Juntada 1 - ESCAPULIDA PARA VER O FILHO ENFURNADO NO MEIO DE LIVROS EM ARARAQUARA
Das coisas que não possuem preço nesta vida. Quando o bicho começou a pegar, liguei o motor e fui dar com os costados em Araraquara, onde fui mesmo é me recarregar de filho. Passei algumas horas junto dele e voltei com as baterias novinhas em folha. Só de vê-lo no meio do papelucho, sei que anda em muito boa companhia, daí volto ainda mais feliz da vida. Esse o lado mais saudável deste ainda aproveitável mundão véio e sem porteiras. Quando lhe perguntei se andava lendo mais ou menos, por causa das novas atividades, me disse: "Menos, infelizmente, mas no mínimo uns cinco livros por mês". Pronto, média a me satisfazer e muito. Vou ter que correr um pouco para alcançá-lo, mas prometo desde já, tentar e tentar.
Telefone toca no meio da tarde e do outro lado, o amigo Roque Ferreira com um convite desses irrecusáveis. "Vamos juntos levar uma carga de mantimentos lá no Cannã, ali ao lado do cemitério Cristo Rei?". Como declinar de um baita convite desses e tendo como companheiro de viagem, nada menos que nosso melhor vereador dos últimos tempos? Carregamos o carro com as doações conseguidas pelos meios disponíveis, parceiros do Sindicato dos Ferroviários e deixamos tudo para ser distribuído entre as famílias ali deslocadas. Missão cumprida. Um novo bairro se alevantando, enfincado no meio desta insólita Bauru, este com muito orgulho e reconhecimento: são de luta e resistência.
OBS.: desta forma e jeito melhoro de minhas dores internas e externas.
OBS.: desta forma e jeito melhoro de minhas dores internas e externas.
Juntada 3 - DUAS DICAS DE FILMES
DICA UM - "SANTIAGO, ITÁLIA', documentário de Nanni Moretti, Itália/França/Chile, 2018, 80 minutos. Trailler: https://www.youtube.com/watch?v=dL7R9OTtQMY. A narrativa começa nos anos 1970 e vai até 1973, durante o governo de Salvador Allende, no Chile. Os personagens do filme foram salvos pela Embaixada italiana no Chile, um dos poucos refúgios seguros do cerco militar. Foi assim que quase 250 refugiados, de 30 a 40 crianças entre eles, conseguiram sobreviver. Produz um relato simples e necessário que faz pensar na Itália de 2018, que recebe tantos refugiados da África, como no Brasil golpeado de 2016.
DICA DOIS - "DIVINO AMOR", documentário de Gabriel Mascaro, Brasil, 2019, 100 minutos. Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=NGx9pSpNzBA. Estamos em 2027, o Brasil ainda se diz laico, mas se transformou numa república teocrática em que a Festa do Amor Supremo substituiu o profano Carnaval. Jovens dançam ao som de música techno que dá graças ao Senhor, entre bandeiras do Brasil e clamores de "a família acima de tudo". O "Brasil mudou", advoga a propaganda. Tudo assemelha-se incomodamente ao que estamos vivendo hoje.
DICA UM - "SANTIAGO, ITÁLIA', documentário de Nanni Moretti, Itália/França/Chile, 2018, 80 minutos. Trailler: https://www.youtube.com/watch?v=dL7R9OTtQMY. A narrativa começa nos anos 1970 e vai até 1973, durante o governo de Salvador Allende, no Chile. Os personagens do filme foram salvos pela Embaixada italiana no Chile, um dos poucos refúgios seguros do cerco militar. Foi assim que quase 250 refugiados, de 30 a 40 crianças entre eles, conseguiram sobreviver. Produz um relato simples e necessário que faz pensar na Itália de 2018, que recebe tantos refugiados da África, como no Brasil golpeado de 2016.
DICA DOIS - "DIVINO AMOR", documentário de Gabriel Mascaro, Brasil, 2019, 100 minutos. Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=NGx9pSpNzBA. Estamos em 2027, o Brasil ainda se diz laico, mas se transformou numa república teocrática em que a Festa do Amor Supremo substituiu o profano Carnaval. Jovens dançam ao som de música techno que dá graças ao Senhor, entre bandeiras do Brasil e clamores de "a família acima de tudo". O "Brasil mudou", advoga a propaganda. Tudo assemelha-se incomodamente ao que estamos vivendo hoje.
Juntada 4 - REABERTURA DO MAFUÁ
PEDIDO 1 - Posso contar contigo na reabertura do Mafuá, festa coletiva, 08/07, véspera do feriado paulista? Tomateiros se mobilizando para devolver vida ao Mafuá. Vai ter música ao vivo, papo político, defesa da soberania deste varonil rincão. Ursal sobrevive e coloca novamente suas asinhas pra fora...PEDIDO 2 - MAFUÁ tomando forma e jeito...Reabertura da Ursal bauruense na próxima segunda, 8/7, véspera do feriado, a partir 19h. Tomateiros e afins convocados e simpatizantes libertários convidados. Tragam alguma bebida e uma carne para churrasco ou um petisco. Unidos a gente vai levando, enquanto não viramos essa mesa.
Juntada 5 - PEQUENA ESCREVINHAÇÃO SOBRE VIVALDO PITTA
Semanas atrás estive por várias vezes no Museu Ferroviário e dentre tudo o que vi ali sendo feito, um novo belo palco na parte interna, o pátio central, espécie de jardim cultural, todo recortado em madeira, lindo e já pensando em suas futuras utilizações. Orlando Alves e equipe se esmeram na coisa. Ao visitar o amigo, encontro em paredes não no interior do museu, mas em outra área, todas fixadas juntas, algo a me chamar a atenção. A obra quase toda de um inusitado pintor destas plagas, Vivaldo Pitta, feita inteira baseada somente num tema: os trilhos férreos.
Escrevo algo dele. Privei de um bom relacionamento com ele, pessoa com suas convicções, diferentes das minhas, mas com alguma coisa em comum, uma delas o amor por museus e outra por papéis. O via circulando pelas linhas férreas em Bauru e muitos diziam estar coletando bens para levar pra Avaí. Levou muita coisa, conquistou outras por doações e assim nasceu o hoje museu Ferroviário e Municipal, que após sua morte, passou a levar seu nome. Ele conseguiu levantar e manter aquele museu no muque, tocado ao seu modo e jeito, com o que sua cabeça mandava, algo hoje não recomendado por museólogos, mas tendo muito de um amor e disposição valorizados por mim. Enquanto viveu conseguiu também manter um jornal impresso, levando o nome do museu, mas com notícias locais. Foi o último a circular na cidade pela via impressa. Ou seja, seu Pitta arregaçava as mangas e ia à luta sem pedir licença. Não saia do hoje ainda não reaberto Museu Histórico Municipal de Bauru e dali saia suas pesquisas, focadas em cima de publicações dos primórdios desta Bauru e região, base para seus textos. Essa sua pesquisa é algo pelo qual gostaria imensamente de ler hoje, pois ele a fez com muito afinco e dedicação. Esses seus papéis interessam a todo e qualquer historiador ou memorialista. Estaria de posse do Museu de Avaí?
Esse foi seu Pitta, que dentre todas essas coisas, foi ferroviário e após sua aposentadoria dedicou-se de forma integral ao museu avaiense e as pesquisas sobre a história do nascimento de nossas cidades. O via sempre junto de outro memorialista, o Gabriel Pelegrina, na casa deste, conversas inenarráveis, nunca registradas. Algumas viraram texto de livros, outras, a maioria delas se perderam no tempo e nunca mais serão recuperadas, pois ambos já se foram. O que ficou de gente como o Pitta está pela aí e ao bater os olhos nos quadros, acervo do museu bauruense, vejo que na quantidade ali exposta, percebo o quanto ele produziu, pois era desses com pilha que não se descarregava de jeito nenhum. Tirei foto dos quadros e aqui os publico, para apreciação coletiva.
Semanas atrás estive por várias vezes no Museu Ferroviário e dentre tudo o que vi ali sendo feito, um novo belo palco na parte interna, o pátio central, espécie de jardim cultural, todo recortado em madeira, lindo e já pensando em suas futuras utilizações. Orlando Alves e equipe se esmeram na coisa. Ao visitar o amigo, encontro em paredes não no interior do museu, mas em outra área, todas fixadas juntas, algo a me chamar a atenção. A obra quase toda de um inusitado pintor destas plagas, Vivaldo Pitta, feita inteira baseada somente num tema: os trilhos férreos.
Escrevo algo dele. Privei de um bom relacionamento com ele, pessoa com suas convicções, diferentes das minhas, mas com alguma coisa em comum, uma delas o amor por museus e outra por papéis. O via circulando pelas linhas férreas em Bauru e muitos diziam estar coletando bens para levar pra Avaí. Levou muita coisa, conquistou outras por doações e assim nasceu o hoje museu Ferroviário e Municipal, que após sua morte, passou a levar seu nome. Ele conseguiu levantar e manter aquele museu no muque, tocado ao seu modo e jeito, com o que sua cabeça mandava, algo hoje não recomendado por museólogos, mas tendo muito de um amor e disposição valorizados por mim. Enquanto viveu conseguiu também manter um jornal impresso, levando o nome do museu, mas com notícias locais. Foi o último a circular na cidade pela via impressa. Ou seja, seu Pitta arregaçava as mangas e ia à luta sem pedir licença. Não saia do hoje ainda não reaberto Museu Histórico Municipal de Bauru e dali saia suas pesquisas, focadas em cima de publicações dos primórdios desta Bauru e região, base para seus textos. Essa sua pesquisa é algo pelo qual gostaria imensamente de ler hoje, pois ele a fez com muito afinco e dedicação. Esses seus papéis interessam a todo e qualquer historiador ou memorialista. Estaria de posse do Museu de Avaí?
Esse foi seu Pitta, que dentre todas essas coisas, foi ferroviário e após sua aposentadoria dedicou-se de forma integral ao museu avaiense e as pesquisas sobre a história do nascimento de nossas cidades. O via sempre junto de outro memorialista, o Gabriel Pelegrina, na casa deste, conversas inenarráveis, nunca registradas. Algumas viraram texto de livros, outras, a maioria delas se perderam no tempo e nunca mais serão recuperadas, pois ambos já se foram. O que ficou de gente como o Pitta está pela aí e ao bater os olhos nos quadros, acervo do museu bauruense, vejo que na quantidade ali exposta, percebo o quanto ele produziu, pois era desses com pilha que não se descarregava de jeito nenhum. Tirei foto dos quadros e aqui os publico, para apreciação coletiva.
Juntada 6 - ESSO MACIEL E SEU PRESENTE NA REABERTURA DO MAFUÁ
O artista plástico Esso Maciel retratando o mafuento HPA nas paredes do Mafuá, dentre as novidades da reinauguração marcada para segunda, 8/7, véspera do feriado, a partir das 19h. O espaço está sendo retocado, remobiliado, revitalizado, rememorado, redirecionado, recondicionado, recuperado, recomposto, retocado, repintado, rebosteado, revirado, remodelado, reajustado, tudo para propiciar aos que aqui estarão uma recepção à altura de tudo, todas e todos resistindo às investidas bestiais conservadoras desses tempos. Esso dando sua contribuição. Você vem, né? A gente faz festa mas continua muito puto da vida. Traga uma bebidinha e comidinha, desfrute de boa música e companhias só possíveis ao lado dos Tomateiros.
Lidia Possas Henrique o seu incrível trabalho de “garimpeiro social urbano” nos alerta para as práticas diárias na contra mão de uma sociedade maus democrática 👏👏
ResponderExcluirHenrique Perazzi de Aquino Adorei o GARIMPEIRO SOCIAL URBANO, estava procurando um título para exposição que vou fazer no Bar do Genaro, na vila Falcão, com fotos desta Bauru que enxergo ao meu modo e jeito e creio, ter surgido o nome, graças a ti. Abraços e beijos, minha eterna mestra no curso de História da USC, alguém me abrindo mais e mais os olhos para conseguir enxergar de fato o que se sucede pela aí.
COMENTÁRIOS SOBRE PITTA VIA FACEBOOK:
ResponderExcluirFernanddo Calixto Parabéns pela homenagem, o Pitta foi uma excelente e pessoa e um gostava muito da ferrovia, tina um acervo de maquinas fotográficas, vivia fotografando tudo sobre ferrovia.
Marcia Regina Nava Sobreira Realmente ele merece ser lembrado, pois trabalhou muito pela preservação da história de Bauru e Região Noroeste
COMEWNTÁRIOS SOBRE MEU FILHO NO FACEBOOK:
ResponderExcluirFausto Bergocce Homens e livros: assim se faz um país!!!
Djairo Alves Dos Santos Bom dia sr HPA abçs dj.
Ana Paula Baldo Baldo Isso não tem preço
Helena Aquino Que delícia esse lugar !!!
Maravilhoso !!!
Lugar de sonhossss !
Respire isso , querido Henrique Aquino, só pode te fazer bem.
Denise Amaral Filho é a maior riqueza.
Helena Aquino Exatamente De querida. São nossos tesouros.
Elizandra Dias Parecido demais c vc HPA
Fernando Rafael Parabéns Henrique meu veio kkkķ
Lydiane Moura Filho Amor Maior! 💙💙
Zoel Rosa Trombetti Nossa Henrique teu filho é você mais novo. Parabéns à ele pelo o que está fazendo.
Henrique Perazzi de Aquino Zoel Rosa Trombetti, fiz o que pude e como fiz somente um, caprichei na encomenda.
Zoel Rosa Trombetti Muito bom mesmo.
Cleonice Prado Cavalhieri Faltou o meu DNA, nessa cria! Kkkk
Henrique Perazzi de Aquino Faltou nada, ele também é a sua cara, sei ser a melhor mãe do mundo.
Rosangela Silva Filho de peixe, peixinho é!
Rosangela Silva Pai e mãe exemplares = filho nota 10!
Antonia Cavalhieiri Fofura da minha vida Deus te abençoe bjsss lindo lindo
Henrique Perazzi de Aquino Antonia Cavalhieiri, isso tudo foi para o pai ou o filho?
Regina Celia Furlanetto É uma livraria/sebo que fica na rua Sete de Setembro? Tem um nome diferente. Quando morsva em RP e vinha pra Bauru sempre passava por lá. Tenho livros e vinil de lá. É um local maravilhoso!!!
Henrique Perazzi de Aquino Regina Celia Furlanetto, Araricoera.
Regina Celia Furlanetto Henrique Perazzi de Aquino isso mesmo!
Murilo Nunes Baita média! Bonito
Marcia Regina Zamarioli 👏👏👏👏
Roberto Magalhães Pai e filho, laço que amarra bonito demais. Felicidades.