segunda-feira, 8 de novembro de 2021

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (163)


RUANDO NO SÁBADO DE MANHÃ
Sábado passado o telefone toca e do outro lado, Ilda, a da banca de revistas lá junto do Aeroclube. Bato asas até lá só buscar a edição do mês da Piauí e, é claro, tomar uma pretinha que ele revende - toda vez que passo lá tomo uma, viciei. O mais gostoso das passagens por lá são os reencontros. Meu dileto amigo, Aurélio Alonso, jornalista aposentado das hostes do Debate e do Jornal da Cidade, assim como eu, bate cartão por ali. Desta feita reencontro um senhor com mais de 80 anos, seu ELIAS BANUTH, que não sei qual profissão teve e o que fez na vida, mas ele nos ouve falando algo do Rio de Janeiro e isso é o suficiente para entrar na conversa e querer dela participar. Morou na Cidade Maravilhosa de 1958 e 1966, conhece os lugares por onde Ana Bia foi criada, a Tijuca, Grajaú e Andaraí. Pronto, estava estabelecido uma real possibilidade da conversa durar horas. Falou que ia assistir e ver Nilson Santos jogar bola, adorava ver jogos do América, contou das andanças na Lapa, das livrarias mais antigas da cidade e versamos até sobre Madame Satã. Infelizmente não chegamos na conversa política, mas ele me deixou seu fone e pediu para quando lá voltar, lhe ligar que tem todo o tempo do mundo para conversar e relembrar coisas. Falamos pra dedéu e só não o fizemos mais, pois estava com alvará mais do que curto. Hora do almoço, sai só para buscar a revista e estava me prolongando demais. Para não ter problemas em casa precisava de um álibi bem contundente para justificar o atraso para começar a fazer o almoço. Pedi para um dos presentes tirar uma foto registrando o ato, dessas que sai a hora registrada no rodapé, eu, seu Elias e Ilda. Lá em casa tudo foi resolvido a contento, enfim, Ilda é sempre um álibi mais que perfeito, pois a cara metade sabe muito bem que, quando baixo por lá, encontrando alguém para as conversações de praxe, perco a hora, estribeira e o eixo. Enfim, adoro perder o eixo. Creio até que, estamos nessa nhaca toda por perdermos pouco o eixo. Precisamos nos desparafusar mais dessas merdas todas que nos envolvem e brigar mais para que este país não se perca de vez neste retrocesso lhe roendo as entranhas. Na rua está a solução pra tudo, desde os confrontos pelos quais teremos que resolver nossas pendências todas, como as conversações que tocam a vida adelante com mais prazer e contentamento. O Brasil se resolverá com mais gente nas esquinas, revoltadas e prontas para virar a mesa e botar pra correr esses boçais criminosos que hoje nos governam. Rua é tudo.

MAQUIAVEL E A CORRUPÇÃO – DESCONFIE DOS QUE DIZEM COMBATÊ-LA, POIS NA MAIORIA DAS VEZES A SUJEIRA ESTÁ TAMBÉM DEBAIXO DO TAPETE DESTES
Necessária observação inicial: Eu tenho, felizmente, alguns amigos (as) que me municiam de textos, dicas, provocações, me instigando regularmente para escrevinhações variadas e múltiplas. Na maioria das vezes pedem anonimato e o escrito sai publicado como de minha lavra e responsabilidade. Comunico possuir legião de abnegados provocadores, todos à meu serviço, regiamente pagos pelo Ouro de Moscou e hoje um deles volta à carga, com alto contundente e ao final pede: Caríssimo, Sem aspas! A obra é desta grande causa, que é de todos! Viva o Mafuá!”. Publico e assumo os riscos, enfim, “quem está na chuva é para se queimar” (Vicente Matheus), a causa é nobre e tenho comigo que, não podemos dar trégua para a bestialidade em curso nos desgovernos atuais, tanto federal, estadual, como este fundamentalista da incomPrefeita Suéllen Rosim. Desancar faz parte do negócio. Eis com o que venho hoje à baila:

Primeiro recomendo adentrarem o link a seguir, tudo para entrar do espírito da coisa que vos escrevo a seguir: https://www.afilosofiaestanoar.blog.br/.../maquiavel-e-a.../. Nicolau Maquiavel é um dos mais destacados pensadores do Renascimento italiano, e os motivos que justificam essa posição não são poucos. Foi chanceler de Florença, com apenas 29 anos de idade, em 1498. A partir de então foi considerado um dos mais influentes e habilidosos políticos que serviram ao poder dessa cidade, durante o domínio da família Médici.
Em sua obra prima, "O Príncipe", esse pensador italiano demonstra que a corrupção gera a decadência e a ruína dos Estados. Estamos vendo diariamente e surpresos as denúncias sobre desvios de conduta de políticos e governantes, de diferentes partidos e correntes ideológicas. Ou seja, a corrupção é uma desgraça que soterra o conceito de bem público, sem distinção partidária, com raras exceções. Em meio a toda essa enxurrada de suspeitas, o povo tenta entender tudo isso, fazer comparações e ligações, descobrir quando essa bandalheira começou, e como vai ficar o país daqui pra frente.

No meio do povão da sociedade brasileira, há uma máxima que diz: “Entrou na política, virou corrupto”. Nem tanto. Em tais ocasiões convém retomar os ensinamentos dos filósofos, que explicaram mecanismos que parecem ser da própria natureza do mundo político. Pois bem, um desses filósofos foi Nicolau Maquiavel. Ele elaborou uma ampla reflexão política, consagrando também um lugar para a corrupção das instituições políticas. Ruína, decadência ou corrupção, esses três termos refletem um mesmo processo de dissolução das estruturas das instituições políticas, o que provavelmente ocorrerá se nada for feito. Para entender esse tema, Maquiavel foi pesquisar o poder na Velha Roma, especialmente, nos seus "Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio". Esses discursos, são comentários de Maquiavel sobre o que escreveu o historiador romano Tito Lívio (59 a.C- 17 d.C). Ele pesquisou o funcionamento da vida política romana, buscando os elementos que sustentaram o esplendor e a grandeza de Roma durante séculos.

Depois de compreender a vida política interna romana, Maquiavel chegou à seguinte conclusão: “A corrupção é uma doença que se espalha”. Na vida política, em qualquer instância, haverá o germe da corrupção. A degeneração das coisas ligadas à esfera política é aplicável a todas as partes. Ou seja, no universo político não há nada que seja imune por natureza. Daí, todo cuidado é pouco com a corrupção. Maquiavel disse que a corrupção necessita ser identificada como uma doença. Uma doença que recai, primeiramente, sobre alguma parte, nas que fatalmente pode contaminar o corpo todo, se nada é feito para erradicá-la. Então, assim como a doença afeta determinado órgão humano, igualmente essa doença que acomete a vida política começa em algum órgão público. Se não for enfrentada corretamente poderá levar à morte. Na vida pública, essa morte é a ruína do estado da nação.

Diz o filósofo Maquiavel, que contra esse processo degenerativo, infelizmente, inevitável, há alguns remédios ou procedimentos que podem vir a garantir a permanência de uma República. Dentre as várias coisas que garantem a conservação de um Estado, convém destacar duas:
1º - A aceitação do conflito como algo salutar na vida política e,
2º - A existência de instituições políticas livres.

Conclui-se então que:
1. Ele anota, primeiro, que a existência de disputas entre os grupos políticos, está relacionada à necessidade deles zelarem pela liberdade de manifestação política. Ou seja, a existência livre dos partidos políticos. Em seguida, que é preciso que haja a possibilidade de haver meios para a denúncia, com a acusação e a defesa pública, o que possa garantir um julgamento justo.
2. Enfim, que tudo isso possa garantir a durabilidade das instituições. Não é tarefa fácil entender o pensamento político de Maquiavel. O que faz com que não se compreenda Maquiavel, é que ele une o sentimento mais agudo da contingência ou do irracional no ser humano. Ele vê a história, onde há tantas desordens, tantas opressões, tantos imprevistos, injustiças e retrocessos, como algo que necessita de uma força e de um poder controlador.
3. Lembre-se, Maquiavel escreveu isso no começo do século XVI (1513). É claro que hoje muita coisa mudou. Menos a corrupção. Porém, uma coisa é incontestável em Maquiavel, que é a conservação saudável do corpo político. Em outras palavras, o partido político não pode ser uma máquina corrupta. Daí, todo cuidado deve ter o homem quando ingressar nesse corpo político. Entretanto, as ideias de Maquiavel podem não servir ao Brasil, cuja corrupção parece ser uma doença crônica ou em estágio bastante avançado no seu leito de morte. Nunca é tarde para lembrar, que desde o “descobrimento do Brasil”, esse assunto já é conhecido. Segundo Maquiavel, a corrupção denota um estágio da vida em putrefação, onde o corpo político vai se corroendo por dentro, até destruir o todo saudável do tecido social. Assim sendo, as soluções para o Brasil, se encontram na mobilização popular, na defesa do regime democrático, no acatamento crítico do poder judiciário e do ministério público, nas instituições públicas, na educação em todos os níveis, na sociedade em geral, mas, principalmente, no conceito ético que todos devem ter para a convivência política. Quer dizer, a Política não é feita para os políticos satisfazerem seus interesses pessoais, mas sim para zelar pela coisa pública.

Nenhum homem sozinho acabará com a corrupção. Não existe herói nacional ou salvador da pátria para extirpar esse mal antigo da política. Quando um político vai a público dizer que vai acabar com a corrupção, ou está fazendo demagogia ou está se aproveitando da situação ruim. É melhor desconfiar. A corrupção só pode ser banida pelo esforço coletivo, ou seja, a sociedade deve se organizar e condenar os corruptos. Cada qual, entretanto, não apenas a se proteger de um político desonesto, mas, agindo, também, para proteger as próprias instituições políticas, impedindo, ao máximo, que elas venham a ser contaminadas pela corrupção. Só venceremos a corrupção quando a sociedade tomar consciência da diária atividade histórica e criminosa de corruptos e corruptores, os donos da roubalheira da coisa pública. Porém, a corrupção não é um mal exclusivo de péssimos políticos. Quando, por exemplo, não se dá importância para as pessoas nas relações humanas nos mais simples gestos, como ceder lugar no ônibus, ocupar vaga do idoso e do deficiente no estacionamento, furar a fila, avançar sinal de trânsito, além de outros, são atitudes que compõem o conceito amplo de corrupção. "Por que vês o argueiro no olho do teu irmão, porém não reparas na trave que tens no teu? Ou como poderás dizer a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o argueiro do olho do teu irmão.» (Mateus 7:1-5).

Enfim, desconfie do pilantra dizendo da boca pra fora que vai acabar com a corrupção, por detrás do pano deve fazer coisas horrorosas. Fique sempre em estado de alertar com estes, pois pelo que a história revela, são os piores.

FORA BOLSONARO
O cenário com as duas placas foi estrategicamente montado por mim no largo entre ruas Inconfidência, Gustavo Maciel e avenida Nuno de Assis, próximo ao CIPs, onde neste final de semana ocorreu mais uma Feiramor, diante de ato envolvendo espíritas se utilizando do lugar como estacionamento. Como muitos deles não escondem seu conservadorismo, nada como ao estacionar seus carros, dar de cara com desagravo ao capiroto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário