domingo, 5 de maio de 2019

DIÁRIO DE CUBA (108)


MÃE CUBANA

Ela se foi nessa semana, a mãe da querida mestra de música Rosa Maria Tolon. Ela viveu uma vida à maneira cubana, de forma intensa, generosa e cheia de muita luz. Veio ao Brasil pelo menos três vezes, visitar a filha e eu estive em sua casa no ano de 2008, quando por lá passei um mês (não em sua casa, em Cuba). Fui recebido por ela e os seus (Rosa estava aqui no Brasil dando aulas na USC), primeiro num jantar em família, depois quando da despedida outros reencontros. Conheci todos, parentes próximos e vizinhos. Foi lindo a forma possibilitada, quando eu e Marcos Resende, meu companheiro na empreitada, procuramos Rosa dizendo que estávamos indo conhecer seu país. Ela nos abriu as portas de sua casa cubana, contatou a mãe, seus irmãos, parentes e a recepção foi alvissareira, inesquecível. Nas vezes em que aqui esteve, fui revê-la, sempre com um baita sorriso no rosto e aquela expressão de quem vive a vida pelo seu lado mais saudável e palatável, o do bem estar coletivo. Os cubanos, como todos sabemos são pobres, mas dignos, vivem com o necessário, o básico não lhes falta, muito menos cultura, lazer e conhecimentos gerais, o que os impedem de serem dominados, como o são nesse momento os brasileiros. Ela comprovou para todos nós, algo até hoje difundido como não possível em Cuba, a viagem de seus habitantes mundo afora.
Com as viagens que fez ao Brasil, para visitar a filha, demonstrou que tanto lá, como cá, tendo condições de pagar a passagem, ela não só é possível, como acontece, sem maiores delongas e problemas. Conheci através desta viagem todos os familiares dessa boníssima família, tanto os residentes em Cuba, como os aqui (o filho de Rosa, Amílcar é hoje um integrado bauruense/cubano, meu dileto amigo). Sentirei não só saudades do que passei em Cuba, na casa dessa senhora, do convívio com os seus, pois sei que, esses momentos são mais do que irrecuperáveis, imortais e me enternecem para sempre. Ao saber de seu passamento, além da tristeza, o filme que me passou na cabeça é desses onde penso muito no que poderia ser feito deste mundo, quando as pessoas ousassem ter em vida a oportunidade de desfrutar de um mínimo generalizado, sem essas bestiais divisões e impedimentos do mundo onde vivemos. Rosa me dizia na época que a mãe, aposentada, saia frequentemente de ônibus, praticamente gratuito para eles, indo semanalmente ao cinema, consertos, balés, bailes e afins. Existe um lazer disponível para todos de sua idade, sem custos e impedimentos, todos desfrutam. E ela sabia muito bem tocar sua vida. Ela vai morar eternamente no meu coração.

O CASO DOS DESTOMBAMENTOS EM BAURU SE CONCRETIZANDO
Não era só rumores; no Entrelinhas de hj: "O secretário de Cultura, Rick Ferreira, vai chamar uma reunião do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (Codepac), na semana que vem, para que seja definido um presidente. Em seguida, devem ser colocados em votação processos que estão parados há mais de dois anos, período em que o Conselho ficou inativo. Entre eles, constam o destombamento do Hotel Milanez e da Casa dos Pioneiros, e alteração em pontos do tombamento do Aeroclube." Enviado por Pedro Romualdo, fotógrafo da Câmara Municipal de Bauru especialmente para este mafuento HPA.



JÁ RESERVOU A SUA?

Miguel Repiso em sua tira no diário argentino Página 12, edição de ontem deixa bem claro que famílias inteiras já moram dentro de lixeiras na capital daquele país, Buenos Aires, algo a se repetir por onde viceje o tal do neoliberalismo predatório, essa espécime do capitalismo onde o ser humano é tratado como lixo. Daí, gente como Macri, o mandatário deles, como Temer/Bolsonaro, os nossos, são muito além de vilões, pois seus desGovernos não terão em nenhum momento seus olhos voltados para os interesses populares. Basura pura. Isso mesmo, bestiais de plantão, apoiem com todo louvor iniciativas como a reforma da Previdência e o fim do incentivo para as universidades públicas, continuem ao lado do bolsotarismo. Observem a tira e se preparem, aliás, reservem sua lixeira o quanto antes, pois a concorrência está grande.
Tenham tudo, todas e todas um ótimo domingo, recheado de boas reflexões sobre a necessidade da Desobediência Civil como linha de frente de nossos atos.

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