sábado, 10 de abril de 2021

REGISTROS DO LADO B (40) e UM LUGAR POR AÍ (147)

NA DATA REDONDA, 40º LADO B, UM PERSONAGEM PARA ABALAR AS ESTRUTURAS: ANTONIO PEDROSO JUNIOR

Sabe lá o que são reunir 40 pessoas, uma por semana, num BATE PAPO SEMANAL e estes representando o LADO B de uma cidade, os que suam a camisa, mas não estão alinhados com os tais donos do poder local? Essa a proposta do LADO B – A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, algo que começou assim como não quer nada, para aliviar as tensões do isolamento provocadas pela pandemia e foi ganhando corpo. Chego na 40ª e para comemorar o feito trago aqui ANTONIO PEDROSO JUNIOR, alguém que já deveria ter entrevistado faz tempo. Oportunidade não me faltou, mas eu e ele temos um problema em comum – aliás, temos vários, enfim, somos amigos em desentendimento -, padecemos dos males da não sapiência nessas questões internéticas. Sabemos só o trivial, o arroz com feijão. Na impossibilidade de fazer a conversa in loco, um olhando no olho do outro, tudo ocorrendo via virtual, a coisa desandava e desta feita, batemos o pinto na mesa: terá que ser agora. Estávamos para desistir quando o Carlos Eduardo Piotto, amigo de ambos, chega para ser o Resolvedor das Questões Aleatórias. Plugamos tudo pelo seu celular, ele lá junto do Pedroso, coordenando a conversa, regada a cerveja e assim conseguimos fazer a chamada.

Hoje, sábado, 10/04, a partir das 17h, Piotto já está escalado, convocado e instruído para comparecer na residência do entrevistado e possibilitar novamente a conversa. Só assim estes dois prosadores poderão estar plugados e assim, ligados umbilicalmente pelas ondas internéticas, produzir essa conversa. E quem conhece PEDROSO sabe que o danado é possuidor de histórias mil, conversador como poucos, provocador dos mais afamados e eficientes, tendo reunido um cabedal de histórias desta aldeia, causando inveja em muita gente. Tudo o que amealhou causa não só inveja, mas também preocupação, pois ele é do time dos que não tem papas na língua, ou seja, fala tudo sem medo do que virá pela frente. Pedroso tem um lado, esquerdista convicto e de carteirinha, escrevinhador e registrador dessa causa, com muitos livros já publicados e outros tantos na algibeira. Lembra de memória datas e feitos, sendo fonte de consulta quando nada é encontrado em livros e alfarrábios.

Sua história está entrelaçada com a de sua família. Seu pai foi militante político, cassado e procurado pela ditadura militar e sua mãe, possuidora de um reduto único, uma chácara lá perto da vila Dutra, ponto de encontro e folclórico, o esconderijo conhecido de todos, onde Pedroso descansava das agruras da vida. Ele sempre fala e escreve dos dois com muito orgulho e hoje falará mais, com detalhes. Sua militância política vem de longe, mas enfim, como tudo começou? Terá sido de algo herdado do pai esse envolvimento de uma vida toda para a defesa dos espoliados, perseguidos e preteridos? Ele vai nos contar algo disso. Contará mais, de sua juventude nas ruas de Bauru, sua vida universitária e o que fez e faz da vida. Memoráveis lembranças dele distribuindo jornais alternativos, “perigosas” publicações pela Batista de Carvalho, muito antes do lugar virar Calçadão e sem medo de encarar o quer que fosse. Pedrosão já botou muito a cara a tapa nessa cidade, enfrentou mil touros a unha e mesmo calejado e com marcas ao longo da vida e do corpo, está vivo. Sagaz, ri de algumas passagens e se torna o cara mais sério em outras.


Conseguir fazer o danado sentar pra conversar não é difícil. Basta convidá-lo para um bar, como o do Genaro, onde nos últimos tempos, batia cartão e reunia amigos. Virou seu escritório. Ele é assim, arrebanha pessoas para junto de si em conversas etílicas e políticas. Fez isso por algum tempo no General Bar e agora, no Genaro. Ele prefere levar pessoas para troca de confidências na mesa de um bar do que para dentro de casa. Ali constrói suas ideias, junta as histórias, diverge, converge, assimila e expele. Pedroso, como eu, não vivemos sem ruar e por causa disso, sofremos muito. Esse obrigatório isolamento está nos danando o cérebro, pois justamente agora, quando podíamos estar produzindo pra dedéu, trancados num lugar, isolados do mundo, a produção está pífia, a desejar. Falaremos também disso, desses males provocados pela falta de contato humano. O danado também sofreu dos males do tempo sobre o corpo, quando teve problemas de saúde. Pouco a pouco vai conseguindo driblar as adversidades todas e ir tocando a vida em frente, ajudando muita gente nas suas pendências com reconhecimento e ajustes com o passado. Infindáveis são as pessoas pelas quais já ajudou, nisso que se tornou sua especialidade jurídica, o encaminhamento via judicial do restabelecimento da verdade e estes todos, conseguindo o reparo. Isso não tem preço e algumas dessas histórias serão também revividas.

Falar de Pedroso é também falar de todas as lutas pelas quais esteve, está e estará envolvido, pois o danado é um trator, desses que desembestado não para nunca e assim segue em frente, seguindo esse ideal e modal para sua vida toda. Isso move a sua vida e o faz seguir de olhos abertos. Pedroso só tem essa vivacidade, reconhecida por todos, por conseguir ir produzindo e aprontando das suas, ao seu modo e jeito. Um danado, pessoa querida por muitos, respeitada por outros, evitados também por muita, odiado e venerado. Coloque tudo isso junto num liquidificador, bata e veja o que sai. Sai dali o altaneiro Pedroso, gozador, perspicaz, audaz, irrequieto, um ser necessário, desses que toda cidade precisa ter, até como fonte de consulta, amor e ódio, fonte de consulta em caso de dúvidas e aquele bate papo de inigualável valor e consistência. Isso tudo e muito mais será condensado neste bate papo, logo mais no final da tarde. Como conseguir enquadrar esse danado numa conversa com tanta coisa pra ser discutida, algo que nem sei como proceder. Prometo tentar e quem estiver disposto a tomar conhecimento do que sairá da contenda, basta sintonizar hoje, 17h aqui no meu facebook. Prometo que não vai faltar emoção.

Em 20.04.2019 fiz uma gravação de dez minutos com ele. Antonio Pedroso Junior é memorialista, escritor e um dos que hoje sabem executar na exatidão do termo a palavra "provocador,provocação". Não que o faça assim do nada, pois muito do que desfere pela dua ácida boca tem endereço certo, reto e direto. Aqui o primeiro bate papo desta que, creio, deverá ser uma série de vida longa e cheia de novidades, iniciada com esse bauruense cheio de História para contar, sobre algo do que faz, como faz e abordando temas de uma historiografia ainda pouco contada e revelada nesta aldeia bauruense. Pedroso é desses que vale a pena lhe entregar um microfone, pois ligado ou desligado, o danado não perde a oportunidade. Essa primeira gravação ocorreu na manhã do dia 19/04/2019, na casa de outro militante histórico de Bauru, Milton Dota, tendo ao lado os férreos trilhos, que outrora foram quem trouxeram o progresso para essa hoje dita por alguns como "Cidade Sem Limites" (sem limites do que mesmo?). Obs.: A gravação sai enviesada, gravada de lado, pois esse mafuento ainda não está devidamente inteirado de como deve ser o posicionamento da câmera quando da gravação - em fase de aprendizagem. Se alguém souber como a viro, me digam aqui pelo inbox, pois, creio eu, o erro não será repetido. Eis o link: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/2627939310569395

Em 22/08/2017 havia publicado dele no blog Mafuá do HPA: ANTONIO PEDROSO JUNIOR é um nome por demais conhecido em Bauru e todo o estado de São Paulo. Os motivos são muitos. Pedroso, como é mais conhecido, escreve e se posiciona ao lado da luta dos que padeceram atrocidades nesta cidade e país. Compra homéricas brigas por causa disto. Fez uma escolha de vida e dá seu quinhão para reestabelecer direitos para quem os perdeu durante o golpe militar de 64. Conhecendo os caminhos facilitadores jurídicos, tem prestado imensa ajuda para os esquecidos, desvalidos e ignorados. Os defende e também escreve deles todos. Seu histórico de resistência vem do pai, ferroviário, dono de bar e hoje nome de rua em Bauru. Morou na cidade até quando aguentou, depois constituiu família em Sorocaba, lá nasceu seu filho e para ajudar tocar a vida, abriu uma livraria, primeiro num shopping, hoje em sua casa. Antes aberta ao público, hoje mais virtual, mas também aberta à visitação no mesmo lugar onde mora. O tempo passa e os problemas surgem, principalmente os físicos. Pedroso adoeceu e mesmo com renda para tocar bem sua vida, vende hoje um combo com quatro de seus livros (Márcio, o Guerrilheiro; Sorocabana União e Luta; Sargento Darcy e Subversivos Anônimos), tudo por R$ 135,00, para ajudar-lhe no custeio das despesas que tem tido com medicamentos (Bradesco agência 0152 – c/c nº 9963-5). Os pedidos podem ser solicitados junto a ele pelo seu facebook. Pedroso Jr tem história e sempre foi da turma dos lúcidos, dos que sabem o que de fato acontece com este país. E como sabemos, os lúcidos sofrem mais dos que os indiferentes.

Eis o link do Bate-Papo realizado hoje, com duração de 1h24minutos: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/4433838693312772


Comentários finais:Pedroso, o Chinelo é um CONTADOR DE HISTÓRIAS. Como anuncia-lo? Advogado, militante, lutador pelos Direitos Humanos, memorialista, criador de caso, comunista, provocador e muito mais. Pois bem, ele é ótimo contador de histórias, mas dos outros. O que tentei e em partes consegui foi fazer contar também as suas. Ele me responde: “Eu conto a dos outros, alguém te quem contar a nossa. Meus erros e acertos, cabe a um terceiro contar”. Assim mesmo, consegui espremê-lo e ele se abre. Começa revelando algo de grande valia dos seus pais, Antonio e Alzira Pedroso. Filho único, uma militância que teve início dentro de casa. Detalhes de sua formação política e ideológica que ambos passaram a ele. Revela histórias da militância estudantil, como se deu a resistência na cidade e dos motivos de ter escolhido estudar Direito. Revela também dos motivos de nunca ter vergonha de se afirmar comunista. Conta também de quando começou as escrevinhações e daí em diante nunca mais parou. Revela também algo da passagem pelo velho MDB, o MR8, algo sobre a clandestinidade e as perseguições. Peço a ele para descrever algo sobre alguns personagens emblemáticos de Bauru e ele fala de todos: Edison Bastos Gasparini, Arconsio Pereira da Silva, Raphael Martinelli, Tidei de Lima, Tuga Angerami e no final da conversa, também de Isaías Daibem. Comenta algo de seus livros, desde o primeiro, o Subsídios, até o último, sobre a Sorocabana. Peço paar ele falar sobre o que foi o primeiro governo Tuga e ele abre seu coração. Falamos também sobre o livro que ainda não escreveu e ele conta de um quase pronto, As Histórias do Chinelo. Descreve também a importância dos bares e a frase “boi preto anda com boi preto”, ou seja, vamos aos lugares onde reencontramos gente como a gente. Fala também de sua saúde, num relato único, sincero e em detalhes. Pergunto sobre Sorocaba, a família, o filho e a experiência com um livraria num shopping. Pedroso fala de tudo, inclusive ao final, muito de Suéllen Rosim e Jair Bolsonaro. Conta a origem do apelido Chinelo e encerra descrevendo sobre sua vida na pandemia. Vale a pena assistir e conhecer um pouco mais deste bom guerreiro.


CEM DIAS DE SUÉLLEN ROSIM*


* Oitavo artigo deste mafuento HPA para edição do semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, nas bancas hoje.

Bauru elegeu uma prefeita bem diferente de tudo o que já ousou ter, enfim, a primeira mulher eleita. Grande feito, mas inegável, foi algo meio fora da casinha e da rejeição para o outro candidato no 2º Turno, a coisa cresceu e ganhou proporções, dessas irreversíveis. Os que sentiram onde Bauru estava se enfiando, até avisaram, mas não havia jeito, a decisão já estava tomada e no boca a boca, ela ganhou. Quem saca um pouquinho dessas mensagens subliminares, percebia existir algo muito mais do estranho naquela jornalista, que um dia trabalhou na TV Tem e depois de alguns anos tentando alcançar o objetivo de se tornar deputada, se lança numa nova empreitada, assim como não quer nada, talvez se tornar mais famosa, conhecida e depois, numa próxima se eleger.

Algo deu errado – ou certo demais, sei lá, o fato é que aquele rosto diferente, que os bauruenses viram tempos atrás empunhando um microfone de TV, ali estava e mesmo sem dizer muita coisa, respondia tudo. Empolgou e levou a coisa. Quando Bauru se deu conta, ela estava eleita, a única pelo Patriotas em todo o estado de São Paulo. Até então, poucos notaram que algo nela estava alterado, ela agora tinha entronizado dentro de si muito do fundamentalismo arrebatando o país. Sim, Suéllen se apresentava agora para a cidade como convicta bolsonarista. Nada assim tão surpreendente ela ter sido eleita, enfim, Bolsonaro teve mais de 75% dos votos na cidade e despejar votos numa outra novidade, tudo dentro do momento nada auspicioso deste insólito país.


Ela chegou chegando e mesmo sem ter nenhuma proposta para administrar a cidade, foi empurrando a coisa com a barriga, fazendo uso do mesmo discurso de sempre ter resposta para tudo, porém nada dizer. Mas responde e daí o encanto, ela não deixa nada sem resposta. Engana bem. Até quando não se sabe, pois virou assídua nas redes sociais, arrebatando a cada dia mais adeptos, diria, fiéis, ou melhor, fãs. Assim governa Bauru, isso já há 100 dias, completados hoje, dia 10 de abril. Mas o que ela fez nesse período? Essa pergunta está encucando os ainda interessados em governabilidade, ou que seja, o melhor para a cidade dita e vista como “sem limites” (slogan criado pelos mandarins do lugar).

Assim de memória não tem nada de representativo, assim marcante que ela tenha feito nesse curto período. A briga com o governador é o fato mais lembrado. Municiado pelo seu mentor, com visitas frequentes à Brasília, sempre volta mais empoada, senhora de si e pronta, revigorada para bater de frente com João Dória. Tentou conseguir muito em Brasília, mas nada trouxe de concreto. Segue dizendo que vai conseguir, mas até o presente, Bauru vive de promessas. Nem vagas hospitalares, muito menos verbas e talvez um desconto para dívidas enormes da Prefeitura.

Vive de lives, fala diariamente aos seus em papos muito bem maquiada, posts nada elucidativos, mas preenchendo a querência por alguém com charme. Até agora, pau no governador e apupos para o presidente. Está um tanto perdida, tudo sem sentido, mas boa de marketing, permanece nas paradas de sucesso. Assim toca a vida, a sua e a da cidade.

Reviro os cem dias do avesso para tentar encontrar algo bem a definindo. Ela esteve a favor da flexibilização do comércio, um dos motivos do aumento do número de mortos na cidade e também da não existência mais de vagas hospitalares. Insiste em fingir que fiscaliza, mas cede aos caprichos do líder dos comerciantes, a lhe impor com mão de ferro, “o comércio em Bauru não fecha”. Faz pouco caso da fase vermelha, a mais grave da pandemia. Vez e sempre canta pela aí em púlpitos religiosos, como se o feito não representasse perigo de contágio. Ufa! Lembrei do grande feito destes 100 dias: junto dos pais, inaugurou uma grande obra, a sua própria igreja e nela canta regularmente. Um grande empreendimento, onde arrebanha, aglomera e contagia. Suéllen é pop star, mas alguns já a chamam de “Lady Blog”, ou seja, existe dissidência e indício de que nem tudo serão louros daqui por diante. Dizem que, a lua de mel está por um fio.

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