quinta-feira, 11 de julho de 2024
O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (174)
AREALVA CIDADE DAS ÁGUAS – PROJETO EM EXECUÇÃOA lei Paulo Gustavo, difusor de Cultura, principalmente audiovisuais, documentários espalhados pelas cidades deste país, está a movimentar o Brasil de norte a sul, com bela iniciativas e projetos a mostrar, dar identidade e propagar algumas peculiaridades de cada canto deste país, muitos deles ainda desconhecidos. Uma bela iniciativa, vindo quase paralelo a outra, a lei Aldir Blanc, essa num primeiro momento, chegando para atender necessidade dos artistas de cada cidade, no durante e pós pandemia. Uma complementa a outra e preenche espaços, ocupa com algo ainda insipiente na maioria das cidades brasileiras, que é o incentivo para realizações locais. No fundo, grana federal despontando na linha do horizonte e chegando para realizações variadas e múltiplas. Vi muita coisa mais do que boa sendo executada e estou inserido em algumas delas. Tive o prazer de participar da realização de um documentário dos mais edificantes na cidade de Cabrália Paulista SP e agora, em Arealva SP.
Conto desta última. Arealva, como sabemos, é logo ali, algo em torno de 25 km de Bauru, de carro meros 20 minutos. Uma população girando em torno de uns 7 mil habitantes e área predominantemente agrícola, por decisão própria sem indústrias. Pequenos comércios e dois empreendimentos geradores de emprego na cidade, além, é claro, em todas as cidades, a Prefeitura, essa quase sempre a fonte da maioria dos empregos municipais. E lá, logo na entrada da cidade, junto de um belo portal, uma placa de madeira e nela cravado: “CIDADE DAS ÁGUAS”. Nas muitas idas e vindas, isso me encafifou: Mas por que essa denominação? Sei do rio Tietê, da famosa prainha – que frequentei muito nos meus tempos de adolescente -, depois os rios, as corredeiras, sendo a mais famosa a Babalim e a do Cardoso, ambos em Ribeirão Bonito. Depois, Marilândia, reduto de pescadores, os condomínios na beira do rio, o porto que leva e traz de tudo para o outro lado, com Itaju, a cidade mais próxima.
Tudo isso, junto e misturado me fez procurar pessoas na cidade. Foi quando junto de Vinicius, um jovem empreendedor da cidade, cuidando com seus pais da empresa de paisagismo Florlinda e de um velho conhecido, funcionário público municipal, o Branco, pensamos em algo. Eles topam a parada e para tanto, me associo e convido Roberto Pallu, que comigo esteve presente na realização do projeto de Cabrália Paulista. Não tem como executar um projeto de audiovisual sem ter junto alguém realmente entendido de todos os momentos dessa execução. Nada melhor do que um dos melhores. Com Pallu aliado ao projeto a certeza de que, em primeiro lugar, algo de qualidade estará sendo entregue. Juntos nos colocamos em ação e por fim, quando foi relançado o edital na cidade com o restante não aproveitado na primeira leva da Paulo Gustavo, o projeto foi aprovado.
E agora, neste momento, fase recheada de encantos mil, o contato sendo feito com quem tem algo a dizer. Poucos documentos escritos e quase tudo na memória das pessoas, ou seja, o trabalho será feito basicamente em cima das técnicas de Memória Oral. Conhecer as pessoas e delas ir ouvindo, possibilidade de ampliar conhecimento, resgatar histórias é algo grandioso para qualquer memorialista, historiador ou mesmo, pessoas interessadas em contar, recontar, reviver e passar adiante a história, ou como fazemos, trechos da história de um lugar. Isso é fazer História. O projeto foi aprovado e agora, antes de sua execução, um vai e vem danado, agendamento com as pessoas, juntando o que será aproveitado e muitas reuniões do grupo, para em breve ter início a etapa das gravações, tanto nos locais, como com os relatos de cada pessoa contatada.
Arealva possui essa riqueza proporcionada pelo rio Tietê, seu porto, prainha e tudo mais que o cerca. Será mais um grandioso trabalho e para tanto, garimpagem de detalhes, juntando tudo para possibilitar algo que possa ser exibido com orgulho, retratando este lado da cidade. Por lá, assim de bate pronto, vi outro grande projeto já executado, o “Aves de Arealva – Bosque Municipal”, com catalogação de quase cem delas, gravitando em torno de um bosque localizado em sua área urbana. Tudo também possibilitado pela Lei Paulo Gustavo. Ou seja, quando se quer, muito de grandioso pode – e deve – ser feito com o dinheiro público. Conto com o passar do tempo, algo deste trabalho onde estarei envolvido, sua execução e algo que gosto muito, um bocadinho da história das pessoas que irei encontrando pela frente. Contar detalhes de suas histórias de vida, muitas delas não aproveitadas no documentário, eu farei por aqui, pois o que mais gosto é exatamente isso, relatos de vida.
Este meu envolvimento pessoal por estes dias. Envolvido dos pés à cabeça. E acreditando piamente, assim como em Cabrália Pta, a certeza de um trabalho feito com garra, coração na ponta da chuteira. Falarei muito disso nos próximos dias. Torçam pela gente.
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