sábado, 24 de outubro de 2020

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (158)


NÓS PERDEMOS E MUITO A CAPACIDADE DE ORGANIZAÇÃO - O LOBBY EVANGÉLICO NADA DE BRAÇADA DIANTE DO QUE FAZÍAMOS ANTES E DO QUE FAZEMOS HOJE
Peguei o sábado para colocar uma leituras em dia. Na última Piauí, a de outubro um ótimo artigo sobre o papel dos juristas evangélicos no mundo político atual, o "No reino do poder - O lobby discreto - e cada vez mais eficaz - dos juristas evangélicos", autoria de Luigi Mazza. Na Carta Capital, edição que me chega às mãos hoje, o tema está na capa com "A fé em um clique - Os novos pregadores evangélicos trocam a tevê pela internet e expandem sua influência, inclusive na política", em texto de Thais Reis Oliveira. Peguei dois outros livros que tinha aqui na algibeira e intermediei as leituras, num aprofundamento estarrecedor: perdemos terreno para estes e a cada dia perdemos mais e mais, algo pelo qual avalio da seguinte forma, enquanto gente como eu segue trancafiada em quarentena, isolado e sem muitos contatos externos, os lobby evangélico cresce desmedidamente e vai ocupando cada vez mais espaços.

A conclusão é bem simples e diante dos meus candidatos nessa eleição se aproximando me espanto com os números: nas eleições municipais deste ano, quase cinco mil candidatos se apresentam como "pastor" ou "pastora", fora os que, sem fazer uso da denominação representam igrejas evangélicas, a maioria neopentecostal, onde está a grande concentração dos tais pastores midiáticos, os que tratam os fiéis como uma plateia. Eles todos se mostram agressivos ao seu modo e jeito, ou seja, defendem o seu ponto de vista de forma explícita e sem medo de ser feliz, sem arrependimentos e tudo sob uma certa coordenação lhes dando respaldo. Para qualquer leigo como eu, mesmo avaliando tudo a grosso modo, dá para se perceber mais do que nitidamente que a influência evangélica sobre o atual desGoverno do seu Jair chegou a tal ponto que já causa embaraço entre tudo o mais. Eles não estão mais chegando, já chegaram e atuam cada vez mais com desenvoltura e penetração (ui!).

Só agora fui tomar conhecimento de algo já em atividade há muito tempo, a entidade religiosa ANAJURE - Associação Nacional de Juristas Evangélicos, fundada a princípio para dar respaldo técnico às propostas evangélicas no Congresso e oferecer subsídios ao trabalho da bancada. São espertos, ladinos e de algo inicial, o da simples avaliação que os parlamentares evangélicos produziam mais barulho, com seus discursos espetaculosos do que resultados práticos, foram se achegando e hoje representam muito mais que isto. Passaram a demonstrar força, representando articulação de um grupo relevante em termos de capital social, político e econômico. Só para se ter uma pequena ideia do que já fazem, conseguiram dentro do STF - Supremo Tribunal Federal atuar como amicus curiae - amigos da corte em latim, ou seja nessa atuação podem opinar sobre o assunto em pauta. Não fizeram isso uma ou duas vezes, mas dezenas e já são chamados em muitos casos ali julgados, algo que a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, representando a religião católica só foram aceitas em nove vezes no seu meio século de vida. 

Entenderam a profundidade do que estão a fazer? Esse pessoal não dorme de touca e vai galgando pouco a pouco, degrau por degrau musculatura e hoje, já não se contentam em obter vitórias no Supremo, mas já impedem que certos temas e assuntos cheguem à corte. Eles, pela força e influência alcançada, barram tudo o que encontram pela frente pelo caminho. A máquina de pressão desse povo é ilimitada e enquanto isso, estamos aqui a discutir algo no varejo. Eles muito mais espertos atacam no atacado e nadam de braçada sobre qualquer tipo de organização feita pelos considerados progressistas. Enquanto somos lerdos, pensamos dez vezes e assim mesmo pouco conseguimos, eles (não preciso explicitar a cada vez que cito "eles" de quem falo, né!) se articulam nacionalmente de um jeito muito rápido. Possuem hoje uma tropa de choque e exercem um poder paralelo a legislação existente. Quando algo contrarie qualquer coisa contra os interesses evangélicos, esse exército entra em ação e faz e acontece. Não ganham todas, mas avançam imensamente mais do que os ditos progressistas. O momento parece ser deles com Bolsonaro no poder e não perdem tempo. Nós, ao contrário, nos encontramos empacados, estáticos e quase sem ação. Não fomos sempre assim, mas assim nos tornamos, daí creio eu, já perdemos feio esse jogo.

RICO DANDO CONSELHO PRA POBRE
https://www.facebook.com/EmNEGt/posts/954438028249448
Esse treco hoje tentando ser enfiado goela abaixo deste povo mais do que danado, o de um tal de empreendedorismo como sua tábua de salvação é de uma crueldade sem comparações. Primeiro os garbosos do sistema sentam lá em suas salas refrigeradas e ficam a bolar planos para enfiar goela abaixo jeitos e maneiras de egambelar o povão, ou seja, fazê-lo com que continue conformado com sua situação e que a saída é trabalhar pro sistema, fortalecer a coisa que os danará para todo sempre. Abrir os olhos do povão, conscientizar estes de que a exploração piorou, que as portas se fecharam porque cada vez mais um ganham os tubos e a maioria terá que ralar pro resto da vida pra garantir alguma coisa para sua sobrevivência, isso não fazem. O que fazem é continuar enganando a todos. Na crueldade do mundo atual, sistema predatório ligado em 220 volts não existe a menor possibilidade dessa conta fechar, pois para uns continuarem tendo o lucro hoje auferido se faz necessário a maioria ralar de olhos fechados, se imaginando que um dia poderá chegar lá e ser igual ao que hoje lhe explora. A luta coletiva minha gente não se dá desta forma individualista e sim, sempre e sempre, num pensamento coletivo, onde todos poderão almejar algo e ninguém fique para trás. Não caia nessa ladainha. Conscientização popular é algo difícil quando as forças todas jogam contrário. Perceber o jogo sórdido faz parte dessa construção. Eu fico cada vez mais puto quando vejo algo destes lá dos andares de cima cagando regra pros debaixo, como se fosse tudo fácil, bastando seguir as instruções. Pulhas...

ONDE GOSTO DE ESTAR ENFURNADO
MINHA POESIA NÃO PRECISA IR PARA O AURÉLIO PARA SER ENTENDIDA
“A minha poesia não precisa ir para o Aurélio para ser entendida. Eu sou a poesia do povo, os sentimentos do homem, do ser humano”, diz João Flávio Cordeiro da Silva, mais conhecido como Miró da Muribeca. Vivendo da poesia há 35 anos, o pernambucano tem 15 livros publicados, alguns com mais de 3 mil exemplares vendidos. No Largo da Santa Cruz, o artista encontrou a equipe da revista Trip e compartilhou suas angústias e inspirações. Eis o link com uma pitadinha de sua rica história popular de vida: https://www.facebook.com/revistatrip/posts/10156998886096238

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