quarta-feira, 1 de junho de 2022

ALFINETADA (216)


AMANHÃ SERÁ POCINHOS DO RIO VERDE, DEPOIS A ELETROBRÁS - VENDEM TUDO
"Governador Zema: Não venda as águas medicinais de Caldas! - O governador de Minas Gerais, Zema, em 2021, tornou pública sua intenção de vender os direitos minerários das Águas Termais e Medicinais de Pocinhos do Rio Verde. E agora está querendo abrir o edital para licitação destas águas, para uso comercial! O histórico do balneário de Pocinhos do Rio Verde e suas águas termais se confundem com a própria história da cidade de Caldas. Inclusive, a etimologia da palavra "caldas" refere-se às nossas águas termais! As Águas Termais de Pocinhos do Rio Verde passaram a receber notoriedade a partir dos estudos realizados pelo botânico André Regnell, que por volta de meados do século XIX, observando suas propriedades de cura, enviou-as para análise na Universidade de Uppsala, na Suécia, comprovando que possuíam, de fato, propriedades medicinais. O atual prédio do balneário foi construído em torno de 1952, muito embora já existisse no local um pequeno balneário para atendimento de todos aqueles que procuravam o lugar para tratar seus males. As fontes Rio Verde, Samaritana e São José se encontram no parque do balneário e são utilizadas para curar doenças digestivas, intestinais e de pele, possuindo suas águas, há mais de um século, reconhecimento internacional pelas características medicinais. Recentemente, a utilização dos recursos medicinais das águas termais do Balneário de Pocinhos do Rio Verde foi incorporada ao atendimento público do SUS, através da Lei Municipal n°1.441/2021, o que demonstra sua singular importância para o município de Caldas. Além disso, o espaço do imóvel do balneário é utilizado pelos órgãos públicos municipais para a realização de eventos e festividades de interesse comunitário e social, como visitas escolares, cursos de capacitação e a famosa Festa do Biscoito, que já existe há mais de 3 décadas. Portanto, as Águas Termais de Pocinhos do Rio Verde representam para Caldas e sua população verdadeiros símbolos de suas vidas e histórias! Senhor Governador Zema, não venda as nossas águas medicinais! Nós, abaixo-assinados, pedimos encarecidamente que desista deste ato que ameaça o futuro de Caldas e região, além de nossa saúde e nossa História", apelo feito por Daniel Tyger.

Eu tenho uma história de vida junto de Pocinhos do Rio Verde, distrito de Caldas MG, pois meus pais, além de terem por lá passado a lua de mel deles, compraram terreno, ergueram lá uma casa e tudo por causa do efeito das tais águas. Desde criança fui e voltei centenas de vezes para lá. Isso que o governador Zema faz é a cara desse bolsonarismo destrutivo, sem coração e sem história, só pensando em grana e no estado mínimo. Não existe nenhuma sensibilidade pelas pessoas que lá moram e do que poderia ser feito de fato com lugares parasidíacos como esses. De bolsonaristas só podemos mesmo esperar algo assim, destruição, terra arrasada e o fim de tudo. Sei ser impossível querer neste momento, quando tudo já está decidido, querer sensibilizar um cruel e insano governador, alinhado dos pés à cabeça com a destruição de tudo o que temos de bom. Temos mais é que, neste momento nos unirmos todos e deixar bem claro para todos os que comprarem algo na situação como ocorre hoje, que algo vai mudar neste país com a eleição de Lula e essas barbaridades todas terão que ser revistas. Não dá mais para aceitar pacificamente a privatização da Eletrobrás, o que fazem com a Petrobras e com lugares e estâncias como essas. Esse pessoal não é só maluco, mas muito mal intencionado, perversos, cruéis, insanos, doentes e perigosos, muito perigosos.

Eu e meu pai diante do balneário.

Escrevo tomado pela emoção, pois Pocinhos do Rio Verde está encravado dentro do meu coração - do escritor Rubem Alves também, pois lá era seu paraíso e esconderijo -, mas muito mais que isso, pois escrevendo de Pocinhos, o mesmo texto serve para denunciar e tentar uma mobilização para tudo o mais que ocorre neste momento neste país, quando cientes de que vão perder a eleição, passam a "boiada" com a maior rapidez, fechando o ciclo destrutivo com uma quantidade de difícil reversão. Por que permanecemos quietos diante de tudo isso? Por que não vamos todos pras ruas e viramos logo essa mesa? Por que não expulsamos estes todos e já de onde estão? Eles estão nos testando a cada dia e nosso poder de reação ainda é pequeno, mas ainda creio que estamos muito pertos de reagir e resolver isso, mesmo que seja com "sangue, suor e lágrimas". Meu sobrinho Markus Vinicius acaba de voltar de lá e me contava da desolação do lugar, com a estância quase paralisada e o lugarejo sendo induzido a se transformar em algto fantasmagórico. Isso é a cara do bolsonarismo.

Pocinhos é só a ponta deste imenso iceberg.

O RIO DE JANEIRO ME DESCONSERTA...
Se tem alguns lugares por aí onde perco o juízo e as estribeiras, um destes é a cidade do Rio de Janeiro. Aprendi a gostar demais da conta deste lugar e quando para lá retorno, entro em transe. Desta feita foram só três dias e quase tudo com o tempo contadinho, cronometrado. Mas evidente que, algum lugar para a esbórnia e o devaneio eu sempre encontro, pois de seriedade nas 24h do dia, ninguém resiste, muito menos eu. Assim sendo, acabei indo na noite de segunda no Samba do Trabalhador, num dos lugares mais aconchegantes hoje no Rio, justamente e pro sorte, bem perto de onde me acolhem quando estou naquelas paragens, o bairro do Anadaraí, boca de entrada na Zona Norte. E depois, na tarde de terça, trabalho feito, compromissos todos cumpridos, fui bater perna no centro velho da cidade, rever alguns sebos, comprar CDs na calçada na praça Tiradentes, perambular pelo Largo da Carioca, vasculhar o Saara, adentrar o espaço dos camêlos na Uruguaiana e outras quebradas, como subir a Mem de Sá e descer a Riachuelo, entrar na rua das quiquilharias, a Lavradio, passar por debaixo dos Arcos da Lapa, ao menos passar a maão nos portões do Circo Voador e da Fundição Progresso. Fiz tudo isso em umas três horas, meio apressadinho, mas como uma espécie de reverência, algo devido e agora cumprido, após quase três anos de pandemia e sem poder voltar a bater perna por lá. Me deram muitos avisos pra tomar cuidado com isso e aquilo. Tomei, mas me esbaldei e volto inteiro, revitalizado, recarregado e ainda em choque, pois o retorno para mim é sempre muito dolorido. E quando volto, demoro um tempo para a ficha cair e conseguir retomar as atividades normais. O Rio é tão inebriante para mim que, depois de circular por suas ruas, preciso de um tempo para voltar a curtir Bauru. A ficha caiu logo, pois ontem choveu a cântaros em Bauru, até com granizo e a árvore defronte o Mafuá, parte dela, tombou sobre o velho telhado. Foi uma tarde de correria, mas isso é outra história e algo que conto em outro texto. Neste descrevo o quanto sofro de saudades de um Rio, que insiste em bater as asas, mas sempre guarda algo para me preencher o vazio existencial.

UM VIVA PARA OS BOMBEIROS BAURUENSES
A chuva de ontem, quarta à noite, 31/5 ofi devastadora, com muito vento e granizo. Estava em trânsito e só presenciei o resultado hoje. Como não podia deixar de ser, algo sempre acontece no Mafuá, mesmo o local tendo protenção de muitos matuás e sal grosso. Um galho enorme da árvore bem defronte o salão principal mafuento tombou e se posicionou no telhado, que o aparou com poucos danos - apenas duas telhas. Queria já arrumar alguém para cortá-la em pedacinhos, aos poucos, em drops. Foi quando meu amigo Raul Magaine me deu a dica fatal: "Ligue para os Bombeiros, eles vem retirar, pois o treco aí é de grande monta".

Ligo e a recetividade foi tão grande, dessas de causar espanto e me confirmando algo que sempre tive como convicção: a corporação do Corpo de Bombeiros é de uma eficiência indiscutível, sendo para mim a melhor da nossa Polícia Militar. O atendimento foi vapt-vupt, feito por volta das 15h e antes das 17 estavam no meu portão, com três homens e uma mulher. Não perguntei o nome de nenhum deles e eles também falaram muito pouco, mas foram preciso, quase cirúrgicos e em menos de hora e meia, desceram lá do alto o tronco e seus adluentes, colocando-os em retalhos no campo defronte a casa. Até ajudei, mas são profissionais na exatidão do termo. Chegam, conversam pouco, medem o estrago, verificam por onde começar e resolvem a questão.

O Mafuá não saiu intacto e entrou água novamente em suas instalações, dessa vez não pela enxurrada proveniente do barrento rio Bauru, mas da chuvarada de ontem à noite. O estrago foi pouco e o conserto do telhado ficou para amanhã. Hoje, sento aqui para elogiar uma coporação policial. Depois de todo o estrago ocorrido pela Polícia Rodoviária Federal, com a insana morte do Genivaldo, hoje venho aqui render loas para algo do lado completamente oposto daquele. Estive ao lado de quatro baita profissionais, desses arregaçando a manga e botando pra jambrar, sem dó e piedade. Precisava fazer esse registro por escrito, pois no mundo de hoje, onde faço tanta critica, principalmente para a atuação da Polícia Militar do meu estado e do país, percebo nos Bombeiros, uma espécie de oásis ainda possível. Eles, os bombeiros, ficam na sua, sabem o que tem que fazer, não discutem, não se metem a nada fora do padrão estabelecido. Merecem todos os meus elogios.

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