quinta-feira, 20 de junho de 2024

CARTAS (230) e MÚSICA (236)


O PORQUE DA CARTA "O CAOS SEM LULA"
"Uma coisa é certa, se o LuIa está contra, eu estou a favor", com essa nada sugestiva frase, um conhecido aqui das vias facebookianas, o produtor de eventos André Duarte, descreve como age em relação ao governo de Lula. Ele, como se mostra, passa por cima de tudo o que Bolsonaro fez e continua a idolatrá-lo como "mito". Muitos outros agem assim. Alguns destes escrevem cartas para o Jornal da Cidade, a Tribuna do Leitor. Já a frequentei e muito no passado, hoje pouco mais distante. Porém, ontem, quarta, ao abrir o jornal, não me segurei nas calças. Li o que estava ali publicado e me retorci/contorci por inteiro. Sento a bunda na cadeira e escrevo para o jornal, com a solicitação de publicação e hoje, ela, minha missiva, encabeça a coluna na página 2 do único diário impresso bauruense.

Lula não é salvador da pátria, pisa na bola, age acuado, mas faz e acontece. O país volta a estar junto dos maiorais do planeta, enquanto, até as pedras do reino mineral sabem, com gente da ultradireita no poder, tipo o escárnio Bolsonaro, estaríamos hoje num mato e sem cachorro. Vejo hoje para do que ainda resta da dita Grande Imprensa acuando Lula e sei, estes nunca aceitarão Lula, soberano e altaneiro e com ideias transformadoras. Precisam contê-lo e para isso fazem de tudo - e mais um pouco. Editoriais a depreciá-lo, denegrindo o que faz, tudo para no enfraquecimento, fazer ir passando, mais e mais, ideias conservadoras e atravancar o país. Minha carta está aí do lado e o post do André, até para uma tomada de consciência e ciência de como se dá os que, movidos pelo ódio, entendem prestar grande ajuda ao país. Ajudam sim, mas empurrando-o ladeira abaixo. Já Lula segue altaneiro e fazendo deste país, mesmo que aos trancos e barrancos, com uma muralha à sua frente, construindo algo, que num todo, no frigir dos ovos é um caminho para tornar este país uma grande nação. Eu entendo e enxergo seu governo desta forma e jeito. Já, os movidos pelo ódio, apostam no quanto pior melhor. Merda para estes.

O CAOS SEM LULA
Falta muito de brasilidade hoje no que leio vindo de forma opinativa nas pessoas. Pouca reflexão e muita paixão por algo exótico, destrutivo e, infelizmente, destruindo o país. Que Lula chegou para consertar o estrago proporcionado criminosamente pelos irresponsáveis quatro anos de Bolsonaro, disso não existe a menor dúvida. Assim mesmo, diante de claro quadro de recuperação, existe os que apostam no retorno ao caos.
 
Quando leio algo contra o posicionamento de Lula em relação a Campos Neto, o presidente do Banco Central, mantendo uma taxa de juros existente só aqui, tudo para favorecer o rentismo e uns poucos, contra o avanço brasileiro, a inconteste recuperação do país, só mesmo alguém a desconhecer o que de fato ocorre ou muito mal intencionado. Não existe outra alternativa. Evidente, Campos Neto trabalha contra o Brasil.
 
Quando leio críticas vazias, desconectadas da realidade, enxergo ali uma falta de entendimento e de brasilidade. Diante de tudo o que já nos foi provado de desvios cometidos pela clã Bolsonaro, ainda existir alguém a defendê-lo, só mesmo seguidores de algo cego, insano, doentio e perigoso, muito perigoso. Lula erra acertando e assim mesmo, retorna o Brasil no rumo da competitividade mundial, enquanto estávamos até sua chegada galgando o fundo do poço.
 
O que ocorre hoje não é falta de visão dos acontecimentos, mas perversidade pura, explícita e querendo nos ver no caos. Não existe consistência nas críticas, só arrivismo, paixão desmedida por um mito descerebrado. Existe um país superando as expectativas e outro, apostando suas fichas no quanto pior melhor, querendo nos ver como rabeira do mundo. Tudo o que vem como proposta e ação da ultradireita é contrário a qualquer tipo de avanço social. 

Ou vencemos esses ou tornaremos o Brasil novamente numa nau sem rumo. Devíamos louvar por Lula ter voltado ao poder e não o contrário.
Henrique Perazzi de Aquino – Jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).

80 ANOS DO IMORTAL CHICO BUARQUE DE HOLLANDA
01.) O que falar de Chico Buarque? O cara da música, dos livros, do teatro. Um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos completa 80 anos. Um gigante da MPB e um dos meus favoritos, sem nem precisar comparar. Impossível destacar algumas de suas canções. Obrigado Chico!!!

#chicobuarque
#mpb

02.) JULINHO DA ADELAIDE, ENFIM, CHICO BUARQUE, O QUE UM AQUI REPETE SEM O SABER, COMPRAVA DE OUTROS SUAS LETRAS
E hoje, nos seus 80 anos, rimos disso tudo, inclusive dos que acreditam em história de carochinha e sem saber interpretar um texto, até para justificar sua ira contra um cara que sempre esteve nas paradas de sucesso, mas contra o injusto sistema, se mostra feliz por ter encontrado algo dele, enfim, para criticar.
HPA, por este dias ouvindo tudo dele, Chico, Julinho da Adelaide e os sambas que comprou pela aí.

"Eu me lembro até da cara do Samuel Wainer quando disse que estava pensando em entrevistar Julinho da Adelaide para o jornal dele. Ia ser um furo. Julinho da Adelaide, até então, não havia dado entrevistas. Poucas pessoas tinham acesso a ele. Nenhuma foto. Pouco se sabia de Adelaide. Setembro de 74. A coisa tava preta.

- Ele topa?

- Quem, o Julinho?

- Não, o Chico.

Chico já havia topado e marcado para aquela noite na casa dos pais dele, na rua Buri. Demorou muitos uísques e alguns tapas para começar.

Quando eu achava que estava tudo pronto Chico disse que ia dar uma deitadinha. Subiu. Voltou uma hora depois. Lá em cima, na cama de solteiro que tinha sido dele, criou o que restava do personagem.

Quando desceu, não era mais o Chico. Era o Julinho. A mãe dele não era mais Dona Maria Amélia que balançava o gelo no copo de uísque. Adelaide era mais de balançar os quadris.

Julinho, ao contrário de Chico, não era tímido. Mas, como o criador, a criatura também bebia e fumava. Falava pelos cotovelos. Era metido a entender de tudo. Falou até de meningite nessa única entrevista a um jornalista brasileiro.

Sim, diz a lenda que Julinho, depois, já no ostracismo, teria dado um depoimento ao brasilianista da Universidade de Berkeley, Matthew Shirts. Mas ninguém teve acesso a esse material. Há também boatos que a Rádio Club de Uchôa, interior de São Paulo, teria uma gravação inédita. Adelaide, pouco antes de morrer, ainda criando palavras cruzadas para o “Jornal do Brasil”, afirmava que o único depoimento gravado do filho havia sido este, em setembro de 1974, na rua Buri, para o jornal 'Última Hora'.”

No recorte reproduzido acima da reportagem "Julinho da Adelaide, 24 anos depois", o jornalista e escritor Mário Prata fala dos bastidores de "O Samba Duplex e Pragmático de Julinho da Adelaide", a histórica entrevista por ele publicada com o recém-descoberto compositor carioca; na verdade, um heterônimo de Chico Buarque, que então usava esse recurso para driblar a mordaça da censura.

Da cepa rara de Julinho, saíram três composições memoráveis, "Acorda, Amor", "Milagre Brasileiro" e "Jorge Maravilha". Com atraso, com afeto e ainda em tempo: na última quarta-feira, mais conhecida como ontem (19), Chico Buarque completou 80 giros em torno do Sol. Viva!!!

MARCELO PINHEIRO

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