sábado, 20 de abril de 2024

CENA BAURUENSE (250)


NUM SÁBADO MODORRENTO, PERDI A VONTADE DE ESCREVINHAR DA UTOPIA PELA QUAL TOCO MINHA VIDA, DAÍ...
01. Em 12/03/2024 publiquei: "Quanto mais eu envelheço, mais fico com saudades dos tempos reais da existência de uma boêmia não mais existente hoje em Bauru, como a que vigorava em todos os dias da semana nesta esquina, bem juntinho da rodovia Marechal Rondon, no inesquecível Gatão da Noite, colado num posto de combustível. Ali a noite avançava e seus frequentadores nem percebiam. Hoje restou nada, pois de tudo o ali vivenciado, agora um terreno cheio de caminhões".
02. Em 14/03/2024 publiquei: "Sempre gostei de coloridos varais de roupas. É lindo passar pelas ruas, espiar quintais e ver aquela explosão de cores ali exposta nos varais. Hoje, um me encantou, parei o carro para fotografar, era o dos moradores em situação de rua, instalados debaixo do viaduto da avenida Duque de Caxias com Nações Unidas. Um improvisado cordão em forma de varal e ali exposto suas roupas em praça pública, como uma triste chaga, a da miserabilidade candente em nossas ruas".
03. 
Em 15/03/2024 publiquei: "Circulando pela principal via de acesso do Redentor para o Geisel, a Rua Benedito Ribeiro dos Santos, impossível não notar a grande bandeira de um supermercado tremulando ao fundo. Daí a paergunta que não quer calar: seria ato de mero patriotismo ou ainda resquício do desmedido comprometimento de muitos empreendedores com o tresloucado e genocída Seu Jair, o miliciano do Vivendas da Barra?"
04. Em 16/03/2024 publiquei: "Após acachapante vitória noroestina, 5 x 1, na tarde deste sábado, nada como uma cerveja gelada e uns comes diferenciados ao lado de tantos outros torcedores. Diante do Bar do Totó, cem metros do estádio, alguns potinhos de água distribuidos junto a sinalização asfáltica, tudo para atender a sede de vários cães circulando pelo local. Aqui um deles sendo utilizado".
05. Em 19/03/2024 publiquei: "Nos fragmentos perdidos de mais um Carnaval que já se foi, tenho essa recordação de um enorme elefante sendo erguido pelos braços de bravos guerreiros carnavalescos, em plena vila Falcão, meio de uma quadra lotada de gente interessada no que ali fazia a Escola de Samba Mocidade Unida da Vila Falcão. Quem não tem barracão - em Bauru só uma escola de samba possui um -, tem que se virar como pode para botar tudo pronto pro dia do desfile. Essa abnegada luta de todos muito me aquece, para gostar mais e mais de tudo o que envolve a maior festa popular brasileira".
06. Em 20/03/2024 publiquei: "Dentro do campus da Unesp Bauru, junto as salas 50, bancos de concreto patrocinados por comerciantes e empresários da cidade e espalhados debaixo das árvores. Num deles, Supermercado Santo Antonio, o maior de uma época e hoje nem mais existente. Fica o banco lá como um dos registros atravessando o tempo".
07. Em 21/03/2024 publiquei: "Numa cidade permeada por placas de todos os jeitos, modos e matizes, este local, o Ecoponto da avenida Duque de Caxias, bem debaixo do viaduto para a vila Falcão é um dos locais onde elas mais existem, graças a um servidor, expondo-as de todas as formas e maneiras, até para não precisar ficar repetindo para todos que por lá circulem, as regras, ditadas por ele, para a boa condução daquele ambiente de trabalho. Contei sete, dizeres variados e múltiplos, assim numa primeira olhada. A melhor delas: "Que parte você não entendeu que aqui é o meu trabalho".
08. Em 23/03/2024 publiquei: "Vinha eu todo despreocupado, saindo de visita na casa da amiga Rose Barrenha, pouco adiante do Sambódromo, no Geisel, quando me deparo com essa árvore, mero tronco pelado, comprido até não mais poder e lá no alto, pousado um pássado a contemplar tudo o mais à sua volta. Paro o carro, faço a foto e maravilhado com a cena, enfim, como pode uma árvore assim, tão final, comprida e pelada, localizada num local sem nenhuma outra para sustentá-la?".
09. Em 25/03/2024 publiquei: "Em plena Feira do Rolo, domingo pela manhã, prisões acontecendo no caso Marielle Franco e a fala do ministro da Justiça pela TV, anunciando algo mais da sórdida trama. Extasiado com o que ouvia, vejo ali diante dos meus olhos o nome do ministro estampado no costado de um senhor, daí a pergunta que não quer calar: seria em função do craque de bola polonês ou do nosso craque a enfrentar o milicianismo?".
10. Em 27/03/2024 publiquei: "Eu, calvo desde já um bom tempo, continuo frequentando um salão de cabeleireiro, também para aparar as laterais do cocorutcho, mas muito mais para aparar a barba e continuar fazendo algo dos mais alvissareiros desde que me conheço por gente: o desenfreado papo gerado e produzido nestes locais. Como é mais do que sabido, ali fala-se e comenta-se de tudo, além de tomar conhecimento de novidades até então não sabidas. o de minha escolha fica na rua Julio Prestes, ali entre a Araújo Leite a Antonio Alves, bem no meio do quarteirão e nele Gilberto Caniatti, ou seimplesmente Gil, quem eu nem preciso mais explicitar o corte do dia. Basta ele olhar para mim e já sabe o que precisa ser feito no dia. E a partir daí, dá-lhe conversa. A módicos preços, saio de lá sempre recarregado, retorno mensal e prosa garantida. Recomendo este e digo para o Gil - cujo tio teve no centro bauruense, um conhecido restaurante, o Caniatti, especializado em massas -, a concorrência no seu ramo deve estar pela hora da morte, pois o que mais vejo hoje espalhado na cidade são salões novos e lojas de conveniência de bebidas. Ele sorri e diz resistir, pois sua clientela continua fiel. Ele faz parte de uma extensa galeria de ricos personagens daquele reduto da cidade".
11. Em 27/03/2024 publiquei: "No campinho entre o Gasparini e o Vanuire, a gurizada pra jogar bola, monta nas traves diariamente e prepara tudo, só pra depois poder estufar as redes".
12. Em 29/03/2024 publiquei: "Viajei muitos anos, diria mesmo décadas, na qualidade de passageiro da RIL - Rodoviário Ibitinguense Ltda -, cuja garagem sempre esteve localizada lá nos altos do jardim Pagani. Ia e voltava, desde Arealva, Iacanga, Ibitinga e mais além, Ribeirão Preto. Conheci o dono, seu modo artesanal de tocar seu negócio e o Marcão, seu filho. Por fim, perderam a concessão, mas pelo que vejo nas fotos tiradas, eles continuam resistindo. Escrevo isso, pois vejo no que se transformou hoje o transporte rodoviário de passageiros na região, com poucos horários e abandono nos terminais rodoviários na maioria das pequenas cidades, muitas delas ainda mantendo o luminoso da RIL em suas dependências. Comparo os tantos horários, por exemplo, existentes entre Bauru e Arealva, décadas atrás e os poucos atualmente. Se isso tudo significa progresso, creio eu, andamos literalmente para trás, pois tudo piorou".
13. Em 30/03/2024 publiquei: "Essa é Ivana Spetic Da Selva, remonada calista, aposentada do Metrô paulistano e atendendo nessa casa, esquina das ruas Domiciano Silva com Azarias Leite, Altos da Cidade. Exatamente no local desta foto, ela ao lado de plantação de espadas de São Jorge, plantadas pelo seu finado mano, o artista plástico Silvio Selva, morador no local até sua despedida. Ele se foi e as espadas continuam sendo devidamente tratadas e mantidas por ela, motivo da forte proteção - em todos os sentidos - existente no ambiente cercando a casa".

o que o velho e carcomido HPA continua assistindo pelas ondas do Youtube
E QUE TAL ANTES DE ENCERRAR O DIA ASSISTIR UMA ENTREVISTA COM VLADIMIR PALMEIRA, ALGUÉM DE UM SAUDOSO E VALOROSO PT CARIOCA?
Vladimir Palmeira foi considerado um dos maiores líderes estudantis na resistência contra o governo militar e aqui reflete o futuro dos movimentos de esquerda, com o fim da classe operária mundial ("o pessoal da esquerda é conservador, é como uma igreja"). Vale muito a pena suas considerações sobre os grandes pensadores marxistas e a atualização de suas teorias. 
Eis o link de uma entrevista dele, para outro da mesma cepa, o jornalista Cid Benjamin: https://www.youtube.com/watch?v=FL8yQOH80ZA

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