sábado, 9 de setembro de 2023

RETRATOS DE BAURU (280)

MAURINHO, TERESA, MARIA LÍGIA, WAGNÃO E ADJACÊNCIAS...

1.) MAURINHO SANTOS É A FINA FLOR DO SAMBA EM BAURU
Que dizer de Maurinho Santos, parceiro de todas as horas do bloco Bauru Sem Tomate é Mixto e compositor dos mais bonitos sambas enredos desta cidade sem nenhum limite? Eu só aplaudo, reverencio e compareço quando convocado a tusdo o que estiver ocorrendo e levar o nome, a chancela dele junto. A desta feita ocorre hoje, sábado, 9/9, às 22h30 num bar defronte a ITE, o OPEN Botequim, onde o danado vai lançar um novo samba, contar bocadinho de sua envolvente, cativante história e se faz um evento para anunciá-lo é porque o dito cujo deve ser pra lá de bom. Preciso ir, devi, ir, não tenho como faltar. Eu vou e Maurinho sabe disso, mas hoje, temos o show da grande sambista carioca Teresa Cristina, acontecendo no SESC Bauru, algo imperdível para Bauru e região e a preços módicos. Um show só com cantoras negras, compositoras negras e a reverenciar os cantantes negros. Eu e Ana Bia lá estaremos, evidentemente, mas como Maurinho é esperto, ciente de que o SESC cumpre seus horário, o seu evento começa depois de tudo encerrado lá pelos lados do Sesc. Ou seja, dois grandes eventos de samba pro mesmo dia, um na sequência do outro. Nem preciso perguntar se iremos nos encontrar por lá, né?
Desde os cueiros, aprontando coisa boa em matéria musical na cidade.

2.) TERESA CRISTINA FAZ UM SHOWZAÇO EM BAURU
O que existe e que ainda possa acresentar algo mais em tudo que é visto de admirável nas apresentações de Teresa Cristina? De minha parte seriam somente louvações, pois ela ultrapassa as barreira de admirável artista. Esta num patamar mais elevado. MUitos que foram ontem lá no SESC e não a conheciam saíram ambascados, pois ela foi brilhante. Simpatia em pessoa. Começou o terminou seu show reverenciado Exú Guerreiro e por dois momentos citou o seu time do coração, o Vasco da Gama, hoje com sua aguerrida torcida enfrentando um perrengue de perseguições para ver seus estádio, na Barreira do Vasco ser reaberto do público. Ela faz a defesa do Vasco, por tudo o que representa e, principalmente, por onde está incrustrado seu estádio. Além de vascaína é decalarada portelense e cantou reverenciando em muitos momentos sua escola do coração. Depois, quando começou homenageansdo as grandes divas negras do samba, Leci, Clementina, Jovelina, Ivone Lara e outras, escolheu pérolas de cada uma entoar. Que banda, sete mulheres no palco, todas negras e proporcionando um som de altíssimo nível. Como passei dos 60, paguei somente R$ 20 no ingresso e acho uma bagatela, só possível mesmo pelo SESC, a quem não me canso de render homenagens e mais homenagens. Vê-la revetrenciando também seus santos, sua fé e sua crença neste hoje, felizmente, revigorado país é para nos encher de orgulho. Teresa é do time dos artistas que colocaram a cara à tapa quando do momento periclitante deste país e hoje, após termos temporariamente ultrapassado o pior momento, continua a fazê-lo, insistindo no seu repertório, sem precisar fazer discurso nenhum, a demontrar que o caminho da libertação popular tem que ocorrer e a envolver o povão. Ela, também periférica, me revigorou e creio, a todos os presentes. Sai de lá, ainda não completamente refeito de um perrengue na saúde, mas revigorado e, principalmente, recarregado. Tasquei-lhe baita beijo em sua face, feito sob consentimento, reafirmando a grande admiração deste branquelo por tudo o que representa. Saio de um lugar assim, sempre querendo mais, pois estamos todos tão carentes de boa música, política, prosa...

3.) LÍGIA BARROS, 80 ANOS ME ABORDA PRA DIZER TER DADO AULA COM MINHA MÃE EM AIROSA GALVÃO
Ontem à noite, eu estava num samba, procurando ainda sair da problemática de saúde onde tinha me enroscado, quando me apresentaram uma simpática senhora, professora apostada, que muito queria falar comigo. Dona Lígia Barros está impecável, saúde toda em dia, pimpona e saracoteando pela aí junto aos seus, nos lugares onde acha deva marcar presença. Pois bem, quando se apresenta, diz me conhecer desde os meus cuieros, ou seja, antes dos meus dez anos de idade, ou seja, mais de 50 anos atrás. Conta de onde.

Ela, junto de minha mãe e do nosso eterno Fantomas, o Alaerte Capellini, foram todos colegas professores da Escola Frei Galvão, distrito de Airosa Galvão, hoje Potunduva - preferia o nome antigo -, de onde diz ainda manter bem viva lembranças minhas de auando minha mãe me levava para passar o dia por lá enquanto dava aula. Sentamos e proseamos sobre as minhas lembranças, a únicas que tenho daquele lugar é das idas e vindas, a maioria de trem da Cia Paulista, chegando lá na Estação, indo a pé até a passagem de nível, virando à direita e em uns 200 metros, no máximo, a escola, de onde tenho ainda bem nítido na mente os azulejos pintados com imagem do Frei Galvão. Lembranças mais tenho poucas, da praça, mais alguns metros acima e nada mais. dela não tinha nenhuma, mas conta detalhes da chegada do trem na estação e do percurso, muitas vezes com alguns alunos esperando pelos professores e segundo todos caminhando juntos até a escola.

Ela, junto do bom samba que nos rodeava, me fez dar uma volta no tempo e cair novamente em algo eterno dentro de minhas lembranças dos tempos de criança. Não consigo me lembrar da imagem de nenhuma pessoa de Airosa, mas sim e muitas do lugar. A eterna professora Lígia, estava acompanhada de seu genro, o amigo petista Vinicius Negrão. Essas histórias, revividas assim do nada, transformam o dia de qualquer um. Fiquei tocado pela possibilidade me envolvendo dos pés à cabeça, tanto que a partir daquele momento, parece que tudo o que fiz até me deitar, foi ir passando o filme da minha existência, trecho específico de quando apotava lá depois do rio Tietê, junto da saudosa Airosa Galvão, hoje quase uma cidade. Dona Eni, minha mãe, sempre me traz lembranças inenarráveis e as suas histórias são todas, para mim, mais do que comoventes.

EM TEMPO: A última foto, tirei antes de conhecê-la, lá junto da maravilhosa cantante Teresa Cristina, final do show realizado no SESC Bauru. Estivemos juntos na mesma noite, em dois grandiosos eventos reverenciar o samba na sua melhor acepção/concepção.

4.) WAGNÃO E A RESISTÊNCIA DO GENERAL BAR
O Wagner Dalalio eu conheço desde uns 40 anos atrás, tempos ainda quando trabalhei por 15 anos dentro da Bradescor. No período em que atuei na agência de Bauru, lá estava ele. Tempos depois o revejo já com o bar aberto na rua Monsenhor Claro, esquina na quadra de cima no Nipo Clube. Durante muito tempo manteve uma cozinha primorosa e uma funcionária específica para cuidar de tudo. Eram pratos feitos no capricho, tudo capitaneado pela sua esposa, que vez ou outra, quando a coisa apertava, estava também nos bastidores. O General Bar teve seu ápice, até com música ao vivo. Lembro de um encontro memorável de mestres neste ofício, no salão dentro do bar, onde, dentre todos, destaque para o Alemão da Kananga. Wagnão nunca perdeu a mão, mas foi engolido pela quantidade de novos bares, espalhados cidade afora. Ele se viu cercado, mas nunca dominado. Resistiu e resiste como pode, mantendo suas portas sempre abertas e sempre pronto para proporcionar para os amigos que, nunca o abandonaram, um atendimento diferenciado. A pandemia foi a gota d'água para tantos sonhos. Hoje, ele está ali à frente de tudo praticamente sózinho, conciliando com seu trabalho de corretor imobiliário.

Nessa semana, onde o feriado caiu na quinta, muitos emendaram e numa hora der almoço lá estiveram, eu, Claudio Lago e Wellington de Oliveira. Gelada tinha aos montes em suas geladeiras, mas a turma queria mais. Num local ali na mesma quadra, primeiro encontraram um queijo mineiro e foi rapidamente devorado. Depois palmito, pepino e calabresa. Daí, a coisa se prolongou e Wagnão foi pra cozinha. Não era só o local e a comida, era também o tema da conversa, versando sobre essa política atual no município, onde pelo visto, existe um amplo leque de possibilidades para o enfrentamento contrário ao fundamentalismoi exercido pela atual administração suellista. O tempo foi passando e, quando da despedida, uma só certeza, Wagnão não mudou em nada seu modo de atuar do lado detrás do balcão. Continua do mesmo jeitão. Quando verdadeiramente me despeço, vejo paçocas no balcão, separo duas e ele, ao seu modo e jeito: "Não vai se arrepender. Essas são exclusividade do General. Fornecedor atendendo poucos bares e forma bem caseira. Provando vai voltar e comprar mais". Bar sempre foi uma das formas mais originais de divulgação e propagação cultural dentro de uma cidade. O General já faz parte de um amplo roteiro de autênticos botequins desta aldeia bauruense. Wagnão verga mas não quebra.

5.) A RESPOSTA QUE ESTOU DANDO PARA TUDO, TODAS E TODOS

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