quarta-feira, 19 de agosto de 2020

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (147)


OBRAS DE CUNHO CULTURAL E O PREFEITO SÓ ANUNCIANDO, MAS NENHUMA MERA PEDRA DE LANÇAMENTO – SÓ IDEIAS E PROJETOS
Semana passada o prefeito de Bauru, Clodoaldo Gazzetta soltou mais um dos seus petardos de efeito cultural. Não é o primeiro e pelo visto não será o último. Neste apresenta para a cidade, já na qualidade de candidato à reeleição um auspicioso projeto de reforma e utilização da Estação da NOB, aquela imponente e resistente edificação na praça Machado de Mello. Ufa! Será ótimo, se não fosse mais um anúncio sem lastro sequencial de obras. Não diria ser mera promessa, mas seu mandato está praticamente findo e outras obras foram anunciadas tempos atrás e nada ocorreu para que se dessem de fato e de direito. Temo por ser mais um anúncio, mera demonstração de vontade política. Neste caso, o da reformulação da Estação, abro bem o olhos e me posto em estado de alerta positivo, pois sempre fui – e continuarei sendo – incentivador da real utilização da estação como local mais do que recuperável. Imenso prédio, com possibilidades inimagináveis. Desta feita, ele apresenta projeto da arquiteta Ludmila Tidei, que comigo tempos atrás atuou junto ao CODEPAC e hoje se especializou nesses projetos de restauração. Ah, como queria fosse possível...

Minha apreensão está bem justificada e cito outras ideias, algo também dito como em trânsito, já apresentado para a população como provável, porém tudo ainda na estaca zero. Não faz muito tempo, questão de meses, o prefeito apresentou outro grande projeto, também na mesma praça, mas do outro lado da rua, envolvendo o antigo hotel Milanez, esquina da Rodrigues Alves com Monsenhor Claro e ali, dizia ele, mostrando o projeto já pronto, a desapropriação da área, pagamento aos herdeiros e tudo revertido para área educacional. Ver aquele antigo hotel sendo recuperado é de encher os olhos d’água. Verti lágrimas - já secas, pois pelo visto, tudo ficou naquilo e depois nada mais se falou e tudo continua como dantes lá no local, abandono a olhos vistos.

Ele, o prefeito, pelo visto, nestes quesitos é bem intencionado, possui ideias revolucionárias ou construtivas, mas não possui cabedal para realizar e concretizar nada. Falta, além dos projetos, como viabilizá-los, nada menos que a bufunfa, a grana. Fica nas ideias. Querem outra? O Mercadão Popular, esse também com projeto pronto, lindo de ser visto no papel, ali no barracão ferroviário, da ex-Cia Paulista, junto à Feira do Rolo, rua Julio Prestes. Nem o Museu Histórico Municipal, esse nessa antiga estação consegue ser finalizado e olha que somente ele já daria um ar totalmente novo para a região. Tudo empacado e não contente com isso, algo mais é lançado e incorporado, a do Mercado. Imagino a belezura que seria essa obra para a cidade, com oferecimento de produtos da agricultura familiar e atendendo demanda do que produz movimentos sociais diversos, além das possibilidades gastronômicas e culturais no entorno, até com a praça de paralelepípedos recuperada e incrementação da própria Feira do Rolo. Volto a chorar só de pensar nisso funcionando, mas assim como agora, o projeto foi apresentado e não saiu do papel.

Por fim, cito somente mais um, também anunciado e devolvido pro fundo das gavetas, o da Casa dos Pioneiros ali na rua Araújo Leite, o último resquício dos primórdios desta cidade. A casa não sei mais nem como se segura, escorada por todos os lados e meios. Lindo projeto e até pensei em juntar o povo do bloco do Tomate e manifestar nossa vontade de administrar o local, implantar ali um projeto cultural para a região, com eventos, biblioteca, oficinas, espetáculos variados, mas nada saiu do papel e tudo continua somente no campo das ideias e vontades. Tenho certeza que nem a desapropriação foi devidamente consumada. Para tudo falta grana e o prefeito fica somente no campo das promessas. Quando, lá na frente, décadas depois algo foi inaugurado ele será lembrado com placa pela ideia, pois pelo visto, nenhuma mera pedra será cimentada neste mandato. 

Por outro lado, abro o facebbok hoje e leio texto publicado pelo jornalista Nelson Gonçalves sobre o endividamento da Prefeitura: “FIZEMOS A PROJEÇÃO DAS RECEITAS E CONTAS ATÉ DEZEMBRO PRA VOCÊ”. Nelson compartilhou outra publicação, deste teor: “Gazzetta precisa de R$ 30 milhões para fechar 2020 e vai deixar contas sem pagar, mesmo com socorro da União - Prefeito vai recorrer a não pagamento da previdência dos servidores e deixar R$ 30 milhões para sucessor pagar da cota patronal e do parcelamento para a Funprev”. Lá um elucidativo comentário do ex-secretário do Dinheiro bauruense, Marcos Roberto Costa Garcia onde diz tudo sobre o atual momento, cheio de ideias, pouca grana, quase nenhuma obra acontecendo de fato: “Levando em conta um orçamento de um bilhão de reais, 30 milhões de reais significa 3,0%. Com todos os reflexos negativos que a Pandemia trouxe, pode se considerar do ponto de vista financeiro um bom resultado. Dificilmente teremos Municípios fechando as contas totalmente equilibradas neste ano fatídico”. 

Assim segue o jogo...

Em tempo: Reafirmo estar de pleno acordo e apoio todos os projetos aqui citados, mas entristecido, constato que nenhum tem lastro para seguir adiante. Ah, como gostaria de queimar a língua e vir a público me retratar. Desta feita eu não estou criticando nada, entendam isso, pois queria muito que tudo isso pudesse realmente ser feito, acontecer e revitalizar Bauru. Eu tenho muitas ideias, algumas mais que alvissareiras, mas na qualidade de eterno sonhador, sem nenhum lastro financeiro, guardo-as para mim. Se um dia ganhar - e voltar a jogar - na loteria, quem sabe...

ESTOU A CONHECER UM HISTORIADOR DA PESADA, CELSO PRADO DE SANTA CRUZ DO RIO PARDO E AQUI ESCREVO DELE
Quero contar aqui a história de uma pessoa que hoje acabou se transformando no meu mais novo amigo facebokeano, o historiador de Santa Cruz do Rio Pardo, Celso Prado, um garimpeiro da História (com H maíusculo) de sua cidade e de toda a região. Via algo dele pelas páginas do excelente jornal semanal daquela cidade, O Debate, pois graciosamente o recebo pelos Correios, cortesia de alguém pelo qual nutro o maior carinho e respeito naquela cidade, o seu proprietário Sergio Fleury. Uma coisa que muito me chama a atenção em suas páginas é algo que falta nos demais, o resgate para a história daquela cidade e também contar a história das pessoas mais simples. Aguardo a chegada d'O Debate só para ler essas saborosas histórias. Outro que sei, também gosta muito é o jornalista Aurélio Fernandes Alonso, agora aposentado pelo JC, mas que já atuou por lá.

Enfim, sou assim, começo falando de uma coisa, me empolgo e quando vejo já estou descrevendo outras. Fiz essa preliminar toda para falar do historiador daquela cidade, mas antes conto mais uma. Semana passada estava assistindo um debate aqui pelas redes sociais entre ele, o Luís Paulo Césari Domingues e o pré-candidato à prefeito de Bauru pelo PT, Jorge Antonio Soriano Moura, quando num certo momento, Luís diz para reafirmar o que afirmava, algo sobre o Celso. Na hora, me lembrei de uma foto sua vista numa das recentes edições, sobre o coronel Tonico, mandante por lá em épocas de 1915, por aí. Na foto, Celso estava portando uma linda máscara, a mesma que sai aqui publicada com portentosa "Fora Bolsonaro" no frontispício (eu tenho uma igual).

Gostava do cara sem antes nada saber dele, mas quando Luís diz do seu blog, o Razias (http://celsoprado-razias.blogspot.com/), fui conferir e acabei me apaixonando. O trabalho feito por ele é dos mais alvissareiros e merece não só uma dedicada leitura, como juntar as peças já pesquisadas por ele, com muitas sendo pesquisadas por aqui. São pessoas deste quilate que levam essa história adiante e nada como fazer como faço neste momento, lhe peço amizade e vou estreitar os laços destes escrevinhadores sobre o nosso passado não tão risonho (já sou amigo do Luís). 

Esse texto é só uma espécie de apresentação para todos os que aqui dão uma paradinha diária e se prendem com alguma leitura produzida por mim. Pois bem, peço desde já atenção também, apurada e dedicada para o Luís e desde agora para o Celso. Confesso que estou chegando tarde, pois o cara deve ser pouca coisa até mais velho que eu, tem coisa produzida pra dedéu e só fui tomar conhecimento neste momento, ou seja, ando atrasado nas coisas. Mas como nunca é tarde para começar algo novo, estarei desde agora empenhado em mergulhar em mais essas leituras. Deixo aqui a dica deste mafuento escrevinhador, mais criador de caso que historiador: se quiserem algo que realmente valha a pena por estes tempos pandêmicos, se a vida está modorrenta, sem sal, nem açúcar, com bastante tempo livre pela frente, desligue a TV, adentre a página do Celso aqui pelo facebook e depois vá pro blog dele. Se tiver um pouco mais de condição, faça contato também com o Sérgio, o dono d'O Debate e assine o jornal, pois mesmo sendo daqui, o que leio por lá, não só me atualiza sobre SCRP, mas preenche minha vida com boas histórias. E assim a gente vai tentando sobreviver por estes tempos sombrios, sorumbáticos e nebulosos. Quando a gente se junta, algo de bom tende a sair disto tudo. Acredito nisso...

Um comentário:

  1. Uma foto - créditos Sérgio Fleury Moraes, outra por Harumi - [Lorana Prado], a capa do nosso livro com a tradicional e já conhecidíssima foto atribuída ao nosso pioneiro-mor José Theodoro de Souza - créditos de Luiz Barros, e a crônica de autoria do senhor Henrique Perazzi de Aquino, 'sobre eu' - consequentemente sobre a querida Junko, citando pessoas que tanto estimamos, os 'baurenses' Aurélio Fernandes Alonso, o Luis Paulo Cesari Domingues, e o dr. Jorge Antonio Soriano Moura; e aqui por Santa Cruz o jornalista Sérgio Fleury Moraes e o jornal Jornal Debate.
    Isto tudo maravilhoso, nessa data 19 de agosto de 2020.

    Senhor Henrique Perazzi de Aquino, Junko e eu agradecemos o seu carinho expresso em tão honrosa crônica.
    Reafirmamos carinhos especiais pelas pessoas mencionadas pelo senhor, o Aurélio Fernandes Alonso, o Luiz Paulo Césari Domingues, e o querido dr. Jorge Antonio Soriano Moura, a quem desejamos todo sucesso nessa empreitada política.
    Abraços ao senhor e, uma vez mais, o nosso muito obrigado.
    Celso Prado

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