sábado, 27 de fevereiro de 2021

REGISTROS DO LADO B (34) e CARTAS (225)


O 34º LADO B É SOBRE A VIDA E O INSTIGANTE TEATRO PRODUZIDO PELA INQUIETA MARIZA BASSO, ATRIZ PRA LÁ DE CONTESTADORA – MUITO ALÉM DA MILITÂNCIA PELA CAUSA CULTURAL
Deixa eu escrever de quem vale a pena. Teço loas, muitas delas para quem decididamente põe a cara para bater, não foge do pau e enfrenta todos os dragões e moinhos, imagináveis e inimagináveis, tudo para continuar sendo autênticos, sem se vergar para os poderosos de plantão ou quem quer que seja. Desta feita, no “34º Lado B – A Importância dos Desimportantes” trago para uma reveleadora conversa, nada menos do que uma das mais importantes e atuantes atrizes da aldeia bauruense. Falo de MARIZA BASSO, a rainha do Teatro de Bonecos na cidade, mas muito mais que isso, hoje uma liderança cultural, com voz ativa, clamando em alto e bom som contra os desmandos de desgovernos autoritários, fundamentalistas, praticantes do genocídio, não só cultural, como de pessoas.

Mariza tem mais que uma bela história para ser contada, relatada em detalhes. Ela sempre fez, pegou o touro a unha, foi à luta desde muito cedo, enfrentou tudo pela frente e está escolada, calejada, alquebrada e assim como a aroeira, “verga mas não quebra”. É de artistas deste naipe que este país precisa, gente que não se esconde atrás de um patrocínio governamental e daí se cala. Viver se escondendo atrás de meras verbas, muitas vezes de governos espúrios, sem contestar é algo ocorrendo com a maior naturalidade país afora. Isso inquieta a muitos, mas poucos se postam contrários, falam e se posicionam. Evidente que Mariza não está aqui só por causa disto. Ser ela uma de nossas mais corajosas artistas, todos sabemos, mas é que sua história nos contagia e ela pede para ser contada. Precisamos todos conhecer como se deu a trajetória de Mariza, por onde andou, o que fez de sua vida até desaguar neste hoje, clamando não só por manifestação, mas posicionamento e luta, resistência.

O bate papo será em torno disso tudo e só por isso é mais que saboroso. Mariza conheceu o mundo com sua arte. Viajou por diversos países, mas não voltou empombada e de peito estufado. Ela nunca tirou os pés do chão e é com eles, com sua trajetória que, sempre soube estar acima dos falatórios. Ela faz, acontece e não se deixa levar por cantos de sereia. Daí, nada como conhecer um pouco mais de Mariza e tudo contado por ela mesma. Essa a propositura dessa conversa. 

Antes, até para apimentar, para quem quiser ler algo mais sobre ela, cliquem no link abaixo e vejam tudo o que já publiquei dela no blog Mafuá do HPA: https://mafuadohpa.blogspot.com/search?q=MARIZA+BASSO

EIS O LINK DO BATE PAPO Nº 34, COM 1H10 DURAÇÃO: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/4309124665784176

RESUMO DA CONVERSA:
A história da Mariza é envolvente e contagiante. Ela foi iniciada por alguns conhecidos artistas da cidade e a partir daí descobriu o que queria fazer pro resto da vida. Caiu de boca na vida artística. Fez teatro pelas condições existentes na época, através dos cursos da Oficina Cultural. Quando cita da Cultura exercida pela Prefeitura através da Secretaria Municipal de Cultura afirma algo marcante e verdadeiro: "A Cultura pública em Bauru quem sempre fez foi o SESC. A Prefeitura pouco fez e o único projeto mantido até então, a Lei de Estímulo hoje foi cancelada, com ela ainda não concluída. A alegação é pífia, do preciosismo jurídico, mas embutida nisso, a evidente maneira do trato deste setor nessa administração; a do menosprezo, irrelevância e desprezo, deixando os artistas à mingua. Mariza se mostra sem esperanças diante de tudo o que já viu e o que se prevê para o futuro. Conta algo revelador, a de que antes da esquerda - PT, chegar ao poder, a direita - PSDB tratava o artista interiorano como um nada, exigindo que todos fossem pra capital, nunca valorizando o local. Foi um período de debandada. Ela ficou, resistiu e diz que, com a chegada da esquerda foi quando surgiram os projetos de valorização dos artistas do interior e os projetos neste sentido. Hoje, com a ultradireita, algo pior do que no período com o PSDB, ou seja, o total menosprezo para o setor. Não espera mais nada destes e faz uma dura afirmação para com a atual secretaria de Cultura, sua amiga Tatiana Sá, de forma bem dura e incisiva: "Estivesse eu no lugar dela, diante do cancelamento do edital, como ocorreu agora e vendo E diz que, quem continua deve ser pelo dinheiro na conta no final do mês e só. Enfim, a entrevista foi contundente. Quando fala da união da classe artística, diz que isso já está acontecendo e que, o proporcionado pela Lei Aldir Blanc só foi possível pela união de todos, a união do "Brasil profundo", algo que por ter sido conseguido com ajuda da esquerda, hoje é nem mais citado dentro dos impressos oficiais da Cultura Federal. Encerra reafirmando que os tempos serão duros, mas com todos unidos alguma esperança, pois tudo daqui pra frente só será conseguido sob pressão, muita pressão. Foi algo marcante, ela emocionada dizer que, não teria forças para fazer novamente tudo o que fez durante sua vida toda, mas as forças que lhe restam utilizará para unir a classe e lutar, lutar e lutar. Que grande artista, verdadeiramente revolucionária. Confesso, sai apaixonado ainda mais por ela ao final dessa conversa que, deve ser assistida por todos os com interesses culturais na cidade. Foi apaixonante...

 
ARTIGOS DESTE HPA PARA "DEBATE", DE SANTA CRUZ DO RIO PARDO - Nº 2
Como alguns ainda conseguem seguir o ‘capiroto’ sem corar a face: o caso Bauru
Com a chegada de Jair Bolsonaro, o Senhor Inominável ao poder, juntou-se a ele o que de pior poderia ter acontecido com este país. Um bando de aloprados, alucinados, desvairados e muito mal ajambrados, além de intencionados. A derrocada nos direitos básicos da boa convivência humana, fim da legislação trabalhista e o conluio para colocar por terra tudo o que havia sido duramente conquistado é sentido por todos. Implantam o “terra arrasada” e até hoje, devido a conluio entre os ditos poderosos de plantão, tudo tem ocorrido a contento pro lado destes. O país, passados pouco mais de dois anos deste desgoverno é este caos, onde as evidências são latentes, ululantes.

Desastre consolidado, foi salutar ir acompanhando os tantos que já abandonaram o barco bolsonarista. Enfim, todos os com um mínimo de sensatez o fizeram, pois mesmo contrários a governos anteriores, impossível continuar apoiar algo de cunho reconhecidamente genocida. Porém, existem os que estão insistindo em prestar apoio e defender abertamente a aberração em curso. Sempre existirão estes, pois mesmo o nazismo teve fiéis seguidores até seus estertores. Estar junto com a perversidade se dá das mais diferentes formas e jeitos. Cada qual com interesse bem específico. Aqui em Bauru, o foco do restante de meu escrito semanal, é reduto de assumido bolsonarismo, com 75% dos votos sendo sacramentado a este segmento nos últimos pleitos, tanto o presidencial, como o municipal. Um horror.

A perfeita, ops, digo, prefeita Suéllen Rosim é do partido Patriota, fundamentalista e bolsonarista e se alia aos interesses dos ditos por aqui como “Forças Vivas”, capitaneado por Walace Sampaio, presidente do SinComércio, espécie de coronel, quando declara algo acima de tudo o mais: “aqui o comércio não fecha”. Juntos, aliados com parte da mídia massiva e do Judiciário, pregam algo abertamente contra o governador João Dória, um que, tão cruel quanto todos, porém tendo o Butantã sobre sua alçada e, daí, tentando seguir algum preceito pela vertente da Saúde. A flexibilização bauruense é negativista, pensa só nos botões dos abastados e pouco na massa dos desvalidos. Ludibriam o povo com bandeiras que não são as suas e assim Bauru segue iludida e convertida à pregação dos insensatos.

Cito um só exemplo e com ele demonstro algo bem em voga em Bauru: o grau cego da adesão de parte da dita intelectualidade, hoje ainda arraigada na defesa de Bolsonaro. O reduto destes se dá nas páginas do Jornal da Cidade, especialmente na Tribuna do Leitor, representando o segmento predominante dos leitores ainda mantendo o jornal circulando. Um professor aposentado, engenheiro da Unesp Bauru, fotógrafo reconhecido como rebelde anos atrás e hoje empedernido conservador, defensor de tudo o que Bolsonaro prega, desde o milicianismo até as desconexas falas diárias. Não cito seu nome, mas usando-o como exemplo, vejo nestes os segurando a brocha de algo cada vez mais fora do contexto da normalidade. São as tais pessoas cada vez mais perigosas, homofóbicos por osmose, repetindo algo idêntico do deputado preso e se posicionando abertamente contra todo e qualquer preceito que resvale em algo parecido com democracia. Estes não aceitam o contraditório. São as suas ideias e só. Pululam por aí, estão não só no jornal, como na padaria, na fila do caixa do supermercado e da casa lotérica, ou seja, mostram abertamente a face horrenda e sem nenhum rubor. Podem até parecer maioria, algo como tudo estar já devidamente dominado, mas existe uma Bauru resistindo e fluindo por canais alternativos. Bauru flui e se oxigena por causa deste antagonismo. Ufa! Nem tudo está perdido e assim a luta continua.

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