domingo, 11 de abril de 2021

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (90) e DIÁRIO DE CUBA (211)

 PRIMEIRO ALGO DE BAURU:

MELHOR TEXTO SOBRE OS CEM DIAS DO desGOVERNO DE SUÉLLEN ROSIM NA PREFEITURA DE BAURU

Muito se falou, muito li, mas o melhor mesmo, tudo concentrado na charge que sai hoje na página 2 do Jornal da Cidade, cria da verve do Fernandão Dias. Ele conseguiu reunir ali naquele pequeno retângulo tudo o que foi tentado dizer sobre esses fatídicos dias de descaminhos, desencontros, muita falação, mas pouquíssima coisa de concreto. "Fernando, o Breve", ou o "Curto e Grosso", "Direto e Reto", é preciso, diria, cirúrgico. Neste momento, passados os tais cem dias tento desvendar a que de fato veio e está a serviço a atual administração municipal e algo mais me movimenta: enfim, quem de fato dentro da atual administração, desde secretários - alguns meramente sectários - até a subalternos comissionados, estaria de fato apresentando resultados ou meramente atuando e propondo algo diferente do trivial? Pelo que me consta, NENHUM (A). Daí, a charge do Fernandão vai na veia - não na véia, viu! - e escracha, expõe a pouca vergonha, o tal do empurrar com a barriga na sua essência, ou mesmo, elevado à sua máxima potência. É um tal de bater cartão, sorrir para todos ao lados, mas todos atados, contidos e diante de uma administração que nada propõe e nada deixa fazer, não restando a todos o mero cumprimento das horas de trabalho e depois o voltar pra casa. Não existe propostas, não existe resultados, não existe volta de política e nem possibilidade de apresentar algo diferente, pois tudo é bloqueado e cerceado pelos próceres da novíssima (sic) prefeita, que reducionista, fundamentalista, segura a todos e os mantém debaixo de suas asas, calados, mirrados e insignificantes, pois nem se pronunciar podem a contento. Fernandão pegou o espírito da coisa e diante dos infindáveis problemas desta cidade, todos acumulados, cria o que é de fato essa administração, nada mais do que, o EMPURRAR COM A BARRIGA. Parabéns, caro Fernandão, você com seu traço e imaginação, fez mais do que todos os escrevinhadores. Você é DEZ!

DEPOIS, ALGO DO EQUADOR, DO PERU E DE CUBA

1.) HOJE TEM ELEIÇÃO NO EQUADOR - POR LÁ, GRANDES POSSIBILIDADES DE VENCER UM PROJETO PROGRESSISTA, GUINADA RECUPERAÇÃO PARA AMÉRICA LATINA. Eis o link do diário Página 12: https://www.youtube.com/watch?v=FNIWrTx2UKU

2.) HOJE TEM ELEIÇÕES NO PERU - POR LÁ UM DOS CANDIDATO, DENTRE 18, É UM RICO EMPRESÁRIO, AGINDO IGUALZINHO À BOLSONARO E PORTANTO, UM PERIGO PARA A OXIGENAÇÃO NECESSÁRIA NA AMÉRICA LATINA. Eis o link do diário Página 12: https://www.youtube.com/watch?v=tKxNPRDLrOc&t=4s

 3.) A PREOCUPAÇÃO DO MOMENTO É TAMBÉM PARA CUBA, POIS ALGO MINA A REVOLUÇÃO Ouço no Jornal Nacional, da TV Globo, pequena nota semana passada onde o Governo dos EUA se mostra preocupado com as “liberdades democráticas” (sic) em Cuba e pela forma com contém protestos e uma greve de fome na ilha. Fui conferir o que de fato ocorre e após o filtro necessário, algo muito simples. Cuba ampliou há pouco tempo o sinal de internet na ilha e hoje, aproximadamente 40% do país viaja pelas tais redes sociais. Na verdade, o que existe hoje lá é um intenso trabalho de contra revolução, ou seja, algo que não é novo, sempre é tentado, a desestabilização do regime e seu fim, com introdução do capitalismo na sua forma destrutiva, colocando fim aos mais de 60 anos de revolução comunista.  


Pesquisei o que vem a ser o movimento de San Isidro. Nele, os permitidos dissidentes, cada vez mais abrindo suas asas e cavando brechas. A intenção é clara, desestabilizar o regime. Cuba vive hoje, em plena pandemia uma situação confortável, com sua própria vacina e controle sobre o avanço da pandemia. O isolamento dos dias atuais, que ocorre por lá de forma efetiva, séria e como medida governamental, impede neste momento, o avanço destes movimentos. Eles acontecem, como o desta greve de fome de dias atrás, mas ainda são brecados pelo movimento maior, o da mobilização contra a pandemia. Até quando o governo cubano irá conseguir segurar a onda? Vejo Cuba hoje como uma panela de pressão prestes a explodir. Parte da juventude está prestes a ocupar as ruas, insuflada por algo vindo do exterior e nós aqui do Brasil sabemos muito bem onde isso tudo vai dar. Não será surpresa a insurgência crescer. Evidente que por detrás dessas reivindicações, os interesses norte-americanos, jogando, como sempre, pesado, mas não é tudo culpa deles. Vergar Cuba é sonho antigo destes e hoje, infelizmente pela fraqueza do governo atual, grandes possibilidades.

Tento resumir o que entendi do em curso por lá. O San Isidro é uma espécie de MBL, versão cubana. Vivencia-se hoje não a realização de novas etapas do sonho acalantado por tanto tempo e sim, sua destruição. Sinais são sinais e deles deveriam fazer uso os atuais governantes, para reavaliar os erros e não permitir o avanço da permissividade a destruir tudo o que foi alcançado. Aqui no Brasil isso aconteceu em larga escala e com Bolsonaro a derrocada de tudo, fundo do poço. Lá somatória do aumento das igrejas com redes sociais. Mas não é só isso que vai levar Cuba à derrota. O sectarismo da esquerda, algo aqui vivenciado e lá em curso, esse sim, cegueira em não observar os próprios erros. Esse atual presidente, Miguel Díaz-Canel, no mínimo um fraco, inepto, pois deixa a coisa rolar frouxa. Um vídeo com neto de Fidel, Sandro Castro circulando com uma Mercedes pela ilha, parecendo um playboy, primeiro dizendo ser sua, depois desdizendo. Só o fato de circular com um carro desses é algo de imensa proporção negativa. Algo parecido com os filhos do Bolsonaro que fazem as cagadas e na sequência veem se desculpar.


Isso me faz se lembrar de MUJICA, o ex-presidente uruguaio, quando fala sobre simplicidade, humildade, dar o exemplo, o fusquinha, a mesma casa simples e com pouco conforto. Com ostentação e luxo, a pessoa entra também na ganância. Quando a posse do dinheiro passa a ser mais importante do que a ação humanitária, o sujeito vira escória. O povo cubano já estava puto com a esposa do Canel, vista na Europa passeando e fazendo compras em lojas de grife. Quando vimos Fidel, Raul dirigindo Mercedes Benz ou esposas passeando em viagens de luxo? Impossível não ser tomado por profunda tristeza, indo além do momento pandêmico vivido pelo Brasil. Se algo acontecer lá, como cá, não serei pego de surpresa. Algo acontece nas entranhas das novas classes dirigentes cubanas e na sequência, até pelos seus próprios erros, dificilmente conseguirão reverter. Já vi esse filme aqui dentro do Brasil e por lá, só mais um capítulo. Afrouxou, fodeu. A culpa não será somente dos EUA. Em muitos casos, os EUA só se aproveitam das nossas cagadas pra tornar a coisa ruim de vez. A realidade de Cuba hoje vai muito além da romantização que sempre fizemos. Fracasso, erros em cima de erros, sendo cometidos sucessivamente e inevitavelmente algo de ruim no horizonte. Ceder para quem está pronto para te destruir é dar munição pro inimigo e não querer também se corrigir, retornar para a linha de conduta sem privilégios, isso tudo, na somatória, sempre culmina em fracassos.

A pergunta de hoje: por que a nova geração cubana está caindo na ladainha sempre utilizada e hoje mais receptiva? Por que as igrejas evangélicas estão crescendo em Cuba? Quando você tem a educação totalmente dentro da dialética socialista, os riscos são pequenos. A classe médica teve aumento salarial por lá, mas os professores não, continuando ganhando pouco. Ninguém quer mais ser professor, quando em qualquer outra atividade melhores possibilidades. Já existe hoje na ilha divisão de classes, fruto dos erros cometidos, a entronização de medidas flexibilizadas. Um exemplo, cubanos com parentes no exterior recebem dinheiro e estes se colocam numa posição superior aos demais, enquanto a maior parte, vive a realidade. O sacrifício é somente do povão? Privilégios são inaceitáveis. Isso vai minando uma situação e pouco a pouco, o rombo vai crescendo, assim como um vazamento num dique, ele começa pequeno e num certo momento, provoca o racha de toda a estrutura e o rompimento. Temo por esse momento e devido ao amor que nutro pela ilha, por tudo o que sempre representou para mim, em forma de esperança, de uma vida mais humana, sem todos os envolvimentos deste mundo capitalista, compartilho esses pensamentos me afligindo no momento. O que pode fazer por Cuba um latino americano no meio de uma cidade do meio da barafunda pandêmica brasileira? Tento escrevendo.

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