade da normalidade institucional do país. Por ela também nos apaixonamos por bicicletas. Na verdade, ela pedalava muito mais que nós dois juntos, mas virá dela o incentivo para voltar a fazê-lo. Pois bem, o apartamento foi entregue nas mãos de uma pessoa, que com toda certeza soube dar o valor que ele tem de fato. Deu continuidade para aquilo tudo que foi ali vivenciado até então. E, desde então, trocávamos conversações pelo facebook, com promessas mil de nos conhecermos mais nas idas e vindas ao Rio de Janeiro. E isso, infelizmente não foi possível. Eu e Ana temos retornando muito poucas vezes ao Rio e perdemos a rica oportunidade. Éramos amigos à distância, sem a conhecê-la no contato pessoal.
Ela me lembra em muita coisa meu sogro, José Pereira de Andrade, procurador do município do Rio de janeiro, maluco por Machado de Assis e Drummond, conhecido de todos os livreiros do centro da cidade. Com o valor do apartamento vendido, Ana comprou um bem maior aqui em Bauru e mesmo sem querer, Maysa tem parte nele, pois comprando o do Rio, nos possibilitou o momento certo de aquisição deste onde moramos hoje. Seremos eternamente gratos a ela por ter possibilitado esse grandioso momento em nossas vidas. Eu e Ana Bia, estamos chorosos aqui de longe, pois temos a mais absoluta certeza de que gente como Maysa são dessas que valem muito a pena, peças cada dia mais valiosas e raras neste mundo cruel e insano dos dias atuais. Estamos tristes demais pelo seu passamento no último final de semana no Rio de Janeiro. Essa história vivida com ela nos dá o reforço necessário de que tudo isso ainda tem salvação.
03.) NÃO EXISTE RIQUEZA SEM ALGO DE MUITO SACANA POR DETRÁS
Impossível a riqueza ser construída de forma honesta, sem que algo ocorra, os desvios de praxe, inerentes ao capitalismo, ditos como normais por alguns. O ator Pedro Cardoso escancara isto. Lembro de uma história que tive, uma entrevista gravada para um livro que não vingou, com um famoso juiz aposentado de Bauru. Ele me disse textualmente sobre Bauru, mas serve para todos os demais lugares, do país e do restante do planeta: "Henrique, aqui em Bauru, todas as fortunas foram construidas de duas formas. Ou o sujeito ganhou na loteria ou algo foi feito no percurso, muita sacanagem até chegar a ter a grana que tem. O fato que gostaria de deixar bem claro é que, aqui em Bauru, ninguém até agora ganhou na loteria". Cardoso tem toda razão deste mundo em sua afirmação. Se faz necessário exemplos? Vejam o link: https://www.revistaforum.com.br/pedro-cardoso-diz-que-nao-ha-modo-de-ficar-milionario-que-nao-seja-roubando-os-outros/
04.) RUAS E LULA
Começou ontem hoje em Bauru a comemoração da Semana da Diversidade, ou mais especificamente a Semana de Combate ao Preconceito e a Discriminação, culminando com a Parada da Diversidade no próximo domingo. Ontem na Feira do Rolo, Bruna Ambrosyo do Valle, uma linda mulher trans desfilava sua beleza e fez questão de ser fotografada ao lado da grafite da cafetina bauruense, Eni Cesarino. Cabeleireira em José Bonifácio, cidade onde reside, bem ao lado de São José do Rio Preto, está passando alguns dias em Bauru, revendo amigas e fez questão de deixar bem claro: "Sempre fui Lula e nessa campanha, queremos o LULA LIVRE, candidato e presidente de novo". Sem medo de ser feliz e de deixar bem claro seu posicionamento, fez sucesso na feira, bem antenada com o momento político do país, marca presença e amplia seu leque de amigos. Com a publicação de sua foto o pontapé inicial dessa instigante Semana inserida no calendário de eventos de Bauru.
05.) SABOR INENARRÁVEL LER MINO CARTA DESCREVENDO SUAS RELAÇÕES COM A EDITORA ABRIL, DESEMBOCANDO NA FALÊNCIA DOS DIAS ATUAIS
https://www.cartacapital.com.br/revista/1017/o-estrategista-do-naufragio
Igreja Católica de esquerda é a teologia da libertação (que é socialista e comunista). Qualquer católico que conheça sua doutrina sabe que quem apoia o comunismo está automaticamente EXCOMUNGADO. frei beto, leonardo boff e cia ltda estão EXCOMUNGADOS.
ResponderExcluircomunista necessariamente é ateu. Pare de enganar os coitados dos católicos que não conhecem sua própria doutrina. Pare de mentir.
Saudades. Isaías, Esse sim era um homem de esquerda e que certamente lutaria pela liberdade do Lula.
ResponderExcluirInês Ferreira - jornalista
Para o anônimo do primeiro comentário:
ResponderExcluirVocê parece não entender patavinas do que prega diariamente o seu papa do catolicismo. Se praticasse o que ele diz não escreveria tanta besteira.
Henrique - direto do mafuá
COMENTÁRIOS FACEBOOK SOBRE MAYSA BLAY:
ResponderExcluirLydiane Moura Que linda! Parece ser forte e meiga!
Rosangela Maria Barrenha Que pena...
Carla Branco · 4 amigos em comum
Chorei aqui, Henrique. Obrigada por essa história. Lindo seu carinho com a Maysa 😘
Josef Chmerl Czernocha · Amigo(a) de Maysa Blay
Volta aos céus uma boa alma.
Marcia Halfim Não sabia q ela era a compradora di apê do seu pai. Uma figura bem bacana🙏
Obadias Garcia · Amigo(a) de Maysa Blay
Só lembrança Amiga Maysa Blay
Lelena Silva · Amigo(a) de Maysa Blay
Mais uma linda história real da querida Maysa Blay. ❤️
Benita Prieto · Amigo de Maysa Blay e outras 8 pessoas
Nossa como você me emocionou. Maysa Blay segue viva em nós. Veja Daniele Ramalho que lindo relato
Suely Schafirovits · Amigo(a) de Maysa Blay
Realmente mais uma linda história da querida Maysa Blay. 💕💕
Geraldo Blay Ge Blay · Amigo(a) de Maysa Blay
Henrique , que história linda, obrigado por compartilha-la conosco , um grande abraço pois sinto em suas palavras quem vcs são.
Eliane Sampaio · Admiradora.
Fabio Campos Maysa era amiga nossa. Eu e Luciana a conhecemos por intermédio de uma outra amiga, a Daniele Ramalho. Muito delicada e gentil, não éramos tão próximos mas, pessoalmente, sempre a víamos, nos aniversários e encontros dessa amiga em comum, como uma pessoa especial e extremamente delicada, com um sorriso bonito nos lábios e um olhar cândido, como nessa foto. Luciana e eu ficamos muito triste com sua partida. Agora, essa incrível coincidência! Nada é à tôa...
Almir Monteiro Linda e verdadeira mensagem!