sexta-feira, 10 de novembro de 2023

RETRATOS DE BAURU (282)


MORREU O DONO DO JORNAL DE BAURU*
* Eis meu 132º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo. Eu não queria escrever nada neste momento sobre Fransciscato, mas o Sergião ficou uma semana sem rodar o jornal, por problema de saúde, pneumonia e agora, está publicando a mais completa matéria sobre este personagem bauruense, daí me empolguei e contribui com algo de minha lavra para a edição. Confira abaixo:

Alcides Franciscato foi empresário bem sucedido aqui pelos lados de Bauru. Com certeza, devem conhecê-lo também aí em Santa Cruz. Seu maior empreendimento é o Jornal da Cidade, o último diário impresso existente em Bauru. Foi deputado federal por alguns mandatos e ficou muito conhecido por um episódio lhe marcando a vida, causado pela total devoção mantida junto ao general Figueiredo, então presidente da República. Inquestionável, a existência de vários empreendimentos alcançando o sucesso devido benesses do regime militar. A Rede Globo de Televisão e o Expresso de Prata - seu outro grande negócio do ramo empresarial -, são belos exemplos deste favorecimento.

O Prata, tocado por ele e sua família, conquistaram um padrão de qualidade invejável. Mas isto não apaga como foi alcançada a projeção. Franciscato foi prefeito bauruense por dois mandatos, anos 70 e lembrado até hoje pelos dois lados, o dos que lhe enaltecem feitos e por outro, da proximidade com o regime ditatorial. O JC, como hoje chamamos por aqui seu diário, foi concebido e tocado o tempo todo dentro de um padrão ideário conservador. Incontestável isso, assumido até por ele e por todos os bons jornalistas que por lá atuaram e atuam até hoje. Isso não impediu que algo de bom despontasse. Sempre publiquei cartas no jornal e nunca fui censurado, apesar de quando para lá as enviava, sabia dos limites aceitáveis para aceitação.

O empresário com o passar dos anos foi se desfazendo de alguns destes empreendimentos, como a venda da empresa de transporte rodoviário para o grupo de Araçatuba, o da Reunidas e a rádio 96 FM, também, hoje nas mãos de outro grupo. Ele, pelo que se sabe, não aceitou passar adiante o jornal e desta forma, aos 94 anos, com o seu falecimento, algo já pressentido pela cidade, talvez agora não prossiga no modal impresso. Talvez, somente no virtual, como outros tentaram, alguns conseguiram, outros não. O fato é que o jornal, mesmo com seu viés declaradamente liberal, continua sendo importante. Bauru já teve inúmeros jornais e este, o mais longevo, talvez até pela forma como foi constituído, com injeção de muito capital.

O ideário de Franciscato sempre foi conservador e algumas de suas passagens hoje estão já na névoa do folclore local. Neste momento, o que mais se vê são os elogios. Me abstenho de fazê-lo, até porque sempre, o considerei e ele assim o era, um “coronel” na cidade. Quem conhece como se deu a tal “Turma da Garagem”, reunião de políticos favoráveis ao regime militar, em reuniões regulares no jornal, sabe do que escrevo. Também, dentro de tudo o que se podia publicar no JC, dois temas eram praticamente impedidos de ali serem expostos, os contendo elogios para ferrovia e os envolvendo acidentes com os ônibus do Prata. Ele sempre se manteve numa espécie de altar na cidade e dele nunca desceu. Leio e ouço os elogios todos e creio, um maior debate sobre tudo o que representou, irá acontecer mais para a frente, não neste momento.

Ontem pelas redes sociais, uma admiradora posta algo afirmando Bauru ter uma enorme dívida para com o empresário. Não querendo entrar em gratuitas divididas, respondi de forma muito curta e encerrei o assunto, não polemizando: “Eu não devo nada a ele, não!”. Assim, refirmo, o enxerguei a vida inteira como o mentor dos tais “forças vivas”, expressão criada pelo JC, para designar os empreendedores, os “donos do poder” local. Ele foi um destes, talvez o mais significativo. Sou eterno amante de ferrovias e via nele um dos próceres do lobby rodoviário, decretando o seu fim, mesmo tendo ciência que, a fim dela já estava decretado, faltando só o empurrão final. O Expresso de Prata sempre foi uma excelência, hoje também não mais existente e a importância do JC, antes com a maioria dos políticos lhe prestando reverência, também perdeu o brilho. Fica na memória uma época da história bauruense, ainda não esmiuçada e contada corajosamente, pois até o jornalismo local, hoje perdeu muito daquele ímpeto de antanho, na produção de matérias investigativas. Talvez volte a ocorrer no futuro e este período seja motivo de ampla pesquisa.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).

FOFOCA 
QUEREM NOS ENGANAR, MAS A VERDADE VEM À TONA

Ouvi pela boca de alguns vereadores na sessão da Câmara desta semana que um dos motivos da CEI das Contrapartidas, era a "enorme dificuldade que os empresários possuem de aqui se fixar, pois o regramento é muito rigoroso" e um foi mais detalhista, afirmando que "Bauru não ganhou um novo hospital, que aqui investiria aproximadamente 50 milhões, tudo por causa das dificuldades geradas pela liberação da documentação". Pois bem, o assunto estava me cheirando ter algo de estranho no ar. Fui conferir e ontem conversei com um representante do Conselho da Cidade, cujo nome, evidentemente, declino de divulgar, mas conhece a fundo os trâmites, inclusive da liberação do referido hospital, Sistema Hapvida, administrando hoje o Hospital São Francisco, que iria atender em melhores condições o funcionalismo público municipal. Quando ele me diz o que de fato ocorreu, tive a certeza de estar certo em levantar alguma dúvida no que diziam vereadores. "Meu caro Henrique, as dificuldades por aqui podem exigir certo rigor, o que é normal, mas o problema em Bauru é outro e chama-se UNIMED. Quem impediu esse hospital de abrir suas portas na cidade, não foi a tal da contrapartida, as mitigações obrigatórias para obra deste porte, mas a cooperativa (sic), que barrou. Você acha em sã consciência e conhecendo o passado da Unimed que, eles permitiriam a abertura de um forte concorrente exatamente no mesmo serviço prestado por eles na cidade?". Caiu o pano, a ficha e agora, entendo da grita para se buscar um culpado, justamente um que não deve levar a culpa sózinho.
No JC saiu matéria se contapondo a isso aqui descrito. Veja o link: https://sampi.net.br/.../bauru-debate-contrapartidas-e...
OBS.: A foto ilustrativa é do JC, sendo publicada no jornal com aseguinte legenda: "Área onde hospital seria construído fica entre a avenida Jorge Zaiden e a rua Victor Curvello de Ávila Santos, no Marambá".

AÇÃO IMEDIATA
ATENÇÃO ARTISTAS DE BAURU, VAMOS JUNTOS EM BUSCA DOS NOSSOS DIREITOS!
Queremos saber, "CADÊ OS EDITAIS DA LEI PAULO GUSTAVO DE BAURU"
Chega de demora, os profissionais de cultura de Bauru precisam de respostas AGORA
Cidades de nossa região já estão com seus cronogramas de editais abertos, enquanto nós fazedores de arte em Bauru ficamos a mercê de falsas promessas.
Nós que perguntamos "CADÊ OS EDITAIS DA LEI PAULO GUSTAVO DE BAURU"?
Todos que se preocupam com o futuro da cultura em Bauru estejam presentes na Câmara Municipal no dia 13 de Novembro ( SEGUNDA-FEIRA) às 14hs.
(estaremos reunidos dentro do plenário)
Endereço
PRAÇA DOM PEDRO II , 1-50
Centro
NÃO DEIXEM QUE TIREM NOSSO DIREITO!
Deixe seu apoio compartilhando a publicação e convocando os nossos, para garantir que a LEI seja cumprida em tempo na cidade de Bauru!
#PauloGustavo
#cultura #Bauru #artista


TEM QUE SER ASSIM*
* Essa frase eu a encontrei na página nas redes sociais da professora da UEL de Londrina, a bauruense Márcia Neme Buzalaf, assim como eu, leitora de Caio Fernando Abreu:

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