segunda-feira, 11 de novembro de 2024

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (212)


DEDO PODRE DE BRIZOLA E DO PT BAURU
Ouço regularmente que Leonel de Moura Brizola, desde seus tempos de governador carioca - um político muito admirado por mim -, possuia o dedo podre, pois muitos dos que o seguiram, transformando-se em asseclas, na sequência, quando estes iam ocupando postos de mando no estado do Rio de Janeiro, acabaram por se transformar em grandes decepções. Alguns destes verdadeiras tragédias. Culpa do tio Briza? Não creio. A gente tem que confiar no ser humano que se apresenta junto da gente, lhe dá espaço, abre possibilidades, ele as aproveita e depois, só tempos depois, este acaba se revelando, se realmente seguiu, se é possuidor das mesmas características do mentor ou se, ao buscar orientação outra, segue por distintas vias. No caso do Brizola, o caso mais candente é o de Cesar Maia, depois vem o de Marcelo Allencar e outros menos cotados.

Lembrei hoje disso, ao conversar com dileto amigo e este me rememorava, em tom de ironia, que o PT estará muito bem representado na próxima administração de Suéllen Rosim, também com signatários de responsa dentro da vereança eleita. Ele e eu ficamos a rememorar algo de um passado não tão distante. Pois bem, Estela Almagro foi reeleita e mesmo votando ao lado de Suéllen em votações cruciais, permanece no PT e outros por lá passaram, como Sandro Bussola e o atual presidente da Câmara, Juninho Rodrigues. Nestes dois casos, mudança descomunal, pois do PT, hoje estão em partidos dito e vistos como, se não de ultradireita, bem próximos disso. Teve outro, o atual Chefe de Gabinete, Roger Barude Camargo, surgiu e deslanchou, como os dois outros citados, dentro das hostes petistas, todos oriundos dos tempos onde Estela Almagro foi a comandante do partido na cidade e pelo que se sabe, até hoje mantendo muita proximidade. Todos tiveram mudanças radicais de rumo e hoje, perfilados com outra postura, porém, tendo o PT como o início. O que aconteceu, mudaram eles ou mudou o partido?

Na conversa relembramos mais alguns que pelo PT já passaram. Muito lá atrás, o primeiro vereador eleito pela legenda foi Oswaldo Penna Junior, o Peninha, que depois debandou para a França e hoje, depois dos 70 anos, pra lá voltou. Ele, num tempo recente esteve perfilado com o bolsonarismo e hoje se apresenta como liberal. Tivemos Isaías Daibem, fundador do PT, que dele saiu, porém não abandonou a luta social, sem máculas. Outro neste sentido foi Roque Ferreira, que saindo do PT, se fixou no PSOL, continuando sua luta. Destes dois, efusivos parabéns, lutadores de uma vida inteira. Deixaram o PT, nunca a luta. E teve também o Batata, vereador que nos trouxe Estela para a vida pública, sua ex-esposa. Ele hoje, no PSB, seguindo em frente, sem mandato e procurando se reencontrar no mundo da política.

O texto aqui rememora isso tudo, mas concentra o foco nos três citados, hoje no foco político. Juninho reeleito, Sandro de volta e Barude, como peça chave do staff da alcaide. Enfim, estes um dia foram petistas ou estiveram na sigla, dela fizeram trampolim para seguir adiante? O fato é que, entre risos, eu e meu amigo, comentávamos que, o PT nunca estará tão bem representado dentro do que teremos pela frente a partir do começo do ano que vem. Quatro pela aí, sendo que, três renegam a sigla onde um dia começaram. Isso poderia também ser considerado uma espécie de dedo podre, a do PT Bauru ?

CADÊ O RIBEIRÃO DAS FLORES?
Ainda hoje passo pela avenida Nações Unidas e por lá uma legião de trabalhadores restaurando o piso danificado com as últimas chuvas, semana passada inteira de muita água. O piso, tanto o de asfalto, como o colocado sobre a grama, umas lajotas, saem a todo instante do lugar e, pasmem, flutuam com a força das águas. Só de ver a trabalheira desse povo da Prefeitura, fazer e ter que ir refazendo a cada chuva, bate aquele questionamento que não quer calar: até quando vão tentar segurar o ímpeto do Ribeirão das Flores, sufocado debaixo dessa estrutura toda asfática?

Penso muito nisso e no incessante trabalho dos engenheiros e arquitetos, pelo menos os à serviço da Prefeitura e imagino, o tanto que tentam fazer, para manter a imagem bonita do piso dessa importante avenida, cortando Bauru de fora a fora. Recebo uma foto linda, tempos idos, dezenas de décadas atrás, enviada por Nei Silva Lopes, funcionário aposentado da Seplan - e outros setores -, também ex-Codepac, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Bauru e nela, em destaque, a mureta sustentando o tal ribeirão, este lá embaixo. Forçando a imaginação dá para ver bem nítido os trilhos férreos da FEPASA e assim, do seu lado esquerdo, hoje temos o Poupatempo e do lado direito, o supermercado Assaí. Sim, muito antigamente este era o cenário.

Não me lembro de quem foi a ideia de cobrir o rio. Não sei se vem ao caso lembrar isso agora, quando se repetem as frequentes enchentes, ou seja, quando o rio coberto pela manta asfáltica. Ele, parece não aceitando lá muito bem a decisão do homem não tem mais como permanecer quietinho, calado e contido, também escondido. Não imagino mais a Nações novamente descoberta, mas dessa trabalheira toda após cada chuva forte, o faz , desfaz e refaz, algo deve movimentar o mundo de quem estudou a respeito, sabe o que foi feito e de como isso tudo é meio que paliativo diante da enorme e incontrolável força da natureza.

Sei que, essa foto antiga me toca profundamente. Poderíamos muito bem ter feito a Nações, tendo um rio a descoberto. Preferiram escondê-lo, talvez por já estar poluído, pequeno, sei lá, porém, por ali, uma só constatação: tudo está a merecer um amplo estudo de caso, uma reunião de quem conhece do ramo e pensando todo mundo junto, achar um denominador comum. O triste mesmo é observar esses funcionários, depois de cada devastadora chuva, voltar pra avenida, para devolver sua cara bonitinha. Isso deve custar muito caro para a cidade, até mais do que rever o projeto todo e propor algo voltando ao passado. Percebo nitidamente, o rio quer luz, receber a luz do sol e isso deve ser levado em consideração.
Obs.: Obrigado amigo Nei Silva Lima, pelo envio da linda foto.

e depois de tudo, ouvir isso é mais que muito bom
TUDO VAI DESAPARECER, A VIDA É UM SOPRO, FODEU-SE, NA VISÃO DE SEU OSCAR
Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro (1907-2012). Trecho do documentário, "A vida é um sopro", dirigido por Fabiano Maciel, disponível no youtube.
https://www.instagram.com/reel/DBt27XjRQ5A/?igsh=ZHdpZGU3bjV3MmU%3D&fbclid=IwY2xjawGf93tleHRuA2FlbQIxMAABHZqEnSIEy-0d_a78paVq0KBQvAF6Fg3pWJfFmPnpX0xcGkR0UZ9zqB_zcw_aem_seIAgw19mJ5W8AI7oqHMgQ

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