terça-feira, 30 de julho de 2024

DICAS (247)


EU NA CONVENÇÃO DO PSB - QUE NADA, PREFIRO FICAR EM CASA LENDO
Claudio Lago, o presidente do PT Bauru me convida para dar uma saidinha neste começo de noite, fria e ventando muito. Ao sabe onde queria me levar, declino do convite. Era para comparecer junto dele na convenção eleitoral do PSB - Partido Socialista Brasileiro, que hoje, até as pedras do reino mineral sabem, não possui mais nada de "socialista", muito menos de esquerda. Ele, o Lago na qualidade de ainda presidente do PT, deve mesmo comparecer e se inteirar mais de perto de como se deu a tramóia para oficializar (sic) os nomes de Gazzetta como pré-candidato a prefeito pela Federação PT PV e PCdoB e Rosana Polatto, essa do PSB, como vice. Dizem que, o nome de Gazzetta não foi muito bem digerido pelo Rodrigo Agostinho, prócer deste partido e que, algo mais poderia até ocorrer. Não tenho como explicar para alguns como foi possível o golpe dentro do partido onde milito e aindaacredito possuir traços de representar a esquerda brasileira, daí, como poderia querer emitir opinião sobre um partido, que pelo que sei, deixou de ser socialista faz tempo. Fico em casa, até para não aparecer em nenhuma foto indiscreta, ao lado de alguém pelo qual me arrependa e tenha que dar explicações mil. O que poderia ser dito e visto numa convenção de cartas marcadas como quase todas as que estãoacontecendo neste momento na cidade? Nada. Prefiro ficar lendo, que ganho muito mais.

NÃO ME VENHAM COM ESSA CANTILENA DE TER OCORRIDO FRAUDE NA ELEIÇÃO DA VENEZUELA
Observo cá do meu canto como os agentes da direitona mais brava deste país, agora se mostram os mais entendidos em Venezuela e dão pitacos, os mais horrorosos possíveis, como se tivessem conhecimento das entranhas do sistema eleitoral daquele país, tudo para externar o posicionamento contrário à Maduro e deixando claro que, se for para detonar com qualquer avanço da esaquerda, passam por ciam de qualquer regra ou conduta dita e vista como democrática. Vale mesmo tudo, inclusive mentir, falsear com a verdade e se expor ao ridículo. O fato é um só, Maduro ganhou o pleito, tudo ocorreu dentro da mais absoluta normalidade e eleição é assim mesmo, um perde e o outro ganha. Lembram-se de como Aécio, péssimo perdedor, se portou quandoi perdeu pra Dilma. Pessoas como ele representam o lado nefasto da política, o que só dá valor quando o seu candidato e o lado que representa ganha. Do contrário, conspiração à vista. Essa direitona venezuelana, representada por uma mulher que, foi defenestrada de participar do pleito, pelo fato de pregar claramente um golpe de estado e pedir ajuda para o marines norte-americanos intervirem no país. Impedida, botou lá um assecla seu e este, apesar de todo jogo sujo, perde a eleição e agora, querem dizer ter ocorrido fraude. Vão à merda. Quem vai nessa é tão pérfido quanto estes opositores venezuelanos, todos piores que os bolsonaristas brasileiros. O PT acerta em cheio ao vir à publico e dizer da lisura do pleito, assim como o presidente Lula também o faz, pedindo só para que sejam apresentados os dados de forma mais clara, o que deve ocorrer dentro do previsto lá pelas utoridades eleitorais venezuelanas e não essa imposição de golpistas. Bonita a fala hoje do ainda presidente mexicano, o Obrador, quando numa coletiva de imprensa, reeprende uma jornalista querendo afirmar ter ocorrido golpe. Ele, incisivo, diz que a OEA sempre referendeou os golpes norte-americanos, não representa o sentimento latino e devolve a pergunta pra jornalista: "Onde estaria este golpe que diz ocorrer? Descreva e prove".

Não existe como fazer isso, nem como provar nada, pois a eleição foi limpa, Maduro ganhou e quem perdeu quer transformar aquele país num barril de pólvora, tudo para entregá-lo aos interesses norte-americanos e exterminar com o pouco que o povo conquistou de soberania ao longo do período bolivariano. Viva a Venezuela, Maduro Presidente!

MADURO SEMPRE SERÁ CULPADO DE TUDO, ESSA A VERSÃO DOS DESMEMORIADOS

As coisas são assim. Maduro é ditador, ainda que tenha eleições livres no país e o governo tenha conseguido superar - com sucesso - uma guerra econômica movida pelos Estados Unidos contra o povo. Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, genocida confesso, é aplaudido de pé no Congresso dos EUA. Os dois pesos e duas medidas do império. E as mentes colonizadas indo tudo atrás, aplaudindo o monstro genocida e querendo derrubar o Maduro. Agora essa da turma paz e amor querendo que o vencedor seja o fantoche da Maria Corina, a mulher que pediu para os EUA invadir a Venezuela para salvar o petróleo (para a classe dominante) ... A história se repete e a turma não aprende... Aceitem o resultado das urnas, povo.. assim como aceitaram a Merkel por longuíssimos anos na Alemanha... É muita hipocrisia para meu coraçãozinho... me dá uma preguiça.... As contradições internas da Venezuela resolverão os venezuelanos...

leituras
EU LEIO EM QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA

Muitos outros fizeram isso ao longo da História e nos mais diferentes lugares e situações.
Aqui, Che Guevara lê Goethe em 1959, durante um tempinho livre, quando em Sierra Maestra, intervalo de alguma contenda, pré-revolução cubana.

enSEBANDO
Na visita rotineira que faço aos sebos da cidade, hoje estive no do Bau, ali na Treze de Maio, propriedade do Roberto e por lá, dois andares, lotados dos pés à cabeça. Na escada que leva ao primeiro andar, frases escritas tempos atrás, hoje quase encobertos por livros, mas deixando transparecer odeal reinante num sacrosanto lugar como este. Além de tudo, vale muito a pena a conversa com Roberto, sobre sua saga, após a perda da esposa, a pandemia e a resolução por continuar de portas abertas, amando muito o que faz e não pensando em fazer outra coisa na vida.

O RESCALDO DE QUALQUER IDA EM SEBOS...

Sou um garimpeiro de sebos. Visito todos aqui de Bauru e com certa regularidade. Hoje estive no do Bau, do amigo Roberto. Uma delícia você conseguir se desligar de tudo o mais, desligar até seu celular e mergulhar de cabeça em estantes empoeiradas, permanecendo algumas horinhas ali, quase como faz um pescador na beira do rio. Num sebo como o do Bauru, onde nem tudo está devidamente organizado e você tem a possibilidade de encontrar com um livro de literatura brasileira no meio a estante dos dedicados ao Direito ou mesmo, algum perdido na escada, um Carlito Maia junto de outros com conteúdo gramatical, ou seja, tudo é possível.

Eu gosto de me perder, de me lançar nas estantes, sujar as mãos e quando me deparo com algo como o livro da Barbara Heliodora, traçando um beabá do teatro, estar diante de um jóia rara, um diamante bruto, pronto pra ser lapidado. Quando encontro alguns assim, deles não mais me separo. 

O livrinho do amazonenes Márcio Souza descrevendo a Amazônia nos tempos de Chico Mendes é destes que, ao encontrá-lo, querer iniciar a leitura ali mesmo e só parar, pois existiam mais algumas estantes a ser desbravadas. Me encantei até por um do Jabor, com crônicas suas de cinema, tempos de antanho, muito antes dele ter endireitado (sic) e outro do mesmo tempo, cinema, com a chancela da Fernando Torres. 

Que dizer de um Dines dando uma aula sobre O Papel do Jornal, este ser hoje em decadência e pelo qual continuarei nutrindo amor eterno. Recompro o Pérola, do bauruense Muro Rasi, contando algo da casa da rua Bandeirantes e que, já li e perdei numa das tantas enchentes lá no antigo Mafuá. Livro recuperado é lindo - o do Carlito também. O dele, guardei mesmo mofado, pois gosto tanto e não tive coragem de jogar no lixo. Agora, posso fazê-lo, pois consegui outro exemplar. 

Por fim, um livrinho mais que mágico, uma literatura das ruas, escrita entre os anos 40/50, linguagem de alguém no mesmo nível de um João Antonio, um Lima Barreto, um Plinio Marcos. Falo de Antônio Fraga e o seu, Desabrigo. Se nunca ouviram falar, procurem por aí, pois o cara é fodão, mesmo nunca ter adentrado as listas dos mais mais. é com estes que me embalo e me tranco em casa numa noite como essa, fria e com eles ao meu lado, a certeza, de muita quentura, calor mais que humano. 

E mais que tudo, o Roberto é um livreiro destes que, conversando a gente se entende e ciente de onde fui buscar os livros, sabe entender o lado de quem não tem lá muita coisa nos bolsos. Ele precisa ganhar algum, eu preciso pagar algum e assim chegamos num denominador comum.

Minha perdição são os livros e neles mergulho para ir conseguindo tocar a vida a contento, tornando-a mais amena, menos pedregosa e assim, creio eu, ganho mais uns aninhos de vida.

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