segunda-feira, 28 de junho de 2021

FRASES DE UM LIVRO LIDO (166)



NÃO CONSIGO ESCREVER NADA SOBRE O FALECIMENTO DO AMIGO ANTONIO PEDROSO JUNIOR, DAÍ COMPARTILHO O QUE AMIGOS POSTARAM HOJE NAS REDES SOCIAIS:
- "NOTA DE PESAR - FALECIMENTO DE ANTONIO PEDROSO JUNIOR
Muito triste o falecimento do militante social e político, escritor e pensador desta aldeia bauruense, intransigente defensor da causa dos injustiçados e perseguidos pela ditadura militar, Antonio Pedroso Junior. Muito sentido, amigo pessoal dele, frequentador junto com ele de rodas de prosa, bares e muita conversação, estou passado e me recolhendo pessoalmente. Dia muito triste. Deixa imenso legado com todos seus livros, traçando uma nova visão diante de tanta história mal contada. Sem palavras", foi o que consegui postar logo ao tomar conhecimento do falecimento do amigo, por volta 9h30 manhã.

- “Caramba, a semana já começa triste, imensamente triste. Pela manhã recebo mensagens pelo whats de que Antonio Pedroso Junior, ou Chinelo, como ficou popularmente conhecido, havia morrido. Sim, sei que a morte é inevitável e todos nós a encontraremos um dia, querendo ou não, mas a sucessão de perdas atuais está imensa e incomensurável. Pedroso já era um veterano na faculdade quando iniciei meus estudos em direito na ITE e minha militância política estudantil. Passei a admirar aquela figura que falava aos estudantes com a autoridade de quem conhecia bem os horrores da ditadura, pois, seu pai, liderança ferroviária e antigo militante de esquerda, fora perseguido e preso pelos algozes do regime autoritário. E Pedroso seguia seus passos, tornando-se também uma liderança entre os estudantes. Possuidor de uma memória prodigiosa, aliás, característica que herdou de sua mãe, dona Alzira, pessoa encantadora, Pedroso, assim como ela, era capaz de passar horas contando histórias, com riqueza de detalhes. E não foi por acaso que tornou-se o grande memorialista e pesquisador das lutas da classe trabalhadora e de seus militantes, com diversos livros sobre o assunto, que tornaram-se referência para quem quer conhecer um pouco mais deste período dantesco de nossa história. E foi graças à leitura do livro “Subsídios para a história da repressão em Bauru”, organizado por ele no final dos anos 70, como parte da campanha pela Anistia, que buscava trazer de volta ao país centenas de brasileiros que foram obrigados a viver no exílio, que pude conhecer e conviver com o velho camarada Alberto de Souza, de quem Pedroso e seu pai eram amigos. Com muita felicidade tive a honra de ter o livro que publiquei sobre o camarada Alberto de Souza, prefaciado por ele. Polêmico muitas vezes, solidário sempre, mantinha uma relação afetiva com seus amigos que não permitia meio termo e fico feliz de tê-lo como amigo até o fim. O mais incansável contador de história se vai, deixa seu legado, seus livros e a lembrança que dele tiveram seus inúmeros amigos; mas sem dúvida, com a sua partida as conversas de boteco ficarão menos divertidas e saborosas. Companheiro Pedroso, presente!”, Arthur Monteiro Filho.

- “Eu era a menina recém chegada de Óleo, para estudar em Bauru. Você era o militante experiente de esquerda, filho de um grande líder ferroviário de Bauru. Amizade à primeira vista. Incondicional, para sempre. Minha doçura e sua mania de proteger. O melhor de nós. Você deve ter apressado o meu recrutamento para o MR-8. Os caras encarregados de fazer isso eram meio lerdos. Rs. Quanta tarefas fizemos juntos, entre cervejas, risos, piadas infames e alguma crítica ao bundamolismo. Rs Ontem falei contigo. E hoje soube de sua morte. Dor infinita. Você fará muita falta. Mas cara, este chinelo cansou de bater nestes porras! Você seguirá sendo meu irmão, guru e herói. Vá em paz, Antonio Pedroso Junior! Voce sabe que a Historia te juntará a um monte de gente boa. Saudades eternas!”, Dalva Aleixo.

- “Muito triste Perdi um amigo, companheiro, parça e conselheiro !! Bauru perdeu um pensador e escritor da sua história !! A política perdeu um militante, resistente, resolvido ideologicamente e um bravo lutador pelas causas sociais !! Vá em paz Antonio Pedroso Junior !!”, Zé Canella.

- “Estou triste demais por perder o Pedroso. Por perder o amigo leal, companheiro de tantos chistes e risos nos bons momentos. Por perder o amigo solidário com todos que estivessem passando por alguma necessidade. Por perder uma amizade que começou numa época de expectativas, de confiança em termos um mundo sem explorados e exploradores. Pedroso, Rubão, Roque, Marcelo, Fábio, esta cidade já foi mais respirável, civilizada, inteligente, sensível. Estou também triste porque meu passado, uma parte dele que valeu a pena, está ficando cada vez mais esburacado, cada vez mais feito de ausências de pessoas imprescindíveis”, Geraldo Bergamo.

- “Hoje despertou do sonho da vida o dono de uma memória prodigiosa, um cara espirituoso, parceiro dos amigos e um incansável batalhador por um mundo mais justo e menos desigual. O último abraço foi há mais de um ano, mas as lembranças de décadas são muitas e jamais serão esquecidas. Até qualquer dia, Antonio Pedroso Junior”, Vitória Fernandes.

- “Pedroso, que notícia triste! Já estava me preparando, nas férias, pras conversas intermináveis no bar, nosso local de resistência. Nossa luta, aqui, se apequena. Mas se engrandece em sua memória. CHINELO NELES! Vai em paz, mestre”, Adham Marin.

- “NOTA DE PESAR - Entristecidos, nós, do Partido dos Trabalhadores – Bauru SP, comunicamos o falecimento do militante social e político ANTONIO PEDROSO JUNIOR, na data de hoje e nesta cidade. Ativista, escritor, advogado, intransigente batalhador pelos direitos dos injustiçados políticos e perseguidos pela ditadura militar, com ele se vai parte da história deste segmento. Estamos todos consternados e cientes da imensa perda. Deixamos nossos abraços para familiares, amigos e sentiremos sempre saudade de tão aguerrida pessoa ao nosso lado nos embates. BAURU SP, segunda, 28 de junho de 2021. Henrique P de Aquino - Secretário de Comunicação e Claudio Lago - Presidente do PT Bauru”.

- “Minha homenagem ao Antonio Pedroso é por meio da foto de dois de seus livros, que tenho guardados em casa. Pedroso foi o grande memorialista da resistência bauruense. Lembro dele emocionado ao falar sobre os irmãos Petit ou sobre o Márcio Toledo. Esses livros são relíquias. E como Bauru está ficando sem graça...”, Cristina Carmargo.

- “PERDEMOS UM COMUNISTA IMPRESCINDÍVEL, ANTONIO PEDROSO - Chocado, impactado, triste, com raiva! Acabo de receber a notícia da morte de um gigante, Antonio Pedroso Jr., aos 67 anos, em Bauru. Comunista da melhor cepa, advogado de perseguidos políticos, historiador, autor de vários livros sobre as brutalidades da ditadura, boa conversa, bom copo, bom garfo e amigo desde a adolescência. Puta que o pariu! Mais tarde quero escrever direito sobre esse camarada. Ele merece todas as homenagens e mais algumas. Ainda não sei as causas, mas parece não ter sido Covid”, Gilberto Maringoni.

- “A última vez que falei com o Pedroso foi em Sorocaba, durante o lançamento de um dos meus livros. Faz uns sete anos. Sua trajetória de resistência política, através dos livros e de sua militância, está sendo contada aqui no facebook, neste dia triste de sua morte, em relatos comoventes de amigos próximos a ele. Meu caso é diferente. Éramos talvez pouco mais que conhecidos. Houve uma época em Bauru que nos falávamos sempre. Depois só de vez em quando. Mas tenho uma coisa interessante pra contar do Pedroso. Lá pela virada do século a gente fazia umas festinhas numa chácara que era dele. E ele sempre tinha mil histórias. Uma delas, picante e muito engraçada, marcou particularmente nossa quase-amizade. Sempre que nos encontrávamos ele a lembrava e então ríamos muito. No entanto, nessa última vez em que nos falamos, em Sorocaba, eu de algum modo não me lembrava mais da tal história engraçada. Mas eu sabia que era engraçada quando ele fez uma leve referência ao caso. E rimos outra vez, como se eu a tivesse inteira na memória. Não disse nada a ele, acho que por achar desrespeitoso ter extraviado uma de suas pérolas. Ainda hoje o “branco” persiste, mas posso rir só de me lembrar da cara e da risada do Pedroso quando a contava. Fico pensando que é simbólico, pois fica a impressão de que ele ainda tinha muita história pra contar. Meu respeito pelo Pedroso! Minha admiração!”, Márcio Abecê.

- “.....Amigo e coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração assim falava a canção.......” Certas pessoas a gente conhece, convive e logo nos primeiros momentos já entendemos que tem muito a acrescentar em nosso conhecimento, em nossa militância. Sua trajetória pautada na plena convicção nos serve de estimulo a continuar acreditando, que é possível mudar e fazer uma sociedade mais justa mais fraterna e de plena justiça social! Uma boa conversa, porque não, acompanhada de uma boa cerveja, sempre foi a sua preferência, discorria sobre todos assuntos e quando tinha oportunidade, abria a enciclopédia que havia em sua mente e contava histórias e falava de todas suas peripécias ao longo de sua vida de militante de esquerda! Assim foi o nosso amigo Pedroso, que, entendemos de forma prematura, nos deixou nesta manhã! Partiu, mas estará para sempre em nossa lembrança, como grande amigo e companheiro!! Siga em paz meu amigo e tenha a certeza que aqui iremos continuar na luta até a vitória sempre...!!!“…caminhando e cantando e seguindo a canção somos todos iguais braços dados ou não…!!!!”, Estela Almagro.

- “Em tempos de tanta notícia triste, de tantas perdas irreparáveis, de tanta angústia e nó na garganta, a gente sempre acha que não poderá ficar pior. Mas hoje ficou, com a notícia inacreditável, inaceitável e devastadora da partida do AMIGO Antonio Pedroso Junior!! Como assim, Chinelo? Partir antes daquele último causo, daquela última aula de história!! Tô passado, não creio!! Pedroso não era apenas uma enciclopédia sobre a história da esquerda e da resistência em Bauru, era um amigo presente e uma alma generosa. Ainda me lembro, pouco antes da pandemia, uma viagem que fizemos juntos, eu, ele e Nádia Barnes, uma carona que lhe dei no percurso SP-Sorocaba. Era apenas para deixa-lo na sua casa, mas ele fez questão que entrássemos, para um café, um restinho de prosa, e um carinho típico de alguém como ele: me deu livros, esses aí da foto. Guias de engajamento, um deles de própria lavra, "Subversivos Anônimos", escrito pelo Chinelo pra resgatar a honra de militantes que, como ele próprio, lutavam por liberdade e libertação. Até mais, companheiro!! E obrigado por tudo!! #rip”, Sérgio Pais.

- “Muito triste com a notícia da partida do Antonio Pedroso Junior. Bauru perde um cara ímpar, humanista, articulado, resistente e muito boa gente, eu perco um amigo. Partiu dele a indicação que eu fosse para a Secretaria de Cultura de Bauru na gestão Tuga Angerami. Neste período pandêmico conversamos muito por telefone e aguardávamos um momento favorável para nos encontrarmos, infelizmente. Já está fazendo falta amigo Chinelo. Meus sentimentos a família. Descanse em paz!”, Gilson Dias.

- “Que perda! Antonio Pedroso Júnior, batalhador contra a ditadura militar, de um tempo em que Bauru ainda não tinha sido dominada por bolsonaristas”, Luiz Carlos Azenha.

- “MORRE ANTÔNIO PEDROSO - Acabo de ser informado sobre o falecimento de um grande companheiro, Antonio Pedroso Junior, amigo de longa data. Militante comunista e advogado, historiador de mão cheia, era uma figura lendária em sua cidade, Bauru, no interior de São Paulo. Devo tê-lo conhecido no início dos anos 80, quando David Capistrano Filho assumiu a Secretaria de Saúde do município, na gestão Edson Gasparini/Tuga Angerami, ambos ligados ao PCB, ainda clandestino. Era de um humor permanente, um sujeito tremendamente afável e amigável, generoso e solidário. Há vários anos não nos víamos pessoalmente. Mas as lembranças serão eternas, para todos seus amigos e companheiros. Pedroso presente! Agora e sempre!”, Breno Altman.

- “Um grande cidadão brasileiro! Fui seu contemporâneo da Faculdade de Direito de Bauru nos anos 80. Grande advogado dos perseguidos políticos da ditadura militar. Exemplo de militância política, social e jurídica! Deus o receba em sua infinita bondade”, Luiz Henrique Rafael.

- “Para mim sempre foi Pedrosinho. Conheci o velho Pedroso que deitava no trilho da ferrovia, obrigava o comboio a parar e ainda convencia o maquinista e seu foguista a aderirem à greve. “Pedrosinho nunca negou a estirpe. Seus livros serão sempre imprescindíveis para quem quiser estudar a história da repressão no período da ditadura militar. Nunca traiu seus ideais e era um amigo generoso. Ficaremos sem as suas chineladas nos glúteos infames que tanto grassam neste país. Minha solidariedade ao Pedro, à doce Ana e aos inúmeros amigos”, Zarcillo Barbosa.

- “Amigo de infância, colega de classe e de campanhas eleitorais. Sempre fiel aos seus princípios sociais e políticos, nunca negociou suas convicções. Chinelo e Roque figuras insubstituíveis na política bauruense. Meus pêsames à família que sofre neste momento. Vai em paz meu amigo!!!”, Álvaro Cândido Gonçalves.

“Meu camarada de longa data morreu. Antônio Pedroso Júnior, Pedrosinho, o Chinelo. Com qualquer desses nomes, era conhecido por muito amigos e inimigos. Aliás, o apelido Chinelo foi uma referência sobre uma foto no jornal da Cidade no dia que anunciávamos a candidatura de Tuga a prefeito em 2000, onde Pedroso aparecia de chinelos por ter problemas de saúde nos pés. Marcelo Borges veio ano “nosso escritório”, um boteco na avenida Rodrigues Alves, nos gozar, dizendo: “Você e o Pedrosinho de chinelos não vão a lugar nenhum”. Pedroso não perdia uma oportunidade e logo criou o bordão: “uma boa e merecida chinelada nos glúteos dos traíras”. Pedroso foi um dos políticos mais inteligente e sagaz que conheci. Militante comunista da boa cepa. Nosso primeiro contato foi com Pedroso fazendo política na ITE, nas disputas pelos Diretórios e, depois, durante a ditadura militar, distribuindo a famoso jornal Hora do Povo, na rua Batista de Carvalho, participando ativamente na reconstrução da UNE em 1979, na luta pela Anistia e movimento estudantil. Com a eleição de Edison Bastos Gasparini, fomos trabalhar junto no governo de Gasparini e, com a morte deste, de Tuga Angerami, governo que revolucionou a maneira de tratar a questão de saúde e cultura da cidade, entre outros feitos históricos. Anos depois, fizemos inúmeras campanhas políticas em Bauru e no Estado, todas pelo PSB, partido que convenci o Chinelo a voltar em 1999 para me ajudar a construir uma alternativa à política que reinava em Bauru. Perdemos algumas na praia, como na campanha para prefeito em 2000, por causa da banda podre da campanha que ruiu toda nossa estratégica chegando mesmo a proibir a exibição do candidato a vice na chapa de Tuga Angerami, o companheiro Eraldo Bernardo. O resultado foi que na reta final, perdemos para o terceiro colocado. Isso porque ainda não tinha segundo turno. Pedroso era extremamente inteligente. No primeiro debate, levamos umas 10 fitas cassetes com uns títulos deixado bem à mostra que deixou preocupadíssimo a cúpula da campanha do principal adversário que, dali em diante, fugiu dos outros debates. Em 2002, bebendo um suco de cevada no Amadeus, com a ajuda do camarada Pedrinho Coelho, lançamos como candidato ao governo de São Paulo, pelo PSB, Carlos Roberto Pitolli, de Bauru. Campanha difícil, mas fizemos o nosso papel de indicar um camarada para o debate político. Em 2004, rompidos com Tuga pela campanha de 2000, e para não deixar de participar da campanha, lançamos Luiz Carlos Valle como candidato a prefeito, com o qual rompemos antes do primeiro turno e apoiamos Tuga no segundo turno.
Na campanha de 2008, com Rodrigo Agostinho, candidato gerado por mim e por Pedroso nos bares da vida, ganhamos, mas perdemos; o eleito prefeito, alcunhado “Traíra do Cerrado” por Pedroso, negou toda a estratégia selada em reuniões e partiu pra outras bandas mais coniventes e convenientes. Político da boa cepa, Pedroso era intransigente com os maus caráter da política, os aproveitadores de plantão, os sanguessugas da coisa pública. Escritor e historiador, concebeu vários livros sobre os perseguidos pela ditadura militar e era quem conseguia justiça para que muitos perseguidos políticos recebessem reparação pública pelo que sofreram durante a ditadura. Ajudei a conceber o projeto gráfico de alguns desses livros e construí website , como o Subversivos, para servir de prova dessas histórias. Ultimamente estávamos planejando transformas os livros e e-books. Poderia me estender com outras histórias que passei junto com Chinelo, grande figura humana. Vai deixar muitas saudades. RIP, camarada”, Pedro Romualdo.

- “Ou você morre jovem, ou aprende a dizer adeus. Envelhecer é isso: aprender a se despedir dos que partem antes. E tem sido um duro aprendizado, pois as despedidas tem sido quase que diárias. Não dá tempo de curar uma dor e já tem outra pancada, antes de secar os olhos, outras lágrimas brotam em nossa face. Morrer é natural. Naturalmente definitivo. Naturalmente irrevogável. Naturalmente dolorido. Mesmo sendo democrática e isonomica, não naturalizo as mortes pela pandemia, não naturalizo as mortes por falta de atendimento médico, não naturalizo as mortes provocadas pelo sistema e por seu braço armado. Morrer é para todos, mesmo alguns achando que não. A senhora morte e incorruptível. Hoje respiro, escrevo, leio, choro, rio e transbordo. Amanhã, talvez”, Tatiana Calmon.

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