terça-feira, 2 de abril de 2024

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (205)


primeiro uma historinha
CONVIVENDO COM A DIFICULDADE
Estava hoje com amigo morando num bairro dos mais populares destas plagas. Precisou ontem de uma grana, que não tinha, para pegar o ônibus hoje cedo e ir ao hospital. Deu a volta no quarteitão ontem à noite e conversando, mais de um disse que o ajudaria. Daí, na conversa de hoje me disse: "Por aqui onde moro meus vizinhos não me deixam na mão. Eu sempre que posso ajudo outros e eles fazem isso comigo. Um sente e vivencia o problema do outro".

Isso tudo me cala sempre muito fundo. Junto o ouvido com outra história, essa ouvida na semana passada. Estava esperando ver como a podia encaixar num texto. A junção se deu neste momento. Outro amigo me contava da dificuldade vivenciada por todos os moradores onde mora. A quadra inteira passa, cada um ao seu modo e jeito com alguma dificuldade, uns menos, outros muito mais. Dizia que, um destes, desempregado até outro dia, consegue um emprego e como primeira atitude compra arroz e distribue para todos, leva de casa em casa.

Ele faz, age assim, mas quando perguntado tem grande dificuldade em falar a respeito. Até por achar sua atitude algo natural, o que, acredita, todos fariam, não somente ele. Faz e age assim por ser amigo, entender o que se passa com todos. Converso sobre isso com outro amigo, este morando num bairro de classe média, o Jardim América. "Por aqui, nada disso acontece. Eu, pra começo de conversa mal conheço meus vizinhos. Ou melhor, nos conhecemos, mas cada qual na sua, sem fazer nenhuma questão de saber ou vivenciar o que o outro passa. Um pode estar com um carro novo e o outro com um velho, mas ninguém se aproxima do outro e quando questionado, o do carro novo acha que tudo o que conquistou foi obra sua, individual, que não tem importância nenhuma o fato de seu filho ter estudado em escola pública, de não ter mais que comprar seus remédio pra diabetes, pois continua criticando o atual governo com todo ímpeto possível. A meritocracia aqui se faz presente em tudo", conta.

Não que o primeiro exemplo, o do cara que comprou arroz e distribuiu para seus vizinhos possui isso bem resolvido em sua cabeça, mas diante de tudo, vejo cada dia mais latente: estes sacam muito mais que os da classe média quem são seus algozes e quem faz algo em prol de o beneficiar. Este meu amigo ainda me disse: "Eu desisti de conversar com os aqui à minha volta e até para ir no botequim tomar uma cerveja, prefiro fazê-lo num botequim mais popular. As conversas são mais saudáveis".

Comentário posterior de VERA MARIA CRUZ: "Eu estava em frente a UPA do Geisel com meu sobrinho, um senhor pediu um cigarro, meu sobrinho disse que também não tinha, alguns minutos depois voltou com 2 cigarros e deu um para meu sobrinho. Fiquei muito emocionada, mas sempre foi assim, humildade e solidariedade são pleonasmo".

Ó MESMO UMA DESSAS EXPLICAÇÕES TIRADAS DO FUNDO DO BAÚ PARA JUSTIFICAR O QUE SE VÊ NESTA FOTO
E ela existe?
HPA perguntando?

pra finalizar outra historinha
A BESTA HUMANA FOI MEXER LOGO COM QUEM...!
Em 1966, o apresentador de televisão original e conflituoso (que tinha uma perna de pau) chamado Joe Pyne entrevistou Frank Zappa. 

Logo de início, na sua habitual forma agressiva e insultuosa, Pyne pergunta:

"Então, Frank, tens cabelo comprido. Isso faz de ti uma mulher?".

Zappa ripostou:

"Então, Joe, tens uma perna de pau. Isso faz de ti uma mesa?". 

Abafa abafa!"

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