PERGUNTAR NÃO OFENDE (164)

MUITOS ASSUNTOS

1.) A EDUCAÇÃO NÃO CAIU NA REAL

Comento o caso de Bauru. A Educação Pública Municipal cumpre um papel fundamental para milhares de crianças bauruenses e neste momento de pandemia deveria estar plugada na situação real de cada um deles. A última notícia é que o ano letivo está sendo levado a cabo, com aprovação coletiva de todos os alunos. De imediato isso pode parecer algo positivo, mas precisa ser analisado sob outros aspectos. Essa aprovação pode ser positiva para alguns, os privilegiados, os que conseguiram nesse período ter acesso a todo o material repassado via internet e estudar de fato. Tomo conhecimento de até grupos pagando professores particulares para não deixar a educação de seus filhos ter uma considerável queda. A imensa maioria não tem nem acesso, quanto mais ter estudado de fato no período, daí não dá para colocar no mesmo balaio tudo e todos. 

Voltar este ano já foi decidido que isso não vai acontecer e credito ponto positivo pela coragem no fechamento da questão. Já da aprovação em manada, algo questionável. Favorece a quem? Enfim, como passar todos se nem avaliação condizente existiu? Fica algo mais do que estranho. Acertado o posicionamento dos professores contrários a decisão da Educação municipal em tocar o barco sem efetuar as discussões básicas, mínimo de bom senso. Dar como um ano letivo normal e com aprovação coletiva é algo assim absurdo, inexplicável e beirando as raias do nada recomendável para o peso do nome de Educação como mola mestra.

Algo precisa ser feito, o Sindicato dos servidores municipais precisa se posicionar e tomar partido a favor dos professores. E a Prefeitura Municipal através, em primeiro lugar do prefeito, querendo se reeleger, precisa estar ciente do perigo do que está sendo aprovado neste momento e do quanto isso irá prejudicar parcela significativa dos estudantes. Estamos diante de um ano atípico, tudo alterado, nada normal e daí, querer no frigir dos ovos, final do ano letivo, querer fazer tudo passar como se nada tivesse ocorrido é muito insano. O ano está perdido e pronto, não tem como esconder e escamotear isto. Devolvam o bom senso para quem decide essas questões lá nas hostes municipais, este o pedido para o encerramento do ano letivo dentro de algo plausível e normal. Educação é coisa muito séria pra ser tratada e avaliada com aprovações sem um mínimo de aulas dadas. Prenúncio de algo bem fora do normal e daí, por que aprovar? A culpa não é de ninguém daqui, mas assumir algo mais contundente é o mesmo que ter coragem para tocar o barco em tempos de tempestade ou deixá-lo afundar.

2.) ENFIM, O QUE VEM A SER RAZZETTA?

Li isso do candidato Jorge Moura PT à Prefeitura de Bauru: "Nosso programa eleitoral de hoje cutucou uma ferida que pouca gente quer falar: Raul e Gazzetta representam os mesmos interesses que vão totalmente contra o bem-estar da população. Essa é a realidade que temos em Bauru hoje. O risco de mais 4 anos nas mãos do projeto de poder "BolsoDória". Não podemos seguir assim! Esses são os mesmos partidos que tiram direitos dos trabalhadores, que acabam com empresas públicas e financiam o discurso de ódio e de violência no nosso país. O atual partido de Gazzetta (PSDB), em 2016, apoiou Raul. Este, por sua vez, está num partido (DEM, o mesmo partido do senador com dinheiro na cueca!) que apoiou o agora prefeito na eleição municipal passada. Mas não é só isso! O vice na chapa de Raul agora, Fábio Manfrinato (PP), quando foi eleito vereador em 2016, também apoiou Gazzetta. Conforme a direção da água, mudam de canoa.  A Bauru que Merecemos não pode ficar presa a essas duas supostas opções que, na prática, representam uma coisa só: mais do mesmo. Vamos e podemos mudar essa história com uma opção progressista viável para nossa cidade! Com Jorge Moura prefeito e Maria Flor vice".

Li, gostei muito e escrevi isto: Uma sacada mais que necessária da campanha de Jorge Moura - PT à prefeito de Bauru. Os dois grandões, liderando as pesquisas se parecem e quando juntos, misturados na montagem de uma mesma foto, sem tirar nem por, são parecidos na maioria dos detalhes. Trajetórias não muito diferentes, ambos já estiveram juntos e se hoje estão separados não pensem ser isso motivado por idealismo, mas sim por motivação de facilidades eleitorais. Na verdade, o que difere PSDB, DEM, PSL ou muitas outras siglas. Quase nada, discurso idênticos, palavreados que se tirar a cara de um e colocar o focinho do outro, passariam como ditos por ambos. Muito oportuno essa pilheria, esse encontro de faces, algo muito próximo do famoso personagem vilão dos filmes do Batman, o "Duas Caras". Com isso dá para fazer algo bem consistente e ir muito além da simples ironia, mostrando pro A + B o quanto as propostas de ambos são praticamente idênticas e em nada mudarão a Bauru que tanto necessitamos. Queria ver isso do RAZZETTA ganhar corpo na campanha do Jorge e se possível ganhar também as ruas.

3.) IGUAL QUE NEM QUE ELE SÓ ELE MESMO

Primeiro li isso na internet: "No meu jardim, há décadas não cultivo o ódio. Aprendi uma dura lição que a vida me impôs. O ódio acaba deixando as pessoas estúpidas. Passei por tudo nessa vida, fiquei seis meses atado por um arame, com as mãos nas costas, fiquei dois anos sem ser levado para tomar banho e tive que me banhar com um copo. Já passei por tudo, mas não tenho ódio de ninguém e quero dizer aos jovens que triunfar na vida não é ganhar, mas sim se levantar toda vez que cair." (José "Pepe" Mujica, ex-presidente do Uruguai e ex-líder Tupamaro, ao renunciar a seu mandato de senador, aos 85 anos.)".

O que me fez escrever isto: Tô aqui com a televisão ligada e observando de soslaio o horário eleitoral na TV. Olho para os candidato de Bauru e tento imaginar quantos poderiam ao menos ser um bocadinho que fosse iguais na autenticidade e originalidade do MUJICA, o ex-presidente e senador uruguaio, também ex-Tupamaro, este o título mais honroso que ostenta em todo seu valoroso currículo. Não me contentando com observar isso nos de Bauru, ligo na TV Band e lá observo a carinha dos candidatos de Presidente Prudente, no SBT e espio nos de Jaú, daí vou pra TV Cultura e também o faço com os da capital paulista. Essa minha medida para auferir quem de fato merece ou não meu voto, ter um mínimo de proximidade com um ideal de luta, resistência e honestidade de propósitos. Isso não é pouco nem muito, algo até simples, diria um mínimo necessário para qualquer pessoal querer ser político, ter um cargo público. Olho para o político uruguaio e não consigo encontrar na maioria dos que vejo nada igual, ou ao menos com alguma semelhança. Sei que quero muito, sou exigente demais, daí fico mais flexível, aceito algo mais palatável, não com tanta exatidão de princípios e nem assim chego perto do que busco. Desisto da maioria, mas como tudo na vida, acabo por encontrar alguns poucos se adequando ao que busco. Como é bom a gente ao menos ter esperança e conseguir enxergar nuns poucos algo como o que vejo bem nítido no Mujica. Encerro propondo para os que aqui chegaram nesta leitura e se encontram na querência de buscar algo na/da política, que ao menos olhem lá para tudo o que o cara fez uma vida inteira dentro da política e tentem ver se em algum momento se aproximaram, chegaram perto ou são simples arremedo e a proposta é bem outra. Daí, não tem mesmo jeito, quem chegar na posição de estar distante deste patamar, de algo pode ter certeza: estão fazendo tudo errado e um dia vão acabar desmoralizados, pois escolheram o caminho da perdição e um dia a casa cai.

4.) POR QUE EU TENHO QUE TER UM CELULAR ZERO BALA TININDO DE CARO?

Primeiro li isso na internet: "Resposta do atacante do Liverpool, Sadiô Mané, sobre as brincadeiras com seu celular com a tela rachada: "Por que eu teria dez Ferraris, vinte relógios de diamante e dois jatinhos? O que isso significaria para mim e para o mundo? Eu passei fome, trabalhei nos campos, sobrevivi às guerras, joguei futebol descalço. Não fui à escola. Hoje, com o que ganho graças ao futebol, posso ajudar o meu povo, construí escolas e um estádio. Fornecemos roupas, sapatos, alimentos para pessoas em extrema pobreza. Além disso, dou 70 euros por mês a todas as pessoas em uma região muito pobre do Senegal, que contribuem para a economia familiar. Não preciso exibir carros de luxo, casas de luxo, viagens e ainda menos aviões. Prefiro que os meus recebam um pouco do que a vida me deu."

Daí escrevi sito: Ainda bem que nem todos se ligam nisso de ter algo servindo só para ser visto e a demonstrar a "importância" do gajo com o objeto na mão. Sem palavras para expressar o quanto o capitalismo nos torna seres odiosos, individualistas e cada vez mais com a cara das imposições de um mundo desigual, prepotente, exibicionista e onde o predomínio é desse tal de dinheiro. Os que se apresentam com algo do contra ainda são cobrados pelo posicionamento fora do padrão, como se o errado fosse o que não quer ostentar luxo, futilidades. Viver no mundo capitalista é ir se defrontando com algo deste tipo e merecer comentários jocosos. 

5.) DEIXA EU TERMINAR O DIA COM UMA HISTÓRIA - FAUSTO BERGOCCE, A FOTO DO ERNO COM O JÂNIO E REGINÓPOLIS

Como escrevi ontem, recebo ligações telefônicas de amigos e isso serve nestes tempos para revitalizar, reanimar e recarregar este quase ancião em estado de pré depressão. Me salvam. Hoje foi com Fausto Bergocce, meu companheiro e parceiro no livro sobre a história de Reginópolis. Fausto deu o seu jeito para não entrar no modo mole quase parando e resolveu redesenhar sua cidade, agora com pequenas historinhas, todas curtas, estilo HQ e em cada algum personagem, tendo ao fundo o cenário de algum lugar da cidade. Isso toma seu tempo e assim ele viaja sem sair de casa.

Ele havia feito dias atrás um desenho onde mostrava uma sapataria em sua cidade, do sr Quadros, parente do Jânio Quadros, o ex-presidente, aquele que um dia renunciou e se disse perseguido pelas "forças ocultas". Vejo o desenho e lá ele mistura o parente do Jânio, com o Quadros da sapataria e mistura uma visita que Jânio havia feito na cidade, com ter ido visitar o parente e ter comprado sapatos. A cabeça dele viajou e no desenho que fez do Jânio, o faz baseado na sua mais famosa foto, a dele com os pés curvados um para cada lado. pronto, isso gerou longa conversa entre nós dois. Desencavamos coisas guardadas bem lá no fundo da memória.

A coisa desandou numa conversação sem fim. Acabo por lhe dizer do livro que leio em drops, aos poucos, o "Jornal do Brasil - História e Memória: os bastidores das edições mais marcantes de um veículo inesquecível", da jornalista Belisa Ribeiro. Terminava justamente o capítulo onde era descrito a ação dos fotógrafos ao longo da história do jornal e lá a de alguém que Fausto conhece, o gaúcho Erno Schnneider, que em 1962 fez a famosa foto do Jânio quando em visita à Uruguaiana. Ela saiu em primeira lugar no JB e com o título "Qual é o rumo?". Pronto, ganhou fama e até hoje é utilizada, até em montagens tendo outros personagens a encabeçando, quando estão desorientados. A conversa rendeu.

Viajamos em algo mais. Uma história puxa outra e ficamos bem uns 40 minutos proseando. Ele me lembra história de Reginópolis, uma placa na avenida João Villas Boas, quando quase foi esquecida num depósito na cidade e por sua causa - eu estava presente, foi recuperada e recolocada no devido lugar. Pois bem, descobre que a mesma foi confeccionada não pela Prefeitura, mas pelo neto do João Villas Boas, parente do famoso sertanista e homenageando João Pessoa. É isso, a gente emenda uma coisa na outra, falamos de tudo, também mal do Bolsonaro, pois inexiste conversa saudável hoje sem tocar neste tema candente e latente. Descrevo o principal do discorrido entre as partes, até para ressaltar da necessidade de algo nesse formato por estes tempos. Além dele, tiveram mais duas boas prosas. Queria escrevinhar só delas, mas a cabeça fervilha também de outros temas. Neste momento, estou cá fazendo uso do computador para ajudar meu amigo Claudio Lago, convidando amigos a votar nele pra vereador aqui em Bauru e só parei para escrevinhar este texto. terminado volto pra labuta, pois estamos há 25 do pleito e precisamos muito por aqui eleger um vereador de responsa, de luta e desses sem decepções. Inté...