domingo, 8 de maio de 2022

BAURU POR AÍ (202)


PARTE DA COMITIVA BAURUENSE CHEGANDO EM SÃO PAULO PARA A MAIS IMPORTANTE REUNIÃO DO ANO: LANÇAMENTO OFICIAL CANDIDATURA DE LULA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

A CANDIDATURA DE LULA ESTÁ LANÇADA
Grupo representativo de bauruenses esteve nessa último sábado, junto de Lula e Alckmin, a dupla Lula/Chuchu, no Center Norte, próximo a marginal Tietê, presenciando o ato de lançamento dessa candidatura à Presidência da República, a única com capacidade de transformar este país e reencaminhá-lo para a normalidade política. Fomos de van, trezes pessoas, pagando a viagem do próprio bolso, tudo para estar neste ato histórico, de verdadeira transformação do País. Marcado originalmente somente para militantes e dirigentes políticos, quando no local, ocorre um certo aforuxamento, permitindo que todos os que para ali se deslocaram, tivesse acesso e pudessem também desfrutar deste momento único.

Um evento enxuto, com hora marcada para começar e terminar. Às 10h os vídeos já estavam passando nos telões e o público, de aproximadamente 4 mil pessoas, se aglomerou para ouvir, primeiro o candidato a Vice, Geraldo Alkmin, que o fez por vídeo transferência, uma vez ter contraído Covid. De sua fala, bem centrada e dentro do espírito que o país necessita, uma ousada união, que neste momento possui uma razão mais do que específica, a de unir o país contra o golpe e o atraso. As coligações todas da chapa foram feitas pensando neste momento e buscando contornar a crise institucional que se avizinha com os abilolados propondo resistir armado nas ruas. Alckmin assumiu seu papel de vice e brincou com o fato da união Lula e Chuchu, quando assimila que, "este será o hit, o prato do momento e espalhado pelo país, renderá bons frutos para nossas necessidades atuais". Foi aplaudido e conquistou a platéia. Não ocorreram vaias, pois a imensa maioria sabe muito bem o que está em curso e da necessidade de união de interesses para contornar o propósito dos golpistas.

Lula veio na sequência e preferiu ler seu discurso, onde não se esqueceu de nada do que deveria ser tocado e dito. Distribuido gratuitamente pela Fundação Perseu Abramo, do PT, o livro "Plano de Reconstrução do Brasil - Outro Mundo é Preciso, Outro Brasil é Necessário", com o programa, o projeto a ser realizado, algo inimaginável para o atual presidente, que busca a reeleição sem apresentar nada de concreto para o Brasil. Orgulho de ser da esquerda e de estar perfilado com as mudanças neste momento, dando início, não só a uma campanha, mas verdadeira guerra, onde o bom senso e o ideal transformador deste país deve prevalecer.

Foi uma delícia andar pelo pavilhão lotado e ir trombando com personalidades e muita gente conhecida, fotos com a maioria e da boca destes, algo além da esperança e da certeza que, unidos venceremos. Além de tudo, tenho a mais absoluta certeza de que, todos os lá presentes saíram de lá recarregados e com a certeza de estar no lugar certo. Eu caminho junto das transformações que este país precisa e produz dentro de suas limitações. Muito precisa ser feito, até para recuperar o tempo perdido, o tempo quando deixamos de militar a contento e estivemos mais distantes do dia a dia do povo brasileiro. Resgatar, ir à luta e dela não mais sair, eis o que nos resta a tudo, todas e todos. O Brasil tem jeito e não será com a continuidade do estrago, com o crescente milicianismo e o tresloucado modo de agir, eivado pelo ódio, insuflado por um descabeçamento sem propósito que iremos a algum lugar. Os proximos meses será mais do que intensos e neles estarei engajado. Eu e todos os presentes na manhã do último sábado, no fria de um dia, que esquentou e muito perlo calor humano irmanado por cada um que lá esteve.

OBS.: Fui e voltei maravilhosamente bem, todos sem problemas, mas na tarde de domingo, apresento febre e dores musculares, me fazendo permanecer dentro de casa e sem vontade para mais nada. Talvez um exame para se certificar do que venha a ser isso tudo, mas sem encanações, pois com três vacinas, tenho a certeza de ter feito até agora tudo o que me foi recomendado pela Ciência para navegar sem problemas nestes tempos. Em recuperação...


DÚVIDA CRUEL
Com qual camiseta vermelha devo descer hoje pra feira dominical da Gustavo: com a do Lula, lançamento campanha presidencial ontem ou a do Noroeste, subindo também ontem para a série AII do Paulistão?


A VIDA FLUI NA FEIRA
Tristeza eu diluo, derreto escapulindo para a feira dominical de Bauru, a da Gustavo Maciel. Minha predileção, como já é do conhecimento geral, reside nas ruas. Bato cartão na tradicional Feira do Rolo, sempre com inusitada galhardia, aproveitando ao máximo o que me é oferecido. Visto minha camisa vermelha, hoje a única possível depois da volta do Noroeste, o time da aldeia bauruense para a Série AII do Paulistão e do lançamento da candidatura oficial de Lula e Alckmin à presidência da República. Diante de tudo o que sei virá pela frente, assimilo o vice e visto nesta manhã uma calça de abrigo verde, cor chuchu, enfim, se a iguaria destes tempos deve ser "lula com chuchu" e eu estando envolvido dos pés à cabeça na luta pelo fim dos despotismo, já visto a indumentária e circulo pela aí.

A reclamação logo na entrada, de um dos feirantes que mais admiro é para pensar com eles num meio de salvar a feira: "Desde a pandemia perdemos muitos feirantes e os que ficaram não estão aguentando o fraco movimento. Estamos capenagando e perigando. O que pode ser feito para salvar nosso meio de sobrevivência e trazer de volta o público dominical que aqui circulava?". Ouço e com isso na cabeça começo a circular pelas suas entranhas. Quem circula comigo nessa manhã é Kyn Junior e ele responde conforme seu entendimento: "Tudo está tomando forma novamente. A gente sabe que nada ocorrerá de uma hora para outra. Devagar tudo deve voltar ao normal". Tomara.

Na Banca do Carioca, o livreiro do lugar, passo para vasculhar CDs e escolho quatro, pela bagatela de R$ 10. Carioca me oferece latinha de cerveja, aceito e diz estar chegando um peixe frito. Enquanto isso, pede para ficar espiando um senhor de terno escolhendo CDs, seu Nelson. Diz ser um merecedor de um dos perfis que faço, pois trabalhou a vida inteira co, telhados e hoje, aos 85 anos, acabou tendo que se aposentar, mesmo a contragosto. Os filhos não o deixaram mais subir em telhados, mesmo ele querendo. Agora, segundo me conta, adora ouvir música e quase todo domingo vem escolher CDs. Tiramos foto juntos com alguns dos seus escolhidos, Nelson Gonçalves, Gonzaguinha e Paulinho da Viola. Trocamos telefones para contar sua história por aqui qualquer dia destes.

O peixe chega e a turma gravitando no entorno da banca, amigos que denomino de "seguranças" ou protetores do bonachão livreiro. Todos saboreiam e Carioca me diz: "É a novidade da feira, ando comprando já há duas semanas. É uma senhora que mora numa casa encostada da parede da ferrovia e com a desistência de um que vendia peças automotivas, inova e monta algo debaixo de um toldo. Seus peixes começam a atrair a atenção". Disse isso e continuamos a conversação. Muitos novos livros, Carioca sempre atento me diz ter comprado mais de 300 nessa semana e as novidades vai trazendo aos poucos, pois antes de colocá-los à venda, precisa de um tempo de maturação em sua casa, uma espécie de curtição com a cria. Kyn chega de umas andanças e vamos dali, nos enfronhando nas entranhas da feira. Na verdade, não resito em conhecer a tal da mulher que faz peixes. Kyn quando lhe convida, resume tudo numa só frase: "Adoro peixe".

No fundos de tudo, uma espécie de deck, feito com trilhos férreos e abaixo um imenso bueiro. Em tempos sem chuva como desta semana, ótimo e essa foi a sacada de dona Valéria, moradora numa casa ali colada. Sacou que, colocando um tapede por cima dos triblos e distribuindo mesas, com uma tenda, teria seu bar e poderia vender algo do qual quer ser conhecida, peixe frito. Entre os frequentadores da feira já o é e agora segue tentando divulgar o lugar, um local onde de avista a feira do alto, situação privilegiada. Nós dois ali, experimentando a iguaria e avisto a artesã Rosângela Beatriz Monge com banca no local. "Essa a terceira semana que venho. Não deu para reiniciar viagens, mas aqui é um bom recomeço, tenho gostado muito e a cada semana estão me colocando num local. Hoje cheguei 5h da manhã para garantir o meu", conta. Convidada por nós, veio experimentar os peixes, gostou e promete se tornar cliente. Da mesma forma que a vimos, somos vistos pelo Antonio Fernando Salgado, emérito morador do centro da cidade, aposentado e destes que fica ouvindo música até a madrugada, consequentemente acorda tarde e vai pra feira quase meio dia. Nos vê e chega para conversar, enfim, muitos estão ali exatamente por causa disso, em busca de alguma boa prosa. Encontrou e ali permanecemos, fechamos a conta e tiramos fotos junto da banca da Rosângela. Não marcamos nada, mas tudo ficou subentendido para o próximo domingo. A gente sempre volta, pois o magnetismo atrativo é muito grande.

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