quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

RETRATOS DE BAURU (271)


A ISENÇÃO DE IPTU PARA TEMPLOS E O MAFUÁ DO HPA MUDANDO SUA QUALIFICAÇÃO OPERACIONAL - ADEQUAÇÃO AOS NOVOS TEMPLOS, DIGO, TEMPOS...
A alcaide Bauruense, que acertadamente eu intitulo como IncomPrefeita Suéllen Rosim não tem mesmo jeito. Dias após dia, pisa no tomate (ui!, pensando nisso, no Carnaval do ano que vem só vai dar ela) e acaba demonstrando a que veio e a serviço do que foi eleita. Não satisfeita com a isenção de IPTU para as igrejas proprietárias de imóveis na cidade, assina decreto estendendo a regalia, ou como queiram, a isenção também para os com imóveis alugados, seguindo algo em curso neste País cada vez mais fundamentalista. Ela, segundo leio, seguiu indicativo do lobby neopentecostal incrustrado dentro da Câmara e favorece aos seus, ou seja, os da vertente religiosa. Foi gasto dinheiro público em audiências públicas, tudo para sacramentar o que já estava sedimentado em sua cabeça, ou seja, beneficiar as igrejas.

Eu, cá do meu canto, com imóvel nas proximidades do rio Bauru, assim como todos os sujeitos à inundação, água proveniente de chuva e alagamento dos rios e córregos não possuidores de tão forte lobby, continuamos amargando o pagamento de contas do DAE - água utilizada para limpeza do estrago - e sem nenhum tipo de isenção. Quando o assunto é discutido, muito se fala, argumentos decisivos para dizer do prejuízo aos cofres municipais e tudo continua como dantes, ou seja, pagamos o tal do IPTU. Já os evangélicos e proprietários dos muitos estabelecimentos comerciais, conhecidos também como igrejas, arrecadam muito e ainda por cima, tudo por possuirem lobby instalado dentro da edilidade, gozam de regalias acima da normalidade.

Não existe como deixar de ser irônico com o posicionamento insensível da alcaide, mais uma vez demonstrando fazer tudo aos seus e sem olhos, ouvidos e voz para o que de fato ocorre nas entranhas desta cidade. Tudo com a anuência da tal bancada religiosa, hoje muiuto atuante dentro da Câmara de Vereadores. Pensando neste momento em mudar a denominação do Mafuá do HPA, hoje carnavalesco e baderneiro juramentado para Templo Mafuento e Tomatista do HPA e, assim passar a gozar (ui!) de regalias inauditas neste torrão nada varonil. Enfim, para sobrevivência nestas plagas se faz necessário uma adequação ao modus operandi do seu perfil utilitário. Compro hoje a indumentária e entro a seguir com os papéis. Isenção, me aguarde...

BARRANCAS DO RIO BAURU, 4H MANHÃ
Vizinhos me ligam 3h30 da manhã, após intensa chuva na madrugada bauruense. "A água sobe demais e o rio está transbordando", me disse. Desci e fiquei acompanhando a água subindo. Foi por pouco, mas quando o quarteirão estava no limite, água entrando no quintal do Mafuá, a chuva arrefeceu e pouco a pouco o perigo se dissipou. Fiquei circulando sózinho dos dois lados do rio, sem poder atravessar a ponte da rua Inconfidência. Eu tenho uma tese e queria muito levar o amigo arquiteto Adalberto Retto Jr, para ver de perto o momento em que a água sobe e dos seus motivos. Para mim, tudo se resume no leito do rio e na ponte, muito baixa. Quando a água deixa de passar por debaixo dela, bate na mureta e é direcionada para a lateral mais baixa. Daí, começa,a se direcionar para a quadra 1 da Gustavo Maciel. A tubulação não comporta tanta água e ela sobe e sobe. Hoje, parou no limite. Casas invadidas na rua Aparecida, Inconfidência e Gustavo Maciel, quadra 1. Muitas já abandonadas, pois não existe nada de concreto proposto pela administração pública municipal para a região. Estamos todos cheio se conversa fiada. Estes próximos meses serão os piores, pois nem bem começa o período de chuvas e a catástrofe já está mais do que anunciada.

Eu, felizmente, não moro no MAfuá, mas lá tenho três inquilinos e meu cão, o Charles. Junto deles, parte de minha vida, meu acervo pessoal. Minha biblioteca construída uma vida inteira e a coleção de LPs e CDs. Tudo erguido, numa altura mínima de 1m30, porém, mesmo assim, preocupante, pois beira de rio é a imprevisibilidade em pessoa. Tempos atrás tínhamos enchentes com anos de diferença. Chegou-se a contar sete anos sem a ação das águas. Agora, não mais e no período de chuvas passado, quatro enchentes. Neste ano, com duas fortes chuvas, uma adentrou a casa, 40 cm e nessa última, por muito pouco. Vivencio junto dos moradores a apreensão e o desconforto da situação, todos com um só sentimento, o do abandono. Anos atrás uma última obra de tubulação ocorreu, quando a largura da rua foi comprimida e debaixo da calçada, os canos que, segundo ouvi dos profissionais da Prefeitura, não podiam receber veículos sob eles, pois afundariam. Aceitamos tudo, porém o problema não foi solucionado. Sabemos que a impermeabilização da cidade, asfalto por todos os lados, dificulta muita a absorção da água pelo solo e tudo é direcionado para o rio. Junto a isso, a grande transformação climática que o planeta passa e cada vez mais, catástrofes ocorrendo e as proximidades dos rios cada vez inviabilizadas. Torço pela ações paliativas, mas sei que, num desGoverno como o atual municipal de Bauru, mesmo tendo pessoas conhecidas e atuantes, como o atual Secretário de Obras, Leandro Joaquim, nada será feito. Não existe vontade política para tanto. O que existe de fato é a vontade e a força individual de cada morador, buscando com recursos próprios sair o mais rápido possível dessa região, praticamente condenada.

EU NÃO ENTREGO OS PONTOS
NOITE DE QUINTA NO TemploBar Bauru
As irmãs Ma e Paula Veloso, junto do percusionista Mano, com um lindo repertório, recheado de pérolas da MPB, representam magistralmente as preciosidades ainda possíveis de ser encontradas na noite musical bauruense. Um efusivo VIVA para quem ainda permite algo assim ser presenciado.
Eis o vídeo de uma só canção do grupo no palco do Templo:https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/880251872970571

OURINHOS e BAURU, POLÍTICA DO INTERIOR PAULISTA NUMA CONVERSA COM ROBERTA STOPA PT E MÁRIO PEREIRA.
Ela vereadora, mandato coletivo, ele farmacêutico, ex-presidente do PT naquela cidade, num bate papo político envolvendo as duas cidades. Será no próximo domingo, 4/12, 18h30, aqui pelo meu facebook. Esté será também o 106 Lado B - A Importância dos Desimportantes. Vamos juntos?
Eis o link da gravação de dez minutos: 

DESCARAMENTO VIGENTE
Volto da padaria e, como sempre, por lá reencontro empresários e endinheirados desta terra varonil, dita e vista como Sem Limites, a maioria mais bolsonaristas que antes. Descarados todos. Muitos deles tampouco entendem que o ex-capitão, se reeleito, taria consequências muito negativas para seus próprios negócios. Lembro da fala de um deles, dessas de arrepiar os pelos da alma: "Mesmo não gostando do jeito dele, não acho que meu negócio vai ser tão prejudicado se ele ganhar as eleições". Não consigo entender como, gente estudada, consegue se posicionar ao lado de um sujeito tão desqualificado e com um currículo de perversão mais do que comprovado. Quem ainda o apóia, só existe uma alternativa: pensam e agem do mesmo jeito, ou seja, são tão cruéis e criminosos quanto. Creio que se faz necessário e não sei como isso seria feito, mas temos de construir melhor, no concreto, não só no plano retórico, a imagem de um Bolsonaro ruim para a economia e ruim para os negócios, em essência, ruim para o Brasil. Isso está tão evidente, tão latente, algo que nem precisaria ser esmiuçado, mas no caso atual, necessita e muito. O que foi feito, com a aleição de Lula presidente, foi a única opção possível para evitar uma anunciada catástrofe. Enfim, o fluxo da desinformação tem sobre todos nós um impacto sugnificativo. As ideias e a prática do que foi visto neste desGoverno do Seu Jair é algo mais do que macabro, deveriam assustar qualquer brasileiro sensato. Fica a pergunta: quem destes hoje ainda possui algum resquício de sensatez?

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