DOIS ÓTIMOS BAURUENSES HISTORIADORES DO MOMENTO
“Henrique boa tarde...acredito que hoje você é nosso principal memorialista, historiador, cronista e jornalista.....”.
Agradeço, mas declino. Algo parecido, guardadas todas as proporções, com o que fez o ministro do STF Alexandre de Moraes, quando Bolsonaro lhe convidou para ser seu vive em 2026. No meu caso, declino da deferência por desmerecimento, diante de tantos outros na ativa com excelente cabedal e currículo de pesquisa e escrevinhação.
De imediato rebati: “Sou não, eu só escrevinho, pesquiso pouco. Tem muita gente nova e dessa nova geração com belos trabalhos. Eu gosto muito de escrever sobre os tipos populares. E escrevo menos do que gostaria. Divago mais do que escrevo”.
E depois de tudo, revelo a conversa, pois queria acrescentar um algo mais a isso. Dos memorialistas tivemos dois, Gabriel Ruiz Pelegrina e Luciano Dias Pires. Lembro também de Vivaldo Pitta, que comandou o Museu de Avaí e seguiu pesquisando enquanto viveu. E não posso deixar de citar outro também já falecido, este emérito historiador, João Francisco Tidei de Lima e alguém por quem nutro enorme consideração, Paulo Neves. Tivemos outros tantos. A minha memória hoje não está muito clara, pois poderia se lembrar de outros. Venho para os dias atuais. Neste momento, tenho dois historiadores que gostaria de destacar e deles quero discorrer.
EDSON FERNANDES possui graduação em Estudos Sociais pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Bebedouro (1984), graduação em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Botucatu (1989), graduação em História pela Universidade do Sagrado Coração (1986), mestrado em Economia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - Araraquara (2003) e doutorado em História Social pela mesma universidade, campus de Franca (2008). Tem experiência na área de História, com ênfase em Demografia Histórica e História da Educação. E escrevem bem demais. Seus livros são inebriantes e num deles, resgatou documentos dos plantões policiais de antanho, demonstrando como era a vida nas entranhas desta cidade. Produz com a mesma intensidade em Lençóis Paulista, onde exerceu o magistério por longo período. Ele e Fábio Pallotta monitoram um esclarecedor passeio pelas ruas do centro bauruense e mês passado, fizeram o mesmo dentro do Cemitério da Saudade.
LUIS PAULO DOMINGUES escreveu, editou e fez a pesquisa para o livro "Boca do Sertão: A História de Piratininga na Marcha do Café", logo a seguir em "Fronteira Infinita: Índios, Bugreiros, Escravos e Pioneiros na Bahurú do Século XIX" (com o historiador Edson Fernandes), que traz pesquisa cartorial sobre o oeste da Província de São Paulo. E o melhor de todos, numa ficção histórica sobre a saga dos primeiros desbravadores do sertão de São Paulo e a luta desses pioneiros contra os indígenas Kaingang. O cara faz e acontece na cidade, tocando e cantando numa banda das mais controvertidas da cidade e nos últimos tempos adotou o distrito de Piratininga, Brasília Paulista, um lugarejo, onde creio eu, repõe energias e faz contato com seres extraterrestres, outra de sua especialidade. Versátil, sua última investida, além de incansável pesquisador é levar seu conhecimento para um programa de rádio, onde além de narrar fatos históricos, o faz com devida ironia e picardia.
Tenho outro. Gosto muito de meu amigo FÁBIO PARIDE PALLOTTA, que retornou recentemente de Portugal, onde foi se aprofundar em mais pesquisas. Da última vez que nos vimos ele, comentando sobre mim, me elogia, porém ressalta, sou mais ácido e só por uma crítica que repito sobre alguns procedimentos num certo setor público municipal, deveria rever e interpretar melhor. Para mim, classifico-o entre os grandes, porém, creio, deveria repensar exatamente sobre a mesma questão onde me critica. Enxergo nitidamente algo depreciativo na postura profissional destes mesmos e com elevada carga de autoritarismo. Precisamos conversar mais a respeito. Tenho novas informações a lhe dar sobre a questão. Dialogando muito, quero convencê-lo, assim como ele a mim. Mas ele é grande e suas pesquisas sobre a história ferroviária desta cidade são imprescindíveis. Ele um grande pesquisador deste nosso lado férreo.
Essa turma move que é uma maravilha a História destas plagas. Escrevi de memorialistas e historiadores. De cronistas e jornalistas, tenho outras boas listas. Eu sou o que um dia classificou Luiz Antonio Simas, “historiador das insignificâncias”. Pelo menos eu tento.
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