RELATOS PORTENHOS (03) e O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (35)

UMA FEIRA SUSTENTÁVEL EM BUENOS AIRES E UMA MULTICULTURAL EM BAURU, AMANHÃ

Na primeira manhã de domingo em Buenos Aires, 25/07, caminhando do hotel até a Feira de San Telmo sabíamos que iriamos encontrar pela frente uma festa peruana, ocorrendo todo último domingo de julho nas imediações da Casa Rosada, Avenida de Mayo (essa a terceira em que marcamos presença), mas a surpresa foi ver ali junto dela uma FEIRA DE ECONOMIA SUSTENTÁVEL E RECICLADOS, a “FEIRA DE CONSUMO RESPONSABLE” (todos os domingos das 11 às 15h), que não conhecíamos, bem aos moldes de outra, essa acontecendo pela primeira vez em Bauru, a REDE ESCAMBO MULTICULTURAL, promoção do Grupo Moitará Cultura, promovendo uma inusitada no local “FEIRA DE TROCAS E ESCAMBO”.

Escrevo da feira argentina antes de ver o que rolará na bauruense (amanhã, a partir das 8h no espaço do MIS, junto aos trilhos férreos e próximo da feira do Rolo). O que vi na capital argentina naquela manhã fria me fez fotografar cada detalhe. Ali não era propriamente uma feira de escambo, mas algo similar, algo muito comum dos nossos temos, a possibilidade de aproveitamento de um monte de bugigangas juntadas ao longo dos tempos em recicladas peças. Caixotes de madeira, pecinhas variadas, brinquedos, botões, porcas e parafusos, que depois de utilizados normalmente são jogados na lata do lixo, ali foram aproveitados em recriações, muitas de cunho artístico e utilitário.

Quando me deparo com algo assim, a primeira coisa que me vem a mente é como juntamos coisas inúteis, que depois de certo tempo guardadas como lembranças em nossas gavetas, acabam tendo como destino final a lata do lixo. E por que não bolar um jeito de aproveitar isso tudo? Instigante ideia. Nem todas as barracas lá versavam sobre esse reaproveitamento, algumas iam mais longe. Sapatos com bucho de gado, utensílios com sacos variados, desde estopa a outros, agendas e blocos de anotações tendo como capas, por exemplo, os antigos e hoje desprezíveis disquetes, caixas de papelão, etc. A cada nova barraca, eu e Ana queríamos juntar amostras, possibilidades para serem compartilhadas em algum momento lá na frente.

O momento é esse. Aproveitando a feira bauruense, que deve ter também algo com essa conotação de reaproveitamento de utensílios, mostro um bocadinho do que por lá presenciei. Algo que parece meio brincadeira, desprezível para muitos, foi ver as embalagens do que era ali comercializado, todas feitas em material reaproveitável. Tudo o compramos tinhas saquinhos feitos com folhas de jornais ou revistas. Pensei na hora: taí uma grande utilidade para a revista  veja (em minúscula mesmo). Circulamos por todas as barracas e uma que nos chamou muito a atenção foi a “ReHusa Objetos”, com quadros feitos com tudo o que um dia desprezamos. Tudo coladinho em telas e com o símbolo deles no centro. Não trouxemos nenhum por causa da dificuldade de transporte, mas fotografei quadro a quadro. Espiem o trabalho deles no facebook: https://www.facebook.com/RehusaObjetos?fref=ts.

Uma tem tudo a ver com a outra. Esse tipo de feira tem tudo para vingar nesse espaço bauruense. Já existe uma acontecendo uma vez por, que poderia muito ser integrada a essa e mesclando isso tudo, os artesões, os recicladores, os que viriam para fazer troca, poderia gerar um espaço até de turismo, aliado ao que já ocorre na Feira do Rolo. Junto disso tudo, algo de culinária e a parte cultural, que nesse domingo ocorrerá com o Nelson Gonçalves, com nome artístico de Nelson Itaberá e o show PEDRA BRILHANTE (que ainda não vi e amanhã terei oportunidade). Em todos os domingos da “Feira Estação Arte”, o Orlando Alves, um dos organizadores fez algo muito interessante. Pensando no que pudesse tocar de música por ali, encomendou ao produtor musical, radialista e jornalista da Unesp FM, Wellington Leite, uma trilha sonora para cada dia, privilegiando um músico e naquele dia, tocando ali, por exemplo só Alceu Valença, noutro só Zé Ramalho, Elis, Gal, Gil, Chico e daí por diante.

Esse tipo de feira me estimula muito a sair de casa, sentindo o clima já numa segunda edição você acaba levando coisas para o escambo ou até tendo uma proposta nova, produtos recicláveis que possam ser comercializados, divulgados e difundidos. Vejo tudo isso com ótimos olhos e mais uma iniciativa que não pode parar somente nesse dia de amanhã. Sei que amanhã o evento é da Moitará, vejam o face do evento: https://www.facebook.com/groups/139287746282248/?fref=ts.

Deixo como ilustração do texto as fotos da feira argentina e no final, o cartaz do evento bauruense. Bons ares dominicais em Bauru e algo de contundente para se fazer nesse dia. Todos à rua...