terça-feira, 10 de março de 2020

BAURU POR AÍ (174)


A APROVAÇÃO DO FIM DO OPEN BAR FAZ PARTE DO CONJUNTO DA OBRA DE CONSERVADORES COMO MEIRA

Ontem na Câmara dos Vereadores de Bauru foi aprovada a lei que proibe festas ao estilo Open Bar na cidade, autoria de um dos mais conservadores (tenho dificuldade em apontar qual o mais) dentro da atual legislatura, Meira, que por esses desacertos e desconexões da vida está filiado no PSB - Partido Socialista Brasileiro (como pode?). A aprovação em si faz parte do conjunto da obra sendo implementada na cidade, neste cruel momento onde a turba prejudicada aplaude seus algozes, meio sem entender o enredo por detrás da grandiosa obra.

O Open Bar é só mais um item, dentre tantos. Esse mesmo vereador e a quase totalidade da Cãmara de Vereadores se mostram carolas, conservadores e mais que tudo, na junção de tudo, moralistas. Meu velho pai, que já me deixou três anos atrás, não muito progressista, mas olhos atentos e não se deixando levar por esses se dizendo contritos, me dizia: "Tenha sempre muito cuidado com os moralistas. Esses os piores". Sigo seu conselho e hoje, ao acordar, leio no jornal o resultado na votação de ontem. Deu no JC do seguinte modo e jeito: https://www.jcnet.com.br/…/717123-vereadores-aprovam-fim-do…. Foi de lavada, 12 votos favoráveis e três contrários. Somente três, são eles: Ricardo Cabelo, Carlinhos do PS e Milton Sardin. O quarto voto se absteve, Markinho Souza, pois alegando ter casa noturna estava com interesses em conflito. Bobagem, tem que por a cara a tapa e dizer a que veio. As tais das festas, segundo os vetustos vereadores são de difícil fiscalização, acompanhamento, perversão para jovens e daí, portanto, e tão somente, devem ser impedidas de acontecer. Assim como o Bloquinho de Carnaval dos jovens periféricos, sem muito lazer e opções outras. Fazer algo para regulamentar a festa, nem pensar, pois isso resulta em organização popular e povo organizado, no frigir dos ovos pode se voltar contra os interesses de quem é moralista. Hoje se aprova o fim do Bloquinho, o fim do Open Bar, o fim dos Rolezinhos e de qualquer outra aglomeração popular. Coloco no mesmo balaio o que se pretende fazer com a tentativa de interditar o prédio da Estação da NOB. No balaio das proibições, se o prefeito sancionar a lei estará dando salvo conduto para a PM chegar na casa de qualquer morador de periferia, festa de fundo de quintal e decretar a ilegalidade do furdunço.


A cidade não merece gente pensando dessa forma e jeito, pois vê-los a querendo cercar com o arame farpado da defesa dos bons costumes, isso em pleno século XXI, é mais que lamentável. Já estão definindo, como próximo passo, o valor da multa para quem descumprir essas leis todas, as propondo que a única reunião possível e dentro da legislação será a dos cultos religiosos. E olha lá, pois se despontar algum de cunho libertário, também sofrerá as penalidades da lei. Na verdade, diante de tudo de ruim acontecendo com o país nessa onda bolsomínia, retrocessos por todos os poros, Meira quer ser ponta de lança desse projeto em Bauru e caminha nesse sentido, com ajuda substancial da rádio Jovem PAn, ops, digo, Velha Klan, a defendê-lo de forma abnegada e incontida. Eu, do alto dos meus quase 60 anos, já tendo visto quase de tudo nesta vida, como bom filho, o mínimo que tenho a fazer é seguir os passos e alguns conselhos de meu velho pai e me manter o mais distante possível desses todos. Pior é existir um projeto com essa concepção para comandar, dirigir, dar as cartas, comandar o jogo polítrico nesta cidade (E qual a alternativa mesmo?). Se hoje já está ruim, amanhã, após a eleição municipal poderá piorar muito mais.
OBS.: A foto do conservador vereador é de autoria do JC.

DOIS AMIGOS SOBRE O MESMO ASSUNTO:

1.) "A PROIBIÇÃO DAS FESTAS OPEN BAR E A MILITARIZAÇÃO DOS ESPAÇOS URBANOS - Como era de se esperar a Câmara Municipal de Bauru, aprovou mais um projeto de Lei de natureza proibitiva. Agora estão proibidas as festas open bar na cidade. O projeto de autoria do vereador Meira (PSB) coronel reformado da PM, que recebeu os votos favoráveis dos seguintes vereadores e vereadoras: Sandro Bussola (PDT), Chiara Ranieri (DEM), Edvaldo Minhano (Cidadania), Fábio Manfrinato (PP), Carlão do Gás (MDB), Pastor Luiz Barbosa (Republicanos), Manoel Losila (PDT), Natalino da Silva (PV), Serginho Brum (PSD), Telma Gobbi (SD) e Yasmim Nascimento (PSC), se integra a outros de militarização dos espaços urbanos, o que acaba por sitiar as cidades. Este projeto não é um fato isolado, segundo Stephen Graham autor do livro Cidades Sitiadas, o novo urbanismo militar: “Este urbanismo militar e o seqüestro da prática e do planejamento urbano por idéias militarizadas de “segurança” a corrosão da esfera pública. Se já nos acostumamos com o léxico da “guerra às drogas” e da “pacificação” é porque cada vez mais é a linguagem da guerra que permeia a política metropolitana. Neste cenário alarmante, deslocamentos migracionais passam a ser concebidos como verdadeiros atos bélicos, manifestantes são passíveis de serem enquadrados como terroristas, o medo de elementos anti-sociais é constantemente mobilizado por autoridades para pacificar protestos e novos mecanismos jurídicos são mobilizados para suspender a lei civil. Quando a gestão da polis passa a ser pensada em termos militares, não há mais lugar para a democracia.” Estamos vivendo uma guerra, e estes vereadores e vereadoras que aprovaram este projeto contribuíram com mais munição para ser aplicada neste teatro de operações, onde o alvo central a ser destruído é a liberdade das maiorias, que estão excluídas dos setores minoritários dominantes. Bauru é um exemplo de cidade sitiadas com uma estética urbana predominantemente do terror, exemplo disso são os loteamentos fechados com suas portarias irregulares, as concertinas e cercas elétricas que se espalham por todos os espaços da cidade. Uma coisa é certa: Nos nichos habitacionais fechados onde a burguesia de Bauru se isola, continuarão a ocorrer a festa open bar em mansões que são mantidas e alugadas par este fim. Esta guerra tem como alvo as classes populares, que precisam ser confinadas, controladas, para que não expressem sua rebeldia contra o SISTEMA. Todas estas situações integram um projeto político de poder e de controle. Entender a dimensão e a natureza do projeto político por trás do novo urbanismo militar, e o fetichismo que lhe é próprio, é o primeiro passo para resistir a ele, o que passa prelas disputas que se dão na esfera das cidades. Sugiro a Leitura da Obra: Cidades Sitiadas, o novo urbanismo militar de Stephen Graham. Pode ser encontrado na https://loja.livrariamarxista.com.br/", ferroviário e ex-vereador Roque Ferreira.


2.) "POLÍTICAS PROIBITIVAS - A Câmara de Bauru cumprindo agenda conservadora e seletiva. Lei subjetiva onde pode-se interpretar que a festa não é open bar caso tenhamos comida compatível com bebida... Segundo ponto importante lei a Lei é inconstitucional, fere no minimo o artigo 170 da CF alem das liberdades individuais! O legislativo deveria pensar politica pública para álcool e outras drogas .... Politicas afirmativas e não proibicionistas!!! Como diria meu irmão é o capim comendo a cabra!!!", advogado Jorge Antonio Soriano Moura.

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