sexta-feira, 14 de setembro de 2018

CENA BAURUENSE (176)


O EVENTO DOS TRINTA ANOS DA INCORPORAÇÃO DA UNESP E OS TRABALHADORES NOS BASTIDORES
Estive no evento dos 30 anos da incorporação da FEB pela Unesp, hoje o maior campus dessa universidade. O evento ocorreu no Guilhermão e num momento ouvi até algo sobre quem foi o nome que todos conhecem, mas nada sabem dos motivos da homenagem. Foi gratificante ver minha eterna orientadora do mestrado, Maria Cristina Gobbi na mesa montada no palco e produzir um discurso belo e sincero. Como foi também muito belo ver novamente o pessoal da Cia Estável da Dança se apresentando para todos, inclusive o prefeito, que assim teve oportunidade de assistir um espetáculo que até então não havia tido tempo (sic) de ir ver pessoalmente nas apresentações no teatro. 30 anos, gostei de saber da participação do então deputado Tidei de Lima, secretário do governo de Quércia e do seu irmão, Antonio Tidei nas negociações de bastidores para que a incorporação de fato ocorresse. Faltou convidarem Tuga Angerami, também professor da Unesp e o prefeito na época da transição.

Presenciei tudo, mas algo me chamou a atenção e é sobre algumas pessoas ali presentes, pouco notadas o motivo principal deste meu escrito. A Orquestra do Município tocou no evento, primeiro executando o Hino Nacional e depois mais algumas canções. Percebam o orgulho para o prefeito, ali presente, pois num evento tão pomposo, a Orquestra e a Cia de Dança, ambas públicas são as convidadas para abrilhantar o evento. Nos bastidores da Orquestra fico olhando durante bom tempo para alguns servidores públicos municipais, os também ditos e vistos como “carregadores de piano”. Os que trazem e levam de volta todo o aparato da apresentação. Do lado de fora um caminhão baú da Prefeitura e esses montando e depois desmontando tudo. Um deles, o Paulão, uma espécie de mordomo da Orquestra e hoje também guardião da Estação da NOB, o quartel-general deles, estava lá, filmou com seu celular parte da apresentação, o que demonstra um algo mais, ele não estava ali só para cumprir uma obrigação de serviço, mas ama o que faz.

Escrevo mais do Paulão Custódio. Boas lembranças quando o via ali defronte o Automóvel Clube velando na entrada do local, cuidando de todos os detalhes. Estavam no Guilhermão, ele e mais dois, cujos nomes não me lembro, mas alguém vai me ajudar e os citarei com a devida pompa e reconhecimento (achei que um deles é o Diogo Cosmo. é isso mesmo?). Tricotaram durante a apresentação, mas pegaram no pesado quando tudo se encerrou. São organizados e cada fileira dos músicos saem uma a uma escada acima, sem aquele corre-corre, cada um guardando seu próprio instrumento. O mais pesado ficou com o trio comandado pelo Paulão. Poucos notaram a presença deles, mas eu os enalteço, pois são valorosos, os tais imprescindíveis no que fazem e como fazem. O que seria dos espetáculos todos sem esses por detrás de tudo?

A Unesp Bauru é tudo isso que vemos hoje por causa de tudo o que foi citado nos pronunciamentos, mas assim como fiz questão de notar, nada ocorre sem os anônimos, esses atuando nos bastidores, carregando literalmente pianos. Minha sincera homenagem a esses todos, os que carregam a Unesp às costas e os que carregam o peso nas idas e vindas dos equipamentos necessários para as apresentações culturais, tanto da Cultura Municipal como tudo o mais. Como tristemente constato pelas aberrações sendo aprovadas por um Congresso Nacional insensível e insano, não sei se eles ainda são empregados estáveis ou se já fazem parte do novo modal de contratação, a terceirização, que se não chegou também está batendo às portas da Unesp e de tudo o mais.

OBS.: Nessa última foto, enquanto o maestro rege a orquestra, Paulão grava parte da apresentação com seu celular, numa dedicação de quem ama o que faz. O cara é batuta!

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