sexta-feira, 19 de maio de 2023

BEIRA DE ESTRADA (166)


TENTAM CRIMINALIZAR O MST, DAÍ PERGUNTO: O AGRONEGÓCIO NÃO FAZ PIOR? – A NOVELA “TERRA E PAIXÃO” VAI TENTAR ENDEUSAR O AGRO, MAS SERÁ ISSO POSSÍVEL?
Nesta semana, a conservadora e ultra direitista Câmara dos Deputados instaura CPI para investigar as atividades do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, numa clara e evidente atitude de perseguir e tentar criminalizar o maior movimento social deste país. A atividade não representa nenhuma novidade, sendo somente, neste momento, feita através de algo instituído, de forma institucional e com ampla, massiva repercussão pela mídia nacional. O processo foi acelerado após o presidente Lula ter convidado para fazer parte de sua comitiva à China, o líder maior do MST, João Pedro Stédile. A bestialidade a envolver as ações da ultradireita não aceitam ser possível algo desta natureza.

Repercuto o que escreve o jornalista bauruense Ricardo de Callis Pesce – que leio muito, sempre e sempre - nas redes sociais: “Na política, a CPI do MST, criada para esconder os crimes da UDR e transferi-los para a conta dos agricultores sem-terra, o relator será Ricardo Salles, ex-ministro de Bolsonaro que queria "passar a boiada" dos crimes ambientais e que é suspeito de estar envolvido na extração ilegal de madeira da Amazônia. A CPI não se justifica”. É um bom mote para escrevinhações contrárias à CPI, mais uma aberração proveniente da ultradireita ocupando os espaços vazios, deixados por uma esquerda, ou mesmo políticos conscientes de seu papel, não perdendo tempo com perseguições fora do tom e sem sentido.

Estava até bem pouco preocupado com o destino desta CPI e ontem, conversando com Cláudio Lago, presidente do PT Bauru, ele me mostra algo mais do que possível na sequência do que pode ocorrer. “Henrique, calma, não se afobe. O MST hoje possui muito menos problemas do que os do agronegócio. O meio ruralista está forrado de caras invasores de terras, muita devastação em territórios até então considerados impenetráveis para a especulação e hoje dominados por estes, também por criminosos. Se chamarem o preparado Stédile para depor, vão acabar se dando mal. Será algo como o Flávio Dino já faz hoje quando se apresenta convidado a dar explicações. Dá um banho. Não tenho dúvida que, Stédile aproveitará cada momento para expor o outro lado, o do escândalo onde estão metidos os ruralistas. Enfim, como foram ocupadas as terras do agro Brasil afora? Quem decretou muitas das terras com o agro como produtivas ou improdutivas? Como foram conseguidas essas terras? O próprio Salles, o inimigo do meio ambiente, que vai presidir a CPI, já anunciou que não irá chamar o Stédile de cara, pois teme isto tudo que lhe digo. Portanto, muita calma nessa hora, vamos dar tempo ao tempo, pois muita água ainda irá passar por debaixo dessa ponte”.

Confesso, a linha de pensamento do amigo Lago me acalmou e daí ligo a TV e na nova novela da Globo, a Terra e Paixão, logo de cara, com as imagens vistas por mim, uma babação de ovo sem precedentes para o agronegócio, como fossem eles o que de melhor temos hoje no país. Até as pedras do reino mineral sabem que, aquilo é propaganda enganosa, diria mesmo, fake news explícito de algo colocado em dúvida por qualquer gente séria. Pra começo de conversa, a imensa maioria destes do agro são golpistas e deram seu quinhão para tentar fazer valer o golpe de 8 de janeiro. Até tentam, neste início da novela, enxerga-la como criminalizando o agro, mas pelo que já li a respeito, o que ocorrerá é justamente o contrário, enfim, para a Globo, o agro sempre foi pop, nunca algo do capitalismo insano, demonstrando ali sua face de crueldade. Será divertido ver o endeusamento deste setor, cada vez mais envolvido com algo ilícito, inclusive sendo condenado internacionalmente por produtos sem o selo de isenção de agrotóxicos e desvios de conduta no trato com funcionários. E depois ainda querem dizer ser o MST culpado de tudo. Não vai colar...

A PREFEITURA ABOMINA PARTICIPAÇÃO DE TRABALHADORES EM SUAS REUNIÕES - EIS UMA SOBRE A FERROVIA E A EXCLUSÃO DESTES

Tomo conhecimento de uma reunião ocorrida dias atrás para discutir o intrincado tema da retomada da ferrovia, passando pela região de Bauru, através de publicação nas redes sociais pelo vereador Guilherme Berriel. Este faz um bom trabalho e desta feita é convidado junto com outras autoridades, dentre os quais outros vereadores, assessores da Prefeitura e convidados ilustres, todos juntos da prefeita Suéllen Rosim, porém, sendo inexplicavelmente excluídos os trabalhadores do setor, muito mais interessados e com conhecimento das reais questões a serem discutidas do que muita gente ali presente.

Na postagem do vereador Berriel, ele se manifesta sobre a importância da reunião, sem se dar conta que a ausência dos trabalhadores deixa a reunião caolha, manca ou melhor, sem uma das pernas. "Participei de uma reunião para discutir a concessão da Malha Oeste da ferrovia, que passa por Bauru.São investimentos de interesse de todos os setores da sociedade. Além do envolvimento da prefeitura e da câmara, representantes parlamentares estaduais e federais, da Estação Aduaneira do Interior (Eadi) e empresários do setor ferroviário participaram da discussão. A prefeitura informou que já existe uma ação judicial do Ministério Público Federal (MPF) para que seja construído um anel ferroviário em Bauru, cuja construção será de responsabilidade da União o Tribunal Regional Federal (TRF) julgue o pedido procedente. O município também vai pedir um prazo maior, além de 25 de maio, para a apresentação de propostas na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), já que a proposta exige vários detalhes técnicos. Ainda assim, o município vai apresentar propostas dentro do prazo. Ainda existe a expectativa de que uma audiência pública seja realizada em Bauru, além das que já foram realizadas em Campo Grande/MS e em Brasília", essa sua postagem.

Diferente do que propõe a prefeita, fingindo não existir trabalhadores ferroviários na questão, fui ouvi-los sobre o assunto e o que resgatei de Roberval Duarte Placce, representante do Sindicato dos Ferroviários de Bauru posto a seguir: "Os trabalhadores foram alijados dessa discussão aqui na cidade. Não fomos convidados. Enquanto sindicato estamos excluídos. É o que sempre foi feito até agora, o trabalhador é coisa supérflua. Os trabalhadores contribuiram com tijolinhos pro Hospital de Base, pro estádio do Noroeste, na Cooperativa que tanto contribuiu pra manutenção de vários órgãos e, neste momento, estamos alijados da discussão. Estão discutindo por cima e nada dos trabalhadores, inclusive não tem nenhuma discussão sobre o trem de passageiros. Lamentável".
0BS.: OAs duas fotos aqui publicadas são da publicação do vereador Berriel, tiradas por sua assessoria.

BONS TEMPOS DO "CAMINHÃO PALCO" - E HOJE, HEM!!!
"Olha eu ai de costas com minha carequinha que depois que passei PANTENE parou de cair !!", com essa postagem em seu facebook, Ailton Mauad mata saudade de algo no qual trabalhou por um longo e saudoso período de dua vida profissional, o famoso CAMINHÃO PALCO, da Secretaria de Cultura, ligada à Prefeitura Municipal de Bauru.

São tantas as histórias - algumas estórias também - envolvendo algo criado tempos atrás, primeiro improvisado na carroceria de um simples caminhão, algo com uma simples cobertura e sendo levada para os mais diferentes lugares da cidade, com apresentações diversas e variadas. Fez a alegria da periferia da cidade, quando por lá aparecia a caminhão, a certeza de junto dele a presença de alegria e contentamento. Talvez o mais importante evento já levado aos bairros tenha sido mesmo o show patrocinado pelo locutor Walter Netto e seu verdadeiro espetáculo. Locutor famoso da rádio Jovem Auri-Verde, atuou nas hostes da Cultura Municipal e soube tirar proveito dos benefícios do caminhão junto da população. Outros também usufruiram destes benefícios, pois o tal do Caminhão circulava, fazia e acontecia.

Tempos de grande saudade. Hoje o caminhão está mais sofisticado, rebuscado, mas perdeu parte do encanto e do brilho do passado. Sua utilização hoje é mais para preencher agenda de solicitação junto a locais, mas não possui mais um staff de gente da própria Cultura, comandando os espetáculos. Perdeu o brilho. Todos que com o caminhão já atuaram possuem histórias mil, na maioria das vezes, alegres e a envolver algo hoje não mais realizado. Com a foto do Mauad, o despertar de tantas lembranças e com a foto, dele e sua já reluzente carequinha, diante do palco montado e nele Wlater Netto no meio de um dos seus shows, servem para não só relembrar, mas pensar em algo bem diferente do que é feito hoje. Triste constatar a existência de algo tão grandioso e tão mal utilizado, talvez por que os atuais mandatários lá da Cultura não saquem e não saibam o que fazer com tamanha preciosidade.

2 comentários:

  1. Não dá ideia de "Caminhão Palco" nessa administração porque é capaz de fazerem dele um 'Culto Itinerante' pelos bairros da cidade.

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  2. Verdade. Tanto que já pensaram em algo assim no teatro municipal, com igrejas se revezando no uso do palco. Um perigo
    Henrique - direto do Mafuá

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