sábado, 27 de março de 2021

REGISTROS DO LADO B (38)


O CONVITE PARA O 38º LADO B É COM ALGUÉM QUE RESISTE, INSISTE E PERSISTE NA LUTA, JOSÉ CLÁUDIO DE PAIVA

Resistir é preciso e também não sair da cancha de luta, eis algo que JOSÉ CLÁUDIO DE PAIVA não faz por nada desse mundo. Natural de Divinolândia, interior paulista e indo morar em Sampa bem menino, quando mudou para a capital paulista acabou por se transformar num cidadão do mundo, ou das causas sociais, pois de lá sai pronto e acabado, um bravo guerreiro, sempre na defesa dos clamores populares. De seu blog pessoal, o Leitura Treze, algo sempre renovador: "Olhar Diferente É a leitura que faz a personalidade das pessoas e que possibilita viagens improváveis... é a leitura". Um petista na acepção da palavra, velha guarda, defensor do LULA LIVRE desde sempre e desses que, o tempo pode passar, a luta pode endurecer, mas nada o fará sair da mesma. Não sai de jeito nenhum da galeria dos defensores do ex-presidente e faz questão de levantar bem alto a bandeira de luta dos trabalhadores resistindo ao insano golpe sobre seus costados.

O 38º Lado B - A Importância dos Desimportantes traz um cidadão do mundo, sacado neste momento das entranhas das intermináveis batalhas diárias, desses que mesmo nos piores momentos são abandonaram a cancha de luta e não esmoreceram, mesmo quando alguns desdisseram de continuar na lida da consolidação e confirmação de estar junto do povo, no meio dele, junto dele, enfim, sendo um dele, não vê sentido em se afastar e fazer a luta de outra forma e jeito. O motivo de trazê-lo aqui neste momento, mesmo não sendo muito conhecido do pessoal de Bauru e região - só os do meio sindical o conhecem e muito bem - é o de apresentar uma visão de como continua se dando a luta junto as camadas populares e movimentos sociais nos dias de hoje. O exemplo dele é de vital importância para não deixar esmorecer quem se apresenta desanimado e também reforçar que, sem luta nada se conquista.

Cláudio é um militantes nas 24 horas do dia e mais um pouco. O danado deve dormir pensando em como vai ser a distribuição do seu dia ao acordar. Ele já esteve aqui muito perto de nós e de Bauru, quando militou e morou em Jaú, Bariri e na Barra Bonita. De todos estes lugares tem muitas histórias, desde engraçadas até as trágicas e ao revê-las neste momento, muita lição de vida e também algo encorajador para todos os ainda dispostos a continuar empreendendo a luta por dias melhores para este combalido país. Cláudio não desiste e ao ouvi-lo, bate lá no fundo da gente, esse negócio de porque demos um breque, pois ao assim agirmos, abrimos o flanco para outros irem ocupando os espaços.

Cláudio não é um teórico e sim, um militante das ruas, destes que pega o touro a unha e o enfrenta com a cara e a coragem. O saboroso da conversa que irei travar com ele hoje no final do dia é exatamente enveredar a conversa por esse lado, a dele contar algo de seus feitos e da coragem sempre presente em continuar, mesmo na adversidade. Cavou lugares aqui e ali e continua cavando, desde seus tempos de metalúrgico, até hoje, na condição de jornalista de publicações petistas. 

Ele é responsável pela publicação diária de um jornal virtual, o "Luta", do diretório municipal do PT paulistano de Capela do Socorro e a partir daí, conversa o dia inteiro, produz textos, espalha outros, multiplica ideias, promove encontros e agita. Nada melhor do que um original agitador para nos contar suas histórias e assim possibilitar o retorno de muitos olhos brilhando, buscando também voltar a trilhar caminhos libertários.
O mais quem assistir o embate hoje, a partir das 18h, pela minha página do facebook, terão boas surpresas, pois conversar com quem é detentor de boas histórias é sempre algo arrebatador. Então, logo mais, hoje, sábado, 27/03, 18h, aqui pelo facebook deste mafuento

COMENTÁRIO FINAL:
Cláudio é um ser social louvável. Sua trajetória de vida demonstra isso. Sempre esteve envolvido em lutas e conquistas dos trabalhadores. Hoje, atuando como jornalista, coordena a publicação "LUTA", do Diretório Municipal do PT de Capelo do Socorro, com grande abrangência na capital paulista e ali, dá prosseguimento a algo pelo qual esteve empenhado boa parte dos últimos anos, o dentro dessa guerra pela informação, produzir matérias e possibilitar uma narrativa salutar, bem diferente da repassada pela mídia massiva e hegemônica. Daí, a importância do que faz, buscando com um veículo alternativo, mostrar outra visão dos acontecimentos. Ele está aqui exatamente por causa disso. Quero com a entrevista mostrar para mais e mais pessoas dessas possibilidades. Criar as próprias narrativas é algo mais que primordial nos tempos atuais, pois do contrário estaremos fadados a ter que aceitar a que nos é passada, por exemplo, nos noticiários da TV Globo ou TV Record, Estadão ou mesmo Folha de SP. Ao final uma frase dele chama a atenção, quando perguntado sobre o papel da esquerda e as vacinas: "A vacina só pode ser pensada num jeito coletivo, assim pensa e age a esquerda e não como fazem com o remédio, tipo a Cloroquina, pensada individualmente, numa proteção somente para si e não para o todo". O papel de pessoas como Claúdio é salutar, pois ele literalmente produz uma mídia onde os temas são tratados segundo a nossa visão, a dos vencidos, dos explorados, dos injustiçados e isso é feito em instruir mais e mais pessoas, fazendo-as tomar consciência de fato dos reais acontecimentos e assim reverter o jogo. Pessoas como José Cláudio são imprescindíveis. 

 
O GADO NÃO TOMA VACINA - SÓ OS MUITO IGNORANTES, CONHEÇO UM...
Hoje muito me surpreendeu tomar conhecimento da história de pessoa conhecida, que já chegou a frequentar minha casa, tem mais idade que eu, portanto, acima dos 60 anos, bolsonarista convicto, cego até não mais poder e tolerado por ser namorado de amiga. Pegou a covid tempos atrás e diz ter se tratado com o medicamento inservível, porém não tem certeza disso, pois quando num hospital, o cara acha que toma aquela porcariada e lá, os profissionais de saúde agindo dentro da normalidade, acabam por ministrar o que salva as pessoas e não a marmotice indicada pelo ex-capitão. Pois bem, o cara se diz curado e continua a propagar a sandice dos remédios inservíveis. Apronta mais uma e como gado não surpreende. Pode tomar a vacina, chegou o dia dos de sua idade, mas se recusa, pois como crê cegamente no seu mentor, o "mito", prefere morrer doente do que ter que se vergar. Não vai tomar e vai sim, continuar propagando coisas sem nexo.

Pelo visto, o cara é adepto daqueles malucos lá de Novo Hamburgo, os gaúchos que bateram continência para um caixa de cloroquina e não está atento ao que acabou de fazer o bispo Macedo, prócer da igreja Universal, pois este mesmo desdizendo da vacina, de bobo não tem nada e na primeira oportunidade, aportou na fila para tomar a vacina lá onde mora, nos EUA, se deixando até fotografar. Abomino as bestas levando este país para o buraco, como esse cego cidadão, que pela sua ignorância, não mais permitirei que volte a botar os pés em minha modesta residência. Quero cada vez mais distância destes e se existe alguma missão na vida para o que ainda me resta de tempo de permanência neste mundo é a de convencer gente como este, mas os que querem e propostos a ouvir, pois os besta quadrados, os cegos, estes estão irremediavelmente perdidos e não vale mais a pena perder tempo com estes. O desabafo foi escrito numa só sentada e representa bem o que senti ao tomar conhecimento dessa história. Como pode alguém desdizer tudo o que prega a ciência e se postar ao lado de alguém tão criminoso e desajustado como o ex-capitão? Gente como este representa os pelos quais quero mais e mais manter o máximo de distância.

UMA HISTÓRIA DE VIDA PARA ENCERRAR O DIA
HILDA PATRIZI BEIRANDO OS 90 E CHEIA DE VIDA, ESBANJANDO SIMPATIA
Uma das coisas que mais gosto e tenho feito cada vez menos são estes perfis. Queria chegar ao milésimo - como no gol do Pelé - e depois, se possível, reunir uns duzentos, escolha feita a dedo, um por um e publicar um livro, mostrando essas carinhas e contando um bocadinho, uma coisinha simples da vida de cada um. Em cada foto que tiro, só de olhar pra elas eu tenho algo pra dizer, uma história pra contar, um relato de vida por detrás e daí, se me deixarem eu discorro sobre isso por horas. Semana passada, revi uma pessoa querida e pedi para tirar fotos. Ela me disse não estar bem arrumada, mas a convenci e de todo o presenciado saiu isso que vos escrevo abaixo.

HILDA PATRIZI está beirando os 90 anos e morou vida quase inteira na beirada do rio Bauru, quadra 1 da Gustavo Maciel. Saiu de lá anos atrás, alguns anos após perder o marido, o ferroviário da Cia Paulista Carlos Patrizi. Ela não queria ir embora, deixar o lugar de uma vida inteira, mas foi convencida pelo filho, após uma enchente com mais de metro d'água dentro de casa. Ela se foi, como tantos outros e levou consigo o instrumento de seu trabalho, uma máquina de costura, que avariada pelas tantas enchentes, acabou sendo descartada. O único pedido de compras que fez nos últimos tempos foi este, ter uma máquina nova. Hoje, beirando os 90, tem sua máquina nova, reclama de costurar menos, pois "a visão não ajuda muito", mas insiste. Ela é dessas que não entrega os pontos. Na semana passada, após tomar conhecimento de mais uma enchente na região onde morou por mais de seis décadas, passa uma manhã toda por lá, acompanhando gente mais nova limpando o barro dos cômodos. Caminhou no meio do barro até meu portão, eu também com barro até as tampas, só para me dizer estar com saudade. Perguntou de todos, irmão por irmão, riu e se deixou fotografar após minha insistência. Eu tenho infinitas histórias dela com seu marido, vizinhos da casa de meus pais, das tantas bolas que caia em seu quintal, dos doces que fazia e das costuras que me fez a vida inteira. Tempos atrás, eu e ela já morando longe, nos encontramos ali e passei algumas bermudas com furos nos bolsos, mangas de camisas, barras de calças. E na hora de cobrar, ela dizendo não saber direito o que cobrar de mim. Foi assim a vida inteira e agora, só de vê-la ali no portão, interessada nos destinos de sua casa e das demais, me deu uma força para ir até o fim, limpar tudo e seguir em frente. Dona Hilda é como se fosse embaixadora daquele lugar. Seu sorriso vale ouro. Escreveria horas das tantas histórias, mas o espaço aqui é curto. Conto mais em outro momento.

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