COMENDO PELAS BEIRADAS (86)

O BAURUENSE QUE NOS ENVERGONHA (E NÃO É DE HOJE)

"Ontem, o astronauta disse que tem uma cura milagrosa pra covid-19, mas que é segredo. Eu aposto no Biotônico Fontoura e vcs?", baiana Patrícia Valim, em sua página nas redes sociais. Esse comentário jocoso é o que mais vejo hoje quando o assunto é a reveleação (pela metade) do ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, após afirmar possuir a receita da cura do Covid-19. No mínimo, poderia ter ficado muito bem sem essa se permacesse com a boca fechada, como habitualmente faz (de boca fechada já é muito ruim). Abrindo para proferir besteira, como o fez, cai no ridículo e mais, também no descrédito. Cientistas do mundo inteiro estão numa luta desenfreada em laboratórios, custos altíssimos, equipe altamente especializada, todos trocando informações uns com os outros, na tentativa de conseguir uma vacina ou um medicamento que amenize o vírus e o astronauta, que de laboratório deve ser um zero a esquerda, mas grita em alto em bom som ter a salvação da lavoura em suas mãos. É muito para a cabeça de qualquer ser sensato. Posso pedir um favor pra todos? Por favor, não contem pra ninguém que ele é bauruense, aqui da terrinha onde nasci, cresci e resido. Não aguento mais essas bolas nas costas. Esse aí é caso perdido, não tem mesmo jeito, pois desde que aceitou ser ministro do Senhor Inominável, decretou o seu "isolamento social" (já o tínhamos em quarentena quando saiu da Aeronáutica, chutando a carreira para alçar vôo na iniciativa privada). Pior que tudo isso, o sacana revela que tem a cura em mãos, mas não a divulga, preferindo mantê-la em sigilo. Mais dantesco, algo já ventilado, o tal medicamento seria um vermífugo. Que vergonha...

COMÉRCIO QUER REABRIR, PREFEITURA TOMA SUAS PRECAUÇÕES

Eis o link da chegada do caminhão frigorífico no cemitério do Redentor: https://www.facebook.com/nani.nora.bittencourt/videos/4014475571957702/
Por um lado a insanidade dos que ditam as normas pelo lado patronal, exigindo a reabertura das portas de todos os comércios, mesmo com a pandemia em sua escala mais perigosa. O negócio são os seus negócios, nada mais. Pressionar o desGoverno Federal, nem pensar, enfim a Economia é mais importante que o ser humano e a defesa do insano Senhor Inominável continua escancarada pelo lado patronal. Esses, as entidades de classe patronais tentam colocar o prefeito na parede, chantagem explícita, tipo arma na cabeça, declarando que irão abrir as portas nos próximos dias, mesmo contrariando determinação municipal e local. Um cabo de guerra que pode desembocar numa catástrofe. A Prefeitura, por outro lado toma suas precauções e munida de informações privilegiadas sobre o aumento da pandemia, amplia não só os "leitos eternos" no Cemitério do Redentor, com covas e mais sendo abertas, como contrata uma câmera fria, um freezer num enorma caminhão para acondicionar o que virá pela frente. Uma vez que, mesmo com a insistência nos pedidos para o "Fique em Casa", o que se vê é o aumento dos que saem às ruas sem justificatica plausível, o tal freezer estará apto a receber todos os que dele necessitarem nos próximo dias, quiçá meses. São duas medidas bem distintas, porém reveladoras. Uma dos que querem abrir tudo e, assim ampliar o número de mortos e diante do aumento, que certamente ocorrerá, nada como já estar preparado para o que virá como consequência. Bauru, sem limites...

A INVERSÃO DE HIERAQUIA DE COBRANÇA

Cobrar ação do prefeito de uma cidade, algo normal, ainda mais quando existiu um Programa de Governo e o mesmo não é cumprido. De governador e presidente a mesma coisa. Cada um no seu quadrado e responsabilidades. O que não é possível, ainda mais nesse momento é misturar alhos com bugalhos e tentar impor a forcéps como um dos elos mais responsável que o outro. O que mais viceja hoje pelas redes sociais são os que, descaradamente continuam apoiando o Senhor Inominável, o Presidente da República, isentando-o de críticas pesadas e tascando a lenha sem dó e piedade nas figuras do Governador João Dória e no caso bauruense, do prefeito Clodoaldo Gazzetta. Esses dois últimos são merecedores de contundentes críticas e as faço sempre que possível. Endereço a eles, sempre que pisam no tomate. Hoje, desponta algo diferente e isso precisa ser demonstrado. Muitos dos que criticam só o Dória e Gazzeta o fazem isentando Bolsonaro, como se esse agisse certo, quando na verdade é o pior deles. A crítica maior reside nos que querem ver abertos o comércio e tudo mais, liberação geral e por verem, tanto o prefeito como o governador reafirmando a necessidade de mentar fechado os estabelecimentos, como seguidores do Bolsonaro, como cegos num tiroteio, fazem a defesa dele e pau nos demais. Na bestialidade em curso já li serem esses dois comunistas e petistas, algo que nunca foram e como se ser algo do genero fosse algo de ruim. Tenho até tolerância para explicar a alguns do desacerto da crítica feita por esse viés. Alguns me recomendam ser pura perda de tempo. Percebo estarem certos. Cada vez mais difícil fazer esses defensores do desGoverno federal entenderem ser obrigação do Presidente da República estar ao lado do trabalhador e do empresário, portanto é esse que deve ser cobrado, para que abra os cofres públicos e ampare a população na necssidade durante a pandemia e não abrindo tudo, expondo um maior número de pessoas e assim, aumentando o número de infectados. Nem algo que é feito para o bem deles próprios conseguem enxergar como bom.

ALGORITMO E A TRANSFORMAÇÃO OCORRIDA COM OS BRASILEIROS - O

CAVALO ENCILHADO AINDA PASSA DIANTE DE NÓS: DECIFRA-ME OU TE DEVORO
Entendo muito pouco de algoritmos. Superficialmente o que pesco das leituras quase obrigatórias deste pós-desGoverno do Senhor Inominável. De tudo o que li, fica evidente constatar ter sido a eleição dele viciada. Só não foi umpuganada, pois como disse o sumido Jucá, foi "com Supremo, com tudo". Ninguém apura nada quando os nomes envolvam alguém do atual governo e o motivo é claro, estão todos num conluio para aprovar as reformas, acabar de vez com leis de garantias a favor do trabalhador. Isso tudo é assunto velho, tipo chover no molhado. Vou mais adiante.

Muitos candidatos se elegeram no último pleito, o de 2018, impulsionados por uma forta atuação nas redes sociais. Alguém em são consciência podia imaginar que Dilma perderia a vaga em Minas e Requião no Paraná? Perderam e pior, ninguém também podia supor que esse tal Witzel ganharia no Rio. A lista é enorme e só chegaram lá por causa da apropriação feita aos meios disponíveis através da internet. Candidatos até então imbatíveis perderam o pleito para candidatos com forte presença na plataforma de vídeos e uso desses meios. Acabo de ler algo sobre esse deputado paulista, o Mamãe Falei (pode alguém com um nome desses?), onde deixa claro: "Chegamos até aqui graças à força das redes sociais. Temos que nos adaptar a elas, e não elas a nós". Ou seja, o sujeito é muito esperto, matreiro e soube aproveitar as oportunidades, o tal do cavalo encilhado, um que dizem não passa duas vezes diante das pessoas.

Vamos adiante. Esses já estão eleitos e promovendo um estrago sem fim nas hostes das conquistas duramente conseguidas ao longo de décadas de árdua luta. Esse estrago já está feito e daqui por diante, para consertar existem duas maneiras. Na primeira, a mais difícil, virar a mesa e colocar todos para correr e na segunda, se adaptar e fazer uso do mesmo equipamento. Sim, não digo da mesma forma, mas de tudo o que existe aí e se usado por um segmento, por que não por nós, os do campo democrático? Para isso se faz necessário entender os tais algoritmos por trás das plataformas que hoje permeiam as redes sociais. Lá está tudo da nossa vida virtual, todos nossos dados coletados, mas até agora não conseguimos compreender e nem discutir essa complexidade com maturidade, seriedade e competência.

Agora vou ao "X" da questão. Já está mais do que comprovado, existem canais de direita, de esquerda, de centro, radicais, conservadores, mas são os de direita os que conseguiram até agora ser mais visualizados. O engajamento nesses é muito maior dos que os da esquerda. Não adianta contestar, a direita domina muito mais que a esquerda esse universo. Daqui por diante, esses algoritmos, o das plataformas digitais são a chave para as eleições. E se não forem dominados também pelo pessoal da esquerda, não ganharemos mais nehuma eleição nos modelos dentro do atual sistema. Sabe o que acho? A esquerda está engatinhando nesse espaço cibernético. A direita entendeu mais cedo a possibilidade de uso dessas ferramentas para disseminar suas ideias e opiniões.

Eu me considero de esquerda e sei, levamos uma coça nas últimas eleições. Existem vários motivos e um deles foi pela demora em fazer uso dessas plataformas. Não basta saber como funciona, é preciso entender a linguagem, o público alvo e colocar pra janbrar a coisa. O ativismo digital favoreceu a direita, o lado conservador e ficamos para trás. Eu sei que eles possuem mais recursos que a esquerda, portanto, mais acesso a rede, melhor capacitação e mais tempo para o ativismo. A direita se aproveitou da rede e se conectaram uns com outros, os que até então estavam isolados, forjaram sua identidade. Por enquanto, as empresas que controlam as redes possibilitam a construção de redes de articulação política, mas a esquerda não está sabendo como se utilizar a contento.

Ainda dá tempo, mas a tarefa não é nada fácil. Não temos os mesmos recursos que a direita, isso inegável, nem o mesmo tempo, pois enquanto eles bancam quem faça tudo por eles, nós, de forma muito amadora, tentamos nós mesmos, nas poucas horas vagas que dispomos, fazer algo. Sai tudo insipiente, amador, meia boca e os objetivos nã osão nunca alcançados a contento. Esse ano tem eleição pela frente. nem sabemos se vai e como vai acontecer, devido a pandemia, tudo bem, mas eu noto bem claro que a direita nunca parou de se movimentar via redes e a esquerda, em sua grande maioria, não age com a mesma presteza e eficiência. Eles ganham terreno, enquanto brincamos de fazer política, escrevendo textos que são lidos só por nós mesmos, quase nenhum ampliaçã ode público além disso. Vejam meu caso, eu saco isso tudo escrito aqui, mas sou nulo em abrir meu computador e buscar entender algo mais sobre como fazer uso do tal do algorritmo à meu favor.

A gente bem que podia aproveitar a reclusão da quarentena e se aprofundar nesses estudos, porém, jogando contra, minha companheira Ana, pensa diferente e me fala ao ouvido exatamente no momento quanto termino essa escrita: "Você podia aproveitar esse tempo todo e ajudar mais nas coisas aqui de casa". Daí o cavalo encilhado se irá para sempre.
OBS.: Escrevo esse texto após ler "O algoritmo da Ágora - A política dos extremos no YouTube", Bernardo Esteves, revista Piauí, janeiro de 2020.