quinta-feira, 4 de junho de 2009

UMA MÚSICA (45)

O “LÍNGUA DE TRAPO” CONTINUA NAS PARADAS
CONCHETTA (Carlos Melo/ Cassiano Roda): “Querida Conchetta/ Estô a te ligare/ Pra te convidare/ Pra manjare com me/ Come unas bracholas/ Queijo provolone/ E na radiola/ A Rita Pavone/ Dispois unas pizzas/ Tipo Califórnia/ Tutte metza a metza/ Ma que bruta esbórnia/ Chega de sphaghetti/ Suspende a escarola/ Leva o capeletti/ Tira o gorgonzola/ Traz um sar de fruta/ Dio, dio, tutta meia/ Questa pastasciutta/ Me deu diarréia” (LP, 1982)

Com músicas iguais a essa, cheias de humor e irreverência o grupo Língua de Trapo fez muito sucesso nos anos 80/90. Gozavam de tudo e em quase todas músicas, algo com fundo social, instigando o livre pensar. Tenho três LPs (os bolachões) deles aqui no mafuá. Liderado por Laerte Sarrumor, eles continuam na ativa e estiveram aqui em Bauru, numa quarta, 27/05, num dos locais onde podemos presenciar cultura de qualidade e de forma gratuita na cidade, o SESC. Como sempre, lá estive e com a casa cheia, sentei no chão, bem diante do palco, para rir um pouco e recarregar as baterias para as adversidades desse mundo atual. Muitos da minha geração lá estavam, como o advogado Arthur Monteiro Jr e o arquiteto Edward Albiero. Pertencemos a uma geração que não saia para BALADA e sim, para a BOÊMIA. Não gosto do termo baladeiro, pois denota algo descompromissado de tudo, uma diversão inócua e sem sentido. Quem pratica a boêmia, o faz de forma diferente, saindo em busca de opções bem diferentes dos tais de hoje. Num show como esse não se vê baladeiros. Aqueles curtem outra praia, bem distinta dessa.

ROMANCE EM ANGRA (Laerte Sarrumor/ Carlos A.Mastrodomênico): “Recordo com saudades/ de quando tinhas cabelo, meu amor/ Teus olhos ainda eram abertos/ e até tinham cor/ Nos teus braços não havia crateras/ Com as que hoje vejo/ Tuas pernas inda eram inteiras/ e me davam desejo/ Recordo que podias ouvir/ meus mais ternos sussurros de amor/ E tinhas a capacidade/ de sentir meu perfume, minha flor/ E hoje, tu andas corcunda/ e já não tens mais nem aquela...saúde/ Tua pele, coberta de escamas/ realmente não é um convite para a cama/ O nosso amor foi arrasado/ Depois que o reator foi instalado/ E nesse pesadelo nuclear/ Na mais torpe aflição/ Passo o tempo a suplicar/ Não explode coração!” (LP, 1982).

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