sábado, 13 de abril de 2019

ALFINETADA (176)


CARAVANA DA MACROREGIONAL DO PT NO GREB - E LULA?
Eu fui, cheguei tarde, sentei no auditório lotado, quem fazia uso da palavra era o deputado Arlindo Chinaglia. Foi hoje pela manhã no Greb Bauru e lá parte do PT local e regional. Outros o fizeram, como a deputada estadual Márcia Lia e o ex-deputado Jilmar Tatto. Trata-se de algo para movimentar o partido, seus militantes, filiados e simpatizantes para o momento atual e o que virá pela frente. Primeiro me assunto do que estava sendo tratado, ou melhor, o que já foi tratado. A fala do deputado chegando ao fim, foi quando perguntei para os amigos ao lado, Chico Maia, Alexandre Gasparotti Nunese Sant'Anna Zanin M Cristina: "De todos que já fizeram uso do microfone, falaram algo de Lula?" A resposta coletiva: "Não". Queria fazer uso da palavra, vi que aquela parte da reunião estava se findando. Luciano Assis, dirigente da macro passa ao lado e lhe pergunto como fazer. Sua sugestão: "Levante a mão, fale quando ele terminar". Não deu outra, assim foi feito. Tenho comigo algo muito sério sobre esse momento, crucial para o PT e as esquerdas no país. Chinaglia terminou e nada de falar de Lula, levantei a mão e ouço outro, esse na primeira fila bradando sobre o mesmo assunto. Foi quando fui ouvido: "Queríamos saber algo sobre o Lula, o que podemos fazer para tirá-lo da situação onde se encontra. De nada adianta o futuro, tratar do que faremos com ele lá preso naquela masmorra". O deputado se vê obrigado a responder e o faz. Deu para perceber que, ele na qualidade de dirigente com projeção nacional não quer se comprometer em dizer isso e aquilo. Fica na defensiva. De sua fala, algo pelo qual não mais acredito, em uma futura decisão da Justiça favorável a Lula.
Muito já foi esperado, de tudo já foi tentado e nada, não ocorreu nenhuma sensibilidade por parte dos golpistas e seus asseclas encastelados em todas as instâncias de poder hoje vigentes. E se nada fizeram, nada mais entendível, nada farão. Para mim consenso, para alguns, ainda apostando nessa surrada tecla. Por fim, responde de fato minha pergunta com uma historinha e nela uma espécie de ditado, mantra ou mensagem subliminar: "Se o cara quer pegar a galinha, não tem porque fazer alarde antecipado disso". Entendi. Ao fim da reunião, ao abrir minha edição de Carta Capital desta semana, eis uma matéria tratando desse momento do LULA LIVRE: "Os traseiros no sofá - À exceção de Curitiba e dos bravos que foram às ruas, os protestos de domingo são um retrato da nossa bovina condição", escrita por Fred Melo Paiva e René Ruschel. Na matéria algo mais, "faltou empenho ao PT em São Paulo, disse um petista à Carta Capital". Não consigo me acomodar, permanecer com o traseiro no sofá, enquanto o maior líder popular vivo da América Latina permanece injustamente preso e assim continuará ad eternum se nada for feito de concreto. Sem pressão, ao meu ver, Lula mofará na prisão e isso muito me incomoda. Confesso, depois do intervalo sai da reunião e fui pela aí arejar a cabeça.

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