quinta-feira, 20 de agosto de 2020

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (156)


RESGATE DA VERDADE DOS FATOS - EDSON FRANCISCO DA SILVA NAS PALAVRAS DO PROFESSOR JEFERSON BARBOSA DA SILVA (GAROEIRO), ATRAVÉS DE DEPOIMENTO NA 7ª VARA FEDERAL – NATAL RN – TELECONFERÊNCIA EM 03/05/2018*
* “Dona Elza Primolan, viúva de Edson Francisco da Silva, e outros, entraram com uma ação para produção antecipada de provas, na Justiça Federal de Bauru, com a finalidade de fundamentar uma outra ação por danos morais contra a União, pelas violências e as perseguições que massacraram esse nosso Camarada, mandato de vereador eleito arbitrariamente cassado, num processo de ódio repressor anticomunista que acabou por matá-lo, precocemente, aos 51 anos de idade, em Bauru. O Juiz Claudio Roberto Canata, de Bauru, decidiu ouvir, como testemunha, via teleconferência, em 3 de maio de 2018,o professor Jeferson que embora tenha convivido e militado com Edson em Bauru, durante muitos anos, reside, atualmente, em Natal, RN. O que os três vídeos - 278/1, 278/2 e 278/3 - revelam, fidedignamente, é a íntegra leal e destemida do declarante”, Jeferson sobre seu depoimento.

1.) De 1972 a 73 até o seu falecimento fomos grandes companheiros. Participei com ele de muitas reuniões abertas, embora a perseguição não fosse aberta. Na parte operacional da repressão política a perseguição era secreta e não o que fazíamos. A nossa militância era pública, aberta e conhecida por todos, mas a perseguição não era aberta, era fechada. (...) Conheci sim informações de que Edson Francisco da Silva teve que fugir para não ser preso. Eu não tive convivência com ele anterior ao golpe de 64, mas tive conhecimento sim, de que essa perseguição foi extremamente ruim para ele e, principalmente para sua família. Dos anos 70 para frente, quando convivi com ele, posso lhe dizer. (...) Eu fui preso, num processo que terminou no STF – Supremo Tribunal Federal em 1973, por absoluta falta de provas. Preso e processado por condição política, absolvido pelo STF e muito tempo depois pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. (...) Existe uma literatura enorme sobre o que acontecia com os presos durante a ditadura militar, o pior acontecia. Eu praticamente sai da sala de aula para o quartel lá em Uberlândia e fui tomar conhecimento de que eu estava sendo indiciado num inquérito policial militar já depois de preso pela Polícia Federal. Fui torturado, fui pro pau de arara e só estou vivo hoje porque o comandante geral do quartel, ficou sabendo por denúncia anônima e foi num sábado de manhã me ver, mandou o pessoal do Dops ir embora e encerrou o IPM com o poder de comandante. Depois sofri a continuidade da repressão e fui condenado no STM – Superior Tribunal Militar e só fui absolvido no Supremo, quase cinco anos depois do início do inquérito. Essa minha vida política foi um dos motivos do Edson Francisco, na minha volta à Bauru, se aproximasse. PARTE I – Eis o link de vídeo gravado e publicado no Youtube: https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/FMfcgxwJXVGsscMfQrNZlZqfkNnPzWXv?projector=1

2.) Na convivência que tivemos de camarada, de militância, trinta anos depois não consigo me lembrar de detalhes, mas todo sofrimento que ele passou, passou a ser do meu conhecimento, dentro dessa militância que a gente fazia em Bauru. Éramos inicialmente filiados ao MDB – Movimento Democrático Brasileiro, porque como comunistas que éramos o partido estava clandestino. Quando foi possível a legalidade fui o primeiro secretário da Executiva do PC do B em Bauru. Nessa condição convivi não só com o Edson, mas com todos os demais comunistas de Bauru. (...) A fuga do Edson ao ser cassado, temendo pela própria vida é justificada, não existia a menor possibilidade dele continuar atuar politicamente sem sofrer repressão. (...) tive muitas informações de mortes na prisão, desdobramentos que tive conhecimento quando preso em Juiz de Fora. Tenho absoluta certeza de que Edson Francisco foi perseguido pelo regime militar, afirmo isso em qualquer circunstância. Isso gerou consequências sócio-econômicas na vida dele, sem a menor dúvida. Falo por mim, pois as consequências não são mais suscetíveis de dúvidas ou questionamento, porque o próprio Estado brasileiro reconheceu o absurdo do arbítrio que ele impôs. A minha sobrevivência atual é devida e uma indenização pecuniária que o Estado todo mês deposita em minha conta bancária. Pessoas como Edson Francisco também mereceriam essa mesma reparação mensal e permanente. Edson já se foi, não tendo tempo e oportunidade, mas tenho certeza que sua família merece, pelo que sofreu. (...) A fama de comunista era muito negativa a fins de obter trabalho, eu sofri isso, Edson sofreu demais e me lembro que o próprio irmão dele, Juarez, também sofria, mesmo sem militância política. Bauru tem um núcleo anti-comunista muito raivoso, que até hoje, 2018, tem militância ativa e trabalha para desgraçar a vida de qualquer militante de esquerda. (...) A existência de uma lista negra vedando nomes era muito forte, ele sofreu isso no Sindicato dos Gráficos, junto com o seu advogado Edison Bastos Gasparini, depois prefeito na cidade. O deputado Alcides Franciscato, da Arena era tido como uma espécie de filho do general Figueiredo e esse homem comanda até hoje um grupo, que na época a gente chamava de Turma da Garagem, porque era na garagem do Expresso de Prata que eles se reuniam pra perseguir e criar dificuldades de toda espécie para quem fosse de esquerda ou ligado aos comunistas. Eu vivi isso, Edson e Gasparini também, até hoje esses trabalhos com o mesmo propósito, contra o avanço das lutas sociais. A perseguição ao Edson começou muito antes do golpe militar e não parou. Reparar em parte indenizatória esse crime do Estado contra ele é impostergável e urgentíssimo. PARTE 2 – Eis o link do vídeo gravado e publicado no Youtube: 
https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/FMfcgxwJXVJDNmhLtFnrsKJGqqqlvQjv?projector=1

3.) As sequelas de saúde que o Edson teve depois foram em decorrência da perseguição ocorrida, com certeza. Todos nós temos, físicas e psíquicas. Não posso dizer nada além disso, por não conviver com ele na época do óbito, mas segundo ele mesmo dizia, seus problemas de saúde eram em decorrência das perseguições ocorridas. Ele faleceu precocemente aos 51 anos de idade, perseguição que ele resistiu bravamente, nunca se acovardou, nunca entregou nada, pelo contrário, permaneceu firma, convicto e sempre na resistência. Essa resistência debilita uma porção de funções vitais ao longo dos anos. Apesar de tudo o que passei estou com 72 anos de idade, ele aos 52, morte em parte causada por essa perseguição. (...) As dificuldades financeiras na época eram terríveis e ele sempre foi também solidário às minhas. Os amigos faziam de conta que não me reconheciam e foi dificílimo arrumar um emprego. Ele sempre as mesmas dificuldades que eu tive. Voltei a lecionar em Bauru por volta de 1974 e as minhas dificuldades eram também as dele. (...) A memória que tenho e que possa ajudar na questão da reparação é a de ser uma pessoa muito afável. Das conversas noturnas tidas, entre amigos, mostrava uma pessoa totalmente superior aquela imagem que a imprensa de Bauru, esse grupo anti-comunista tentava fazer passar de ser pessoa perigosa, raivosa, não era verdade. A convivência que tive com ele, com dona Elza, sua esposa e seu filho José Francisco, ainda criança, mostrava que ele além da militância política era pessoa excelente e bom pai de família. PARTE 3 – Eis o link do vídeo gravado e publicado no Youtube: https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/FMfcgxwJXVKLwjjrzBXXKflQGXrGzTMP?projector=1

"O QUE LEVA CIDADÃOS APARENTEMENTE NORMAIS A SE REVELAR PERIGOSOS IDIOTAS, QUE COLOCAM EM SEGUNDO PLANO SUA VIDA E A DE SEUS CONCIDADÃOS?"
Esta pergunta foi formulada pelo pesquisador e cientista político Marcos Coimbra num texto recentemente lido, comparando duas bestas humanas, "Brasil e Estados Unidos - Bolsonaro e Trump". Esses dois países representam juntos 7% da população mundial, mas também juntos representam 41% dos casos de Covid-19 espalhados mundo afora e 36% das mortes pela doença. A semelhança mais que petrificante é simples: ambos os países são governados por idiotas. Representam mais: o charlatanismo, a crença na própria esperteza. Os dois são algo como almas gêmeas, com a mesma ignorância, insensatez, crueldade e boçalidade, representando grave risco de que o que estão a fazer e produzir acabe por avançar em direção à brutalidade, algo já aparente em ambos os países.

O problema desses dois países, extensivos para parte de sua população é que a parvoíce já se estende para a existência de um exército de idiotas que os apoia e avaliza. Observando isso no país num todo, exemplos existem aos borbotões. Mas e aqui na aldeia bauruense? Pra começo de conversa a constatação, 80% dos votos desta cidade recaíram para este senhor e não só em sua pessoa, mas em tudo o que sempre representou. Simples assim, o conservadorismo pueril e perigoso está mais do que presente na "sem limites". Pior, sempre esteve, nenhuma novidade. Antes alguns se encontravam amoitados, fingindo-se de santos - do pau oco -, mas hoje estão escancarando suas intenções.

Cito um caso emblemático e a me atormentar o cerebelo, o de um candidato a vereador, puxa-saco declarado e escancarado de todos que, mesmo não sendo daqui, por aqui estudaram, viveram alguns anos e hoje estão se beneficiando de algum naco de poder. Posta fotos diárias destes, num puxa saquismo de escorrer baba pelos cantos da boca. Tudo dentro do atual estado de coisas é bom para este cidadão, antes se mostrava normal, do bem, não borrava as calças no meio da rua, mas hoje assim se mostra e busca os nacos de votos para o levar a defender estes iguais a ele na Câmara dos Vereadores. São muitos, defensores do retrocesso, atraso, reducionismo político, apostando no endireitamento total do país e massacre do que resta de contestação e oposição. Vetustos mentores da ideia de que o negócio é implantar desde já o Pensamento Único como solução pra tudo e para o resto, repressão e opressão.

Bestiais é pouco para defini-los. Cito um caso, mas são muitos. Vejam nas propostas de vários candidatos pipocando pela aí e constatem, quanto estão afinados com o Senhor inominável, apoiam cegamente gente como Paulo Guedes e Sergio Moro. Aprovam não só este desGoverno, com sua incompetência, autoritarismo, desonestidade e grossura, de braços dados com milicianos, violência policial e social, mergulhados em falcatruas. Adeptos do capitalismo predatório e excludente, também irresponsável, são descarados. Estes idiotas são por demais parecidos com seus líderes, Bolsonaro e Trump. Os vejo com uma só cara, a dos que acham que o que importa é a vantagem pessoal, o lucro, o ganho. São indiferente ou hostis a tudo que é coletivo ou compartilhado, como a própria democracia. Odeio estes a venerar ricos e desprezar os pobres. Aqui em Bauru, quer queiramos ou não, a maioria é assim, estão todos com as manguinhas de fora e se consideram fortalecidos, encorpados, mais espertos e neste momento também garantidos pelo cara lá de cima, daí ousam mais. Já que não iremos brigar com eles nas ruas - pelo menos por enquanto -, melhor seria deletá-los via eleitoral, pois sabemos muito bem o que irão fazer quando eleitos. 

"O INTERIOR DE SÃO PAULO PRECISA SENTIR O GOSTO DA TRANSFORMAÇÃO"
Eu não consigo assistir a quantidade de lives a qual sou convidado. Seria impossível, pois teria que me desligar de minhas atuais atividades e obrigações domésticas, além da leitura, que aumentou muito no período, enfim, para tudo existe um filtro. Nas que assisti semana passada, uma com o pré-candidato petista à Prefeitura de Bauru, Jorge Moura e lá, lançamento de sua candidatura, vários convidados ilustres. O último, muito bem humorado, profere frase inesquecível e marcante, a que dá título para este texto. Quem a proferiu foi o FERNANDO HADDAD, ele mesmo, quando discorria sobre as possibilidades de propostas mais próximas dos reais anseios da população darem certo. Claro, falou da bela experiência petista em Araraquara e com ela, lança algo mais, um estudo de caso para o que sugere. Se a gente sabe que dando o voto para os de sempre, os que atuam jogando nas nossas costas, sem nenhuma proposta realmente construída para atendimento das reivindicações e clamores das camadas populares, por que se insiste em votar em quem a decepção será praticamente certa? O que faz as pessoas continuarem votando nos de sempre, nas mesmas caras e tendo ao fundo os interesses já conhecidos de todos? Que nhaca é essa da persistência em algo que já se sabe não mudará em nada o que já vem acontecendo? Qual o medo em apostar no novo, exatamente na proposta contendo algo mais para seu auxílio? São tantas coisas. Eis aí algo para se construir também juntos. Como mudar a mentalidade do voto, propiciando o entendimento que possibilite uma administração transformadora. Não é tarefa fácil, mas também não tão impossível assim. Essa luta merece todo meu carinho e atenção. Toda transformação encara resistências...

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