sábado, 20 de julho de 2019
BEIRA DE ESTRADA (110)
CONLUIO GOLPISTA EM PLENO DESENVOLVIMENTO, UMA EXPOSIÇÃO, CANTORIA NUM BAR, REUNIÃO DE GENTE AMIGA - TENTANDO DAR UM PROSSEGUIMENTO PARA A VIDA Quando me propuseram a exposição que hoje estará sendo aberta, a PERSONAGENS SEM CARIMBO - O LADO B DE BAURU, uma extensão do trabalho que faço desde décadas, cheguei a pensar: "Será que vale a pena a gente ainda expor algo diante desse conflitante momento que o país vive? Não seria mais produtivo a gente centrar fogo no combate a tudo o que aí está?". Isso me deixou encucado por alguns dias, até o momento em que, diante da persistência do Fabricio Genaro, o dono do Bar do Genaro, disse pra mim mesmo: "A gente faz festa, mas tá puto da vida". Esse slogan serve para todos os encontros que fazemos lá pelos lados do Mafuá, pois vão muito além de uma simples festa, servem para reunir os próximos e extrair desses encontros, não só a renovação da esperança, o ímpeto por continuar lutando e ver como cada um está se saindo com esses novos tempos, cada vez mais dantescos.
Festa por festa, tenham certeza, nada sairia, mas no proposto está claramente embutido um algo mais dessa resistência, tão necessária nos dias atuais. Seguindo também o antigo lema, "Resistir é Preciso", pensei em muitas coisas para expor e por fim, fiquei com meus personagens, o motivo principal de meus diários escritos. Eles, por si só, são todos a cara da própria resistência, pois em sua maioria são hoje os mais prejudicados com toda a transformação para pior que o país está temporariamente (acredito nisso) atravessando. Basta observar em como cada um dos retratados resiste, como se dá o seu dia a dia, onde está situado e a constatação, esses são duros na queda. Nem todos podem ter a exata consciência do que de fato está ocorrendo ao país, alguns ainda estão um tanto enganados por um discurso feito diuturnamente via mídia massiva, quando chegaram a acreditar que o algoz era o mocinho e os que lhe ajudaram até bem pouco tempo eram os bandidos. Uma inversão ainda em curso no país, ainda mais agora, quando chegamos nos 200 dias do desGoverno de Bolsonaro e a crise só se aprofunda. Mais dia, menos dia, vai ser impossível continuar tapando o sol com a peneira e tudo vira à tona.
Expondo simplesmente a carinha de cada lutador (a), numa exposição das mais simples, o embutido nas entrelinhas está a dizer para todos nós, o quanto necessitamos continuar na lida, espada em riste e crendo em alguma possibilidade de reversão do baú de maldades sob nossos costados. Me peguei a analisar um por um dos trinta escolhidos e tentei fazer uma alusão do momento vivido por todos em outros tempos, talvez uns dez anos atrás e o atual. Uma clara e evidente deterioração em tudo, com enormes possibilidades de piorar ainda mais, pois a tal venezuelização que Bolsonaro apregoa ter afastado o país, ela se aproxima a passos largos com ele no poder. A miserabilidade só avança e tudo muito claro nos atos dos golpistas em conluio no poder. Vendo por esse prisma, essa exposição tem mais do que um sentido, um mote, para ser uma espécie de guia de conduta. Eu sempre estive do lado desses, nunca me afastei e nunca me afastarei, mas o que veio depois de 2016, quando golpearam Dilma foi exatamente algo para calar a voz desses e suprimir direitos, garantias e benesses até então vigentes justamente para essa camada da população. São os que se danaram de verde-amarelo.
Assim sendo, meus caros e caras, essa exposição não tem nada de festa, nem de oba-oba, muito pelo contrário, ela tem cara, identidade e está sendo feita justamente para escancarar e propor a continuidade da luta por esses e por todos nós, os grandes prejudicados, pois nenhum de nós faz parte da minoria hoje se beneficiando desse triste momento, onde a exploração do homem pelo homem foi mais que acentuada e as desigualdades estão sendo ampliadas para patamares nunca dante vistos. Por favor, peço a todos, enxerguem isso, pois é isso o que estou querendo mostrar com essa exposição. Vamos todos estar rindo hoje a noite, se abraçando mutuamente, mas um tanto sorumbáticos, preocupados e até aflitos, angustiados, pois a estocada dada está calando fundo, mas não nos verga e nem nos vencerá. Esse povo aqui retratado, igualzinho a todos nós, somos todos aroeira pura, vergamos mas não quebramos. Olhe bem para a carinha de todos e constate, se enxergue neles, vamos nos unir mais, pois unidos ninguém pode conosco e é disso que precisamos, muita união para vencer esse dragão da maldade e ver frutificar novamente algo novo, com os olhos voltados para o benfazejo coletivo. Em nenhuma das fotos você vai encontrar figurões desta cidade, pérfidos defensores do status quo, representante das tais elites, os "forças vivas" ditos pela imprensa massiva. Aqui estão alguns dos forças mais que vivas, os que levam essa cidade, estado e país nas costas, sendo pouco reconhecidos. A eles meu carinho e atenção, a eles meu empenho e meu um pouco do meu conhecimento, minha experiência. Tento revelar um bocadinho de cada um com meus escritos e fotos e se assim for entendido, tenham certeza, meu objetivo estará plenamente alcançado.
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