sábado, 5 de março de 2022

MÚSICA (209)


"EU NÃO PRECISO LER JORNAIS, MENTIR SOZINHO EU SOU CAPAZ"
Pois é, o Carnaval que nem bem começou este ano já se findou e quando tento retomar as condições em que me encontrava antes da festa, me deparo com este mundo triste, opaco, onde o conservadorismo, além de dar as caras, quer me fazer andar para trás. Velho marrento, resisto, insisto e persisto no caminho do politicamente incorreto. Daí me deparo com uma postagem aqui pelo facebook e nela uma antológia frase de RAUL SEIXAS, "Eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz" e me lembro do que a mídia massiva faz com a cabeça das pessoas, principalmente em tempos de guerra, quando quer demonizar um dos lados e endeuzar outro. Até minha mana Helena veio me dizer de sua sensibilidade para com um dos lados da guerra, tudo depois de assistir o último Fantástico da Globo. Falei algo, mas não adianta, o argumento televisivo é muito poderoso. Raul sabia disso há dezenas de anos atrás e fui atrás do disquinho onde cantava a preciosidade, seu último sucesso, lançado dois anos antes de morrer. A música é o clássico COWBOY FORA DA LEI e está no LP "Uah-bap Lu-bap Lá-béin-bun". É o décimo terceiro álbum de estúdio do cantor e compositor brasileiro Raul Seixas, lançado em março de 1987 pela gravadora Copacabana e gravado entre 24 de fevereiro e 29 de dezembro de 1986 no estúdio independente São Paulo, em São Paulo, e nos estúdios da gravadora Copacabana, em São Bernardo do Campo. Este disco significou a volta ao mercado fonográfico do cantor baiano após quase 3 anos do lançamento de Metrô Linha 743, pela Som Livre. Enfim, "entrar pra história é com vocês"...

Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=trviI86P_Lo
"Mamãe, não quero ser prefeito/ Pode ser que eu seja eleito/ E alguém pode querer me assasinar/ Eu não preciso ler jornais/ Mentir sozinho eu sou capaz/ Não quero ir de encontro ao azar/ Papai, não quero provar nada/ Eu ja servi à pátria amada/ E todo mundo cobra a minha luz/ Oh coitado, foi tão cedo/ Deus me livre eu tenho medo/ Morrer dependurado numa cruz/ Eu não sou besta pra tirar onda de herói/ Sou vacinado, eu sou cowboy/ Cowboy fora da lei/ Durango Kidd só existe no gibi/ E quem quiser que fique aqui/ Entrar para história é com vocês/ Vamos entrar para história, pessoal/ Mamãe, não quero ser prefeito/ Pode ser que eu seja eleito/ E alguém pode querer me assasinar/ Eu não preciso ler jornais/ Mentir sozinho eu sou capaz/ Não quero ir de encontro ao azar/ Papai, não quero provar nada/ Eu ja servi à pátria amada/ E todo mundo cobra a minha luz, minha luz/ Oh coitado foi tão cedo/ Deus me livre eu tenho medo/ Morrer dependurado numa cruz/ Eu não sou besta pra tirar onda de herói/ Sou vacinado, eu sou cowboy/ Cowboy fora da lei/ Durango Kid só existe no gibi/ E quem quiser que fique aqui/ Entrar para história é com vocês/ Eu não sou besta pra tirar onda de herói/ Sou vacinado, eu sou cowboy/ Cowboy fora da lei/ Durango Kid só existe no gibi/ E quem quiser que fique aqui/ Entrar para história é como vocês/ Entrar pra história/ Sarabandam".

QUAL O PREÇO PAGO PELAS PUBLICAÇÕES FEITAS NO YOUTUBE E FACEBOOK?*

* Meu 53º texto, exclusivo para o semanário DEBATE, de Santa cruz do Rio Pardo, publicação na edição de hoje:

Eu e o professor da Unesp Bauru Geraldo Bergamo travamos boa discussão nessa semana sobre candente tema, a validade da utilização de espaços gratuitos na internet para publicação de textos e áudios, Facebook e Youtube, mesmo cientes de o fazermos somente quando enquadrados no permitido por quem é dono do espaço mundial. Acompanhe a conversa:

Geraldo Bergamo - Vejamos um caso recente de um irmão do youtube, o facebook, que proibia postagens favoráveis ao nazismo. Agora liberou elogios a nazistas ucranianos, desde que estejam em combate com os russos. Diria o Truman: são nazistas, mas são os nossos nazistas. Diria meu pai: criaram os "nazistas do bem".

Henrique - Professor, debater contigo é sempre salutar. Entendo isso tudo como a questão do sujeito que quer casar na igreja católica e quer que ela se adeque ao seu modo de pensar e agir. A Igreja Católica é uma instituição bem definida e entendo que, para querer casar lá, no mínimo tem que estar em concordância com sua linha de pensamento. O Youtube possui linha mundial e gratuita de postagens, daí para querer ali postar sem custos, no mínimo o gajo deve aceitar as condições impostas por estes. Discordo dessa linha, mas posto ali de graça. Como querer se portar contrário a essa linha?

Geraldo - Como já é bem conhecido, não existe almoço grátis. Publicar nesses monopólios das chamadas redes sociais não é grátis, nem mesmo financeiramente. No mínimo você está cedendo dados pessoais que têm valor monetário e serão vendidos por quem os recebeu "gratuitamente". Mas se paga mais que isso, se paga com reforçar o poder de monopólios que são imperialistas. Deve-se então pagar por todas as facetas do poder imperialista? Existiria então uma "censura aceita por obrigações contratuais"?
Henrique - Aceitamos tacitamente fazer parte deste jogo, onde por não possuir espaços de igual teor e poder de penetração, nos sujeitamos a ali estar. E assim sendo, jogamos o jogo com as armas do adversário.

Geraldo - Ou seja, concordamos com uma "censura do bem" aqui, concordamos com um elogio do "nazismo do bem" acolá, daí pegamos essas armas do adversário e apontamos pra onde mesmo?

Henrique - A arma está apontadíssima pra nós mesmos.

Geraldo - Bem, eu não tenho simpatia por suicidar-me.

Henrique - Eu também, mas confesso, até envergonhado, faço uso de publicações nestes espaços. Entendo isso, ciente de todos os riscos, uma utilização onde possamos divulgar algo, o contraditório, se utilizando de brechas. Seriam elas válidas ou o preço a ser pago é muito caro?

Geraldo - Em absoluto advogo não usar redes sociais e outros meios que têm o poder de nos explorar. Seria impossível. Como poderíamos deixar de vender nossa força de trabalho e sermos explorados pelo patrão? Não foi isso que argumentei, sair das redes sociais, não trabalhar, não fumar, não beber. Levantei um aspecto, a questão da censura, em que há um espaço para não servirmos de correia de transmissão, ao contrário, dá pra por um grão de areia na engrenagem.

Creio, a partir daí, já havíamos concluído a conversa, com bom entendimento entre as partes de onde realmente estamos metidos. Fazemos uso, contidos, censurados ou não, porém, gostoso poder tentar ser esse “grão de areia na engrenagem” de empresa mundial tão poderosa. E, para tapar a tampa do caixão deste texto informo que, o papo foi travado por um destes meios, o de minha página no facebook.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e historiador (www.mafuadohpa.blogspot.com).

SERIAL KILLER
Leio que, com a Justiça em seus calcanhares, os Bolsonaro têm na reeleição do chefe a única esperança de impedir - ou ao menos retardar - o temido encontro com os tribunais. Ontem assisti gravação de entrevista do Kakay, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro para Carta Capital e lá disse: "Bolsonaro é um serial killer em matéria de crime de responsabilidade e só não sofreu impeachment porque entregou o governo ao PP. (...) A responsabilidade criminal certamente será levada a ferro e fogo tão logo termine o governo. A coisa é diferente em matéria criminal. (...) Tão logo terminado o governo - a que tudo indica ele não será reeleito - teremos um recrudescimento das investigações e contra o presidente, seus filhos e auxiliares mais próximos". Toc toc toc, que este dia chegue logo. Percebe-se que seus auxiliares, cientes do perigo buscam tentar se eleger pra algo nas próximas eleições, buscando imunidade parlamentar, como vejo neste momento o bauruense e ex-astronauta, ministro que nada fez pela pasta onde atua, além de puxar o saco do chefe, mas já afirmando estar na disputa para deputado federal. É a saída destes. O maior pesadelo do capiroto presidente é a rachadinha e ele, melhor que ninguém, sabe que pode passar uma boa temporada no sistema prisional, se perder as eleições. Tentar concentrar as culpas em subalternos não vai colar, pois a responsabilidade direta é da família, dinheiro dividido entre todos. Se tivessemos Justiça de fato, algo já deveria ter sido feito.

TRATAMENTO DESIGUAL
Não sei se alguém conseguiria me explicar a contento dos motivos de uma praça encravada na Zona Sul, como essa da foto, na avenida Octávio Pinheiro Brisola, rotatória junto à USC, ter seu buracão rapidamente reparado, após ter sido matéria da TV Tem apenas dois dias atrás e muitos outros, de até maior dimensão, estarem padecendo sem a atenção pública municipal, pelo simples fato de estarem localizados em regiões da Zona Norte, distante dos olhares dos tais "donos do poder", como os do Jardins Petrópolis, Jaraguá ou Tangarás? Seguem que linha de conduta nos procedimentos de atendimento às tais urgências?

CHAMADA APERITIVO PARA O 81º LADO B, COM O SINDICALISTA JESUS GARCIA, SUA EXPERIÊNCIA DE VIDA E HISTÓRIA DE MILITÂNCIA SINDICAL E POLÍTICA
Será domingo, 06/03, 11h aqui pelo facebook deste HPA
Eis o link da chamada de 7 minutos: 

"O CARNAVAL É A MAIOR CARICATURA, NA FOLIA O POVO ESQUECE A AMARGURA, VIRANDO A TRISTEZA DO AVESSO"

Gostar de Carnaval é uma coisa e acompanhar suas canções é pra quem vivencia a festa, a entende e mais que isso, propaga, está junto, é impulsionada por ela. Tenho de memória muitos sambas enredos históricos de tantas escolas de samba do Rio de Janeiro, alguns mais do que históricos, atravessaram o ano em que foram tocados e se tornaram clássicos. Relembro um destes, o TRAÇOS E TROÇAS, do Bala e Celso Trindade, Salgueiro 1983. Está em vários álbuns. Aqui cito um, o "Isso Sim é Carnaval - 2", da Top Tape.

Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=1NS97WoGlMA
"Eu sou o Rio e rio à toa,/ Só rio de quem me impede de sorrir,/ A minha pena não tem pena nem perdoa,/ Mexe com qualquer pessoa,/ Ela quer se divertir./ Será que a política não vai me censurar?/ Já sei, certos momentos não se pode criticar!/ Gozar, traçar, ferir,/ Fazendo de novo meu povo feliz,/ Riscando aquilo que ele não diz./ Bota banca na avenida,/ Edição especial,/ Olha aí o jornaleiro,/ A piada está com sal./ Caricatu-rindo,/ Virando a tristeza pelo avesso,/ A arte irradiou/ Com um raio de luz de humor/ A melindrosa, amigo da onça, almofadinha,/ Cantando em louvor ao artista,/ Caricaturista, revista e jornal./ O carnaval/ É a maior caricatura/ Na folia/ O povo esquece a amargura". 

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