terça-feira, 17 de julho de 2018

FRASES (171)


PARTICULARIDADES DOS RICOS E SUAS MAZELAS – OS DAQUI, DE BOTUCATU E ALGO DE FHC

A famosa Cuesta botucatuense.
Na matéria de capa da última edição de Carta Capital, algo sobre uma fortuna que deveria ter sido alvo da Lava Jato, mas não o foi e nem será. A do príncipe da casa grande, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o FHC. No sub título: “No centro de um enredo que envolve pecuaristas, banqueiros e empreiteiros, FHC, o ex-presidente e professor aposentado, amealhou uma fortuna sem levantar suspeita”. No corpo da matéria algo como ele conseguiu, mesmo com salário de professor universitário amealhar algumas valiosas propriedades rurais, imensas fazendas e a maioria declaradamente improdutivas. Algo dessas propriedades tem a ver com os ricos da nossa região, servindo como uma luva para comparações de como agem os muito ricos de nossa alvissareira região canavieira. FHC e os seus possuem duas localizadas em Botucatu, distantes 100 km de Bauru. Não dá tempo de entrar no mérito da matéria, versando como foram adquiridas, as tais condições das partes envolvidas. Me atento a outras particularidades, como a das terras localizadas na famosa serra da Cuesta em Botucatu ter o poder de atrair endinheirados de toda ordem. A Cuesta botucatuense, pela sua beleza natural foi descoberta por esses e, decididamente, não é uma região para os despossuídos do vil metal. Por ali, conciliando a beleza da natureza, quem dela se apossou foi o filão chic da elite paulista. Perceptível a olho nu. E mais, por lá, dois seguidos prefeitos tucanos, ambos já fizeram questão de recepcionar e estender o tapete vermelho para os herdeiros de FHC pisarem seus cromos importados quando de passagem pela cidade. É tucano dando toda atenção para tucano, ainda mais quando do outro lado os de rica plumagem. É de maravilhar incautos a riqueza dos detalhes desses encontros, imperceptível para alguns, não para mim.


O título da matéria tem muito a ver em como os donos do dinheiro são tratados neste país: “O príncipe canavieiro e sua corte”. Histórias de como se formaram fortunas como a de FHC se repetem por todos os lados, tanto em Botucatu, Bauru e alhures. Mais que algo escancarado na grande hipocrisia nacional em fazer vista grossa a origem da dinheirama dos abastados, pois entre esses a origem é o que menos importa, todos impolutos de sangue mais que azul. Importa, como vejo na matéria seguinte na mesma edição da revista, escrita pelo mesmo Alceu Luís Castilho, o gosto muito parecido dos empoados, algo assim formatado ao longo do tempo, creio eu por osmose. “O gosto pela beleza” diz muito dos lugares onde esses todos se encontram, os convescotes onde se reúnem, trocam ideias e tramam tudo o mais de suas vidas. O autor descreve num breve e elucidativo relato, o que venha a ser a tal da “dolce vita”, expressão difundida por nada menos que Federico Fellini, num de seus filmes mais pomposos e famosos. “Costuma ser utilizada ao se descrever a vida descontraída, fútil e endinheirada de celebridades, entre elas políticos e empresários”. Esse povo gravita entre variadas e múltiplas instituições, todas tidas por eles como de excelente gosto e refino, as tais rodas empresariais da alta sociedade. Podem reparar, esses todos estão presentes em diversas e renomadas (sic) instituições, conselhos, agremiações, entidades ditas filantrópicas e culturais. A fina flor se acha o máximo e mesmo entendendo lhufas de arte, estão metidos no meio de quase tudo o que diz respeito a essas organizações. Se revezam em diretorias, presidências, sempre com muito poder de mando. Gostam mesmo é de se revezarem uns nos eventos dos outros. O negócio é aparecer, ser notado e, é claro, merecer notas nas colunas sociais. Um paparica o outro, enfim, tudo é uma grande festa. Nunca irão resolver os problemas do país, quando muito o deles, mas todos os demais vão elogiar a iniciativa do outro e assim por diante. É muita Fundação, Lions, Rotary, Loja Macônica, etc.


No texto da revista, algo com a acertada pitada da ironia para com esses todos, os benevolentes e prestativos assistencialistas localizados em todas boas cidades do ramo. “Falávamos no início do filme A Grande beleza. Ele ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2014, diante de sua suntuosidade, em diálogo com monumentos da cinematografia italiana, obra de Fellini, Antonioni, Visconti. Talvez tenha escapado aos acadêmicos uma sutileza no título: a provável referência ao filme La Grande Abbuffata, no Brasil, A Comilança, de Marco Ferrari. Neste clássico de 1973 os protagonistas por Marcello Mastroianni, Philippe Noiret e Ugo Tognazzi, decidem passar os últimos dias de suas vidas empanturrando-se. Sorrentino enxerga enfastiamento na relação atual das elites, filosoficamente corrompidas, com a arte. Uma doce vida voraz e envernizada, para o público ver, mas nem por isso menos mundana. De Roma a São Paulo, de Paris a Botucatu. Décadence avec élégance”. Baseado nisso poderia contar infindas histórias. Fico com uma, bem bauruense e a demonstrar isso tudo com impressionante nitidez. Um prócer do poder do dinheiro em Bauru será novamente candidato a nas próximas eleições. Desta feita, para sacramentar e oficializar a campanha, edita e lança seu primeiro livro. Um verdadeiro acontecimento na cidade “sem limites”. Reúne em sua imodesta residência a fina flor da sociedade local. Os não convidados se sentem diminuídos. Todos ali estão para serem vistos, fotografados e depois, terem as fotos publicadas no Diário Oficial do município, o único jornal a circular na cidade. As fotos saem ocupando duas páginas distintas, todas coloridas e nelas, os personagens mais representativos da aldeia bauruense. Do livro, não um romance, crônicas, artigos ou escrevinhações, mas somente frases e da linhagem das de autoajuda, curtas e repetitivas. Sem levar em conta que, o conteúdo é o que menos interessa e importa. Estar ali e aparecer vale sempre muito mais. Isso, por si só, merecedor de um longo tratado. Esses personagens, idênticos todos aqui, em Botucatu, Jaú, Bariri, nos muitos Country Clubs. Nesses lugares não existe a menor possibilidade de misturas de classes sociais. Seus frequentadores são todos idênticos, mudando só o endereço. Poderia escrever muito mais desses todos, mas daí já viraria um tratado, um amplo estudo filosófico, o que, convenhamos, ainda não é o caso.

4 comentários:

  1. vc trabalha patricio? ou és um encosto? relate sua hipocrisia

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  2. Adoraria não trabalhar, pois o ócio move o mundo, mas necessito de ganhar algum, suprir algumas poucas necessidades. No mais, me encosto pela aí. Essa hipocrisia. E a sua? Gostas de viver assim sem se identificar, cagando de medo de ser descoberto, de saberem que és tu o que questiona alguém por causa dos seus escritos?
    Henrique - direto do mafuá

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  3. FHC e LULA, tudo a ver. Amigos antigos que usam a dialética para enganar o povo. Ainda bem que ninguém mais dá atenção a hipocrisia esquerdista.

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  4. Como não? A esquerda detém mais de 50% dos votos do país e Lula ganha fácil no primeiro turno a eleição pra presidente. Seu papinho cerca lourenço é que não convence mais ninguém. Hipocrisia não é o que faço, pois escrevo, assino e assumo meus riscos. E voc~e se esconde no anonimato. Beleza, não?
    Henrique - direto do mafuá

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