segunda-feira, 16 de março de 2009

ALGO DA INTERNET (15)

UMA OLIGARQUIA QUE VOLTA E UM PAÍS QUE SE ABRE PARA O MUNDO
Recebo via internet dois comunicados, um negativo, outro mais do que positivo. No primeiro, como sabemos a clã Sarney tem tudo para retornar ao poder no Maranhão (um verdadeiro feudo deles). Um texto recebido pela internet explicita o que vem a ser o poder dessa família naquele estado da federação. Num outro, algo breve, um alento, mais um país da nossa sofrida América Latina, por meio de eleições, derrota oligarquias de ultra-direita. É o que acaba de acontecer em El Salvador com a eleição de Funes, um ex-guerrilheiro. De um lado, tristeza e do outro, esperança. Os antagonismos, o lado podre e o lado do florescer estão aqui colocados para sua reflexão:

1. O Maranhão é da Família Sarney: O Povo, que povo?
- Para nascer, Maternidade Marly Sarney;
- Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou, Roseana Sarney;
- Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney;
- Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney;
- Para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue a TV na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney. Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário;
- Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor);
- Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas 'maravilhosas' rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney.

Não gostou de nada disso? Então quer reclamar? Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney...

Seria cômico se não fosse tão triste.... E quando o Zé Sarney morrer.... o Maranhão fica para seus filhos ou volta para o povo???? (É ridículo tudo isso... mas, o povo tem uma enorme parcela de culpa...)

2. FUNES, A ESPERANÇA RENASCE EM EL SALVADOR
Mauricio Funes, candidato da ex-guerrilha de extrema esquerda de El Salvador, declarou-se domingo à noite presidente eleito deste país da América Central dirigido pela direita há 20 anos.
"Sou o presidente eleito dos salvadorenhos", declarou o candidato da ex-rebelião armada da Frente Farabundo Marti para a libertação nacional (FMLN), durante uma conferência de imprensa. "Hoje, celebramos a vitória dos cidadãos que acreditaram na esperança e venceram o medo. É uma vitória de todo o povo do Salvador", acrescentou. Uma fala muito parecida com o ocorrido aqui no Brasil, quando da primeira vitória de Lula e o medo que isso causava na dita direita.

"Nesta altura, a Arena (Aliança Republicana Nacionalista, partido até agora ao poder) passa para a oposição, e deve ter a garantia que será respeitada e ouvida", prosseguiu. Funes proclamou a sua vitória numa altura em que são conhecidos os resultados oficiais quase completos, com mais de 90 por cento dos boletins contados. El Salvador, esse pequeno país da América Central, viveu durante muitos anos dirigido por pessoas, representantes de grupos paramilitares. Uma violência continuada, que terá fim com Funes (casado com uma brasileira).

Ler notícias como essa me incentivam a tocar um projeto de desenvolver um blog sobre a América Latina. Penso num nome, talvez "LATINIDADES". O Brasil, único a ter língua diferente de todos os outros e tão distante dessa latinidade. Isso me toca. Longe de propor sonhos utópicos a respeito de uma unidade para o continente latino-americano, proponho uma ponderação contemporânea: existe uma perspectiva histórica que unifique problemas de povos tão diversos? É nessa linha que buscarei fazer algo. Tudo ainda é embrionário, mas vingará, disso tenho certeza. E escrever sobre todos esses povos, ao estilo de um Eduardo Galeano (que pretensão), é uma espécie de missão. Um projeto que necessita de muitos lunáticos ao meu lado. Topas?

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