quarta-feira, 17 de agosto de 2022

BAURU POR AÍ (206)


SÃO TANTAS COISAS
1.) DESABAFO PESSOAL - A RECUSA DESTE HPA EM PARTICIPAR DE EVENTO COM A CHANCELA DESSA ADMINISTRAÇÃO E ALGO SOBRE A PARADA, AGORA “ENCONTRO DA DIVERSIDADE”
UFA! A Parada da Diversidade é mesmo vitoriosa e volta a ocorrer após a pandemia – domingo, 28/8 -, até porque, mesmo com todo fundamentalismo da atual administração municipal, escancarado e explícito, não teriam como negar algo que é Lei Municipal, a de nº 5.792, de 27/09/10. Seu nome oficial é “Semana de Combate ao Preconceito e Discriminação” e neste ano, receberá a pomposa denominação de “Encontro da Diversidade 2022”. Contato seus idealizadores e mantenedores para saber das novidades e uma delas, inicialmente muito triste era a de que não teria a descida da Nações, mas somente um ato diante do palco montado no Parque Vitória Régia. Diante da total falta de incentivo para bancar os shows, todas as apresentações privilegiarão artistas locais e a novidade: estão muito empenhados para ter, ao menos um trio elétrico descendo a avenida, como na maioria dos anos anteriores - o que torço para que aconteça. Do apoio da Prefeitura, terão o palco, o som, banheiros químicos e a interdição das ruas para realização do evento. Tudo o mais virá através de patrocínio e apoiadores. Resistir é preciso, sabemos todos muito bem e também saber remar contra a maré.

Gostei de cara do tema escolhido, “VOTE COM ORGULHO”, ou seja, um recado curto, reto e direto para todos os envolvidos com o evento, demonstrando que, impossível a Parada, neste momento em que o País vive, se mostrar indiferente, ausente ou se fingindo de morta. Existe um genocídio em curso, um discurso de ódio contrário aos diferente e dentre os mais perseguidos, o segmento LGBTQIA+ um dos que mais é penalizado. No release da organização algo contundente: “A intenção é discutir e alertar a população para o voto consciente na escolha de representantes que defendam os direitos humanos. Embora o Brasil tenha instituído diversas leis de proteção, muitos grupos de pessoas da nossa sociedade ainda são vulneráveis à intolerância e ao preconceito, como as mulheres, população negra, comunidade LGBTQIA+, os indígenas, crianças, idosos, pessoas com deficiência, etc. Neste ano o evento contará com presença de artistas locais que serão selecionados através do Edital “Semana de Combate ao Preconceito e Discriminação 2022” que será divulgado em breve pela Secretaria Municipal de Cultura. Durante toda a semana estarão acontecendo atividades autogestionadas por Secretarias Municipais, Conselhos, Comissões e outras entidades, promovendo o debate e a conscientização acerca da diversidade. Um deles é a Oficina de Drags, que neste ano está em sua terceira edição sob a coordenação do SENAC Bauru”.

Fazia parte do staff da SMC – Secretaria Municipal de Cultura quando da realização da 1ª Parada e na maioria delas estive presente. Devo estar nessa também e só não estarei de forma mais presente, pois existe um desgosto interno em curso diante do que vemos se sucedendo nas hostes do comando da cidade. Havia me compromissado com o Rick Ferreira, da Associação Bauru pela Diversidade e com o vereador Marcos Souza em produzir uma exposição fotográfica, com texto de minha lavra homenageando algumas das trans que se foram ao longo dos últimos anos. Seriam painéis com fotos de algumas delas e junto um texto, todos perfilados, numa demonstração de que, não nos esquecemos delas todas.

Estava empolgado, textos já adiantados, mas não quero neste momento, diante de tudo o que vejo ocorrendo na cidade, dar qualquer tipo de chancela para levantar a bola desses hoje na administração da cidade. Nas muitas demonstrações ao longo destes dois anos, inequívocas ações empobrecendo a participação cultural na cidade. Não quero ter meu nome vinculado a nada junto a estes. Não receberia um tostão, mas meu nome ali estaria e, provavelmente no banner, o slogan da Cultura e Prefeitura Municipal. Quero distância destes. A exposição “AS QUE SE FORAM” fica para outro momento, pois neste temos que concentrar fogo em tentar fazer com que, cumpram ao menos um mínimo, com editais e propostas para um setor tão prejudicado. Entristece ver artistas aceitando algo destes, quando a maioria pena e muito em condições sub-humanas de trabalho. O lema dos Três Mosqueteiros cai muito bem neste momento para designar o que precisaria ser feito: “Um por todos, todos por um”.

A Parada e tudo o mais resiste, persiste e deve insistir, assim como o Carnaval e outras manifestações sendo mantidas à mingua. Eu sou do time de declarados opositores dessa Administração e do que estão a fazer com a Cultura. Estou ao lado de Paulo Maia e de sua luta como presidente do Conselho Municipal de Cultura, luta insana e muitas vezes cheia de revezes, para beneficiar e ver atendido reivindicações da classe artística. Uso a Parada/Encontro para falar de tudo o mais. Me dá nojo ver a prefeita adentrando o palco do show de aniversário da cidade para “louvar”, quando sabemos o que se sucede nos bastidores com os artistas e instituições levando o nome da Cultura por aí. A minha recusa é sim um PROTESTO, isolado e feito ao meu modo e jeito. Repito, não quero ter meu nome relacionado a nada do que ocorre hoje dentro desta administração. Represento pouco, quase nada, algo insignificante, mas o momento é esse, pois já deveríamos ter dado um basta e se rebelar coletivamente contra o que está em curso. Amanhã pode ser tarde demais. Todos estamos vendo o que Bolsonaro fez com a Cultura em nível Federal e aqui, na Bauru de Suéllen Rosim, uma pequena repetição. O desabafo se fazia necessário. Creio ter me alongado demais.

OBS.: Para mais informações sobre o Encontro da Diversidade, entrar em contato via WhatsApp pelo telefone: (14) 99171 5738, falar com Rick Ferreira, Presidente da Associação Bauru Pela Diversidade ou (14) 99670 2010, falar com Taylise Zagatto, Presidente do Conselho de Atenção a Diversidade Sexual de Bauru.

2.) ALGO DA "AREIA MOVEDIÇA" BAURUENSE NOS ENVERGONHANDO
https://www.metropoles.com/.../gilberto-barros-e...
O link é de matéria do site Metrópole e diz respeito a mais um cidadão que, mesmo não sendo bauruense, passou boa parte de seu período como jornalista em Bauru e sempre que pode, gosta de se apregoar bauruense. GILBERTO BARROS faz parte hoje deste segmento conservador querendo ocupar todos os espaços, com um papo a defender a família, bons costumes, mas no fundo mais um defensor do que o País se transformou, eivado de ódio ao próximo, intolerância e insensatez humana.
No texto do jornalista Gabriel Lima, a explicação do ocorrido: "Gilberto Barros é condenado por homofobia: entenda o caso. O apresentador foi condenado a dois anos de prisão e teve substituída a privação de liberdade por medidas restritivas de direito. O apresentador Gilberto Barros foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo nesta terça-feira (16/8) a dois anos de prisão. Em setembro de 2020, o comunicador disse, no programa Amigos do Leão, “que vomita e bate em homens que se beijam”. A decisão não é final e Barros ainda pode recorrer".
São tempos de muita intolerância para com o diferente, o que pensa e age diferente de sua linha de pensamento e ação. DAí, um pulo para aceitar, incentivar e propor ações violentas contra os "diferentes". Gilberto é o "bauruense" que deve ser exposto, simplesmente como forma de rejeição para quem assim age. Mais um, dentre um time se postando e envergonhando a todos nós.

3.) OBRA DEVERIA ESTAR PRONTA EXATAMENTE UM MÊS ATRAS, PORÉM MUSEU FERROVIÁRIO CONTINUA DE PORTAS FECHADAS
No Brasil as placas mentem e o fazem descaradamente. Eis a prova, mais uma. Diante do Museu Ferroviário, esquina da Nobile de Piero com a Primeiro de Agosto, lá na placa cobsta data entrega obra, 17/07. Escrevi há um mês atrás e até hoje, 30 dias depois, tudo continua lacrado. O que de fato ocorreu e ocorre? Não culpabilizo ninguém do quadro de funcionários, mas muito da inoperância e já cristalizada promessas não cumpridas em cobtratos da iniciativa privada com obras públicas, passando, evidentemente pelos aditivos. Enfim, a placa continua lá, data de entrega completando 30 dias e NADA. O que fazer para essas placas não mais mentirem para nós?

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