domingo, 5 de janeiro de 2020

AMIGOS DO PEITO (169)


VIAJO PRA LONGE DE BAURU, MAS NÃO ME ESQUEÇO DE ALGUNS DOS SEUS
ELIZA CARULO – EXEMPLO PARA TODOS OS NÃO DESISTINDO DA LUTA

Abro as redes sociais por esses dias aqui distante do Brasil e algo me faz parar tudo, refletir sobre o que já fomos, somos e seremos. Uma notícia não muito boa, de pessoa mais que querida, a servidora municipal aposentada e digna representante do PC do B na cidade de Bauru, ELIZA CARULO, num post de sua filha, feito desta forma e jeito: “Aqui e a filha da Eliza Carulo ....Cris Carulo quero comunicar aos amigos de minha mãe que ela se encontra na UTI do hospital São Francisco gostaria de convida los visita la tenho certeza que ela ficara muito feliz ...horario de visita e das 6 da manha as 22 horas agradeço a todos pelo apoio...”.

“Eu sempre penso com muito carinho na dona Eliza. Nos anos mais conturbados de Bauru ela sempre esteve na linha de frente. Consegue ser uma mulher lutadora e muito afetuosa ao mesmo tempo. Um beijo para ela”, postagem da jornalista Cristina Camargo que, nos anos que atuou profissionalmente em Bauru, conviveu com dona Eliza e consegue numa frase curta, simples, porém significativa extrair o que vem a ser essa grandiosa pessoa humana.

Já escrevi muito dessa baita amiga no meu reduto cravado dentro da internet, o Mafuá do HPA e aqui reproduzo o link para interessados em algo mais sobre tão magnetizante pessoa: https://mafuadohpa.blogspot.com/search?q=elisa+carulo. ELIZA, assim sempre escrito em letras maiúsculas tem algo mais em sua vida a merecer eterno destaque e consideração. Incansável batalhadora, como servidora municipal, depois como militante política, numa trajetória sem maculas, sempre ao lado dos interesses do povo trabalhador deste país. Todas as lembranças que tenho dela ao fechar os olhos e olhar lá para trás são essas, uma eterna lutadora e mesmo, depois com o passar dos anos, idade avançando, corpo já não correspondendo a contento, ela insistia em participar. Fui busca-la pessoalmente para desfilar no Calçadão numa manhã de sábado, pleno Carnaval, só por haver me dito que adoraria estar com a gente (comprou até a camiseta do bloco) junto do Bauru Sem Tomate é MiXto. E as histórias que um dia me contou quando resolvi rever parte de sua história e publicar no blog? Não tem como não se encantar com os conscientes, cientes de que, assim o sendo, suas vidas não serão as mesmas dos demais, pois passam a ser alvos. Ela foi alvo, mas se manteve altiva, nobre, digna e não se bandeou para o outro lado. Não verás em seu currículo nada de bajular poderosos.

As notícias recebidas hoje são as postadas por sua filha. Está internada no Hospital São Francisco, onde os servidores municipais possuem convênio e adoraria receber visitas de amigos, algo sempre encorajador nessas horas. Sempre terei muita coisa para repetir sobre ela para militantes claudicantes, quando diante da encruzilhada entre o prosseguir e capitular. Adoro usar o exemplo seu exemplo, persistente, resistente, aroeira pura, envergando mas não quebrando, como agora, no estaleiro em busca de breve recuperação. A ela e seu eterno envolvimento com a luta, meu eterno reconhecimento. Digna pessoa dessa terra dita e vista como Sem Limites.

DE MINHA VIAGEM AOS EUA

1.) RESISTÊNCIA - JANELA E ENCONTRO ENCORAJADORES
Simpática residência no bairro French Quarter, New Orleans USA, com significativos adesivos e recado deixando bem claro o posicionamento de seus moradores. A resistência se faz com coragem, diante de tantos sem a mesma para expor um mínimo contra o que está em curso no mundo atual neste exato momento.

Aproveito para contar breve historinha de ontem à noite:
Estava a falar com Ana Bia Andrade sobre não termos encontrado com nenhum brasileiro por aqui, quando ela sem querer no meio de uma feirinha de artistas locais, começo da noite de sábado, vento e frio aumentando, fala algo em brasileiro e o cara do lado responde: "Ouvi isso mesmo em português ou é miragem?". Não era, ele, o cara, paulista de São João João da Boa Vista, trabalhando no frio Colorado, estava passando uns dias por aqui, recebendo um casal de amigos, esses do Espírito Santo e os acompanhando uma amiga norte-americana, sua conhecida do trabalho. Abraços coletivos, ele músico, pandeirista e nos contando do seu trabalho, numa região muito fria, onde nessa época não consegue nem manter a mão fora de luva, pois a pela começa a enrijecer, mas mesmo assim vai trabalhar de bicicleta todos os dias. Me diz de show de Badi Assad em Nova York, dias 10/01, quando lá estaremos de volta, ela jazzista e já com boa carreira internacional, como ele nascidos em São João da Boa Vista. Na despedida me diz do botton do LULA LIVRE e lhes ofereço dois, sendo os mesmos colocados de imediato na lapela. Trocamos abraços de proximidade também política e logo mais, os reencontramos na entrada do bar Maiso, todos em busca de lugar quente, boa comida e principalmente refúgio na boa música desse reduto reconhecidamente boêmio da cidade. Fincamos nosso mastro por aqui e só saímos para dormir, depois voltamos.

2.) BASTIDORES DA MONTAGEM DO CARNAVAL NEWORLEANO
Fomos dar com os costados ontem num imenso barracão, ponto turístico de New Orleans EUA, o lugar onde são montados os carros alegóricos do carnaval de rua da cidade, o MARDI GRAS WORLD (www.mardigrasworld.com), estrutura de causar inveja no quesito bastidores carnavalescos. Guardadas as devidas proporções, a construção do daqui não é individual como no Brasil, escola por escola e sim, tudo junto, o que facilita a construção e manutenção, tudo reunido num só local e com um só CNPJ. Ressalto que, por aqui tudo se converte em lucro/grana/dinheiro (essa a essência do capitalismo deles - amadorismo por aqui sofre demais da conta), ações nesse sentido e o Carnaval somente mais uma delas. O daqui, concepção diferente da nossa, ocorre também neste ano em fevereiro e no barracão na tarde de ontem, sábado, 04/01, pagamos, adentramos, tivemos acompanhamento de um guia no grupo, foram nos buscar no centro da cidade em ônibus da empresa, lojinha com produtos na entrada e depois, pudemos percorrer cada cantinho do imenso barracão, ao lado do cais, beirada do rio Mississipi. Um aparato industrial, com funcionários com carteira assinada, registrados e remuneração mensal, totalmente envolvidos no quesito Carnaval. Sonhar é possível, mesmo em outra situação, bem distante da realidade vivida pelas escolas e blocos carnavalescos na maioria das cidades brasileiras. Interessante ir observando a forma como produzem a coisa por aqui, com placas imensas de isopor, coladas umas as outras e dilapidadas em verdadeiras esculturas conforme a arte feita. Li que são 80% apetrechos de isopor e 20% fibra de vidro. Uma reunião interessante de diferentes artistas, cada um num box separado e depois, na junção e acabamento, o resultado final. Uma Oficina de Flores, Área de Pinturas, Acabamento, Oficina do Chassis dos Carros (maioria com pneus de borracha sólidos para não murcharem no momento do desfile) e algo meio que improvável dentro da realidade vivida no Brasil, Sala do Robô, onde são construídos esculturas únicas. Conhecer é uma coisa, somar ideias, confrontar com outra realidade e seguir em frente, porém não sem antes brincar ousando dizer ser o Mard Grass o sonho de consumo de carnavalescos como Paulo Madureira e José Ricardo Carrijo, Cartola e Mocidade...

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