terça-feira, 24 de janeiro de 2023

DIÁRIO DE CUBA (228)


O CASO EU CONTO COMO O CASO SE DEU - UM DOS QUE NÃO QUEREM O CARNAVAL NA AVENIDA JORGE ZAIDEN
Aqui na Cidade Sem Limites tem muita gente apostando suas fichas e jogando contra o Carnaval. Conto a história de um destes, com o qual travei conversinha pouco agradável na tarde de hoje, mas elucidativa e fazendo pensar. Sai da casa da amiga Rose Barrenha, morando pertinho do finado Sambódromo bauruense e resolvi esticar para conhecer de perto a tal da avenida do carnaval bauruense em 2023, a Jorge Zaiden, ali no Marambá. De lá, olhando para o outro lado do vale, a hoje abandonada e menosprezada avenida do samba. Como estava tendo feira, desci e fui assuntar comendo um pastel. Lá me deparei com morador do local e tentei ser agradável, pois me encontrava com camiseta do bloco do Tomate. O sujeito percebeu pelo meu traje, estar diante de um digno amante da maior festa popular brasileira, mas demonstra todo o desprezo pelo que irá acontecer ali na avenida defronte sua residência:

- Não pense que estamos contentes pela festa ocorrer aqui defronte. Ainda estamos lutando para que tudo vá para outro lugar.
- Por que isso? A festa ocorre em somente dois dias do ano e deveria ser motivo de orgulho ser transferida de lá para cá. Sabe que ela movimenta alto valor financeiro e traz retorno imenso para Bauru?
- Eu lá quero saber disso. Quero é minha tranquilidade e isso aqui vai estar cheio de gente, vindas de todos os lugares da cidade e bagunçando tudo até a madrugada. Vai tirar nosso sossego.
- Não pense assim, pense por outro lado. Como já lhe disse, serão somente dois dias, passa logo e como me diz morar aqui defronte, vai ter o prazer, se não quiser descer, assistirá tudo de camarote.
- Eu não quero saber dessa festa. E ainda creio que não deve ocorrer por aqui. Que seja levada lá para o Recinto Mello Moraes. Hoje mesmo assisti a matéria na TV Tem Bauru e vi que a prefeita não definiu nada e nada foi ainda contratado, nem arquibancadas, nem banheiro químico, ou seja, a prefeita está é enrolando os carnavalescos.
- Pode até ser, acredito que ela está mesmo enrolando, mas acho muito triste esse movimento dos moradores daqui contra a festa. Puro preconceito. Ela, a prefeita é fundamentalista, não gosta de Carnaval, já comprovou isso e agora, esse Abaixo Assinado, isso é lamentável e demonstra o quanto parcela da população pensa somente em benefício próprio e não no coletivo, no todo. Isso, na verdade, denigre Bauru e demonstra uma perversidade contra o Carnaval.
- Que perversidade, que nada. Esse pedaço da cidade é muito bem cuidado, tudo no seu devido lugar e vai abrigar uma festa que chega pra bagunçar tudo. Acho que vocês não entenderam que esse Carnaval esta com urucubaco. Ele começou errado desde o começo. Na verdade, se Bauru tem um Sambódromo, por que não faz a festa lá? Se a prefeita não move uma palha para reformar o lugar é por não ter interesse nessa festa. Percebam isso de uma vez por todas. Ela está enrolando isso, postergando, mudando datas, editais e hoje, conte aí no seus dedos, faltam 25 dias para o Carnaval e nenhum dos carnavalescos sabe quando é que vai sair o tal do dinheiro. Se é que vai sair.
- Isso é verdade, ela faz pouco caso, posterga. Nutre a ideia de que vai acontecer, que faz o possível, quando na verdade joga contra e inventa dificuldades. Vocês enquanto moradores e me dizendo o que acabo de ouvir da prefeita, poderia no mínimo ajudar e dar apoio. Já que me diz que a festa não vai mesmo ocorrer, poderiam ao menos não criar mais problemas. Essa movimentação contrária é algo muito triste.
- Eu não sou babaca, não entro nessa de dizer que o Carnaval é festa pagã, só não acho que deveria acontecer bem aqui defronte minha casa. Veja hoje, aqui tem uma feira, ela acaba cedo, os moradores todos sabem do horário, descem e depois voltam pras suas casas. Vem gente de outros lugares, mas se vão sem criar problemas.
- O senhor tem medo do Carnaval?
- Eu não tenho medo. Tenho receio do que pode acontecer, do barulho. Não vou nem descer pra rua nestes dias, mas creio que, não vai ser pelo Abaixo Assinado, pelo meu entendimento, mas porque esse Carnaval começou errado e vai acabar errado. Os carnavalescos estão sendo enganados e a festa, que já foi grande, se chegar a ocorrer, vai ser uma das mais tristes, pois tem muitas coisas jogando contra. Eu não gosto e pronto. Ninguém vai me convencer do contrário.
- Agradeço por ter conversado comigo e fui paciente, conversamos, cada um expôs seu ponto de vista. Espero que tenha entendido o meu e de quem gosta de Carnaval. Essa prefeita realmente dificulta sua realização. Pelo menos nisso temos consenso. Do jeito que está fazendo está matando a festa. Parei aqui para conhecer de perto o lugar escolhido para substituir o Sambódromo e creio, essa sua opinião não é a de todos os moradores, pois volto a reafirmar, serão somente dois dias.
- Tudo bem, mas reafirmo, vocês são bobinhos. Pelo que vi hoje na TV Tem, as possibilidades dele ocorrer são cada vez menores. Onde já se viu uma festa envolvendo tanto gente não ter nada definido até agora, 25 dias de ocorrer. Meu conselho é para ocuparem o Gabinete da Prefeita, pois pra mim, tem gato nessa tuba. Depois de conversar contigo, chego na conclusão que nem precisaríamos fazer esse Abaixo Assinado. Ela fez tudo de jeito que nada vai dar certo, ou melhor, vocês vão ficar chupando o dedo e ela ainda vai sair por cima. Volte a me procurar aqui na feira depois do Carnaval e vamos ver quem tem razão.

ESTANDARTE NOVO DO TOMATE QUASE PRONTO E CAMISETAS NA QUINTA
O bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é Mixto é mesmo muitodo metido e do balacobaco. Há onze anos trás, quando de nosso primeiro desfile, fomos agraciados com um lindo estandarte, todo confeccionado pela Rose Maria Barrenha, tomateira desde o primeiro instante e momento. O utilizamos até hoje, ou melhor, dele não nos separamos, não emprestamos, muito menos vendemos. No mercado negro deve estar valendo uma pequena fortuna, pois nele está contido o suor de quase uma dezena de desfiles pelo Calçadão da Batista e por lugares variados, como exposições e convescotes. Já tomou muito sol e também chuva. Forte e resistente, inseparável indumentária do Tomate.

Semana passada a surpresa, a mesma Rose estaria confeccionando outro, um novíssimo e com nova concepção. Desta feita um belo de um TOMATE no centro e no entorno os escritos em crochê. Fui hoje em sua casa no meio da tarde para conferir se era mesmo verdade. O danado estava no meio e chego, pura sorte, na hora de um suculento café da tarde. Desfruto do mesmo e depois, junto da Dulce e do Odil Baté, ela nos conta das peripécias e das tantas coisas que faz, tudo ao mesmo tempo, bocadinho de cada vez. Daí, o mesmo encontra-se em fase de finalização, o que deve ser concluído até o final deste mês. Será nosso terceiro estandarte, uma vez que herdamos outro, também feito por ela, de algo onde ela desfilava, o bloco do Loucos por Alegria. Juntamos os loucos todos e agora somos uma coisa só, neste ano, descendo o Calçadão com três estandartes. Imagine a disputa interna para ver quem irá descer com cada um deles. Inscrições estão abertas e o único pedido é cantarolar a marchinha do mês, entrecortado com um sonoro "Fora Golpistas".
Em tempo: As primeiras camisetas ficam prontas na quinta pela manhã e no sábado as 50 solicitadas já foram vendidas. Novo lote com a mesma quantidade e tudo pronto para sábado, 28/1, lá no 2º Esquenta, a partir das 14h no Bar do Genaro. Vai ser o maior furdunço até hoje visto lá naquele quarteirão da vila Falcão, só superado com a movimentação do dia em que o Lula ganhou a última eleição, pois este foi imbatível. Nos vemos por lá?

SEM PESTANEJAR

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