PELÉ, BAURU E SEUS 80 ANOSO dia é hoje, enfim, Pelé completa seus 80 anos. Parabéns ao inigualável jogador de bola. Tudo o que poderia dizer dele com a bola nos pés já foi dito e se mais o fizer, seria chover no molhado, repetir chavões. Sou dos que babam na fronha ao vê-lo com a bola nos pés. Infelizmente nunca o vi jogando ao vivo. Perdi as raras oportunidades. Certa feita ele veio fazer um jogo entre amigos no antigo BAC, saindo até matéria na revista Placar - que a guardei por anos, depois sumiu com o vento e o tempo -, mas as imediações estavam muito convulsionadas e não me aproximei, pois não existia mais possibilidade de adentrar o modesto campo.
Tento escrevinhar algo dele e da relação com Bauru. Saiu daqui muito jovem, 17 anos e é evidente que, deve ter sofrido pacas deste tal preconceito aos negros pobres. Seu pai, Dondinho, devia ter tristes histórias sobre isso para contar, mas creio ninguém o fez a contento. Perdeu-se a oportunidade, assim como de alguém fazer o mesmo com Pelé. Quem de fato conseguiu questioná-lo sobre como se deu essa relação com Bauru e como os bauruenses o trataram? Não deve ter sido nada fácil. Luiz Carlos Cordeiro escreveu um livro legal sobre Pelé em Bauru - o tenho numa estante só com temas bauruenses -, mas passa pelo assunto sem nenhuma profundidade. Não entendo como jornalistas perderam essa oportunidade de escarafunchar assunto tão relevante. Perdeu-se a oportunidade, pois Pelé envelheceu e hoje praticamente recluso, escolhe as pessoas com que fala e tem contato.
Nunca li nada assim contundente sobre o interesse dele em contribuir para algo relembrando seus feitos e sua permanência em Bauru. Nada conclusivo. A tal casa, hoje demolida, não foi acertadamente tombada pelo CODEPAC. Era de propriedade da família dele, não tinha nada de relevante, a não ser o fato dele ali ter residido. Enfim, o que Bauru ainda guarda dele que deva ser colocado num museu? Creio que o maior colecionador de coisas do rei é uma pessoa muito simples, o Chico Piscina, cujo nome se deve ao fato de ser profissional especializado em limpar piscinas e manter tudo o que consegue arrebanhar sobre Pelé. Guarda tudo em sua casa, ocupando muito espaço e até ano passado tentava um contato pessoal com o Pelé, tendo feito contato até com o ministro Marcos Pontes para conseguir o intento, sem obter sucesso.
Pelé está na memória de muitos por aqui, como de todos os brasileiros amantes do futebol. Isso uma coisa, outra é sua relação enquanto Edson Arantes do Nascimento, o homem fora do campo de bola. Não teve uma vida das mais normais. Sempre se mostrou um sujeito conservador e em alguns atos se mostrou de índole duvidosa, como na demora na aceitação da filha bastarda. Não dá para pegar leve com ele nesse quesito e em outros, sempre ao lado dos algozes do povo brasileiro. Reverenciarei sempre o craque da bola, fico feliz por ter chegado aos 80 anos, mas não tapo o sol com a peneira. Foi uma pessoa desprezível em muitos dos seus atos fora do campo. É lindo, por exemplo, hoje chegar em Nova York e ver ali na Times Square seu nome brilhando em neon. Dá orgulho em qualquer brasileiro. Mais que isso é rever seus jogos, seus dribles, o jeito diferenciado e único de jogar bola. No mais, sem mais comentários. Não é por ter envelhecido que devemos se esquivar de tocar em certos temas. Viva Pelé! Distância do Edson!
A EXPLICAÇÃO FORNECIDA PELO ADVOGADO LUIZ MARCOS FERREIRA:
"Certa vez, narrou-me uma pessoa, filha de alguém que fora amigo do pai do Pelé e que, inclusive acompanhou o pai do Pelé em um Clube desta cidade, onde seria o futuro Rei do Futebol homenageado por ter retornado campeão, da primeira Copa que participara, indo à frente dele ao Clube, uma vez que Pelé estava atrasado por ter se demorado em uma entrevista, que ela mencionou ter sido na PR G8, sendo que ele ao chegar sozinho na Sede Social do mencionado Clube, teve o desprazer de ser barrado pelo segurança, sob a alegação de que ali não poderia entrar "homem de cor", permanecendo firme no "cumprimento da ordem" que dizia ter recebido, mesmo diante da explicações do Pelé.
Teria, então o futuro Rei do Futebol, pedido para aquele que o entrevistara, que estaria chegando no local, para que chamasse os seus pais, que já estavam no interior do Clube e cujo ingresso fora facilitado por terem chegado acompanhados de sócio da entidade, para que voltassem para a casa, que ele havia adquirido para os mesmos, tendo saído do local antes mesmo que eles dali saíssem, não tendo aceitado o "deixa pra lá" daqueles que, após saberem do fato tentaram amenizar a situação.
Narrou ainda a Senhora que mencionei no início, que ele teria, já em casa, contado os detalhes do ocorrido aos pais e pedido para os mesmos se prepararem para irem residir com ele, na cidade de Santos, para onde seguiu, já naquela mesma madrugada.
Infelizmente eu não portava, na oportunidade, aparelho que pudesse gravar tal narrativa, e caso tivesse em mãos a possibilidade de gravar, nem sei se ela permitiria.
Eu acreditei, mesmo porque, sempre indagava aos meus botões qual seria a causa de o Pelé não curtir Bauru. Abraço fraterno".
ELEIÇÃO 2020
EM BAURU A CAMPANHA NÃO DESLANCHOUParece que nem começou ou se começou não empolgou e se está pela aí, nem parece, ou seja, para mim ela não vingou. O ano também está mais do que esquisito, meio lusco fusco, desse jeito que ninguém sabe onde vai dar e qual deve ser o próximo passo dado. Eu pelo menos ando assim, meio barata tonta no meio deste ziguezague maluco e tresloucado. Daí, justamente neste ano um período eleitoral e justamente para prefeitos e vereadores, aquilo que deve mover as cidades. Em algumas vejo a coisa fervendo, pegando fogo e algo em transformação, possibilidades mil em curso, mas aqui em Bauru o marasmo está tomando conta de tudo e todos. Eu não saio às ruas, mas percebo que a eleição em curso não está empolgando ninguém. As pessoas estão até se dizendo envolvidas, mas não existe aquele envolvimento arrebatador. Não sei direito do que se trata, se foi o tipo de campanha, tudo sendo feito mais pela via online do que presencialmente, daí pela falta de contato, ou o pouco contato, tudo esfriou. Talvez seja também por causa dos candidatos e das propostas nada robustas, representando o trivial, sem nada de tão novo, arrebatador e envolvente. Não pegou, não está colando e me vejo no meio dela, fazendo campanha para quem acredito vá representar a mudança, o algo necessário para tornar a coisa pública algo palatável. Aposto em pessoas com essa disposição, garra e prontos para o embate tão necessário com as forças contrárias, pregando o retrocesso e o andar para trás. No meio de tudo, com a perversidade estampada na fisionomia de tantos, ainda consigo garimpar alguns realmente dispostos a trabalhar não pensando em si e no seu desenvolvimento pessoal, mas no desenvolvimento do próximo, na emancipação desta cidade. é com estes que vou, mas no geral, confesso, a campanha está um pouco decepcionante, brochante, totalmente diferente de tudo o mais que até agora tinha presenciado. Mas assim mesmo, precisamos ir até o fim e tentar de todas as formas, jeitos e maneiras, não se deixar levar pelos lobos em pele de cordeiro. Mesmo na adversidade e desconforto de algo um tanto empacado, temos que tirar esse treco encalhado e fazer funcionar.
EM BAURU A CAMPANHA NÃO DESLANCHOUParece que nem começou ou se começou não empolgou e se está pela aí, nem parece, ou seja, para mim ela não vingou. O ano também está mais do que esquisito, meio lusco fusco, desse jeito que ninguém sabe onde vai dar e qual deve ser o próximo passo dado. Eu pelo menos ando assim, meio barata tonta no meio deste ziguezague maluco e tresloucado. Daí, justamente neste ano um período eleitoral e justamente para prefeitos e vereadores, aquilo que deve mover as cidades. Em algumas vejo a coisa fervendo, pegando fogo e algo em transformação, possibilidades mil em curso, mas aqui em Bauru o marasmo está tomando conta de tudo e todos. Eu não saio às ruas, mas percebo que a eleição em curso não está empolgando ninguém. As pessoas estão até se dizendo envolvidas, mas não existe aquele envolvimento arrebatador. Não sei direito do que se trata, se foi o tipo de campanha, tudo sendo feito mais pela via online do que presencialmente, daí pela falta de contato, ou o pouco contato, tudo esfriou. Talvez seja também por causa dos candidatos e das propostas nada robustas, representando o trivial, sem nada de tão novo, arrebatador e envolvente. Não pegou, não está colando e me vejo no meio dela, fazendo campanha para quem acredito vá representar a mudança, o algo necessário para tornar a coisa pública algo palatável. Aposto em pessoas com essa disposição, garra e prontos para o embate tão necessário com as forças contrárias, pregando o retrocesso e o andar para trás. No meio de tudo, com a perversidade estampada na fisionomia de tantos, ainda consigo garimpar alguns realmente dispostos a trabalhar não pensando em si e no seu desenvolvimento pessoal, mas no desenvolvimento do próximo, na emancipação desta cidade. é com estes que vou, mas no geral, confesso, a campanha está um pouco decepcionante, brochante, totalmente diferente de tudo o mais que até agora tinha presenciado. Mas assim mesmo, precisamos ir até o fim e tentar de todas as formas, jeitos e maneiras, não se deixar levar pelos lobos em pele de cordeiro. Mesmo na adversidade e desconforto de algo um tanto empacado, temos que tirar esse treco encalhado e fazer funcionar.
E o Pelé completou 80 anos.
ResponderExcluirVida longa ao Rei!
No dia de ontem, vi muitas pessoas abandonarem seus poços de virtude para falar mal do Edson Arantes ...
O que ele fez foi errado? Sim, e muito!
Isso retira as qualidades técnicas do atleta?
Foi o único homem de destaque que fugiu da responsabilidade só te a paternidade?
O único homem comum que agiu como um crápula?
Pela maioria dos comentários de ontem, parece que sim.
Eu, infelizmente, conheço, pessoalmente, centenas de homens com atitudes iguais. Alguns, até li criticando Pelé.
O machismo de Pelé não é diferente da maioria. Continua sendo estrutural e precisa ser combatido. Contra ele, e a forma que é execrado, pesa, no meu entendimento o racismo. Tantos brancos horríveis eu vejo..
Vi Bolsonaristas, cujo líder é racista, machista, homofóbico, apoiador da tortura, defensor do estupro, criticarem Pelé..
Vi gente comparando Pelé ao estuprador Robinho?
Vi gente falando que não consegue separar o homem do atleta. E quem consegue, de fato, ser esmiuçado em suas virtudes e defeitos e chegar a perfeição? Quem resiste a um julgamento pleno?
Eu, não. Tenho defeitos. Inúmeros. Inclusive o de ser fã do maior jogador de futebol de todos os tempos!
Salve o rei!
TATIANA CALMON
Henrique, essa vou discordar da querida Tati.
ResponderExcluirO problema de ficarmos apaixonados por nossos ídolos é que na imensa maioria das vezes vamos opinar com a emoção.
Que o Pelé foi um gênio nos gramados não há dúvida e merece ser lembrado por essa importância, agora não existe essa de separar o homem do atleta ou do artista porque são uma única pessoa e não uma entidade que se divide em duas partes.
Sermos sectários com nossos ídolos não permite a ouvir a crítica.
Claro que perfeição não existe mas daí abafar péssimos feitos como meros "defeitos" é dar asas para justificar inclusive canalhices dos tão criticados e com razão, bolsonaristas.
Bolsonarista cujo ídolo Pelé também o é, ou já se esqueceram do apoio do rei ao Bolsonaro ao dizer que o Brasil estava péssimo e agora havia eleito alguém que faria o país melhorar e que o povo deveria dar todo apoio ao Bolsonaro. Pelé disse exatamente isso.
Por que artistas como Fagner, Lobão e tantos outros que já embalaram os gostos de gente do nosso lado e hoje são cobrados e execrados por ele, não recebem o mesmo "salvo-conduto" para separar o homem do artista?? E olha que muitos desses artistas bastou apenas apoiar o Bolsonaro para serem jogados na vala da história por muitos, e eu também acho que merecem ser fortemente criticados porque apoiar um ser como o Bolsonaro é deplorável.
Da mesma forma que ler bolsonaristas criticando o Pelé por configurar uma hipocrisia gigante, também caímos em contradições ao ficarmos incomodados quando um ídolo por qual somos apaixonados recebe críticas por coisas deploráveis que fez.
Não é só a questão da filha, mas o Pelé sempre esteve ao lado dos poderosos e o que de pior a política nacional produziu, basta ver o apoio ao Bolsonaro.
Pelé é gênio dos gramados, mas não é um Jesse Owens.
Lembra do que falei do Maradona na entrevista?? O fato dele se posicionar à esquerda lhe dá o salvo-conduto da militância para bater em mulher?? Claro que não. Embora muitos tentam relativizar por ser o Maradona e ser esquerdista, o que só leva a essas contradições e inclusive também estender o "salvo-conduto" aos bolsonaristas que tem entre eles como apoiador do Bozo o Rei.
Parabéns aos 80 anos do gênio, mas não fiquem incomodados com as merecidas críticas.
Camarada Insurgente Marcos
Sabe Henrique, precisamos ser mais coerentes na hora da crítica para não cair na contradição de aplicá-la pra um e na mesma medida aliviar para o outro devido a nossa memória afetiva.
ResponderExcluirVeja o caso do Ronaldinho Gaúcho que foi amplamente criticado e com razão por todos nós pelo fato do rolo no Paraguai e apoiar além de compor o governo do Bolsonaro. Fica mais fácil criticá-lo quem não é da nova geração (que cresceu vendo ele dar show no Barcelona mesmo que por um curto período antes de jogar a carreira no lixo) porque não tem essa memória afetiva com ele como tem com o Pelé.
Lembra do "não se pode confundir o operário com a classe"?? Então.
Camarada Insurgente Marcos