quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

AMIGOS DO PEITO (170)


EU E O RÁDIO, "VIVA CIDADE", NA 96 FM
Ricardo Bizarra, Rafael Antonio e Wellington Leite, novo time da 96FM

Sou vidrado em rádio. Ainda hoje, quando no carro e nas estradas da vida, tento sintonizar algumas pelo antigo modal AM. Hoje, quase todas já em FM, mas o que mais me utilizo hoje é pelo Bluetooth, quando escolho pelo celular e jogo pro rádio do carro, em algo inimaginável até bem pouco tempo. Assim sintonizo o que quero, quando e onde quero. Só viajo assim, ouvindo o que me apetece, sem maiores problemas de sintonia. Aqui em Bauru, padeço muito no quesito ouvir rádio, ou melhor, jornalismo. Fico com dial praticamente plugado na programação musical da Unesp FM (algo da Rádio Câmara, pouca coisa), mas no quesito Jornalismo, uma angústia. Não dá mais para ouvir o Informa Som da 94FM, logo pela manhã, algo que fazia com frequência, pois ali além de uma informação truncada, opiniões vesgas, com um olhar daltônico, sob só um ponto de vista, puxadas pelo tal do Reinaldo Cafeo, que no quesito credibilidade e confiabilidade é um desastre, só enxerga leis do mercado como salvadores da pátria. Desisti dessa rádio por causa dele. Da Jovem Pan, ops, desculpe, Velha Klan, nem se fale. Um jornalismo com a cara do bolsonarismo vigente, atendendo a interesses escusos e apunhalando este país. Na versão bauruense, pior não poderia ser, quando se fazem de cordeiros, mas são lobos, venenosos e perversos, hoje fazendo deslavada campanha para candidatos a prefeito de cunho conservador e defendendo o conluio golpeando o país desde 2016. Credibilidade zero. Não é a toa que o bloco do Tomate escolheu Alexandre Pittoli, diretor da rádio local como Prêmio Desatenção 2019, espécie de Hours Concurs em futuras escolhas. E nessa semana a mais grata novidade, ainda em fase de entendimento e ouvindo mais para tomar conhecimento, constatar in loco se de fato está no caminho de um Jornalismo atuando dentro da verdade factual dos fatos, sem o sensacionalismo pueril de ataques sangrentos a adversários políticos. Jornalismo crítico, mas sem pegação desmedida de pé, beirando perseguição, como faz a Klan. Estou ouvindo pelas manhãs o VIVA CIDADE, mais pela presença do amigo Wellington Leite, radialista de ótima cepa, que estava longe dos microfones desde sua saída da FM Unesp e agora se coloca à serviço do jornalismo da 96. Sei e coloco a mão no fogo, Wellington não entraria num projeto com caráter de jornalismo meia boca e tendencioso. Ouço, curto e outras avaliações faço na sequência, mas do que estou ouvindo, gostando. Enfim, ufa!, creio estar despontando jornalismo de responsa para começar o dia. Algo mais o próprio Wellington poderia dar as dicas e dizer algo mais a respeito das mudanças ocorridas lá pelos lados da rádio da Getúlio Vargas, ex-rádio vinculada com o JC e hoje sob outros domínios. Não ouço sua programação musical, pois minha pegada é MPB, mas no Jornalismo a coisa já se apresenta com um atrativo mais do que sugestivo: a verdade dos fatos sem delongas e prosopopeias, ou seja, ouvindo sempre todos os lados da questão. Estou acreditando ser possível..

ALGO DO BLOCO DO TOMATE
QUEM TEM MAURINHO COMO LETRISTA DE SAMBA, TEM SEMPRE UM ÓTIMO CARNAVAL GARANTIDO

O bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco BAURU SEM TOMATE É MIXTO tem sorte na vida. Muitos dele se aproximam assim por osmose, por sentirem no ar que suas vidas estão irremediavelmente entrelaçadas com esse modo irreverente, criativo de cutucar o algoz, aquele que, se diz santo, mas na verdade joga contra os interesses populares. Todos os aqui postados do lado de cá sabem muito bem dos motivos de aqui estarem e lutam, cada um ao seu modo e jeito, contra as injustiças, estejam elas onde estiverem. São tantas as histórias e na junção de todos, eis o bloco constituído, formatado e sempre forte. Se na exatidão da palavra esse agrupamento não pode ser considerado como revolucionário, poderia muito bem o ser como libertário, desbravador, contestador e enfrentador, além de criador de caso. Carnaval para nós não tem sentido sem esse lado social, o da cobrança já feita no dia a dia contra esse bando de perversos a nos judiar o ano todo, os malversadores e sacaneadores do mundo atual. Nos colocamos contra eles de peito aberto, eles lá, nós cá e assim continuaremos até quando for possível. Não existe liga a nos unir, ligar ou mesmo estabelecer diálogo plausível de acordo.
08/02 tem Esquenta do Tomate no Bar do Genaro.



Cada um aqui dentro tem uma história de como se aproximou do Tomate. Conto uma. Mauro Santos, ou só MAURINHO é compositor de reconhecido valor por essas plagas, já tendo feito sambas enredos pra diversas escolas (só as mais populares), todos com a pegada da crítica social. Inesquecível seus sambas pela Império da Vila Nova Esperança, inclusive quando foi campeã. o danado come um cortado para ir tocando a vida, sempre na área de vendas, fazendo misérias para continuar pela aí, como a maioria do povo brasileiro. Sabe muito bem o que venha a ser dificuldade e dela escreve com a devida sapiência, conhecimento de causa. Suas letras são aquelas na veia, no ponto, em cima da pinta. Aqui no Tomate surgiu um ano, desfilou conosco, mas como tínhamos o Silvio Selva escrevendo as letras dos sambas, ficou na miúda. Quando este pediu licença não remunerada, assumiu o encargo e com este já são três anos consecutivos. Com esse samba "Bauru - A Cannã das Capivaras", Maurinho mostra mais uma vez sua verve no melhor estilo. Tê-lo junto de nós é garantia de samba bom, letra fácil, pegada pesada e necessária, do jeito e estilo que o Tomate aprova e assina. é bom demais escrever de tão audaz cidadão, um dos tantos gravitando no entorno do bloco, cientes de que os iguais se atraem, se unem e assim seguem na lida, luta e vida afora.

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