DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (67)
URINA DIABÉTICA, BAIANA EVANGÉLICA, MÓRMON LATINO E CELULARI AQUI EM CASA
1.) Sou muito amigo do Baiano, dono do bar que mais parece um museu, lá no Geisel. Num desses domingos fui almoçar por lá e lhe conto do meu novo drama, o de estar prestes a adentrar o time dos diabéticos. Cuidados mil, dieta séria pela frente, um necessário fechar de boca e controles rígidos. Falo do meu pai a tomar três injeções por dia, além de outros remédios via oral. Baiano muito sério vai e volta diante de minha mesa. Num certo momento toma coragem e desfere: “Tenho uma receita para ti. Segue se a quiser. Alguns acham interessante, outros não. Toda vez que você quiser comer algo diferente, um doce, por exemplo, vá até um lugar reservado, urine na ponta de um dos dedos da mão e depois o lamba. Se o sabor estiver amargo pode comer, mas se estiver doce, é sinal de que a diabete está alta e não coma. É batata, tiro e queda”. Esse um dos métodos utilizados pelos seguidores da “urinoterapia”. Fiquei de pensar.
2.) Final dos desfiles de nossas Escolas de Samba no Sambódromo de Bauru paro para um prolongado papo com um dos diretores da Cartola. Ele me conta dos bastidores da Escola, das dificuldades todas e uma delas me surpreende: “Você sabe que nós da Cartola não tivemos muitos problemas financeiros. Conseguimos bons patrocinadores e conseguimos colocar na avenida tudo o que estava proposto no enredo. Nosso maior problema veio da Ala das Baianas, pois foi a maior dificuldade compor com a quantidade que necessitávamos. Sabe por quê? Quando vamos procurar as senhoras mais velhas, que antes saiam na escola, hoje elas não querem mais sair pelo motivo de terem virado evangélicas e a igreja não permitir. Está a coisa mais difícil arrumar baianas nas Escolas de Samba e isso não é só na nossa não. Em todas”.
3.) João é um velho conhecido. Revende produtos perecíveis pela rua, vida dura, uma labuta que começa cedo e só termina quando o sol se põe. Seu filho decidiu anos atrás seguir a religião dos mórmons, queria ir para o exterior, mas o máximo que conseguiu foi dar o prosseguimento numa grande capital aqui mesmo no Brasil. Para o que aconteceu ao filho tem lá sua explicação: “Os mórmons, como bons norte-americanos não permitem que os latinos façam o mesmo que eles fazem aqui no Brasil. Pode observar, eles chegam aos montes e são acompanhados por brasileiros em suas incursões país afora. Vão a todos os lugares e aprendem nossa língua rapidamente. Vá querer fazer o mesmo o brasileiro e ir aos EUA, sendo acompanhado por um jovem daquele país em andanças variadas, a tal missão, que eles dizem. Isso eles não permitem. Espertos, eles não?”.
4.) Nessa semana, dias 9, 10 e 11, o ator bauruense Edson Celulari, juntamente do seu sobrinho, Pedro Garcia Neto, novato na profissão, estarão apresentando a peça “Nem um Dia se Passa sem Notícias Suas”, aqui no Teatro Municipal de Bauru. Encontro na rua um dos produtores, o Vinagre e esse todo pimpão me diz: “Tá quase tudo cheio. Já lotamos duas sessões. Talvez façamos uma extra”. Sucesso para eles todos. Mas quero aqui relatar algo que nem eu sabia direito. Minha irmã, Helena, pouca coisa mais velha que eu, estudou na EE Moraes Pacheco, lá nos altos do Bela Vista e foi colega de classe do Edson. Ela tinha por costume fazer na área defronte a casa dos meus pais o que denominávamos na época de “Brincadeira Dançante”, que nada mais era do que jovens dançando ao som de um vitrolinha. Pregava um lençol na parte aberta da área e ali rolava o som. Presenciei algumas dessas festas, mas nunca me recordei de ter visto Celulari por ali. Ela afirma que sim. Relembrei isso com a irmã dia desses e ela me contou mais, das andanças do grupo todo, Bela Vista adentro, cada final de semana numa casa. Bons tempos e as minhas lembranças desses tempos embalados pela brilhantina são do saudoso Okinawa, também no Bela Vista. Que nesse reencontro com Bauru tudo isso possa ser revivido de alguma forma.
Toda vez que um estranho vem tentar me catequizar, tenho vontade de adiantar o encontro do cara com Deus. RECEBO MÓRMONS NOS PORTÕES DE CASA COM ROTINA.
ResponderExcluirVeja bem, eu acho bárbaro uma pessoa ter sua fé e se apoiar nela, ao ponto de acreditar que ela é a única coisa responsável por sua felicidade, razão de viver e existência. Como diz o poeta e imortal Claudio Zoli, “cada um, cada um”, capice? Mas daí a achar que é o único caminho de vida para todas as formas de vida da Terra, não dá. Principalmente se tentar me provar isto antes das oito da manhã.
Já falei aqui de telemarketing, dos carentes de elevador e até dos puxadores de papo em filas, mas os religiosos são os que me dão mais nervoso. Não falo apenas de evangélicos, apesar de serem os mais frequentes, já que a maioria se acha RP de Cristo, mas de todos (católicos, mórmons, umbandistas, budistas, bebedores do Santo Daime et cetera) que acham sua religião tão boa que o resto de nós ou está perdido por não contemplar a Verdade, ou somos pecadores depravados que merecemos o fogo de inferno.
Tenho meus problemas com religião. Para mim é difícil aceitar qualquer verdade absoluta que eu não tenha dito, ora.
Mas entenda, acho o Senhor Jesus Cristo (trato-o assim pela falta de intimidade mesmo), uma figura fantástica, um grande mistério da humanidade e um Cara legal. Afinal, além de reviver mortos, multiplicar peixes e andar sobre a água, o Sujeito transformou água em vinho, só para não deixar uma festa de casamento ir para cucúia e isso é mais que qualquer outra figura religiosa já fez. Palmas para Jesus!
Não sei se tenho cara de devasso ou drogadícto, mas ser abordado por pessoas, com flyers do Senhor, me perguntando se já aceitei Jesus na minha vida, são comuns para mim e já estou acostumado. Mas às vezes, a gente estoura.
Não aguento ver R. R. Soares, o Reverendo Lovejoy brasileiro, me dizendo que viu um obeso emagrecer instantaneamente, apenas porque tinha fé e pediu à Deus. Sério: o Todo-Poderoso livra o cara da gula, incentivando a preguiça? Pô, Senhor, #milagrefail total!
Acredito que pensar deste jeito pode me afastar da paz no descanso eterno, caso haja uma, mas dia desses, zapeando entre canais, passei por uma emissora católica, onde um padre cheio de anfetaminas dizia ter um livro onde o telespectador poderia se amparar, onde encontraria respostas que acalmariam seu coração e onde o Espírito Santo falava em cada linha. Não, ele não falava da bíblia e sim do livro de sua autoria, que poderia se adquirido por 19,90, por telefone ou pelo site. Fiquei mais tranquilo, pois tive certeza de que alguns terão prioridade na fila para o colo do capiroto.
Enfim, por estes e outros motivos ainda não aceitei Jesus no coração e não estou mesmo procurando a salvação da minha alma eterna por enquanto. Mas obrigado pelo interesse!
FÁBIO SCAFFO
OLá meu irmão ..... Celulari em Bauru para uma peça... ele estar aqui em nossa terrinha não é novidade, pois sua mãe, Enoy ainda está aqui, como seu irmão Emilio.
ResponderExcluirEdson não estudou em minha classe no Morais Pacheco, ele estava um ano à minha frente, mas era amigo de meus amigos, como também ficava na cantina juntamente com seu pai, o sr. Edno, e sempre nos esbarrávamos por aí, principalmente nos festivais de teatro que a nossa querida professora ( Maria do Carmo ), realizava no auditório da escola.
Edson sempre foi bonito, mas também arredio, sr. de si. Nos encontrávamos sempre no antigo BAC, onde arriscávamos um jogo de vôlei (ele mto melhor que eu)...rss...
Depois foi pra SP com o aval do nosso Paulo Neves, e por lá ficou, indo posteriormente para o Rio de Janeiro, onde se firmou. Levou consigo, sua irmã Elvira, a qual chamávamos "Toca", que foi minha colega de trabalho no Bco Itaú, a qual hoje é sua empresária, e é nada mais do que a mãe de seu sobrinho, o Pedro, que está consigo na peça que está sendo encenada aqui.
Grandes recordações...
Nos veremos por lá irmão, no teatro ...
Helena Aquino
Henrique
ResponderExcluirOs jornais de Bauru poderiam aproveitar a vinda Celulari e contar histórias revividas por pessoas que com ele conviveram. Essa da Helena é muito boa. Imagina as de ex-colegas lá do Moaraes Pacheco.
Regina