segunda-feira, 28 de outubro de 2019
PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (152)
JOGO QUE SEGUE E A BOLA CONTINUA ROLANDO, AGORA MAIS LEVE AQUI NA ARGENTINA
O DIA SEGUINTE - JUNTO DE CINEGRAFISTAS DIANTE DA CASA ROSADA E ATRÁS DE ALBERTO, AGORA "O CARA" O foco agora é outro. Macri deixa o Governo dia 10 de dezembro, mas desde já os holofotes estão voltados para outro personagem da vida polítrca argentina. Mais até que Cristina, as luzes se acendem para Alberto Fernández, o novo presidente, eleito ontem em votação expressiva já esperada. Amanheço com uma pauta na rádio 750, rever amigos do programa La Mañana. Na volta, por volta das 12h , uma passada defronte a Casa Rosada, 300 metros de onde estava e ali um aglomerado humano bem num dos portões de acesso ao local. Não é difícil descobrir quem o sejam. Tratam-se das mais diferentes equipes jornalísticas argentinas, todas em buca de imagens com Alberto. Observo as gravações ao vivo, cada um ao seu modo e jeito, seguindo a linha editorial de cada órgão, pincelando mais aqui que ali, porém todos no mesmo foco, pauta única. Na sondagem visual feita por este mafuento observador, permaneço com os olhos fixos na ação dos cinegrafistas. Enquanto os profissionais do microfone mal se cumprimentam entre si, esses mais simples são afetuosos uns com os outros. Numa tradição bem platina, não seguida pelos brasileiros, eles se beijam no rosto, num cumprimento carinhoso, coisa de amigo. Conversam muito e trocam figurinhas entre si, enquanto os jornalistas, os que irão aparecer nas telas de TV parece não se misturar, permanecendo cada um na sua, recluso, isolados uns dos outros. Coisa de concorrência. Alberto já havia ido embora do café da manhã ali tomado, mas esses continuvam na calçada, gravando para programas variados, debaixo de alguns poucos pingos de chuva, manhã fechada, céu nebuloso. Dali sigo até a rua México, defronte o número 356, bairro de San Telmo, bem perto da rádio onde estive e ali novas observações sobre algo do mesmo quilate. Ali um dos redutos da equipe da coligação vitoriosa de Alberto. Acontecia no sobrado uma reunião já com membros da equipe que fará transição e todos ali na calçada aguardando a saída destes para sondar o que está sendo tramado, construído e será implementado em breve. Novamente a mesma cena se repete e os cinegrafistas fazem a festa entre si, alegres, cordias, papos amigáveis, mesmo cada um estando em empresas distintas, sendo que o mesmo não ocorre, nítido isso, entre os profissionais do microfone. Quando ouço que a reunião ali dentro iria demorar me dou por satisfeito e sigo meu caminho, ou seja, vou bater perna a pé de lá até o hotel, olhando tudo à minha volta e tentando entender as nuances de uma cidade grande, diria, metrópole e sua relação do dia seguinte a uma eleição mudando os rumos do país. Alguém caindo de paraquedas poderia dizer que nada mudou, pois além das conversas entre as pessoas, essas hoje versando omente sobre o pleito, no mais, no visualk das ruas, tudo como se nada tivesse ocorrido. Sigo em frente...
MINHAS CRÔNICAS DAS RUAS BUENARISTAS ESTÃO MAIS REDUZIDAS E CONTIDAS POR ESSA VIA E MEIO Pelo menos por enquanto e por essa via internética, a escrevinhação sobre o que vou presenciando pelas ruas buenaristas estão um tanto restritas, reduzidas e contidas. Tudo tem seus motivos. Preciso ganhar algum, vender meu peixe. Escrevi alguns textos e os enviei para quem pode me pagar algo pelo meu trabalho e como o ineditismo precisa ser mantido até a publicação vingar, para esses o filé, aqui algo mais modesto. Juntei belas histórias, principalmente ontem quando acompenhei a festa da vitória de Alberto e Cristina, lá no Bunker da Cristina, altura do 5800 da Corrientes, bairro de Chacarita, quando umas vinte quadras estiveram lotadas e a festa durou boa parte da noite. Fotografei muitos e na maioria, buscava algo mais, o nome e um depoimento, uma palavrinha para ser utilizada nos escritos. Haja memória e papeizinhos nos bolsos, todos destrinchados hoje pela manhã. A explicação para o pouco dito e mostrado é esse. Diria ter sido um dia inebriante, onde vi estampado na fisionamia das pessoas alegria e esperança, tudo junto e misturado. Foi uma noite e tanto, algo pelo qual a gente não se esquece jamais. Mais uma bela experiência que levarei para todo o sempre. Enfim, ser testemunha ocular da história é a cachaça que todo jornalista precisa para exercer seu trabalho dentro dos acontecimentos. Esses dias tem sido muito intensos e valioso por aqui. Continuarei filtrando algo e postando também por essa via, em drops, aos poucos e com textos mais curtos, só para apimentar e aguçar a curiosidade.
ESTAMPA DO LULA MAIS APROXIMA QUE DISTANCIA, PELO MENOS AQUI NA ARGENTINA Aqui na Argentina quando estou envergando algo com a carinha do ex-presidente Lula, a abordagem se dá na certa e na imensa maioria das vezes de forma bem positiva. Comigo ocorreram várias aproximações e me espanto com algumas. No Desnivel, restaurante na rua Defensa, a da Feira de San Telmo, ontem no horário do almoço, eu e o Paulo José Oliveira Silva, meu advogado por aqui (não ando mais na rua sem estar ladeado com bom rábula), homem das comunicações de Tupã, estávamos mandando ver uma saborosa morcilla (nosso chouriço) e quando nos levantamos, conta já fechada, prontos para levantar voo, eis que um senhor lá do fundo levanta e vem em nossa direção. Preparei a peixeira, mas ele era de paz, junto da mulher puxam conversa. Paulo, seu nome, de Penapólis e ao me ver com estampa do Lula no peito pede para tirarmos uma foto juntos. Daí por diante paramos o restaurante, os garçons todos entraram no papo e claro, dia de eleição no país, um deles sofreu a maior gozação, pois no pleito anterior votou no Macri e no de hoje, com aquela carinha de arrependido e debaixo da pilheria coletiva dos seus, disse nunca mais vai querer se enganar e ser enganado. Paulo é funcionário federal, a esposa é carioca e ambos, assim como nós dois, lulistas inveterados. Saquei da algibeira dois bottons do Lula Livre e os dei de presente, sendo que o dele já foi pra camiseta no ato. Isso é para a percepção geral de que, com pouca coisa a gente transforma um lugar, altera a ordem estabelecida das coisas, detona com a calmaria e modifica da água para o vinho o desenrolar dos fatos. Quando tudo ocorreria dentro do trivial, bastou surgir algo a nos aproximar ali no ato, no caso o velho e bom Lula, para que a ordem natural dos fatos tivesse outro rumo. Esse Lula é mesmo um insubordinado, hem!!!
OS QUE CONVERSAM SÓZINHOS PELAS RUAS Cidade grande tem dessas coisas. Em cada virada de esquina algo novo e surpreendente. O que me espanta nesse negócio de celulares e outros adereços, agora acoplados aos ouvidos e boca, onde o sujeito nem fica mais com o aparelho nas mãos, pois tem algo que o sustenta pairando no ar e ele vai falando, respondendo o que ouve sem tocar em nada, mas o faz em voz alta. Você acaba participando da vida do outro, sabendo detalhes de sua vida e de como trata certas situações. Voltei a pé pelas ruas de Buenos Aires pela manhã, andando umas vinte quadras e o número de gente falando sózinho é altíssimo por aqui. Ninguém é louco, mas todos falam alto e como se estivessem sozinhos, mesmo sabendo que estão conversando com outros do lado de lado do telefone e outros escutando tudo. Existem, claro, também os exibicionistas. Numa delas deu até vontade de seguir mais, só para ver onde iria acabar aquela trágica conversa, dele se desculpando com o amigo, por não ter ido com ele num fechamento de negócio, pois estava enrolado na casa de cliente, essa o segurou e ele estava desconfiado que as intenções dela eram lhe agarrar. Histórias assim a gente deve tomar conhecimento de como terminam, enfim, a curiosidade mata. Hoje as pessoas não se limitam mais a somente falar discretamente ao fone, mas alguns tem por preferência deixar que todos ao seu lado tomem conhecimento de sua vida nada privada. Eu me assusto e creio não conseguiria fazer o mesmo, me entregar assim de bandeja para tudo o mais. Não que tenha segredos inconfessáveis, mas não acho de bom alvitre esse papo desenfreado pelas ruas, invasões de privacidade em altos decibéis. E quando isso acontece dentro de um ônibus e todos os passageiros ficam em suspense, só esperando no que vai dar as revelações sendo repassadas gratuitamente no local? Pelo menos uns três hoje num curto trajeto e isso me fez esquecer até o motivo de minha estada por essas plagas.
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