sexta-feira, 21 de junho de 2024

DIÁRIO DE CUBA (245)


TEM TANTA COISA ME IMPULSIONANDO PARA NÃO ENTREGAR OS PONTOS - O SONHO, PELO VISTO, ME MOVERÁ PARA A FRENTE ENQUANDO EXISTIR
Trancado em meu bunker mafuento, cercado de livros e discos por todos os lados, morro a cada dia de saudade de um tempo que já se foi e assim mesmo, continuo o buscando em cada curva da esquina. Evidentemente, não o encontro, pois o danado já espirou. Agora mesmo, termino de ler o livro do contista mineiro Roberto Drummond, o "Quando fui morto em Cuba", dos idos de 1982 e ele, me faz voltar no tempo. Uma amiga de Pederneiras tenta reviver um retorno à Cuba, excursão para velhinhos como eu e o livro do mineiro é um soco no estômago. Um dos personagens, guerrilheiro de antanho diz que voltará patra Cuba, como quero fazê-lo mais uma vez e reune amigos, todos devotos da ilha, relembradores de estar juntos numa insólita luta dentro da ditadura militar. Deu merda. Hoje, cada um está numa vertende diferente, noutra, como diria quem ainda consegue enxergar com alguma nitidez o que se dá no mundo de hoje. Pois bem, diante de tantos conflitos de interesse juntos, o reencontro só podia terminar em pancadaria e não em abraços e beijos.

Eu, cada vez mais, quero ler e reler estes livros todos que um dia modelaram minha vida e meu modo de ser. Abro hoje a internet e lá algumas fotos de como fomos para o Festival de Águas Clara, que tivemos a sorte de ocorrer logo ali, na vizinha Iacanga. Que acontecimento foi aquele? Creio até hoje, feito todas as reflexões possíveis e imagináveis, ainda não conseguimos dimensionar a grandeza do que foi aquilo. Quem viu, viu, pois nunca mais teremos algo dentro daquela concepção ocorrendo em qualquer parte do mundo, ainda mais depois de toda transformação ocorrida. E olha que, as transformações não foram somente as vislumbradas mundo afora, mas dentro da gente, essas as piores. Eu, mesmo querendo voltar no tempo, me olhando caminhando na estrada atrás de chegar ao paraíso em Iacanga, sei que, se hoje tivesse algo assim, como estaria situado dentro do ocorrido. Em primeiro lugar, envelheci e creio, não aguentaria aquela porralouquice e se o fizesse, morreria por lá, como o personagem do conto do Drummond, que diante de sua folha corrida de vida, optou por ir morrer em Cuba.

O meu mafuá é minha ilha particular, um lugar de felicidade, contentamento, destes onde ao adentrá-lo diariamente, viajo no tempo e no espaço. É pouco mais que uma quitinete e nela, cada cantinho ocupado com alguma coisa, tudo me fazendo voltar no tempo e no espaço. Fico feliz, que na beiradinha de completar 64 anos, tenha tido a rara e rica oportunidade de ter um lugar assim. É bom demais, raro demais, rico demais. Ali é minha Águas Claras, essa ainda acontecendo ao vivo e a cores. Lá no alto da estante a coleção completa dos livros da Codecri, a do rato que ri, todos os editados pela turma do Pasquim. Olhar para eles e perceber ter iniciado tudo nos meus treze anos, 1973, plena ditadura e cada autor descrevendo o período com o calor da contenda daquela época e um revival de horror, pois hoje, pelos escritos que me caem às mãos, nada igual. Sei lá, se tudo está muito piorado, sem ideologia, sem paixão delirante na busca, ou até, tenho visto, diante de tanto material disponível, o que não deveria ler.

Vivo aqui dentro de minhas Águas Claras, lendo cada vez mais. Neste mês, dia 21/6, termino com este do Roberto, meu 5º livro no mês. É o que gostaria de fazer, mais e mais, até que me finde a vida. Ler, ouvir minha música - hoje rolando por aqui um Jards Macalé e uma Joyce Moreno -, mas como isso não é possível, pois os Liras e Suéllens me d]ao aquele toque interior de que, algo ainda precisa ser feito, buscado, pois se nos aquietarmos de vez, estes perversos irão tomar conta do nosso mundo e reverter tudo o que foi conquistado. Fecho o livro, penso no que ainda posso contribuir, como a luta por ter uma candidatura própria do PT em Bauru, tendo Claudio Lago como seu pré-candidato, enfrentando os que querem vender a sigla, facilitar pra Suéllen ganhar no 1º Turno. Ou seja, motivo não me falta para manter acesa a chama da luta, revivendo sonhos, utopias não concretizadas, mas nunca abandonadas e continuar na lida e luta. Esmorecer jamais, pois aquele sonho idealizado lá atrás, com idas e vindas, cheio de felicidades e tristezas, continua em aberto. E assim sendo, amanhã, sábado, 22/06, tem algo dessa luta acontecendo lá na Esquina da Resistência e depois, no dia seguinte, completo mais um ano de vida, 64. Continuarão me vendo pela aí, nas escapulidas que faço do meu Mafuá, revitalizado pelas leituras e pelo som reveberando pelas paredes cheias de lembranças. O passado me move para a frente. Acho que é isso.

UM RELIGIOSO NICARAGUENSE, CARDENAL, DOS TEMPOS EM QUE ACREDITAVA EXISTIR UM ELO ENTRE A FÉ E A REVOLUÇÃO
Ernesto Cardenal: 
https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/pfbid0tpJ4vvs6ZHAcEXetXr1Y8AHTSFQHAgCyNdkDU2j4qkZYjVXkFeYPYG3oeHNRVJEkl

MBAPPÉ PEDE VOTO CONTRA EXTREMA DIREITA E NO BRASIL, BAURU QUEM FAZ ISSO CONTRA BOLSONARO, TARCÍSIO E SUÉLLEN?
"Mbappé, o cidadão: pede para votar contra a extrema direita
Mais um, o craque francês mergulhou nas eleições de seu país enquanto a seleção disputa o Europeu. Ele não foi o único", matéria do diário argentino Página 12, edição de 20/06/2024.

https://www.pagina12.com.ar/745293-mbappe-el-ciudadano...

Coragem é para poucos. Isso me faz lembrar do dr Sócrates, de Afonsinho, de Chico Buarque e de outros, que exprimem a todo instante da perdição que é quando dentro de um desGoverno de extrema direita. Sei, não precisam me voltar a dizer que, muitos artistas locais, principalmente eles, falando aqui de minha aldeia, Bauru, pensam de forma límpida, lutam contra as injustiças e não gritam a todo pulmão, pois precisam de contratos, de trabalhar e a maioria dos contratantes, dos donos dos lugares onde tocam são conservadores. Isto é fato. Por outro lado, versando sobre Bauru e seu lado cultural, a absoluta certeza de estarmos enfurnados num mar de desgosto, perdição total no âmbito cultural, aberração, verdadeira Casa de Horrores vicejando lá pelos lados da SMC - Secretaria Municipal de Cultural, donimada pelo ideal imposto de mando da atual mandatária. Tudo o que fez para retardar a aplicação da lei Paulo Gustavo, quando poderia tudo ter sido resolvido bem antes da Câmara ter sido travada e não o foi, por vontade e desejo da alcaide. E a maioria se cala, se mantém quieta. Essa Cultura municipal, fechando bibliotecas e promovendo uma Feira do Livro pífia, sem público e sem novidades, feita para dizer que fazem, mas sem nada de atrativo é parte do conjunto da obra. Gente despreparada, inapta e atuando a dizer amém para o fundamentalismo da alcaide.

Daí, quando vejo algo como o que o craque de bola francês fez, fico a imaginar se todos nos levantássemos e gritando em alto e bom som, não aceitar mais o descalabro cultural e uma administração tão nefasta para essa cidade. Viva gente como Mbappé!!!

voltando os olhos para Bauru
POR QUE LÁ CONCLUI E AQUI NÃO? ALGO ALÉM DA MERA INCOMPETÊNCIA
Circulando pelo Gasparini me deparo com a quase finalização de obra de reforma deste muro e calçada da EE - Escola Estadual, essa levando o nome do ex-prefeito e que dá nome ao bairro. Lá, algo surreal quando na comparação com obras ocorrendo com a chancela do município, ou seja, coordenadas pela incomPrefeita Suéllen Rosin. Por que, as obras capitaneadas pelos governos estaduais e federal seguem adiante e são concluídas, como vejo ocorrer com a citada escola e as tocadas pelo munícipio, como a do Calçadão, da ETE morrem emperradas pelo meio do caminho? Seria algo mais além da explícita incompetência?

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