BAURU POR AÍ (63)
VERÔNICA LIMA NO TIMOR LESTE É BAURU "COMPARTILHANDO" NA ILHA
Verônica Alves Lima é uma jovem jornalista formada pela UNESP de Bauru. Veio de Guararapes (pertinho de Araçatuba) e desde então aqui ficou. Desde os tempos nos bancos escolares percebia-se nela uma emoção pelas questões sociais. Participou em 2007, dentro do núcleo mais ativo, do OLA – Observatório Latino-Americano, um congraçamento latino, patrocinado pela Secretaria Municipal de Cultura e tendo nossa América como alvo polarizador. Formou-se e mesmo com suas atividades profissionais, nunca se furtou em participar e envolver-se nas grandes questões nacionais, como a junto ao órgão local do FNDC – Fórum Nacional Democratização das Comunicações. Acredito que sua primeira atividade profissional tenha sido no já extinto jornal O BAURUZÃO. Ano passado esteve junto a um grupo que, por alguns dias estiveram retidos junto a Machu Picchu, no Peru, quando o local sofreu uma interdição por problemas climáticos. Ela é assim mesmo, está sempre aonde o fato acontece e o faz não por problemas de ego, essas coisas, pois age naturalmente e segue um lema lá dela: continuar em atividade.
Em dezembro tomo conhecimento de algo mais sobre a estimada Verônica. Iria passar um ano no TIMOR LESTE, o país recentemente liberto do jugo da Indonésia e que conta com a ajuda do governo brasileiro em várias fases da implantação do seu governo. Mas como? O que seria isso? Ela explica com seu jeito peculiar: “A Universidade Mackenzie abriu inscrições por meio de edital para interessados em ministrar aulas por lá durante um ano. Fiz a minha, sem grandes pretensões, afinal deveriam ser milhares os interessados. Não pediam titulação nenhuma e minha experiência de docência era mínima, mas tentei. Percebi na entrevista que não selecionariam somente pelo currículo e sim, também pelo perfil. Desconfiei que pudesse dar certo. Na lista final, lá estava meu nome. Fiz um curso preparatório, onde conheci o restante do grupo e embarcaremos no próximo sábado, 04 de fevereiro”, conta.
Mais detalhes num texto repassado por ela a mim: “O projeto é uma parceria da UNTL - Universidade Nacional do Timor Leste e a Universidade Presbiteriana Mackenzie, com apoio da Embaixada Brasileira no Timor. Estão no projeto, ao todo, 34 professores - 30 brasileiros e 4 portugueses. Vamos dar aulas em vários cursos de graduação da universidade, eu especificamente no curso de comunicação social (não há habilitações lá, mas é bem voltado pro estudo de jornalismo). O objetivo é fortalecer e consolidar o português como língua oficial. Durante os anos de ocupação indonésia, os timorenses eram proibidos de falar português, o que enfraqueceu a língua, mas a tornou símbolo de resistência. Agora o desafio é retomar a língua. Desse modo, o nosso trabalho será sempre em parceria com os professores timorenses. O projeto pode ser resumido na palavra compartilhar. Vamos pra lá aprender muito mais que ensinar. E ajudar no que for necessário e no que eles quiserem. Muitas aulas ainda são em Bahasa indonésio, o idioma que foi falado durante a ocupação, e isso tem que mudar. Vamos ajudar nisso principalmente. Fizemos uma integração no Mackenzie, onde entramos em contato com a cultura do Timor e o "espírito" do projeto (os portugueses não puderam fazer pelas questões geográficas). Atualmente o Timor tem o português como língua oficial e o tétum como língua nacional. São as duas línguas da identidade timorense. Mas ainda são falados dezenas de dialetos (variantes do tetum), além do inglês, bahasa indonésio. A pluralidade lingüística é uma característica do Timor. E é até estratégico, tendo em vista que a terra timorense é muito visada por diversos países por estar localizada em posição estratégica (no encontro de dois continentes, Ásia e Oceania), além de ter muitos recursos naturais ricos (diversidade do bioma, que pode ser explorado com turismo, e petróleo se destacam). Por fim, sabemos que o projeto é financiado pela ONU, é uma verba repassada por eles ao governo timorense. O que quer dizer que o nosso contrato é direto com a UNTL. Em linhas gerais é isso. Acho que nem preciso dizer o quanto estou honrada e empolgada com isso tudo! Tem momentos que pareço ainda não acreditar.... Eu já amo o Timor e os bottons chegaram na hora certa!!”.
Ela interrompe toda sua vida profissional por aqui e embarca em mais essa viagem que, como percebe-se é algo transformador em sua vida. E onde entro nessa história? Minha participação é modesta e mínima. Produzo bottons e percebendo o interesse dela em levar souvenires brasileiros para presentear aos novos amigos que lá conhecer, fiz a sugestão. Bolamos alguns, fiz tudo a um preço quase de custo e ela divulgou também para outros colegas. Ficaram lindos e servirão como um cartão de apresentação nos primeiros relacionamentos. Entusiasmada em tudo o que faz, Verônica criou um blog, cujos primeiros posts já estão no ar e os próximos, segundo ela, serão postados por lá, onde tentará fazer um relato de toda a nova experiência. Viajando pelos textos já postados entenderão um pouco mais do que é o projeto, as expectativas, algo sobre o Timor e mais que isso, um bocadinho dela mesmo e da cidade onde aportou, foi acolhida e faz questão de elogiar, Bauru. O endereço virtual é http://vidatimoca.blogspot.com/
Henrique, bom dia
ResponderExcluirQue pena que soube só agora da Verônica, poderia ter feito uma matéria contando sobre o projeto que ela participará no Timor. Agora me resta, aguardá-la por um ano, para quando retornar a Bauru, possa vir nos contar as experiências vividas naquele país, em um de nossos programas. Boa sorte, Verônica!!
Grande abraço,
Nádia de Oliveira
Prod.Jornalismo TV PREVE
Olá, li a matéria. Muito legal que vá ao Timor. Adoraria se você pudesse intermediar contatos com jornalistas timorenses. Não conseguimos (a FJLP - Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa) contatos, dada a dificuldade, até com internet de nossos colegas de lá. Assim, se for possível, quero lhe pedir nomes de jornalistas em associações em Timor. Um abraço e boa viagem! Alcimir do Carmo alcimirc@gmail.com e/ou fjlportuguesa@gmail.com
ResponderExcluir