domingo, 19 de abril de 2020

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (136)


ORGULHO DO MEU FILHO

Meu filho, Henrique Aquino reside hoje em Araraquara e lá trabalha num sebo. Concluiu o curso de Letras na Unesp e não quer voltar pra Bauru. Algo mais o prende por lá, Gabriela Oliveira. A quarentena é quebrada para as idas ao sebo, portas fechadas, trabalhando internamente envia os pedidos feitos pelo reembolso. Num deles, primeiro o espanto, quem pedia o livro era nada menos que Fernando Haddad. Sim, ele mesmo, o professor da USP, quase presidente da República. Junto ao livro enviou um recado fixado na capa. Dias atrás a surpresa, quando Ana Estela Haddad, esposa do Fernando compartilha em sua página, algo que o Fernando já havia feito na sua no facebook, a capa do livro com um escrito pra lá de emocionante. No post dela o escrito: "Durante a quarentena em que estamos, cada um aqui se dividindo entre o homeoffice e as tarefas domésticas, todo dia quando a campainha toca já sabemos que deve ser mais uma entrega de livros que o Fernando comprou. E hoje um deles veio com esse bilhete, que nos tocou!". 

Eu, na qualidade de pai, tenho alguns comentários a fazer. Primeiro, cada vez mais orgulhoso do baita filhão que tenho. Depois, o vejo enfronhado no mundo de livros e afins, um que sei, lhe dará problemas incomensuráveis neste país cada vez mais iletrado, mas ainda lhe garantindo o sustento. Ele faz o que gosta e isso nem sempre é rentável, mas é feliz e isso para mim é tudo. Nesses dias de confinamento, o que seria de gente como eu e ele sem a presença dos livros? Preenchem o vazio da alma. 

Encerro com mais uma coincidência, me contada por ele. O livro vendido para o Haddad, "Épocas de Portugal Econômico", editado mais de 60 anos atrás era de Ana Bia Andrade, ou melhor de sua mãe, dona Darcy Soliva da Costa, minha sogra, uma outra inveterada leitora e devoradora de livros. Muito do que ela e o sogro, Zé Pereira tinham de livros (e não foram poucos) estão conosco. Esse repassei ao filho, para ele levar ao sebo, pois não tinha interesse no tema, edição muito antiga e hoje está na casa do Fernando e da Ana Estela Haddad. Pergunto ao filho se esse era o único sendo vendido na Estante Virtual. Ele me diz: "Não pai, creio tinham uns vinte, a escolha foi pelo preço e o bom estado, caiu nas maõs do Haddad". Essa história merece uma crônica...

E PARA ESTRAGAR O DOMINGO, O MÊS E A VIDA INTEIRA
AGORA PASSOU DE TODOS OS LIMITES

Ou nos unimos todos contra o que representa Bolsonaro ou seremos aniquilados. A mensagem do que ele quer fazer do e com o país está mais do que clara e hoje foi reconfirmada de viva voz. Este é o momento de uma união de todas as forças deste país para extirpar de vez o que pode se tornar algo irreversível se deixarmos o bicho crescer mais do que já está. Não dá mais para ficar quieto, calado e contido.

A PROPOSTA DE GILBERTO MARINGONI É O CAMINHO A SER SEGUIDO
BOLSONARO BOTOU O PÉ NA PORTA. É HORA DE FRENTE AMPLA, AMPLÍSSIMA E RADICAL!
"O Boçal tentou hoje seu putsch da cervejaria. Como Adolf Hitler na Munique de 1923, Bolsonaro dá um passo explícito em direção ao caos. Como führer miliciano, despiu-se de toda e qualquer adereço democrático e bradou para suas hienas: "Não queremos negociar nada!"

Pergunta-se: nada o quê, cara pálida? Virão para o golpe? O chamado ao Exército e ao fim do confinamento vai pegar? As Forças Armadas, já escanteadas pela medida que libera geral o porte de armas, servirão de capitães do mato de um chefe de quadrilha?

A declaração parece ter pego todos de surpresa. Juliano Medeiros (PSOL) e Carlos Luppi (PDT) já soltaram notas vigorosas. Boulos e Ciro deram declarações contundentes, assim como Rodrigo Maia, FHC e Luciano Huck. Dória deplorou o apoio a uma manifestação antidemocrática. Lula, para variar, prima pela ambiguidade genérica.

É pouco provável que um golpe prospere agora, em meio ao crescente número de mortes na pandemia. Mas o psicopata envenena o ambiete, cria crises e joga carne sangrenta para a sua malta.

Somente com uma amplíssima frente antibarbárie se poderá caminhar para a retirada de Bolsonaro do poder por vias constitucionais. Amplíssima quer dizer amplíssima, algo semelhante à frente formada pelos Aliados na II Guerra Munial. Diante da hecatombe nazista, Josef Stalin não titubeou um segundo para se juntar ao chefe do imperialismo em ascensão (Roosevelt) e ao mandatário colonial (Churchill).

Mais do que nunca, só será amplo agora quem for radical. Esse é o único caminho para os democratas e para a esquerda", professor bauruense Gilberto Maringoni.

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